Entre 2003 e 2009, o Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB), de Belo Horizonte, formulou uma política de acervos dedicada a ampliar o leque de artefatos passíveis de tratamento museológico. Considerando o espaço urbano suporte de memória, realizou intervenções museais, em que a história de lugares da cidade era narrada por meio de painéis acomodados em expositores feitos em aço e vidro com base de concreto, concebidos para integrar (e dialogar com) aquele. Abordando aqui o último desses projetos, reflito sobre a experiência de musealização do lugar, sítio particular que seria reivindicado por moradores para se tornar parque municipal e receber um centro cultural. Cruzando material obtido em trabalhos de campo com a pesquisa em arquivo e contrastando cotidiano e memória oficial, a pesquisa resultou numa exposição que aborda a configuração do lugar em sua dinâmica e complexidade, como espaço disputado por diferentes atores em diversos contextos históricos.
História urbana; intervenções museais; lugar; cidade; movimentos sociais