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Clergy, nobility and crown in Decadência

No presente trabalho tenciono indagar as causas internas que dirigiram o império marítimo português à decadência. Depois de uma revisitação da historiografia relativa ao declínio do Estado da Índia, procedo a uma análise do triângulo de Monarca-Igreja-Nobreza durante os Descobrimentos e dos seus papéis respectivos no evoluir do Império português. É verificável que a absolutização da Coroa, a sobre-expansão do clero e a potenciação da aristocracia tornaram-se as características mais salientes e duradouras na estrutura social portuguesa depois de o país se lançar nas façanhas marítimas, do que resultou a agricultura prejudicada e indústria atrasada. A predominância dessas três instituições, por um lado, impediu a ascensão da burguesia, assim dificultando a transformação da economia mercantilista na capitalista, e, por outro, promoveu espírito aventureiro não-produtivo e aversão contra o trabalho manual tanto na metrópole como no ultramar. Portanto, o declínio do Império português principia-se "de dentro" ao invés de "de fora", e bem antes de ataques holandeses que só o aceleraram.

Império Português; historiografia; mercantilismo


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