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Bignoniaceae na Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó, Uberlândia, MG, Brasil1

RESUMO

(Bignoniaceae da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó, Uberlândia, MG, Brasil). O presente estudo teve como objetivo apresentar um inventário florístico de Bignoniaceae da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó, Uberlândia, MG, Brasil. Encontramos 20 espécies distribuídas em 10 gêneros, ocorrendo em diferentes fitofisionomias, prioritariamente no cerrado sensu stricto, campo sujo, campo úmido e vereda. Adenocalymma e Jacaranda são os gêneros mais diversos (quatro spp. Cada), seguidos de Anemopaegma, Cuspidaria, Fridericia, Handroanthus (duas spp. Cada) e Amphilophium, Pyrostegia, Tabebuia e Zeyheria (uma espécie cada). São fornecidos descrições morfológicas, imagens, comentários sobre a distribuição e taxonomia, bem como chave de identificação para as espécies.

Palavras-chave:
Cerrado; diversidade; inventário florístico; taxonomia

ABSTRACT

(Bignoniaceae in the Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó, Uberlândia, Minas Gerais State, Brazil). This study aimed to present a floristic inventory of Bignoniaceae in the Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó, Uberlândia, Minas Gerais State, Brazil. Twenty species distributed in 10 genera were found occurring in different phytophysiognomies, mainly in the cerrado sensu stricto, campo sujo, campo úmido and vereda. Adenocalymma and Jacaranda are the most diverse genera (four spp. Each), followed by Anemopaegma, Cuspidaria, Fridericia, Handroanthus (two spp. Each), and Amphilophium, Pyrostegia, Tabebuia and Zeyheria (one species each). Morphological descriptions, images, comments on the distribution and taxonomy, as well as identification keys for the species are provided.

Keywords:
Cerrado; diversity; floristic inventory; taxonomy

Introdução

O Cerrado, segundo maior bioma da América do Sul, ocupa uma área de 2.036.448 km², ca. 22% do território nacional (Brasil 2019). Por apresentar uma flora rica e diversa com 44% de espécies endêmicas, tem sido tratado como um dos hotspots para a conservação da biodiversidade mundial (Klink & Machado 2005Klink, C.A. & Machado, R.B. 2005. A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade 1: 147-155.). O bioma caracteriza-se como um mosaico de diferentes fitofisionomias com composição florística distintas: cerradão, cerrado sensu stricto e campos cerrados (Eiten 1971Eiten, G. 1971. Habitat of Fazenda Campininha. São Paulo, Brazil. In: M.G. Ferri (coord.). Edusp. Ed. Edgar Blucher LTDA, pp. 155-202.). Por esse motivo, apresenta diferenciados habitats em que os representantes de Bignoniaceae são encontrados.

Bignoniaceae apresenta cerca de 860 espécies em 82 gêneros (Lohmann & Ulloa 2006Lohmann, L.G. & Ulloa, C.U. 2006. Bignoniaceae. iPlants protptype checklist. Disponível em http://www.iplants.org (acesso em 22-XI-2019).
http://www.iplants.org...
) com distribuição pantropical e poucos representantes em regiões temperadas (Fischer et al. 2004Fischer, E., Theisen, I. & Lohmann, L.G. 2004. Bignoniaceae. The families and genera of vascular plants. In: J.W. Kadereit (ed.). Springer Verlag Heidelberg, Germany, pp. 9-38.). O Brasil conta com 417 espécies alocadas em 33 gêneros, sendo 203 espécies endêmicas do país. No Cerrado a família está representada por 171 espécies e 28 gêneros (Flora do Brasil 2020). Os membros de Bignoniaceae são geralmente reconhecidos pelo hábito lenhoso, folhas opostas, flores tubulares, zigomorfas e vistosas, quatro estames didínamos com um estaminódio e frutos capsulares secos com duas valvas (Gentry 1980Gentry, A.H. 1980. Bignoniaceae. Part I (Crescentieae and Tourretieae). Flora Neotropica 25: 130., Lohmann 2004, Olmstead et al. 2009Olmstead, R.G., Zjhra, M.L., Lohmann, L.G., Grose, S.O. & Eckert, A.J. 2009. A molecular phylogeny of Bignoniaceae. American Journal of Botany 96: 1731-1743.).

Dando continuidade aos estudos da flora da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia (CCPIU) (Araújo et al. 2002Araújo, G.M., Barbosa, A.A.A., Arantes, A.A. & Amaral, A.F. 2002. Composição florística de veredas no município de Uberlândia, MG. Revista Brasileira de Botânica 25: 475-493., Bacci et al. 2016Bacci, L.F., Versiane, A.F.A., Oliveira, A.L.F. & Romero, R. 2016. Melastomataceae na RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó, Uberlândia, MG, Brasil. Hoehnea 43: 541-556.), o estudo em questão apresenta o tratamento taxonômico das espécies de Bignoniaceae que ocorrem na Reserva, fornecendo chave de identificação, descrições morfológicas e dados de ocorrência na área, bem como comentários sobre as espécies.

