Open-access Medicina, ciência e poder: as relações entre França, Alemanha e Brasil no período de 1919 a 1942

Resumos

A presente nota de pesquisa propõe hipóteses e enquadramentos para o estudo da dinâmica do movimento médico-científico germânico e francês que se voltou para a América Latina e, em especial, para o Brasil entre 1919 e 1942, e busca compreender em que medida concretizaram-se os esforços de cooperação intelectual e os concomitantes fluxo de idéias, modelos institucionais, agendas comuns de pesquisa e estratégias de ação destinadas a ampliar o campo de influência franco-germânica nessa parte do continente americano.

relações científicas internacionais; medicina; América Latina; Alemanha; França; periódicos científicos


This research note proposes hypotheses and frameworks for the study of the dynamics of the German and French medical and scientific movement aimed at Latin America, and Brazil in particular, between 1919 and 1942. It also seeks to comprehend to what extent the efforts at intellectual cooperation and the concomitant flow of ideas, institutional models, common research agendas, and action strategies aimed at expanding the Franco-Germanic field of influence in this part of the American continent, were put into practice.

international scientific relations; medicine; Latin America; Germany; France; scientific journals


NOTA DE PESQUISA

Medicina, ciência e poder: as relações entre França, Alemanha e Brasil no período de 1919 a 1942*

Magali Romero SáI; Jaime L. BenchimolII; Simone KropfIII; Larissa VianaIV; André Felipe Cândido da SilvaV

I(coordenadora) Pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz / Fundação Oswaldo Cruz. magali@coc.fiocruz.br

IIPesquisador da Casa de Oswaldo Cruz / Fundação Oswaldo Cruz. jben@coc.fiocruz.br

IIIPesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz / Fundação Oswaldo Cruz. simonek@coc.fiocruz.br

IVBolsista do Programa de Bolsas Para Técnico e Tecnologista / Casa de Oswaldo Cruz / Fundação Oswaldo Cruz. larissaviana@fiocruz.br

VDoutorando do Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde / Casa de Oswaldo Cruz / Fundação Oswaldo Cruz. andrfe@hotmail.com

Endereço para correspondência Endereço para correspondência: Fundação Oswaldo Cruz, Casa de Oswaldo Cruz Av. Brasil, 4366, 4º andar 21040-361 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

RESUMO

A presente nota de pesquisa propõe hipóteses e enquadramentos para o estudo da dinâmica do movimento médico-científico germânico e francês que se voltou para a América Latina e, em especial, para o Brasil entre 1919 e 1942, e busca compreender em que medida concretizaram-se os esforços de cooperação intelectual e os concomitantes fluxo de idéias, modelos institucionais, agendas comuns de pesquisa e estratégias de ação destinadas a ampliar o campo de influência franco-germânica nessa parte do continente americano.

Palavras-chave: relações científicas internacionais; medicina; América Latina; Alemanha; França; periódicos científicos.

Apresente nota de pesquisa pretende trazer à luz hipóteses e enquadramentos concernentes ao movimento iniciado pelas comunidades médico-científicas da Alemanha e França logo após o final da Primeira Guerra Mundial, visando recuperar suas abaladas posições culturais, científicas e econômicas na América Latina e em âmbito internacional. Pesquisas vêm sendo desenvolvidas na Casa de Oswaldo Cruz, da Fundação Oswaldo Cruz, sobre as relações científicas teuto-brasileiras e franco-brasileiras no âmbito da medicina, especialmente a chamada medicina tropical1, tendo a temática sido objeto de trabalhos preliminares apresentados em eventos internacional e nacional.2 Devido a sua abrangência e seu ineditismo e ao fato de envolver atores e instituições tão diversos do Brasil, da Alemanha e da França, faz-se necessário estudo mais aprofundado das relações científicas entre essas nações no período entre guerras. O objetivo é entender melhor os mecanismos através dos quais Alemanha e França tentaram restabelecer as relações culturais e científicas com o Brasil e outros países do continente no intervalo entre as duas guerras mundiais, e entender, efetivamente, em que medida se concretizaram esses esforços de cooperação intelectual, com concomitantes fluxo de idéias, modelos institucionais e agendas comuns de pesquisa.

A Europa emergiu desestruturada da Primeira Guerra e muitas posições que detinha na América Latina antes do conflito foram perdidas para os Estados Unidos, cuja hegemonia sobre a região e sobre a economia mundial seria consolidada no período entre guerras. França e Alemanha fizeram esforços para reconquistar posições que foram obrigadas a abandonar do outro lado do Atlântico e em regiões banhadas por outros oceanos. A influência que exerciam sobre os países latino-americanos, desde o início do século XIX, não se resumia à dominação econômica, política e técnica, mas incluía também uma ideologia eurocêntrica do mundo, assimilada pelas elites locais, segundo a qual a Europa era a detentora da 'civilização' e estava predestinada a difundir a todos os quadrantes do globo os benefícios do 'progresso' (Milza, 2007, p.30).

Em relação à França, apesar de não ter havido rompimento diplomático durante o conflito de 1914-1918, interromperam-se as relações científicas. Cabe então analisar as iniciativas tomadas pelos cientistas e intelectuais franceses para restaurar vínculos científicos e culturais com o Brasil e os países de fala hispânica no pós-guerra.

