Resumos
Este artigo é um depoimento a respeito de uma pesquisa em história social, mais tarde transformada em livro, realizada na década de 1980, na Amazônia. O objeto de estudo era o ciclo da borracha, com ênfase nas relações de produção estabelecidas entre seringueiros, aviadores e 'barões da borracha'. A metodologia empregada utilizou como fonte principal diversos arquivos, entre eles revistas, jornais e outras publicações da época, assim como a análise de documentos depositados em cartórios de Belém. O projeto inseria-se no quadro teórico da discussão sobre a validade explicativa da teoria da dependência. O artigo aponta para algumas limitações da abordagem então adotada, sem contudo desdenhar o significado que o estudo assumiu no levantamento de questões relativas à resistência dos seringueiros com relação à exploração de seu trabalho e à existência de correntes de opinião contraditórias entre a própria elite da borracha.
história do Brasil; Amazônia; ciclo da borracha; história social; pesquisa historiográfica
This article, which has been turned into a book, is the narration of a social history research work taken place in the Amazon region in the 1980's. The research studied the rubber cycle, emphasizing the relations among rubber workers, airplane pilots and the so-called 'rubber barons'. The main sources of information used in the study come from magazines, newspapers and other publications from that period of time, as well as documents from Belém City Hall archives. The project was part of a theoretical discussion on the explanatory validity of the theory of dependence. The article focus on the limitations of the approach used at the time, but it does not disregard the important contribution of the research, which brought up new issues on the rubber workers' resistance against the exploitation of their labor force, as well as on the existence of contradictory views among the members of the rubber elite themselves.
Brazilian history; Amazon region; rubber cycle; social history; historical documentation research
Experiência de pesquisa em uma região periférica: a Amazônia
A research experience in a peripheral region: the Amazon
Barbara Weinstein
Department of History
University of Maryland/College Park
WEINSTEIN, B.: 'Experiência de pesquisa em uma região periférica: a Amazônia'.História, Ciências, Saúde Manguinhos,Rio de Janeiro, vol. 9(2):261-72, maio-ago. 2002.
Este artigo é um depoimento a respeito de uma pesquisa em história social, mais tarde transformada em livro, realizada na década de 1980, na Amazônia. O objeto de estudo era o ciclo da borracha, com ênfase nas relações de produção estabelecidas entre seringueiros, aviadores e 'barões da borracha'. A metodologia empregada utilizou como fonte principal diversos arquivos, entre eles revistas, jornais e outras publicações da época, assim como a análise de documentos depositados em cartórios de Belém. O projeto inseria-se no quadro teórico da discussão sobre a validade explicativa da teoria da dependência.
O artigo aponta para algumas limitações da abordagem então adotada, sem contudo desdenhar o significado que o estudo assumiu no levantamento de questões relativas à resistência dos seringueiros com relação à exploração de seu trabalho e à existência de correntes de opinião contraditórias entre a própria elite da borracha.
PALAVRA-CHAVE: história do Brasil, Amazônia, ciclo da borracha, história social, pesquisa historiográfica.
WEINSTEIN, B.: 'A research experience in a peripheral region: the Amazon'. História, Ciências, Saúde Manguinhos, Rio de Janeiro, vol. 9(2):261-72, May-Aug. 2002.
This article, which has been turned into a book, is the narration of a social history research work taken place in the Amazon region in the 1980's. The research studied the rubber cycle, emphasizing the relations among rubber workers, airplane pilots and the so-called 'rubber barons'. The main sources of information used in the study come from magazines, newspapers and other publications from that period of time, as well as documents from Belém City Hall archives. The project was part of a theoretical discussion on the explanatory validity of the theory of dependence. The article focus on the limitations of the approach used at the time, but it does not disregard the important contribution of the research, which brought up new issues on the rubber workers' resistance against the exploitation of their labor force, as well as on the existence of contradictory views among the members of the rubber elite themselves.
KEYWORDS: Brazilian history, Amazon region, rubber cycle, social history, historical documentation research.
1 Para uma versão simplista da teoria da dependência, ver Gunder Frank (1969). Para uma versão mais sofisticada, ver Cardoso et al. (1979). Sobre a teoria no plano mundial, ver Wallerstein (1974).
2 Para uma crítica ao trabalho de Wallerstein, nesta linha, ver Stern (1988).
Abordagem teórica
O projeto de pesquisa que elaborei sobre a Amazônia do ciclo da borracha começou a tomar forma nos anos 1970. As questões levantadas no livro que resultoudapesquisa(Weinstein, 1993) hoje parecem relíquias da história antiga, e as referências teóricas tanto as adotadas como as criticadas eram características daquela época.