Material e métodos

Área de estudo - O estudo foi realizado no interior do Clube Caça e Pesca Itororó, no município de Uberlândia, Estado de Minas Gerais, Brasil (figura 1 a), em uma área que, devido sua vasta biodiversidade e boa conservação, foi definida em 1992 pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). A Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia está localizada a 8 km a oeste do perímetro urbano de Uberlândia, nas coordenadas geográficas 18º30’-19º30’S e 47º50’-48º50’W (figura 1 b) (Lima et al. 1989Lima, S.C., Rosa, R. & Feltran Filho, A. 1989. Mapeamento do uso do solo no município de Uberlândia - MG, através de imagens TM/LANDSAT. Sociedade & Natureza 1: 127-145.). A área da Reserva apresenta 127 hectares, onde são identificadas duas fitofisionomias principais: o cerrado sensu stricto (figura 2 d) e o campo sujo (figura 2 b), que são atravessados por uma vereda (figuras 2 e-f) e duas pequenas manchas de mata de galeria (figura 2) (Apolinário & Schiavini 2002Apolinário, V.A.R. & Schiavini, I. 2002. Levantamento Fitossociológico de espécies arbóreas de cerrado (strictu sensu) em Uberlândia - Minas Gerais. Boletim do Herbário Ezechias Paulo Heringer 10: 57-75.).

Figura 1
a. Mapa indicando a localização do Clube Caça e Pesca Itororó, Uberlândia, MG, Brasil. Fonte: Malacco et al. (2013). b. área da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó, Uberlândia, MG, Brasil (limite da Reserva em linha laranja). Fonte: Google Earth website. Disponível em http://google.com/earth (acesso em 15-I-2019).
Figure 1
a. Map indicating the location of the Clube Caça e Pesca Itororó, Uberlândia, Minas Gerais State, Brazil. Source: Malacco et al. (2013). b. area of the Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó, Uberlândia, Minas Gerais State, Brazil (boundaries of the Reserve in orange line). Source: Google Earth website. Available from http://google.com/earth (accessed on 15-I-2019).

Figura 2
Fitofisionomias na Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó, Uberlândia, MG, Brasil. a. campo limpo. b. campo sujo. c. campo úmido. d. cerrado sensu stricto. e-f. vereda. (Fotos - a, b, d, e: Rosana Romero; c, f: Darllan Vale Duarte).
Figure 2
Phytophysiognomies in the Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó, Uberlândia, Minas Gerais State, Brazil. a. campo limpo. b. campo sujo. c. campo úmido. d. cerrado stricto sensu. e-f. vereda. (Photos - a, b, d, e: Rosana Romero; c, f: Darllan Vale Duarte).

Tratamento taxonômico - Para o estudo das espécies de Bignoniaceae foram analisadas as coleções de exsicatas depositadas no Herbário HUFU (acrônimo segundo Thiers 2020Thiers, B. 2020. Index Herbariorum: A global directory of public herbaria and associated staff. New York Botanical Garden’s Virtual Herbarium. Disponível em http://sweetgum.nybg.org/ih/ (acesso em 05-I-2019).
http://sweetgum.nybg.org/ih/...
, continuamente atualizado). Adicionalmente, foram realizadas coletas semanais, de outubro de 2017 a junho de 2018, objetivando cobrir todas as diferentes fitofisionomias da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, a fim de verificar novas ocorrências de Bignoniaceae na área de estudo, além de incrementar o acervo da família no Herbário HUFU.