A Alemanha também iniciou a reaproximação cultural e científica com a América Latina logo após o final da guerra. Tradicionalmente respeitada pelos cientistas e intelectuais latino-americanos, foi a principal referência para aqueles envolvidos nos esforços mais ou menos bem-sucedidas de estabelecer um sistema de cultivo das ciências que aliava a tradição da pesquisa ao ensino. No século XIX a organização das universidades e dos centros de pesquisas alemães serviu como modelo para a institucionalização das ciências em vários países (Ben David, 1979). No âmbito da medicina, a Alemanha não só logrou resultados fundamentais no equacionamento e na luta contra doenças infecciosas de grande prevalência em escala global, como concebeu o modelo clínico-universitário integrado, no qual se associavam a investigação experimental, o tratamento clínico e a docência universitária, base da formação médica contemporânea (Ringer, 2000; Reggiani, 2005; Stern, 2004).

A Primeira Guerra Mundial comprometeu as relações entre Alemanha e Brasil, incluídos os planos cultural e científico.3 Durante o conflito, o Brasil enfrentou sérias dificuldades nas exportações de café, seu principal produto, o que gerou crise comercial, queda do nível de vida, greves operárias e outros efeitos em cadeia. Único país latino-americano a entrar na guerra e, a seu final, ser ressarcido pela Alemanha4, o Brasil foi, ao que tudo indica, alvo de ações bem mais 'ofensivas' por parte do governo e de instituições culturais e científicas alemãs, em seu afã de recuperar mercados, prestígio e até mesmo zonas que proporcionassem aos laboratórios germânicos insumos e matérias-primas biológicas anteriormente obtidas nas colônias. Além de perder parte de seu território para a França e de ter suas colônias redistribuídas entre os vitoriosos do conflito, a Alemanha sofreu outras sanções impostas pelo Tratado de Versalhes.5

Segundo Garcia (2006, p.156), a Alemanha, privada de seus territórios coloniais na África e no Oriente mas com sua infra-estrutura industrial intacta, passou a ver a América Latina como mercado capaz de absorver seu excedente industrial. Além de contar com a influência cultural e política dos imigrantes alemães - em particular a extensa comunidade teuto-brasileira no sul do Brasil -, a Alemanha gozava ainda da admiração de muitos nativos, em virtude principalmente de sua capacidade técnica e científica. Ademais, o Brasil via a Alemanha como mercado promissor para as matérias-primas que exportava.

Médicos e cientistas alemães desempenharam papel fundamental no esforço mais amplo de reconquista de prestígio cultural e influência econômica.

Em discurso proferido na American Association for the Advancement of Science, em 1920, Simon Flexner6 declarou: "Diversos países estiveram sucessivamente à frente no domínio da ciência. Sem dúvida a Alemanha deteve a primazia nos últimos cinquenta anos. Mas a Alemanha agora está pobre e luta com inúmeras dificuldades. Por isso é hora de a América tomar posse desta herança".7 Contrapondo-se às ambições hegemônicas dos Estados Unidos, Bernhard Nocht, diretor do Institut für Schiffs-und Tropenkrankheiten (Instituto de Doenças Marítimas e Tropicais) de Hamburgo e um dos artífices da reaproximação com a América Latina, defendeu em seu país a tese de que "através das práticas médico-terapêuticas e do intercâmbio científico é que será conquistado outra vez o prestígio que a ciência alemã merece" (Nocht, 1921-1922, p.2). Aludindo ao brasão de armas de seu país, Nocht acrescentava: se a ciência alemã lograsse "estender novamente as suas asas", abrir-se-iam para o comércio e a indústria novos mercados e produtos. "Ciência e tecnologia, indústria e comércio, devem andar de mãos dadas" - proclamava o diretor do renomado Tropeninstitut.

Argumentos como esses, que ressaltavam a importância da ciência para a política externa alemã, eram utilizados pela comunidade científica com o objetivo de angariar suporte, financeiro principalmente, para o soerguimento das instituições fortemente abaladas pela perda das colônias na África e no Oriente, em particular o Instituto de Hamburgo, centro de excelência em doenças tropicais. A América Latina oferecia condições propícias para a continuação dos estudos nesse domínio. Possuía doenças endêmicas similares àquelas encontradas na África, muitas introduzidas pelo tráfico de escravos ao longo dos séculos anteriores. Algumas nações latino-americanas estão situadas nas latitudes de países africanos e apresentam clima e condições ecológicas similares. Com seus interiores ainda em larga medida inexplorados, em termos de incidência de doenças, representavam campo de estudos dos mais promissores. Por último, mas não menos importante, seus meios acadêmico e intelectual nutriam ainda grande admiração pela organização do ensino e da ciência germânicos, em diversas áreas do conhecimento. Bernhard Nocht acreditava que a medicina era um dos meios mais eficazes para promover a ciência e cultura alemãs. Por isso vários quadros do Instituto de Medicina Marítima e Tropical de Hamburgo foram enviados em missão a países da América Central e do Sul com propósito de estabelecer contatos e orientar campanhas contra doenças infecciosas.

A partir dos anos 20, a comunidade médico-científica alemã tomou várias iniciativas com relação à América Latina, o Brasil incluído. Seus integrantes partiram principalmente de Hamburgo e Berlim.