3 Euclides da Cunha (1999) chamou literalmente a Amazônia de "terra sem história".
4 Para uma visão mais sofisticada desta narrativa, ver Furtado (1963). Ver também um dos primeiros trabalhos acadêmicos publicados nos Estados Unidos sobre o ciclo da borracha (Melby, 1942). Para a versão de tipo sensacionalista, ver Wolf (1936) e Collier (1968).
Reinterpretando a história da Amazônia
Em resumo, minha questão era: como introduzir essas novas perspectivas no estudo do ciclo da borracha na Amazônia? Para meus colegas que estavam pesquisando a história dos camponeses no Peru ou na Bolívia, ou os pequenos lavradores do Sul dos Estados Unidos, a 'aplicação', a relevância dessa abordagem era evidente (Mallon, 1983; Larson, 1988; Hahn, 1982).
5 Os 'aviadores' (de aviar) eram os fornecedores dos seringueiros.
6 Atualmente o Arquivo Público do Estado do Pará, já separado da biblioteca pública, transformou-se bastante, encontrando-se mais bem organizado. Mas o aspecto forte do acervo continua sendo a documentação para o período colonial; os documentos relativos aos séculos XIX e XX, embora bem organizados e conservados, continuam sendo relativamente precários.
7 Tentei fazer uma análise fracamente especulativa sobre as relações entre os caboclos e os nordestinos (Weinstein, 1985).
O processo de pesquisa
Durante a elaboração da pesquisa, enfrentei uma série de dificuldades que às vezes deixavam-me desanimada. Em primeiro lugar, tive de enfrentar o 'presentismo' da comunidade acadêmica da Amazônia, dominada por antropólogos, sociólogos, geógrafos e biólogos que, de certa forma, compartilhavam da visão da Amazônia como uma região sem história (ou apenas com uma história que começara muito tardiamente). Havia destacadas exceções, como o economista Roberto Santos, que estava para lançar o livro História econômica da Amazônia (1980) quando cheguei a Belém.
Em segundo lugar, tive de enfrentar a indiferença da comunidade acadêmica brasileira fora da Amazônia com relação aos estudos históricos sobre essa região 'periférica'. Um encontro com o já então famoso cientista social Francisco Weffort levou-me a perceber que eu estava estudando a 'periferia da periferia', na linguagem da época. Weffort estava como visitante na universidade em que eu fizera pós-graduação. Conversei com ele brevemente, no dia anterior ao da minha primeira partida para Belém. Quando mencionei a pesquisa (com a insegurança típica dos alunos de pós-graduação que estão em fase inicial de projeto), ele não manifestou qualquer entusiasmo e alertou-me que seria muito mais interessante fazer pesquisa em São Paulo ou no Rio de Janeiro.
Havia uma certa ironia nisto. Quando eu esboçara pela primeira vez um tema para futura pesquisa, pretendia estudar as origens da classe trabalhadora em São Paulo, o que indicava a forte influência, em minha formação, do livro de E. P. Thompson (1964). Mas quando soubera que havia um historiador brasileiro pesquisando o mesmo assunto, desisti da idéia. Hoje entendo que havia espaço para muitas outras teses sobre o tema. Mas, na época, eu tentava evitar qualquer coisa que pudesse ter o sinal de 'imperialismo acadêmico' e achara problemático que uma norte-americana chegasse a São Paulo para pesquisar um tema que já estava sendo localmente investigado.
Foi naquele momento que minha orientadora, Emília Viotti da Costa, sugeriu como objeto de estudo o ciclo da borracha, acentuando que a indiferença à história da Amazônia não era universal entre os historiadores brasileiros. Respondi com muito entusiasmo à sugestão por uma série de razões, além das intelectuais a crítica da teoria da dependência etc. , já indicadas. Confesso que, desde a juventude, o 'exotismo' da região, que fazia parte de meu imaginário, por influência de filmes e romances, tinha um certo papel na decisão.
Mas o que pesou ainda mais foi minha certeza de que, com este projeto, eu não estaria 'invadindo' o território de historiadores brasileiros. Já sabia que a grande maioria dos historiadores no Brasil da época estava fazendo pesquisas no Rio de Janeiro e em São Paulo, e que poucos tinham recursos ou disposição para realizar estudos históricos na Amazônia.
