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Hospício de doutores

Asylum of doctors

Escritor fervoroso, suburbano, negro, aguerrido, irônico, combativo, maldito e incompreendido por seus contemporâneos, Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922) desceu ao inferno, conhecendo o desprezo de críticos, o fracasso como escritor e a indiferença familiar por sua vocação literária. Inquieto na dor, ríspido com os hipócritas, teve diante de si a tragédia da loucura, do alcoolismo e do preconceito. Como escritor, afogou-se em bebedeiras numa época em que assumir a condição de negro era um ato de coragem. A sua expressão consciente acerca dos médicos, dos loucos e da loucura constitui o ponto inicial deste artigo, baseado na experiência de vida do escritor no Hospício Nacional e no levantamento de trechos expressivos de sua produção literária. Tais temas orientam-se pela construção de uma estética da existência, cuja vida em questão é analisada como obra de arte.

Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922); loucura; Hospício Nacional (Rio de Janeiro, Brasil)


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