Em 1920 começou a ser publicada, em espanhol e português, a Revista Médica de Hamburgo. De periodicidade mensal, tinha por objetivo divulgar para as comunidades médicas da Espanha e América Latina as pesquisas científicas alemãs, especialmente os avanços na indústria farmacêutica e nas técnicas terapêuticas. Em 1928 fundiu-se com a revista teuto-argentina La Medicina Germano-Hispano-Americana e passou a chamar-se Revista Médico-Germano-Ibero-Americana. Circulou com esse nome, regularmente, até as vésperas da Segunda Guerra Mundial (dezembro de 1938).8

Em 1921 foi fundada a Sociedade dos Amigos do Instituto Marítimo e Tropical de Hamburgo, com o objetivo de angariar fundos para reestruturar a instituição e financiar pesquisas, viagens científicas e publicações. Concomitantemente eram criadas, nas duas cidades referidas, Sociedades Médicas Ibero-germânicas, que iriam promover cursos proferidos em espanhol para estudantes latino-americanos. Com o apoio do governo alemão, fariam também esforços para cooptar médicos e cientistas latino-americanos, instando-os a divulgar seus trabalhos em institutos e universidades alemães, por meio de palestras ou cursos. A indústria farmacêutica alemã acompanhava de perto esse movimento, apoiando-o materialmente. No Brasil, em 1921, foi fundada a Chimica Industrial Bayer, que além de importar e comercializar os produtos da matriz alemã, iniciou a produção local de medicamentos. Para o cargo de gerente-técnico da planta brasileira, a Bayer contratou Renato Kehl (1917-1932), médico e farmacêutico de ascendência alemã, bem conhecido pela historiografia brasileira mas unicamente por sua destacada atuação no movimento eugenista dos anos 20 e 30. Como dirigente da Bayer, Kehl implementaria importantes ações destinadas a conquistar influência junto ao governo e ao mercado médico brasileiro, inclusive através de dois periódicos de divulgação, a Revista Terapêutica e O Farmacêutico Brasileiro.

Relações França-Brasil

Referência de 'civilização' para os latino-americanos, a França restabeleceu suas relações com a América Latina imediatamente após a Primeira Guerra (Salon, 1981; Matthieu, 1990, 1991, Marès, 1983, Lessa, 1994). Patrick Petitjean (1989, 1996) estudou o ressurgimento, nos anos 20, do movimento conhecido como Groupement des Universités et Grandes Écoles de France pour les Relations avec l'Amérique Latine - ou simplesmente Groupement -, organização criada em 1907, no Collège de France, tendo em vista principalmente o intercâmbio de professores com Argentina, Brasil e México. O ressurgimento do Groupement coincide com a criação, em 1922, da Revue de l'Amérique Latine e, no ano seguinte, do Instituto Franco-brasileiro de Alta Cultura. Petitjean (1996, p.93) atribui a permanência da influência cultural francesa nos países latino-americanos, em especial no Brasil, a três fatores principais: o papel do francês como idioma científico internacional, responsável por 80% dos livros adotados nas escolas superiores; a 'latinidade' como referência identitária para as elites; e a influência de Auguste Comte e do positivismo, principalmente no Brasil e México. As relações intelectuais com a França, na virada do século XX, tiveram como objetivo, sobretudo, "tecer redes de aliados políticos a partir de uma influência cultural e política, tanto como meio de penetração econômica, como para ter o apoio desses aliados nos enfrentamentos das grandes potências" (p.91).

Em 1923 foi fundada a Sociedade de Biologia do Rio de Janeiro, filiada à Société de Biologie de Paris. Os membros da Sociedade carioca passariam a se reunir mensalmente no Instituto Oswaldo Cruz e a enviar resumos de seus trabalhos (em francês) para publicação nos Comptes Rendus Hebdomadaires de la Société de Biologie et Ses Filiales, sediada em Paris. Passaram a integrar a instituição francesa, como correspondentes estrangeiros, cientistas brasileiros de renome como Vital Brazil, Álvaro Osório de Almeida e os pesquisadores de Manguinhos, Carlos Chagas e Miguel Osório de Almeida. Este merece destaque, pois foi um dos principais articuladores da aproximação entre França e Brasil.

Os Compte Rendus divulgavam trabalhos tanto dos membros da Société de Biologie parisiense como de suas filiais em outras cidades francesas e estrangeiras. Nota-se, a partir da década de 1920, crescente interesse pela América Latina. Em 1923, quando a Sociedade do Rio de Janeiro passou a figurar entre as filiais da matriz francesa, já havia entre suas parceiras latino-americanas outra, sediada em Buenos Aires. Em 1928 as sociedades do México e de Montevidéu passaram a integrar a rede, e em 1932 foi a vez da Sociedade Chilena de Biologia. Cinco países latino-americanos agregaram-se assim à Société de Biologie no período entre guerras.9 Um de seus objetivos era a propagação, nos países estrangeiros, da influência científica e cultural francesa. O relatório do secretário-geral da Société, M.J. Jolly, apresentado na sessão de primeiro de maio de 1926, faz menção ao papel que atribuíam à publicação dos Comptes Rendus: "entre os bens mais preciosos do patrimônio de nosso país está a nossa língua, que difundiu ao mundo idéias de civilização, liberdade, ciência e progresso. Nosso boletim deve irradiar a língua francesa, e não um idioma internacional" (Comptes Rendus, v.94, 1926, p.1111).