Os 'desafios' enumerados eram de ordem profissional e política. No plano mais concreto, havia o grande problema da aparente falta de documentação, isto é, de documentação organizada e arquivada, sobretudo para a área de história social. A única solução para o problema foi utilizar uma grande variedade de fontes, e usá-las de maneira bastante criativa.
Antes de chegar ao Brasil, consultei várias fontes disponíveis nos Estados Unidos, entre elas a correspondência do consulado americano em Belém do Pará, crônicas de viajantes e a revista mensal da indústria norte-americana da borracha, India Rubber World, que acabou sendo uma das fontes mais importantes para meu estudo.
Chegando ao Brasil, fui primeiro ao Rio de Janeiro para pesquisar o Arquivo Nacional, a Biblioteca Nacional e o Instituto Histórico e Geográfico. Consultei relatórios dos presidentes de província, crônicas de viajantes brasileiros, a correspondência de certos presidentes da República com o governador do Pará, livros da Guarda Nacional, mas essa fase do estudo acabou sendo um pouco frustrante. O único arquivo do Rio de Janeiro no qual encontrei material interessante e não apenas para a história política foi o do Itamarati, que guarda uma extensa correspondência entre representantes dos interesses estrangeiros na Amazônia e o governo brasileiro.
Nos arquivos de Belém do Pará
Como fazer história social da Amazônia
A despeito de todo esse material, um problema persistia: toda a documentação era muito útil para um estudo das elites da época, mas prestava-se muito pouco a um estudo dos seringueiros e de outras figuras das classes populares. Obviamente havia um artigo ou crônica aqui, um protesto ou um registro de terra ali, a desvelarem algum aspecto da vida dos seringueiros, em geral de forma bastante indireta. Como então compensar essa falta de documentação sobre os seringueiros, fosse ela produzida por eles próprios, fosse pelos que testemunhavam a vida social e cultural que eles levavam?
Uma das estratégias para lidar com o problema era a agora famosa 'leitura a contrapelo' (reading against the grain). Isso quer dizer usar a documentação produzida pela elite, mas lendo-a apesar da intenção de seu autor. A melhor fonte para essa estratégia era, sem dúvida alguma, a India Rubber World, em cujas páginas os empresários norte-americanos queixavam-se continuamente da qualidade da mão-de-obra na Amazônia e da impossibilidade de 'racionalizar' a produção da borracha silvestre.
Esses empresários compunham um retrato do seringueiro como preguiçoso, desonesto e inquieto. É evidente que não se podia levar esse retrato totalmente a sério. Mas o teor dos comentários era tão diverso do retrato tradicional do seringueiro como um ser semi-escravizado que não se podia deixar de notar a diferença. Seria esta simplesmente uma fachada para disfarçar as terríveis práticas dos barões da borracha?
Pouco a pouco, fui acumulando uma série de evidências padrões de migração, queixas de diversos comerciantes, registros de terra, protestos e até estudos antropológicos que me levaram a uma conclusão: a grande maioria dos seringueiros, apesar de explorados, mantinha um grau de mobilidade física e utilizava certas estratégias que limitavam o controle do seu tempo e a expropriação do excedente de seu trabalho pelos aviadores/comerciantes. Uma sub-região como o Putumayo peruano, onde a população indígena vivia sob um regime de terror durante os últimos anos do boom, era exceção (Taussig, 1991; Stanfield, 1998).Os seringueiros não eram semi-escravos, mas pequenos produtores explorados pelos aviadores por meio das relações de troca.
8 O livro de Emília Viotti da Costa (1997) é um brilhante exemplo de um trabalho que continua atento às múltiplas formas de exploração e, ao mesmo tempo, reconhece a impressionante capacidade dos escravos para manter autonomia e modos de negociação com os donos do poder. Para um estudo que permanece insistindo na necessidade de se fazer a história dos explorados enfatizando-se a miséria, a alienação e a exploração, ver Gorender (1990).
Algumas conclusões
No sentido mais positivo, a pesquisa permitia-me construir um argumento que cumpriu os objetivos traçados no início deste depoimento. Não irei resumir aqui todos os argumentos do livro, que já se encontra traduzido para o português. Gostaria apenas de destacar alguns aspectos para deixar mais claro como elaborei os problemas históricos e historiográficos anteriormente citados.
