O artigo relata a história de Pai Manoel, curandeiro que afirmava conhecer o remédio para o cólera. Escravo do engenho Guararapes, em Recife, durante o surto epidêmico de 1856 protagonizou episódio que colocou em xeque a atuação dos médicos e a eficácia dos tratamentos utilizados. O momento de crise deixou aparentes as tensões entre os que estavam autorizados a tratar os enfermos utilizando métodos científicos e outros, que o faziam a partir de saberes tradicionais. São discutidos temas como a configuração do campo da medicina no Brasil e, sobretudo, em Pernambuco, e as estratégias criadas para obter exclusividade de atuação e combater as formas de cura concorrentes.
curandeirismo; escravidão; cólera; Recife; Brasil Império