O artigo se refere ao fenômeno da especificidade curricular que as escolas rurais uruguaias tiveram durante mais de um século e à ruptura registrada em 2009 quando se começou a aplicar uma estrutura curricular comum a escolas urbanas e rurais. Analisam-se as circunstâncias históricas da pedagogia rural e, em particular, uma de suas materialidades simbolicamente mais potentes constituída pelo Programa para Escolas Rurais de 1949. Assim mesmo, refere-se ao peso que essa pedagogia continua tendo atualmente e da maneira como influi na gestão curricular do programa único. As especificidades social e didática da escola rural têm efeitos evidentes sobre o programa curricular no seu sentido mais amplo, com alcances muito mais extensos que os relativos ao currículo prescrito. No entanto, o desafio da escola rural atual, de abordar a nova estrutura curricular de caráter único, não é tão diferente do que se registrou historicamente: dialogar com o meio de igual para igual e maximizar o potencial de aprendizagem proporcionado pela instituição educacional, pela comunidade e estrutura multidisciplinar do grupo.
escola rural; currículo; programa; pedagogia rural