Eu desejava inserir o ciclo da borracha na história mais ampla da Amazônia. Assim, por exemplo, mostrei que a borracha já dominava o comércio da região muitas décadas antes do boom e que havia uma certa corrente de resistência contra a extração do látex como principal atividade econômica da região. Essa 'resistência', ou essa crítica, não veio nem dos caboclos nem dos indígenas, mas de certos setores da classe dominante. As preocupações desses setores com relação ao comércio da borracha foram múltiplas.
Em primeiro lugar, havia uma forte corrente de opinião segundo a qual a coleta ou a extração não podia criar as condições para se construir uma sociedade 'civilizada'. Esse sistema de produção, que dependia de uma força de trabalho móvel, sem residência fixa, sem capacidade para introduzir melhoramentos e para construir uma vida familiar 'normal', não podia significar a fundação de uma sociedade estável e próspera. Em segundo lugar, com a memória da Cabanagem a revolta popular dos anos 1830 ainda bem viva entre as elites da região, havia uma campanha contra formas de produção que pudessem criar uma população excessivamente 'livre', isto é, sem supervisão e disciplina.
Havia uma tentativa séria de manter um 'corpo de trabalhadores' composto de homens não brancos e sem emprego fixo, abrangendo os habitantes empregados na 'coleta da seringa'. Evidentemente o caboclo que podia se sustentar coletando látex durante alguns meses do ano não estava disposto a trabalhar em troca de um ordenado diminuto nas fazendas das famílias tradicionais da região. E mais do que isso: a expansão do comércio da borracha criaria condições para uma presença maior de capital estrangeiro na região, uma potencialidade que sempre despertava reações ambivalentes dentro das classes dominantes da Amazônia (Weinstein, 1996).
Além de desvendar essas correntes de crítica, pude também mostrar que essas questões persistiam como um tipo de 'contradiscurso' durante todo o ciclo da borracha. Havia sempre um setor da elite regional que falava da prosperidade 'ilusória' propiciada pela borracha e que promovia o uso de verbas públicas para ampliar a colonização agrícola ou a pequena indústria. Esse 'contradiscurso' tinha seus próprios limites, mas ele mostra que a história do ciclo da borracha era bem mais complicada do que indicava a narrativa tradicional.
Tentei mostrar também que a imagem que existia sobre as elites da época era bastante distorcida e simplificada. Não havia, de um lado, os interesses estrangeiros, sempre perspicazes e dominantes, e, de outro, os barões da borracha, com sua vida de luxo estapafúrdio e mal preparados para enfrentar um colapso previsível. A rede de interesses comerciais foi bastante complexa, e muitas das casas aviadoras combinavam a presença de agentes de empresas no exterior, comerciantes que haviam recentemente migrado especialmente de Portugal e figuras conhecidas da elite tradicional da região. Isso significa que, na prática, não havia uma distinção fácil entre interesses externos e locais.
Ao mesmo tempo, houve diversas tentativas por parte dos interesses regionais no sentido de limitar o poder dos estrangeiros e para diversificar a economia local. Referindo-se a um dos mitos mais divulgados sobre o ciclo da borracha, os inventários dos comerciantes da época retratavam um estilo de vida absolutamente típico para os padrões das 'classes conservadoras' da época. Havia alguns palacetes mais extravagantes em Belém e em Manaus, mas o estilo de vida em geral não era nem um pouco 'excessivo' em termos dos padrões das famílias dessas classes. Existia uma certa tendência a comprar um número bem alto de navios a vapor, mas isso não contava como consumo conspícuo. Esta era considerada uma compra certa, confiável, que ampliava os investimentos e os ganhos de uma casa aviadora.
9 Ao longo dos últimos 25 anos, surgiram algumas fontes novas de estudo dos seringueiros, como Yungjohann (1989). Dois excelentes trabalhos que utilizam métodos de história oral são Muratorio (1991) e Wolff (1999).
Novas questões
10 O trabalho de Coelho (1999) é o mais importante exemplo desse modo de interpretação.
11 Sobre a transformação cultural, sobretudo do meio urbano, ver Coelho (1995) e Daou (2000).
12 Esses autores não situam seus trabalhos no interior de uma abordagem de rational choice theory. Mas a interpretação que fazem encaixa-se quase perfeitamente no argumento produzido por Samuel Popkin (1979), uma obra pioneira dessa tendência teórica.
Recebido para publicação em setembro 2001.
Aprovado para publicação em novembro 2001
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
06 Jan 2004 -
Data do Fascículo
Ago 2002
Histórico
-
Aceito
Nov 2001 -
Recebido
Set 2001