A validação da identidade taxonômica de 115 exsicatas foi feita utilizando-se os trabalhos de Bureau & Schumman (1896Bureau, L.E. & Schumann, K.M. 1896. Bignoniaceae. In: C.F.P. Martius, A.G. Eichler & I. Urban (eds.). Flora Brasiliensis. Lipsae, Muchen, p. 298.), Gentry (1973Gentry, A.H. 1973. Flora of Panama, part IX. Family 172. Bignoniaceae. Annals of the Missouri Botanical Garden 60: 781-977. , 1992), Lohmann & Pirani (1998Lohmann, L.G. & Pirani, J.R. 1998. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Bignoniaceae. Boletim de Botânica Universidade de São Paulo 17: 127-153.), Scudeller & Carvalho-Okano (1998Scudeller, V.V. & Carvalho-Okano, R.M. 1998. Bignoniae (Bignoniaceae) no Parque Estadual do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil. Iheringia Série Botânica 51: 79-133. ), Scudeller (2004), Pereira & Mansano (2008Pereira, H.P & Mansano, V.F. 2008. Estudos taxonômicos da tribo Tecomeae (Bignoniaceae) no Parque Nacional do Itatiaia, Brasil. Rodriguésia 59: 265-289.), Rodrigues (2012Rodrigues, M.C. 2012. Bignoniáceas de dezoito fragmentos florestais remanescentes no noroeste paulista, Brasil. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista, Botucatu.), Espirito Santo et al. (2013Espírito Santo, F.S., Silva-Castro, M.M. & Rapini, A. 2013. Flora da Bahia: Bignoniaceae 2 - Aliança Tabebuia. Sitientibus série Ciências Biológicas 13: 13-38 ), Santos et al. (2013Santos, L.L, Santos, L.L., Alves, A.S.A., Oliveira, L.S.D. & Sales, M.F. 2013. Bignoniaceae Juss. no Parque Nacional Vale do Catimbau, Pernambuco. Rodriguésia 64: 479-494.) e Machado & Romero (2014Machado, A.I.M.R. & Romero, R. 2014. Bignoniaceae das Serras do Município de Capitólio e Delfinópolis, Minas Gerais. Rodriguésia 65: 1003-1021.). Eventualmente foram analisadas imagens das exsicatas do Herbário Virtual Reflora (http://reflora.jbrj.gov.br). A descrição da família foi baseada em De Candolle (1845De Candolle, A.P. 1845. Borragineae. In: A.P. De Candolle (ed.). Prodromus systematis naturalis regni vegetabilis. Treuffel & Wurtz, Paris, pp. 466-559.), Bureau & Schumann (1896-1897), Gentry (1973, 1992), Sandwith & Hunt (1974Sandwith, N.Y. & Hunt, D.R. 1974. Anemopaegma. In: Flora ilustrada catarinense, pp. 96-103.), Lohmann & Pirani (1996) e Machado & Romero (2014). As descrições morfológicas das estruturas vegetativas e reprodutivas das espécies foram baseadas apenas nas coleções feitas na Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, exceto quando indicado nos materiais examinados, e a terminologia utilizada seguiu Radford et al. (1986Radford, A.E., Dickson, W.C., Massey, J.R. & Bell, C.R. 1986. Vascular plants systematic. 2 ed. New York: Harper and Row.). Para a análise e medição das estruturas vegetativas e reprodutivas utilizou-se microscópio estereoscópico Zeiss® em diferentes aumentos e paquímetro digital. Dados de floração, frutificação e, quando disponíveis, informações sobre o habitat das espécies foram obtidos das etiquetas presentes nas exsicatas e das observações feitas em campo. A chave de identificação para as espécies foi feita com base nos caracteres diagnósticos das coleções examinadas. As imagens dos caracteres morfológicos diagnósticos foram capturadas com auxílio de câmera digital Canon em diferentes aumentos.

Resultados e Discussão

A família Bignoniaceae está representada na Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia por 20 espécies distribuídas em 10 gêneros. Adenocalymma Mart. Ex Meisn. Emend L.G. Lohmann e Jacaranda Juss. Apresentam quatro espécies cada; seguidos de Anemopaegma Mart. Ex Meisn., Fridericia Mart., Cuspidaria DC. E Handroanthus Mattos com duas espécies cada e Amphilophium Kunth, Pyrostegia C. Presl, Tabebuia Gomes ex DC. E Zeyheria Mart. Com uma espécie cada.

De um modo geral, as espécies exibem hábito arbustivo (14 espécies), subarbustivo (seis espécies), arbóreo (cinco espécies), herbáceo ou trepador (quatro espécies cada). Esta diversidade de hábitos possibilita a ocorrência das espécies no cerrado sensu stricto, campo sujo, campo úmido e na vereda, havendo predomínio no cerrado sensu stricto.

Com relação às espécies de Bignoniaceae encontradas na Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, as características mais importantes para identificá-las em campo são o tipo de hábito, a presença de tricomas, o formato das folhas e a presença de gavinhas, bem como a coloração e o formato da corola e do cálice.

Tratamento taxonômico

Bignoniaceae Juss.

Árvores, arbustos ou subarbustos, predominantemente trepadoras. Ramos com profilos. Folhas geralmente opostas, 2-3-folioladas, com o folíolo terminal substituído por uma gavinha bífida, trífida ou simples, digitadas, pinadas ou 2-3-ternadas. Inflorescência terminal ou axilar; flores vistosas, pentâmeras, monóclinas, diclamídeas; cálice cupular, truncado, bilabiado; corola tubular, campanulada ou infundibuliforme, suavemente bilabiada; estames didínamos, inclusos ou excertos do tubo da corola, filetes filiformes, estaminódio presente, mais curto que os estames, raro excedendo os estames, anteras retas, bitecas, raro monotecas; ovário súpero, bicarpelar, bilocular, óvulos numerosos; estilete alongado, filiforme; disco nectarífero usualmente conspícuo e anular, às vezes ausente; fruto cápsula ou síliqua; sementes aplanadas, usualmente aladas, alas hialinas e membranáceas.