Em 1930 chegava à América Latina outro periódico criado por iniciativa de editores franceses, a Revue Sud-Américaine de Médecine et de Chirurgie, que circulou em edições mensais entre 1930 e 1934. O primeiro número apresentava os conselhos científicos dos países convidados a colaborar com a revista.10 O Brasil era representado por 26 conselheiros, majoritariamente professores de faculdades de medicina. A apresentação do periódico (Lettre-préface) era assinada por professores da Faculdade de Medicina de Paris, do Instituto Pasteur, do Collège de France e da Faculdade de Medicina de Estrasburgo. Um dos signatários era Georges Dumas, da Faculdade de Letras da Universidade de Paris, destacado articulador das relações franco-brasileiras no campo das ciências. A carta revela alguns traços importantes daquele projeto editorial. Os professores franceses não pretendiam colaborar na revista, pois embora fosse publicada integralmente em língua francesa, sua originalidade residia no fato de ser "redigida fora da França". Os benefícios seriam sentidos em ambos os lados do Atlântico: os "médicos, cirurgiões e biologistas" latino-americanos encontrariam ali a oportunidade de tomar conhecimento das pesquisas feitas pelos vizinhos e assim "unir seus pensamentos"; os franceses, em contrapartida, conheceriam melhor os trabalhos originais dos latino-americanos, agora reunidos numa única publicação. Outro aspecto destacado pelos autores da carta era o fato de serem franceses e latino-americanos "herdeiros do gênio latino": "Ser latino significa ter sido formado há séculos na disciplina do pensamento claro, no rigor dos métodos, na dialética que alia espírito crítico o mais agudo à iniciativa intelectual a mais audaz. Tais qualidades não se adquirem num dia, elas supõem longo trabalho... . É essa a tradição que partilhamos. Somos os únicos a possuí-la neste vasto mundo" (Revue Sud-Américaine, n.1, 1930, p.11-12). Reavivar e manter a suposta tradição comum era então um dos princípios que norteavam a troca científica almejada pelos editores e colaboradores da revista.

Nesse contexto, como já proposto por Jean-François Sirinelli (1998), assiste-se ao fortalecimento dos intelectuais como figuras centrais na cena política francesa e, portanto, com grande peso no plano cívico. O argumento de Sirinelli é que as elites culturais francesas tiveram "progressão espetacular" (p. 264) no seu poder de influência na esfera pública e política no final do século XIX. Tal percepção é bastante útil para o estudo da arquitetura, da dinâmica e do impacto do movimento médico-científico germânico e francês entre 1919 e 1942, buscando-se compreender em que medida foram realizadas suas ambições de hegemonia científica, cultural e econômica nos países latino-americanos e, em especial, no Brasil, ou, por outro lado, como se desenrolaram as suas malsucedidas estratégias.

Relevância da pesquisa

Tema inédito na historiografia brasileira das ciências, o estudo das políticas de aproximação da América Latina implementadas pelas comunidades médico-científicas germânica e francesa é muito importante para se entender, de um lado, as relações internacionais em seu sentido mais amplo na primeira metade do século XX e, de outro, as transformações ocorridas no plano das ciências e das práticas médicas que cada vez mais se internacionalizavam. Estão sendo estudadas as ações científicas no Brasil emanadas do Groupement no entre guerras, enfatizando-se o papel de Miguel Osório de Almeida nessa articulação. Baseado em documentos e bibliografia ainda inexplorados, o estudo certamente produzirá uma visão nova das relações internacionais, já que se propõe a analisar o papel de atores até então ignorados ou subestimados pela literatura especializada.

Poucos foram os estudos até agora desenvolvidos sobre a influência germânica na saúde e nas ciências biomédicas no Brasil, sabendo-se que a maior parte dos trabalhos disponíveis focaliza o período anterior à Primeira Guerra Mundial (Benchimol, Sá, 2004, 2005-2006; Sá, 2005).11 Por isso, o estudo das relações teuto-brasileiras no período proposto representa contribuição importante nos planos assinalados, em particular na compreensão do fluxo de modelos institucionais e matrizes teóricas entre os dois países e na maneira pela qual contribuíram para a constituição de tradições de pesquisa; na natureza da interlocução com os pares no exterior; e nos aportes terapêuticos e profiláticos à saúde coletiva e à clínica privada.

A indústria farmacêutica alemã, como dissemos, mantinha ligação estreita com o movimento médico-científico do pós-guerra. Apoiava os esforços de intercâmbio com países estrangeiros, objetivando abrir novos mercados e ampliar seu raio de ação. Havia fortes convergências de interesse entre os dois movimentos, o médico-científico e o farmacêutico. Ainda que os cientistas alemães nem sempre atuassem deliberadamente como agentes de promoção da indústria farmacêutica germânica, acabavam por favorecer enormemente a abertura de novas oportunidades econômicas para empresas que, a seu turno, contribuíam para tornar viável a atividade científica abalada pela guerra e pelos transtornos que se seguiram ao Tratado de Versalhes.

