Analisa a construção histórica da ideia de obesidade como doença, partindo de diferenciação entre o normal e o patológico para indicar o deslocamento, na atualidade, da perspectiva antiga do cuidado de si para uma medicalização da vida. À luz de uma leitura biopolítica, articula-se como a obesidade demonstra, de modo paradigmático, os jogos de forças dispersos nos dispositivos de poder contemporâneos que incidem diretamente sobre o corpo, visando ao controle e à gestão sobre a vida. Nessa perspectiva, levanta-se uma crítica quanto ao tratamento da obesidade tendo em vista o progressivo aumento da tutela sobre a vida que se delineou nos Estados modernos, em que a exceção tornou-se regra.
obesidade; biopolítica; cuidado de si; medicalização