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Mulheres à proa: relatos sobre a experiência da emigração portuguesa no século XIX

Women to the fore: narratives about the experience of Portuguese emigration in the 19th century

Resumo

Em 10 de julho de 1862, a e(i)migrante Maria Eugênia, moradora da Freguesia de Ribeirinho, na Ilha Terceira, ao embarcar no Patacho Esperança com destino ao Rio de Janeiro, declarou que devia ao capitão daquela embarcação a quantia de 70 pesos, referente a uma passagem de proa. Do mesmo modo que Maria Eugênia, que era analfabeta, solteira e sem sobrenome, muitas outras e(i)migrantes portuguesas se deslocaram ilegalmente para o Brasil durante a segunda metade do século XIX. Contudo, devido a sua baixa representatividade numérica no contexto e(i)migratório, a experiência dessas mulheres tem sido relegada pela historiografia, em prol das análises que enfocam prioritariamente os e(i)migrantes do gênero masculino. Na tentativa de contribuir para o desvendamento dessas experiências, este artigo tem como objetivo problematizar, a partir de documentos consulares e fontes bibliográficas, relatos produzidos sobre mulheres e(i)migrantes.

Palavras-chave:
mulheres portuguesas; e(i)migração clandestina; relatos de viagem.

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