Como observam Dantes, Hamburguer e Petitjean (1996, p.18-19), os estudos de casos concretos são indispensáveis para se compreenderem a natureza dos intercâmbios e o significado que tiveram para as ciências biomédicas e para as instituições de ensino e pesquisa alemãs e latino-americanas envolvidas no processo.

Pretendemos verificar a hipótese de que, apesar das históricas afinidades culturais de Brasil e França e da presença cada vez mais forte dos Estados Unidos, os alemães conseguiram restabelecer seu prestígio no país e angariar suporte e reconhecimento em diversas áreas do campo médico-científico no período entre guerras, mesmo durante a ascensão do nacional-socialismo na década de 1930. Uma conjunção de fatores favoreceu esse projeto, sobressaindo entre eles as descobertas de medicamentos importantes para a profilaxia de doenças prevalentes no Brasil e avanços em outras áreas do conhecimento, realizados principalmente por médicos do Instituto de Hamburgo. Particularmente importantes foram os remédios sintéticos ali desenvolvidos para tratamento da malária. Como quadro de alto nível desse instituto, onde se notabilizou pelos trabalhos relacionados ao tifo durante a Primeira Guerra, Henrique da Rocha Lima, que fora o braço direito de Oswaldo Cruz no Instituto de Manguinhos, desempenharia papel fundamental como catalizador da colaboração entre as ciências da Alemanha e do Brasil. Igualmente importantes foram as relações estabelecidas entre Carlos Chagas e Bernhard Nocht durante o período em que estiveram na Liga das Nações.

Como diretor científico da Bayer no Brasil e principal propagandista da eugenia no país, Renato Kehl teve participação também importante no fortalecimento da ciência alemã entre médicos e cientistas brasileiros.

Outra hipótese a ser verificada é a de que as estratégias de aproximação, especialmente aquelas articuladas por franceses, proporcionaram aos médicos brasileiros oportunidades para divulgar pesquisas originais na Europa e dar maior visibilidade à ciência brasileira no exterior, em particular nos campos da fisiologia e parasitologia. Nossos levantamentos iniciais mostram que franceses e brasileiros investiram no estreitamento de laços de cooperação científica e que ultrapassaram o âmbito do Groupement no período entre guerras. Análise preliminar da participação brasileira em periódicos editados na França, nas áreas de medicina e biologia, revela que nossos cientistas fizeram amplo uso desses canais para divulgar e legitimar suas pesquisas. Pretendemos analisar o uso estratégico que eles fizeram das trocas com a França e a Alemanha, usando a noção de tática proposta por Michel de Certeau (1994, p.100). Ora, os pesquisadores brasileiros que produziam ciência original não dispensaram as oportunidades de publicar notícias de suas pesquisas em periódicos internacionais, que lhes propiciavam, entre outras vantagens, visibilidade e capacidade de concorrer ou cooperar com outros pesquisadores e instituições.

Cabe lembrar que estamos tratando de um período caracterizado por intensa competição internacional com relação a nichos de atuação científica na América Latina, tanto através da indústria farmacêutica quanto da ocupação de espaços no campo acadêmico-institu-cional, o qual se consolidava em diferentes países latino-americanos nos anos entre guerras (ver Wulf, 1994; Petitjean, 1996; Garcia, 2006; Sá, 2004; Maio, 2004; Milza, 2007). Norte-americanos e alemães eram, sem dúvida, os principais rivais dos franceses, no campo científico e em outras arenas, agudizando-se as disputas à medida que as políticas e ações concernentes à saúde pública na América Latina adquiriam crescente caráter internacional. Naquele contexto, diferentes organizações de saúde - as da Liga das Nações, o International Health Board (IHB) da Fundação Rockefeller, o Escritório Sanitário Pan-Americano - buscavam ampliar suas áreas de atuação na América Latina. Os norte-americanos, além das ações práticas de saúde pública que vinham executando na América ibérica através do IHB, estavam também envolvidos na promoção do ensino e aperfeiçoamento dos médicos latino-americanos (Cueto, 1994, 1995). Nessa arena de competição os franceses e alemães iriam desenvolver estratégias próprias, como pretendemos comprovar ao final da pesquisa.

Estratégias de pesquisa

Privilegiamos a análise de alguns veículos que parecem ter tido importância estratégica para o estabelecimento das relações científicas: a Revista Médica de Hamburgo (RMH) e sua sucedânea, a Revista Médica Germano-Ibero Americana (RMGIA), que, como vimos, circularam entre 1920 e 1938. Criada por Ludolph Brauer e Bernhard Nocht, diretores dos hambur-guenses Hospital Eppendorf e Instituto de Medicina Marítima e Tropical, a Revista Médica de Hamburgo foi importante engrenagem do movimento mais amplo de aproximação dos alemães com a Espanha e América Latina. Ajudou assim a atrelar a medicina às esferas da política e da economia e a revelar seu valor como ferramenta de propaganda cultural. A análise desses periódicos, entendidos como instrumentos de promoção das relações internacionais, complexifica esse campo de estudos uma vez que revela uma teia de atores e interesses ao largo dos quais passam habitualmente os trabalhos voltados para os mecanismos políticos agenciados estritamente pelo Estado.

