Resumo
Este artigo debate a trajetória intelectual da ativista pelos direitos da mulher e da criança operárias, Carolina Muzilli que, nascida na Argentina em 1889, em família proletária, não pode seguir estudos universitários após o curso Normal. Dedicou-se então, como autodidata, a pesquisas sobre trabalho infantil e feminino na Argentina, apropriando-se de técnicas da estatística social desenvolvidas pelo italiano Alfredo Nicéforo, trazendo à tona, com rigor científico, a situação de exploração e injustiça social vigentes no período. Muzilli também adentrou o campo de estudos eugênicos, dominado por homens brancos, para defender a ideia neolamarckista de que o melhor fator eugênico para uma população forte seria a elevação das condições de vida e educação das classes populares. Através da pesquisa histórica este estudo destaca suas contribuições e desafios enfrentados durante as primeiras décadas do século XX, ressaltando a intersecção de gênero e classe em sua luta por justiça social
Palavras-chave:
Carolina Muzilli; História da Infância; História da Educação Feminina; História da Educação; mulheres na ciência