Chave de identificação para as espécies de Bignoniaceae da Reserva do Clube Caça e Pesca

Itororó de Uberlândia, MG, Brasil

  • 1. Estaminódio maior que os estames

    • 2. Ramos quadrangulares; lâmina foliolar de 2ª ordem com margem serreada; nervuras reticuladas; estigma largamente ovado ................................................................................................................................................................ Jacaranda rufa

      2. Ramos cilíndricos; lâmina foliolar de 2ª ordem com margem inteira; nervuras broquidódromas; estigma lanceolado

      • 3. Lâmina foliolar de 2ª ordem cartácea, elíptica ......................................................................................... Jacaranda puberula

        3. Lâmina foliolar de 2ª ordem coriácea, lanceolada

        • 4. Pecíolos alados; cálice roxo, campanulado; corola roxa, infundibuliforme ......................................... Jacaranda decurrens

          4. Pecíolos não alados; cálice vináceo, tubuloso; corola rosa ou vinácea, tubulosa ........................................... Jacaranda ulei

  • 1. Estaminódio menor que os estames

    • 5. Cálice com glândulas pateliformes no terço superior

      • 6. Corola inteiramente amarela, podendo apresentar os lobos alvos

        • 7. Gavinhas simples; lâmina foliolar lanceolada

          • 8. Cálice 5-denticulado, cobrindo a base do tubo da corola; corola infundibuliforme, ca. Quatro vezes maior que o cálice .................................................................................................................................................. Adenocalymma ampícola

            8. Cálice irregularmente partido, às vezes bilabiado, cobrindo metade do tubo da corola; corola tubulosa, ca. Duas vezes maior que o cálice ....................................................................................................................... Adenocalymma nodosum

        • 7. Gavinhas ausentes; lâmina foliolar estreito-lanceolada ou oblanceolada

          • 9. Lâmina foliolar coriácea, margem não revoluta, ambas as faces glabras, glândulas pateliformes ausentes, nervuras secundárias peninérveas; corola com glândulas patelifomes nos lobos ................................... Anemopaegma acutifolium

            9. Lâmina foliolar cartácea, margem revoluta, ambas as faces híspido-vilosas, glândulas pateliformes presentes, nervuras secundárias craspedódromas; corola desprovida de glândulas pateliformes nos lobos ................ Anemopaegma arvense

      • 6. Corola externamente branca, internamente amarela ou inteiramente lilás

        • 10. Trepadeira; folhas 2-folioladas, gavinhas trífidas em forma de gancho, com discos adesivos; cálice truncado; corola com tubo curvado; estigma rômbico ............................................................................... Amphilophium elongatum

          10. Erva, arbusto ou árvore; folhas unifolioladas, gavinhas e discos adesivos ausentes; cálice 5-denticulado; corola com tubo reto; estigma elíptico ....................................................................................................... Fridericia platyphylla

    • 5. Cálice desprovido de glândulas pateliformes

      • 11. Estames excertos ...................................................................................................................................... Pyrostegia venusta

        11. Estames inclusos

        • 12. Cálice verde, marrom-esverdeado ou creme; tubo da corola reto

          • 13. Folhas 2-folioladas ou pinadas, imparipinadas

            • 14. Gavinhas ausentes; lâmina foliolar com ápice cuspidado; cálice campanulado, 5-denticulado; corola branca ......................................................................................................................................................................... Fridericia florida

              14. Gavinhas simples; lâmina foliolar com ápice agudo; cálice tubuloso, bilabiado; corola amarela

              • 15. Arbusto; profilos linear-elípticos, com glândulas pateliformes em ambas as faces; lâmina foliolar coriácea, face adaxial bulada; cálice cobrindo a base do tubo da corola ................................................... Adenocalymma peregrinum

                15. Subarbusto; profilos elípticos, com glândulas pateliformes somente na face abaxial; lâmina foliolar cartácea, face adaxial não bulada; cálice cobrindo mais que a base do tubo da corola .................................. Adenocalymma axillare

          • 13. Folhas digitadas, 3-5-folioladas

            • 16. Ramos não quilhados; cálice 3-lobado, cobrindo mais da metade do tubo da corola; corola tubulosa; ovário ovoide; cápsula ovoide, superfície mucronada ................................................................................................ Zeyheria montana

              16. Ramos quilhados; cálice 5-lobado ou irregularmente partido, não cobrindo mais da metade do tubo da corola; corola infundibuliforme; ovário tubuloso; síliqua elíptico-lanceolada, superfície regular

              • 17. Corola branca, lobos da corola com margem vilosa ......................................................................... Tabebuia insignis

                17. Corola amarela, lobos da corola com margem não vilosa

                • 18. Lâmina foliolar concolor, cartácea, elíptica, base arredondada, ápice acuminado, margem ondulada; umbela composta; cálice externamente estrelado-tomentoso; corola externa e internamente glabra, lobos com glândulas pateliformes ...................................................................................................................... Handroanthus serratifolius

                  18. Lâmina foliolar discolor, coriácea, obovada, base atenuada, ápice retuso, margem inteira; botrióide; cálice externamente dentrítico-tomentoso; corola externa e internamente esparso dentrítico-vilosa, lobos desprovidos de glândulas pateliformes ....................................................................................................... Handroanthus ochraceus

        • 12. Cálice róseo; tubo da corola curvado

          • 19. Folhas 3-folioladas, raro 2-folioladas, folíolo terminal modificado em gavinha simples; lâmina foliolar elíptica, base cuneada, ápice acuminado; cálice irregularmente partido, desprovido de sépalas fundidas em dois grupos ............................................................................................................................................................... Cuspidaria sceptrum

            19. Folhas 3-folioladas, nunca 2-folioladas, desprovidas de folíolo terminal modificado em gavinha simples; lâmina foliolar ovada, base atenuada, ápice agudo; cálice bilabiado, sépalas fundidas em dois grupos ..................................................................................................................................................................................... Cuspidaria pulchra

