Este artigo discute a importância das viagens ao interior, nas três primeiras décadas da República, para a construção de interpretações do Brasil referidas à idéia do contraste entre sertão e litoral. A proposta de conhecimento dos sertões brasileiros é analisada como expressão de um movimento de forte conteúdo simbólico que acompanhou os projetos de delimitação de fronteiras, saneamento e integração econômica e política. Dado seu impacto na formação de matrizes do pensamento social brasileiro, o artigo discute as representações relacionadas à viagem de Euclides da Cunha a Canudos, consagradas em Os sertões, e aquelas presentes nos relatórios da Missão Rondon e das expedições científicas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), atual Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
missões republicanas; sertão; pensamento social brasileiro; viagens científicas do Instituto Oswaldo Cruz; Euclides da Cunha; Missão Rondon