Esse artigo analisa as primeiras tentativas de internacionalização do problema da lepra, assunto até hoje pouco considerado pelos historiadores do imperialismo e da saúde. A última década do século XIX viu muitas pessoas dos 'países civilizados' no Ocidente imperialista viverem o medo de uma invasão de lepra via imigrantes cheios de germes e expatriados que adquiriam a infecção nas possessões coloniais em que a lepra era endêmica. Tais alarmistas clamavam pela adoção de uma forte política segregacionista para os leprosos em suas colônias. Mas a capacidade de contágio da lepra não era um tema inquestionável para outros ocidentais. A convocação em Berlim do primeiro encontro internacional sobre lepra revelou a existência de visões diferentes e algumas vezes incompatíveis em relação ao combate à lepra através da segregação. O papel das instituições oficiais de diversos países e, principalmente os diferentes papéis de cinco protagonistas (Albert Ashmead, Jules Goldschmidt, Edvard Ehlers, Armauer Hansen, e Phineas Abraham) da Conferência de Berlim são aqui examinados.
lepra; Conferência de Berlim; Armauer Hansen; segregação; Índia