20. Adenocalymma axillare (K. Schum.) L.G. Lohmann, Ann. Missouri Bot. Gard. 99(3): 387. 2014.

Figura 5a

Subarbusto, 0,8-0,85 m alt. Ramos cilíndricos, sólidos, esparso vilosos, estriados, lenticelas presentes. Profilos elípticos, bastante desenvolvidos, esparso vilosos na margem, glândulas pateliformes presentes na face abaxial. Folhas pinadas, imparipinadas, gavinhas simples, discos adesivos ausentes, pecíolos 5,5-13 cm compr., folíolos subsésseis, peciólulos 0,5-1 cm compr., lâmina foliolar 2,4-10,3 × 1,1-3,3 cm, levemente discolor, cartácea, elíptica, base atenuada, ápice agudo, margem inteira, ambas as faces glabras, esparso vilosa apenas nas nervuras primária, glândulas pateliformes esparsas na face abaxial, domácias ausentes na face abaxial, 4-9 pares de nervuras secundárias, peninérveas. Racemo axilar, 10-13 cm compr.; cálice ca. 17 × 7 mm, verde, tubuloso, bilabiado, externa e internamente glabro, glândulas pateliformes ausentes na parte externa; corola ca. 35 × 12 mm, amarela, tubulosa, tubo reto, externa e internamente glabra, lobos 8-10 × 12-18 mm, inserção dos estames vilosa; estames inclusos, estaminódio menor que os estames; ovário tubuloso, estilete ca. 32 mm compr., estigma rômbico; disco nectarífero aneliforme. Síliqua 13,8-14,2 × 1,2-1,9 cm, marrom, elíptico-lanceolada, regular, glabra. Semente 12-25 × 10-15 mm, alada.

Gênero nativo do Brasil com 68 espécies. Adenocalymma axillare ocorre nos Estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e no Distrito Federal (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é pouco frequente. Caracteriza-se pelos profilos elípticos, bastante desenvolvidos, esparso vilosos na margem, com glândulas pateliformes na face abaxial (figura 5 a) e folhas pinadas, imparipinadas com folíolos elípticos.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 10-VIII-1995, E.O. Leenza et al. 8 (HUFU); 23-I-1996, E.O. Leenza et al. 282 (HUFU); 6-II-1996, E.O. Leenza et al. 334 (HUFU); 26-III-2004, A.P.A. Oliveira 122 (HUFU).

2. Adenocalymma campícola (Pilg.) L.G. Lohmann, Ann. Missouri Bot. Gard. 99(3): 389. 2014.

Figuras 3 a, 5 b-c

Subarbusto ou arbusto, 1,4-2 m alt. Ramos cilíndricos, sólidos, esparso vilosos, estriados, lenticelas presentes. Profilos côncavos, pouco desenvolvidos, esparso vilosos na margem, glândulas pateliformes presentes em ambas as faces. Folhas pinadas, imparipinadas, gavinhas simples, discos adesivos ausentes, pecíolos 2-4 cm compr., folíolos subsésseis, peciólulos 0,3-0,5 cm compr., lâmina foliolar 0,9-8 × 0,1-1,2 cm, concolor, cartácea, lanceolada, base atenuada, ápice agudo, margem inteira, ambas as faces glandulosas, face abaxial esparso vilosa, indumento mais denso na nervura primária, domácias presentes na nervura primária, 5-12 pares de nervuras secundárias, peninérveas. Racemo axilar, 1-2,5 cm compr.; cálice ca. 15 × 8 mm, verde, tubuloso, 5-denticulado, cobrindo a base do tubo da corola, externamente esparso glanduloso-viloso, glândulas pateliformes no terço superior, internamente glanduloso; corola ca. 60 × 12 mm, amarela, infundibuliforme, tubo reto, externamente glabra, internamente denso glandulosa, lobos 8-10 × 8-9 mm, inserção dos estames vilosa; estames inclusos, estaminódio menor que os estames; ovário tubuloso, estilete ca. 35 mm compr., estigma rômbico; disco nectarífero aneliforme. Frutos não vistos.

Adenocalymma campicola ocorre nos Estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é muito frequente. Caracteriza-se pela lâmina foliolar lanceolada (figura 5 b), domácias na nervura primária da face abaxial, cálice 5-denticulado, cobrindo a base do tubo da corola, com glândulas pateliformes no terço superior e corola ca. Quatro vezes maior que o cálice (figura 5 c).

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 13-II-1996, E.O. Leenza et al. 359 (HUFU); 2-V-2005, L.B. Cândido et al. 7 (HUFU); 2-V-2005, V.F. Gonçalves et al. 10 (HUFU); 10-VI-2005, E.A. Silva et al. 10 (HUFU); 9-II-2006, A.A. Arantes et al. 1618 (HUFU); 21-II-2006, C.I. Silva s.n. (HUFU44244); 26-VI-2007, N. Bordon et al. S.n. (HUFU50511); 1-VIII-2007, P. Paulo et al. S.n. (HUFU48968); 9-V-2016, A.V. Zanuzzo s.n. (HUFU72318); 23-IV-2018, D.V. Duarte 48 (HUFU).

