RESUMO
Neste presente artigo, intentarei problematizar, por meio de uma história cruzada entre Brasil e Portugal, a noção de arte no cinema, já que ela vem servindo de plataforma para miríades de afazeres cinematográficos na contemporaneidade. Mais especificamente, tentarei argumentar, a partir das balizas teóricas e metodológicas ofertadas por Michel Foucault, como a redução da exuberante variedade de sentidos e estratégias imputadas ao conceito de arte nos idos de 1950 e 1960 não pode ser explicada a contento pelo viés do apuramento do polo da recepção, como se os dirigentes da cultura cinematográfica na atualidade tivessem, enfim, descoberto a verdadeira nervura do cinema, antes eclipsada pelo imperialismo do cinema estadunidense. Antes, buscarei trazer à tona a pletora de objetivos políticos que o movimento cineclubista buscou alcançar por intermédio da operacionalização do conceito de arte.
Palavras-chave:
Arte; Cinema; Movimento Cineclubista; Genealogia; Michel Foucault.