RESUMO
Este estudo de caso múltiplo pretende dar a conhecer a forma como os documentos curriculares oficiais de dois Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) enquadram o ensino da História (da África). Explorou-se, assim, certa dimensão da realidade educativa de Angola e de Cabo Verde, países selecionados pelo acesso possível, na internet, aos programas da componente curricular de História para diferentes níveis de ensino e pelo conhecimento prévio dos autores. Sem interpretar os resultados alcançados como passíveis de generalização para outros contextos nacionais, os dados recolhidos permitem tecer considerações a propósito de conteúdos específicos privilegiados, de competências do pensamento histórico potenciadas pelo ensino da História de África delineado, da articulação entre essa perspetiva mais abrangente e a História local ou nacional e, ainda, das orientações que remetem para a formação cidadã e identitária dos jovens estudantes. Trata-se de uma investigação reveladora de diferenças entre os dois países no que concerne os saberes selecionados e finalidades formativas assumidas, corroborando a relevância de documentos oficiais contextualizados, mas também de proximidades relacionadas com a intenção de contrariar a visão eurocêntrica que tende a prevalecer quando se conta a História da Humanidade.
Palavras-chave:
documentos curriculares; História de África; aprendizagem histórica