3. Adenocalymma nodosum (Silva Manso) L.G. Lohmann, Ann. Missouri Bot. Gard. 99(3): 394. 2014.

Figura 5 d

Arbusto. Ramos cilíndricos, sólidos, glabros, estriados, lenticelas ausentes. Profilos côncavos, bastante desenvolvidos, glândulas pateliformes presentes em ambas as faces. Folhas pinadas, imparipinadas, gavinhas simples, discos adesivos ausentes, pecíolos 3-9,5 cm compr., peciólulos sésseis, lâmina foliolar 3-7,5 × 0,7-1,5 cm, concolor, cartácea, lanceolada, base atenuada, ápice agudo, margem inteira, ambas as faces glabras, com glândulas pateliformes esparsas, domácias ausentes na face abaxial, 6-10 pares de nervuras secundárias, peninérveas. Dicásio axilar, 6,5-7,5 cm compr.; cálice ca. 12 × 4 mm, verde, tubuloso, irregularmente partido, às vezes bilabiado, externamente glanduloso-viloso, glândulas pateliformes no terço superior, internamente esparso viloso; corola ca. 24 × 10 mm, amarela, tubulosa, tubo reto, externamente glabra, internamente glanduloso-vilosa, lobos 7-10 × 8-9 mm, inserção dos estames vilosa; estames inclusos, estaminódio menor que os estames; ovário tubuloso, estilete ca. 15 mm compr., estigma truncado; disco nectarífero aneliforme. Frutos não vistos.

Adenocalymma nodosum ocorre nos Estados do Tocantins, Piauí, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e no Distrito Federal (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em campo sujo da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é pouco frequente. Caracteriza-se pelos profilos côncavos, bastante desenvolvidos, glândulas pateliformes presentes em ambas as faces, cálice irregularmente partido, às vezes bilabiado, externamente glanduloso-viloso, com glândulas pateliformes no terço superior (figura 5 d) e corola ca. Duas vezes maior que o cálice.

Ilustração em Bureau & Schumman (1896Bureau, L.E. & Schumann, K.M. 1896. Bignoniaceae. In: C.F.P. Martius, A.G. Eichler & I. Urban (eds.). Flora Brasiliensis. Lipsae, Muchen, p. 298.), figura 103, como Memora nodosa (Silva Manso) Miers.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 22-VII-2014, F.M. Costa Santos 13 (HUFU).

4. Adenocalymma peregrinum (Miers) L.G. Lohmann, Ann. Missouri Bot. Gard. 99(3): 395. 2014.

Figuras 3 b, 5 e

Arbusto, 0,5-1,5 m alt. Ramos cilíndricos, sólidos, esparso glanduloso-vilosos, indumento mais denso nos ramos superiores, estriados longitudinalmente, lenticelas presentes. Profilos linear-elípticos, bastante desenvolvidos, vilosos na margem, glândulas pateliformes presentes em ambas as faces. Folhas pinadas, imparipinadas, gavinhas simples, discos adesivos ausentes, pecíolos 0,5-1 cm compr., folíolos subsésseis, peciólulos 0,2-0,5 cm compr., lâmina foliolar 3,5-7,2 × 1,3-3,4 cm, concolor, coriácea, elíptica, base cuneada, ápice agudo, margem inteira, face adaxial bulada, ambas as faces glandulosas, vilosa apenas nas nervuras primária e secundárias da face adaxial, indumento mais denso na nervura primária, domácias ausentes na face abaxial, 4-7 pares de nervuras secundárias, peninérveas. Racemo axilar, 3-7,5 cm compr.; cálice ca. 15 × 7 mm, verde, tubuloso, bilabiado, cobrindo a base do tubo da corola, externamente glanduloso, glândulas pateliformes ausentes, internamente glabro; corola ca. 35 × 18 mm, amarela, infundibuliforme, tubo reto, externamente esparso glandulosa, internamente glabra, lobos 12-15 × 8-10 mm, inserção dos estames glandulosa; estames inclusos, estaminódio menor que os estames; ovário tubuloso, estilete ca. 30 mm compr., estigma rômbico; disco nectarífero aneliforme. Frutos não vistos.

Adenocalymma peregrinum ocorre nos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e no Distrito Federal (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é muito frequente. Caracteriza-se pelo cálice tubuloso e bilabiado cobrindo a base do tubo da corola (figura 5 e). Segundo Machado e Romero (2014)Machado, A.I.M.R. & Romero, R. 2014. Bignoniaceae das Serras do Município de Capitólio e Delfinópolis, Minas Gerais. Rodriguésia 65: 1003-1021., vegetativamente, Adenocalymma peregrinum pode ser reconhecida também pelos profilos foliáceos, linear-elípticos e glândulas pateliformes presentes em ambas as faces. Ademais, esses profilos se apresentam bastante desenvolvidos e vilosos na margem.

