RESUMO
Nosso foco recai no processo de ocupação agrícola e no evolver econômico das localidades paulistas de Bragança, Mogi das Cruzes e Jacareí nas três primeiras décadas do século XIX. Através do recurso a documentação primária diversa, em especial de caráter censitário, nosso objetivo é traçar um perfil das atividades produtivas/econômicas e dos gêneros cultivados, ligando-os às possibilidades de comércio, de forma a caracterizar a estrutura produtiva local e seu evolver, e descrever a estrutura fundiária, ou seja, a forma como a terra se dividia em faixas de tamanho de propriedades, de acordo com o processo histórico de ocupação da área analisada, observado a partir das formas de aquisição das propriedades. A estrutura fundiária encontrada apresenta duas características marcantes: de um lado, identificamos a fragmentação da propriedade agrária com a disseminação de pequenas propriedades a partir de processos sucessórios entre gerações, levando à concentração da propriedade da terra; de outro, nos deparamos com a existência de um marcante mercado de terras, enquanto a estrutura produtiva aponta para o caráter primordialmente agrícola das localidades, com percentual marcante de fogos ligados ao setor agricultura e produzindo gêneros de abastecimento interno para autoconsumo, além de se beneficiaram do comércio com outras áreas, importante na geração de renda e que se dava a partir de alguma especialização e diferenciação na produção entre as localidades.
Palavras-chave:
Produção e comércio; Posse de terras; São Paulo no século XIX