Resumo
O artigo propõe um contributo para a historiografia sobre as dimensões sociais da saúde veterinária em contexto colonial e seus efeitos na pecuária a partir do caso do sul de Moçambique, região onde o gado bovino ocupou historicamente um papel importante. Mais especificamente, analisa-se a forma como a East Coast fever, uma protozoonose dos bovinos, foi combatida nesta região nas primeiras décadas do século XX. Enquadrando esse caso na historiografia do sudeste africano, destaca-se o caráter repressivo das medidas de polícia sanitária preconizadas pelas autoridades portuguesas, a forma como foram contestadas por diferentes agentes e o modo como permitiram a introdução de novas formas de controlo populacional e espacial.
saúde veterinária; Moçambique; colonialismo; história; África