Ilustração em Machado & Romero (2014Machado, A.I.M.R. & Romero, R. 2014. Bignoniaceae das Serras do Município de Capitólio e Delfinópolis, Minas Gerais. Rodriguésia 65: 1003-1021.), figura 1 c.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 21-III-2018, D.V. Duarte 44 (HUFU); 25-IV-2018, D.V. Duarte 50 (HUFU).

5. Amphilophium elongatum (Vahl) L.G. Lohmann, Nuevo Cat. Fl. Vasc. Venezuela 270. 2008.

Figuras 3 c, 6 a-b

Figura 3
a. Adenocalymma campicola (Pilg.) L.G. Lohmann. b. Adenocalymma peregrinum (Miers) L.G. Lohmann. c. Amphilophium elongatum (Vahl) L.G. Lohmann. d. Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld ex J.F. Souza. e. Cuspidaria pulchra (Cham.) L.G. Lohmann. f. Cuspidaria sceptrum (Cham.) L.G. Lohmann. g. Fridericia platyphylla (Cham.) L.G. Lohmann. h. Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos. (Fotos - a, d, f, h: Darllan Vale Duarte; b, c, e, g: Maurício Mercadante).
Figure 3
a. Adenocalymma campicola (Pilg.) L.G. Lohmann. b. Adenocalymma peregrinum (Miers) L.G. Lohmann. c. Amphilophium elongatum (Vahl) L.G. Lohmann. d. Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld ex J.F. Souza. e. Cuspidaria pulchra (Cham.) L.G. Lohmann. f. Cuspidaria sceptrum (Cham.) L.G. Lohmann. g. Fridericia platyphylla (Cham.) L.G. Lohmann. h. Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos. (Photos - a, d, f, h: Darllan Vale Duarte; b, c, e, g: Maurício Mercadante).

Figura 4
a. Handroanthus serratifolius (Vahl) S.O. Grose. b. Jacaranda puberula Cham. c. Jacaranda rufa Silva Manso. d. Jacaranda ulei Bureau & K. Schum. e. Pyrostegia venusta Miers. f. Zeyheria montana Mart. (Fotos - a, c, d, f: Maurício Mercadante; b: Darllan Vale Duarte; e: Kassio Vinicio Chaves Moreira).
Figure 4
a. Handroanthus serratifolius (Vahl) S.O. Grose. b. Jacaranda puberula Cham. c. Jacaranda rufa Silva Manso. d. Jacaranda ulei Bureau & K. Schum. e. Pyrostegia venusta Miers. f. Zeyheria montana Mart. (Photos - a, c, d, f: Maurício Mercadante; b: Darllan Vale Duarte; e: Kassio Vinicio Chaves Moreira).

Figura 5
a. Adenocalymma axillare (K. Schum.) L.G. Lohmann. Profilos elípticos com glândulas pateliformes na face abaxial (seta). b-c. Adenocalymma campicola (Pilg.) L.G. Lohmann. b. folhas. c. flor em vista lateral mostrando as glândulas pateliformes no cálice (seta). d. Adenocalymma nodosum (Silva Manso) L.G. Lohmann. Cálice com glândulas pateliformes (seta) (esquerda) e bipartição do cálice (direita). e. Adenocalymma peregrinum (Miers) L.G. Lohmann. Flor em vista lateral. f. Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld ex de Souza. Flor em vista lateral.
Figure 5
a. Adenocalymma axillare (K. Schum.) L.G. Lohmann. Elliptical prophylls with patelliform glands on the abaxial surface (arrow). b-c. Adenocalymma campicola (Pilg.) L.G. Lohmann. b. leaves. c. flower in lateral view showing patelliform glands in the calyx (arrow). d. Adenocalymma nodosum (Silva Manso) L.G. Lohmann. Calyx with patelliform glands (arrow) (left) and bipartition of the calyx (right). e. Adenocalymma peregrinum (Miers) L.G. Lohmann. Flower in lateral view. f. Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld ex de Souza. Flower in lateral view.

Figura 6
a-b. Amphilophium elongatum (Vahl) L.G. Lohmann. a. gavinhas trífidas em forma de gancho (seta). b. flor em vista lateral com glândulas pateliformes no cálice (seta). c-d. Anemopaegma acutifolium DC. c. folíolos, faces adaxial (esquerda) e abaxial (direita). d. flor em vista lateral com glândulas pateliformes nos lobos da corola e cálice (setas). e-g. Cuspidaria pulchra (Cham.) L.G. Lohmann. e. ramo glanduloso-viloso. f. folíolos, faces adaxial (esquerda) e abaxial (direita). g. gineceu com estigma ovado (seta). h. Cuspidaria sceptrum (Cham.) L.G. Lohmann. Folha.
Figure 6
a-b. Amphilophium elongatum (Vahl) L.G. Lohmann. a. trifid hook-shaped tendrils (arrow). b. flower in lateral view with patelliform glands on the calyx (arrow). c-d. Anemopaegma acutifolium DC. c. leaflets, adaxial (left) and abaxial (right) surfaces. d. flower in lateral view with patelliform glands in the lobes of the corolla and calyx (arrows). e-g. Cuspidaria pulchra (Cham.) L.G. Lohmann. e. glandulous-villous branch. f. leaflets, adaxial (left) and abaxial (right) surfaces. g. gynoecium with ovate stigma (arrow). h. Cuspidaria sceptrum (Cham.) L.G. Lohmann. Leaf.