A presença de Henrique da Rocha Lima12 entre os redatores da RMH aumentou sua repercussão entre os pares no Brasil. Rocha Lima, desde 1911, trabalhava como pesquisador e chefe de serviço no Instituto de Doenças Marítimas e Tropicais de Hamburgo. Na Revista promoveu a publicação de artigos escritos por brasileiros e escreveu resenhas em português sobre os principais trabalhos veiculados em periódicos alemães. Foi certamente por obra dele que vieram a participar do corpo de colaboradores da RMH personalidades do calibre de Arthur Ramos, Manuel Pirajá da Silva, Henrique de Beaurepaire Aragão, Arthur Moses, Adolpho Lindenberg, Miguel Couto e Carlos Chagas.

Os médicos latino-americanos pertencentes ao corpo editorial eram, em sua maioria, indivíduos com legitimidade junto às comunidades médicas nativas e com formação ou especialização em instituições alemãs. O contato direto com a ciência e cultura germânicas fez deles importantes porta-vozes locais dos valores e interesses da Alemanha. A Revista arregimentou também alemães que estavam à frente ou pertenciam aos quadros de instituições latino-americanas (Sá, Silva, 2007).

Estão sendo investigadas também as relações entre cientistas dos Institut für Schiffsund Tropenkrankheiten, em Hamburgo, e do Robert Kock-Institut, em Berlim, que se empenharam por estabelecer ligações com instituições médicas e científicas brasileiras, como a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, a Academia Brasileira de Medicina, a Academia Brasileira de Ciências, o Instituto Oswaldo Cruz e o Instituto Butantan, promovendo o intercâmbio de pesquisadores e atraindo brasileiros para estudar na Alemanha.

Já enfatizamos o papel da indústria farmacêutica nesse movimento e o caráter emblemático do médico e farmacêutico Renato Kehl. Fundador da Sociedade Eugênica de São Paulo e do Boletim Eugênico, com vários artigos e livros publicados, Kehl era genro de Belisário Penna, personalidade importante do movimento sanitarista brasileiro, diretor do Serviço de Saneamento e Profilaxia Rural do Departamento Nacional de Saúde e, após a Revolução de 1930, ministro da Educação e Saúde Pública, por breve período.

A mesma perspectiva vem norteando a análise das estratégias francesas de intercâmbio com os brasileiros, entre elas a vinda de médicos ao Rio de Janeiro agenciada pelo Instituto Franco-Brasileiro de Alta Cultura e os cursos e conferências que ministraram em 1922 e 1945. Além disso, analisaremos os vínculos estabelecidos por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz e da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro com cientistas franceses, e as estratégias adotadas por ambas as partes para estreitar as relações técnico-científicas entre seus países.

A Revue Sud-Américaine de Médecine et Chirurgie é importante para compreendermos as especificidades das relações franco-brasileiras, em comparação com o curso das relações germano-brasileiras e entre Estados Unidos e Brasil. Análise já realizada mostra que a revista visava à divulgação de trabalhos de pesquisadores latino-americanos na França, ao passo que os alemães privilegiavam a divulgação aqui de sua própria ciência.

Pretendemos avaliar a participação brasileira nos Comptes Rendus sob o ponto de vista quantitativo e qualitativo, demarcando os principais temas tratados de maneira a verificar as áreas e campos de pesquisa privilegiados pelos brasileiros e o impacto no campo científico francês e internacional, naquela conjuntura. Miguel Osório de Almeida servirá como fio condutor para essa análise. Além de eminente fisiologista, com estreitas relações com pesquisadores franceses como H. Piéron, Lapicque e E. Gley, Osório foi, ao que tudo indica, o principal articulador das relações franco-brasileiras no campo das ciências biomédicas. Assim, sua atuação e suas relações com os cientistas franceses nos permitirão enxergar melhor um circuito de trocas biomédicas que ia além dos fluxos institucionais.

O projeto "Medicina, ciência e poder: as relações entre França, Alemanha e Brasil no período de 1919 a 1942" inclui alguns subprojetos em curso no Departamento de Pesquisa ou no Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz: "Miguel Osório de Almeida e as trocas biomédicas entre a França e o Brasil (1920-1945)", a cargo da bolsista Larissa Viana; "No entrecruzamento das relações teuto-brasileiras: a trajetória de Henrique da Rocha Lima (1901-1956)", conduzido pelo doutorando André Felipe Cândido da Silva; "Entre a ciência e a religião: divulgação e popularização científica no periódico católico farmacêutico O Horizonte (1923-1935)", projeto de pesquisa da mestranda Polyana Valente.

Dois projetos coordenados por pesquisadores da Casa de Oswaldo Cruz estão associados ao projeto aqui apresentado. O de Dominichi Miranda de Sá tem por título "A ciência brasileira como projeto de Estado: os ministérios da Agricultura e da Viação e Obras Públicas na primeira metade do século XX" e articula-se à presente pesquisa uma vez que investigará a atuação da Diretoria do Serviço de Propaganda e Expansão Econômica do Brasil no Estrangeiro, do Serviço de Divulgação e Expansão Comercial do Brasil, do Serviço de Informações e do Instituto de Expansão Comercial, órgãos ligados às pastas da Agricultura e da Viação e oficialmente incumbidos das trocas e dos intercâmbios de cunho científico com outros países. À frente de "Circulando saberes: as relações Brasil-Alemanha no contexto da psiquiatria (1903-1938)", Cristiana Facchinetti investiga o movimento médico-científico entre as comunidades psiquiátricas alemã e brasileira nas primeiras três décadas do século XX.

