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Na Bahia Setecentista, um pioneiro do abolicionismo?

No ano de 1992, foi republicado por Paulo Suess Etíope Resgatado, de autoria do Pe. Manuel Ribeiro Rocha. Tratava-se de obra raríssima, pois, quanto consta, só havia em todo o Brasil um único exemplar, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Já vinha eu fazendo pesquisas em torno do Pe. Ribeiro Rocha, a quem costumava qualificar de "pioneiro do abolicionismo" no Brasil. Com a reedição de Etíope Resgatado, tomei conhecimento da leitura de Paulo Suess, numa direção quase totalmente contrária. Para este, Ribeiro Rocha não passaria de um simples "reformista", que nada acrescentara de ideia libertária ao problema da escravidão negra. Aliás, essa tinha sido a tese de Ronaldo Vainfas e José Honório Rodrigues, que veem na obra de Ribeiro Rocha mais um exemplar do "pensamento escravista", que apenas condenava, como o faziam todos os homens de Igreja, os excessos e barbaridades da escravidão negra. Todo este nosso trabalho se orienta, portanto, na direção de uma leitura "abolicionista" do Etíope Resgatado, embora admita as evidências claras de "concessões" feitas por Ribeiro Rocha à situação escravocrata de seu tempo.

Etiope resgatado; Ribeiro Rocha; escravidão; igreja


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