Resumo
Este artigo discorre sobre a presença do desenho como ferramenta doutrinadora, de técnicas rígidas e temas angelicais, na formação educacional das meninas através do ensino do bordado no final do século XIX e início do XX. Assim, é analisado como bordar foi um saber transposto do espaço doméstico para a vivência escolar, consolidando a concepção deste trabalho manual como uma atividade exclusivamente feminina e destacando a integração entre o desenhar e o bordar ao longo de sua prática em sala de aula. A compreensão deste tema é costurada pela análise acerca do cenário político e social da época, através do desenvolvimento da educação formal e os ideais de feminilidade vigentes entre o Brasil colonial, imperial e republicano. A partir deste estudo, identificam-se aspectos que influenciam no século XXI a continuidade da criação de bordaduras no cenário brasileiro.
Palavras-chave:
bordado; desenho; educação; mulher; Brasil