Bibliografia e fontes

No período estudado, a Alemanha sofria reestruturações e turbulências que afetavam diretamente suas instituições de pesquisa e de ensino. Para compreender o contexto científico e acadêmico na República de Weimar recorremos aos trabalhos de Burgess (2000), Cocks, Jaraush (1990), Coleman (1981), Harwood (1993) e Ringer (2000). Em relação à França, os trabalhos de Martinière (1982), Matthieu (1990), Petitjean (1989, 1996), Suppo (1998, 2001), entre outros.

Dantes (2001) assinala o papel que as instituições científicas desempenham como espaços-sínteses da dimensão social da ciência, a materializar múltiplas relações, interesses e práticas, que, em contextos históricos particulares, conformam os processos de produção, validação e disseminação das idéias científicas. Essa perspectiva baliza a análise das inter-relações entre as instituições brasileiras, alemãs e francesas, bem como o estudo das redes estabelecidas entre seus pesquisadores e outros atores sociais. Os trabalhos de Wülf (1994), Mannweiler (1998), Fleischer (2000) e Risse (1999) são úteis para o reconhecimento das trajetórias das instituições de Hamburgo e dos indivíduos que faziam parte daqueles coletivos e que estiveram envolvidos no esforço de recuperação da hegemonia da ciência alemã no período entre guerras. Os estudos e práticas em seu âmbito, voltados especificamente para os trópicos, são mais bem compreendidos com a ajuda dos trabalhos de Eckart (1997) e Wülf (1994). Wolfgang Eckart analisa as ações desenvolvidas pelos alemães na África, quando ali possuíam colônias, assim como os problemas decorrentes da perda dessas colônias e as tentativas de reaproximação do continente, durante a década de 1930. Por sua vez, Stephan Wülf trata do movimento germânico em direção à América Latina.

Para entender e contextualizar as instituições e os cientistas brasileiros, como também as questões de natureza médico-científicas vigentes à época, no país, estamos recorrendo aos trabalhos de Benchimol (1990, 1999, 2001), Benchimol, Teixeira (1994), Ferreira (1996, 1999), Ferreira, Fonseca, Edler (2001) e Kropf (2006). As ações em saúde pública no Brasil, no período, são compreendidas a partir dos trabalhos de Castro Santos (1985), Castro Santos, Faria (2003), Hochman (1998), Lima (1999) e Lima, Hochman (1996).

Os estudos sobre o Comitê de Higiene da Liga das Nações fornecem o enquadramento para analisarmos, a partir de fontes primárias, as relações entre Carlos Chagas e Bernhardt Nocht no âmbito daquela organização. Fazemos uso de Weindling (2006, 1989), Borowy (2005) e Dublin (1995). Nocht tornou-se membro do Comitê em 1923, sendo o único alemão a participar efetivamente desse fórum. Atuou em várias comissões com Carlos Chagas, que foi nomeado membro do Comitê em 1922. Nocht, aliás, presidiu o comitê responsável pela criação, no Rio de Janeiro, do Centro Internacional de Pesquisa da Lepra, proposto por Carlos Chagas à Liga das Nações. Era incontestável o prestígio que este havia angariado entre os pares europeus, após a descoberta da tripanossomíase americana. No movimento de estreitamento das relações entre Alemanha e Brasil, pesquisadores alemães com freqüência recorriam ao diretor do Instituto Oswaldo Cruz e do Departamento Nacional de Saúde Pública. As ligações de Chagas com a ciência alemã foram consolidadas já a partir de 1908, quando o cientista conviveu em Manguinhos com Max Hartmann e Stanilas Prowazek (Sá, 2005). Hartmann exerceu grande influência na formação do cientista brasileiro, que carinhosamente o chamava de "meu grande mestre" (Chagas, 5 fev. 1923).

As principais fontes documentais do projeto aqui descrito são a Revista Médica de Hamburgo, a Revue Sud-Américaine de Médecine et Chirurgie e Comptes Rendus Hebdomadaires de la Société de Biologie et Ses Filiales. Outras fontes advêm de arquivos e bibliotecas da Academia Nacional de Medicina, Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Ciências, Sociedade de Medicina e Cirurgia, entre outros. Igualmente importantes para o projeto são os periódicos Boletim da Academia Nacional de Medicina, Anais da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Brazil-Médico, Arquivos Brasileiros de Medicina, O Hospital, Folha Médica e Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. A análise desse material permite verificar a extensão das interlocuções entre pesquisadores alemães, franceses e brasileiros no processo de produção e validação de seus trabalhos científicos.

Também relevantes para a realização do projeto aqui exposto são os acervos sob a guarda do Departamento de Arquivo e Documentação da Casa de Oswaldo Cruz, especialmente os fundos Instituto Oswaldo Cruz, Carlos Chagas e Clementino Fraga, do mesmo modo que a documentação diplomática do Arquivo do Itamaraty e a coleção Rocha Lima do Instituto Biológico de São Paulo.

Cabe ressaltar que já foram realizadas pesquisas na Alemanha - em Berlim, Hamburgo e nos arquivos da Bayer, em Leverkusen - e na França - nos arquivos do Instituto Pasteur, na Biblioteque Nationale e nos Archives Nationales.

NOTAS

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  • WEINDLING, Paul. As origens da participação da América Latina na Organização de Saúde da Liga das Nações, 1920 a 1940. História, Ciências, Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro, v.13, n.3, p.555-570. 2006.
  • WULF, Stefan. Das Hamburger Tropeninstitut 1919 bis 1945: auswärtlige Kulturpolitik und Kolonialrevisionismus nach Versailles. Berlin: Reimer. 1994.
  • *
    O corte cronológico de 1919 a 1942 levou em conta, como marco inicial, o encerramento oficial da Primeira Guerra Mundial, com a assinatura do Tratado de Versalhes pelas potências européias em 1919 e, como término, a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em 1942.
  • 1
    Pesquisas atreladas ao Projeto Papes/CNPq, sob coordenação de Magali Romero Sá, intitulado "Teorias européias e ciências biomédicas no Brasil: a medicina tropical em Manguinhos (1908-1940)". Iniciado em 2006, o projeto foi finalizado em abril de 2008.
  • 2
    Um primeiro estudo sobre esse movimento foi apresentado em seminário sobre Max Kuczynski, realizado na Universidade de Giessen, Alemanha , em novembro de 2006 (Sá, no prelo). Outro trabalho sobre a
    Revista Médica de Hamburgo e a
    Revista Médica Germano-Ibero Americana foi apresentado no 24º Simpósio Nacional de História (Anpuh), em julho de 2007 (Sá, Silva, 2007) e enviado para publicação na revista
    Asclépio (aprovado em 2008; Sá, Silva, no prelo).
  • 3
    No Instituto Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro) interromperam-se os laços mantidos com instituições alemãs. As
    Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, publicadas desde a sua criação em português e alemão, passaram a veicular os trabalhos científicos somente em português e também cada vez mais em inglês. Ver Benchimol, 1990; Martins, 2003.
  • 4
    O Brasil conseguiu da Alemanha o pagamento com juros do café perdido com os navios brasileiros naufragados. Além disso, setenta navios alemães foram incorporados à frota brasileira a preços simbólicos. A esse respeito ver
  • 5
    Os principais termos do Tratado de Versalhes foram: rendição de todas as colônias alemãs aos países mandatários da Liga das Nações; devolução da Alsácia-Lorena à França; cessão de regiões para Bélgica, Lituânia, Tchecoslováquia e Polônia; reparação de 6.600 milhões de libras esterlinas; banimento da união da Alemanha e Áustria; aceitação, pela Alemanha, da culpa pela guerra; limitação de seu exército a cem mil homens, sem tanques, artilharia pesada, gases venenosos, aeroplanos e hidroaviões; limitação de navios até cem mil toneladas, sem submarinos. O tratado foi assinado pela Alemanha sob protesto, recusando-se os Estados Unidos a ratificá-lo (MacMillan, 2004).
  • 6
    Médico, administrador e professor de patologia na Universidade de Pensilvânia entre 1899 e 1903, Simon Flexner (1863-1946) foi o primeiro diretor do Instituto Rockefeller para Pesquisas Médicas (1901-1935) e presidente da American Association for the Advancement of Science (
  • 7
    Nesta e nas demais citações de textos em outros idiomas a tradução é livre.
  • 8
    Ver Sá, Silva, 2007.
  • 9
    Entre 1923 e 1940, as Sociedades de Biologia filiadas à Société francesa eram as de Bordeaux, Marselha, Nancy, Petrogrado, Lille, Barcelona, Estrasburgo, Lyon, Buenos Aires, Atenas, Belgrado, Rumânia, Portugal, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Brasil, Polônia, Suécia, Letônia, Argélia, Montevidéu, Montreal, Chile, México, Tchecoslováquia e Japão.
  • 10
    Além do Brasil, havia os conselhos científicos da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
  • 11
    Na obra editada e organizada por Benchimol e Sá (2004, 2005-2006, 2007) sobre a vida e obra de Adolpho Lutz, em 12 volumes, foram realizados estudos pioneiros sobre a influência médico-científica germânica no Brasil, principalmente entre finais do século XIX e as primeiras décadas do XX, e o papel fundamental exercido pelos cientistas brasileiros e alemães, em especial os do Instituto Oswaldo Cruz e Instituto de Doenças Marítimas e Tropicais de Hamburgo.
  • 12
    A atuação de Rocha Lima no movimento médico-científico alemão no Brasil está sendo estudada por André Felipe C. da Silva, sob orientação de Jaime Benchimol, como tema de sua tese de doutorado junto ao Programa de pós-Graduação em História das Ciências da Saúde, da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz.
  • Endereço para correspondência:
    Fundação Oswaldo Cruz, Casa de
    Oswaldo Cruz
    Av. Brasil, 4366, 4º andar
    21040-361 - Rio de Janeiro -
    RJ - Brasil
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      24 Mar 2009
    • Data do Fascículo
      Mar 2009
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