Trepadeira. Ramos cilíndricos, sólidos, denso vilosos, estriados, lenticelas presentes. Profilos inconspícuos. Folhas 2-folioladas, gavinhas trífidas em forma de gancho, com discos adesivos, pecíolos 1-3 cm compr., peciólulos 0,5-1 cm compr., lâmina foliolar 4,2-8 × 2,5-5,8 cm, concolor, cartácea, oval, base arredondada, ápice acuminado, margem inteira, face adaxial glandulosa, vilosa na margem, face abaxial glanduloso-vilosa, indumento mais denso nas nervuras primária e secundárias, domácias ausentes, 3-5 pares de nervuras secundárias, peninérveas. Tirso terminal, 7-9 cm compr.; cálice ca. 12 × 9 mm, verde, campanulado, truncado, externamente denso glanduloso-viloso, glândulas pateliformes no terço superior, internamente esparso viloso; corola ca. 40 × 13 mm, externamente branca, internamente amarela, infundibuliforme, tubo curvado, externa e internamente denso glanduloso-vilosa, lobos 9-14 × 8-12 mm, inserção dos estames vilosa; estames inclusos, estaminódio menor que os estames; ovário tubuloso, estilete ca. 28 mm compr., estigma rômbico; disco nectarífero aneliforme. Frutos não vistos.

Gênero nativo do Brasil com 28 espécies. Amphilophium elongatum ocorre nos Estados do Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e Paraná (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é pouco frequente. Segundo Machado & Romero (2014Machado, A.I.M.R. & Romero, R. 2014. Bignoniaceae das Serras do Município de Capitólio e Delfinópolis, Minas Gerais. Rodriguésia 65: 1003-1021.), Amphilophium elongatum caracteriza-se pelas gavinhas trífidas em forma de gancho com discos adesivos (figura 6 a), grupos de glândulas próximos à margem do cálice e tubo da corola curvado (figura 6 b).

Ilustrações em Scudeller (2004Scudeller, V.V. 2004. Bignoniaceae Juss. no Parque Nacional da Serra da Canastra - Minas Gerais, Brasil. Iheringia Série Botânica 59: 59-73 ), figura 10, como Discitella elongata (Vahl) Urb. E Machado & Romero (2014Machado, A.I.M.R. & Romero, R. 2014. Bignoniaceae das Serras do Município de Capitólio e Delfinópolis, Minas Gerais. Rodriguésia 65: 1003-1021.), figura 1 d.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 1-XII-1993, R. Romero et al. 556 (HUFU); 2-II-2006, C.I. Silva s.n. (HUFU44241).

6. Anemopaegma acutifolium DC., Prodr. (A.P. de Candolle) 9: 188. 1845.

Figura 6 c-d

Arbusto, ca. 0,6 m alt. Ramos cilíndricos, sólidos, esparso vilosos, estriados, lenticelas presentes. Profilos inconspícuos. Folhas 3-folioladas, gavinhas ausentes, discos adesivos ausentes, pecíolos 1-2 cm compr., folíolos laterais sésseis ou com peciólulos 0,6-1,5 cm compr., o mediano ausente ou quando presente 0,7-2 cm compr., lâmina foliolar 4,5-13 × 0,9-3,9 cm, concolor, coriácea, oblanceolada, base atenuada, ápice agudo, margem inteira, ambas as faces glabras, domácias ausentes na face abaxial, 6-12 pares de nervuras secundárias, peninérveas. Racemo axilar, 1,5-5,5 cm compr.; cálice ca. 8 × 6 mm, verde, cupuliforme, 5-costado, externamente esparso glanduloso-viloso, glândulas pateliformes no terço superior, internamente glabro; corola ca. 25 × 7 mm, amarela, lobos alvos, infundibuliforme, tubo levemente curvado, externamente esparso glanduloso-vilosa, indumento mais denso na margem da corola, glândulas pateliformes nos lobos, internamente glabra, lobos 4-6 × 7-9 mm, inserção dos estames vilosa; estames inclusos, estaminódio menor que os estames; ovário tubuloso, estilete ca. 25 mm compr., estigma bipartido; disco nectarífero aneliforme. Frutos não vistos.

Gênero nativo do Brasil com 36 espécies. Anemopaegma acutifolium ocorre nos Estados de Tocantins, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é pouco frequente. Caracteriza-se por apresentar folíolos oblanceolados (figura 6 c), cálice cupuliforme, 5-costado, com glândulas pateliformes no terço superior, e corola infundibuliforme, com tubo levemente curvado e glândulas pateliformes nos lobos (figura 6 d).

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 10-VI-2005, E.A. Silva et al. 6 (HUFU).

7. Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld ex J.F. Souza, Tribuna Farm. 13: 275. 1945.

Figuras 3 d, 5 f

Erva ou arbusto, 0,2-0,4 m alt. Ramos cilíndricos, sólidos, denso híspido-vilosos, estriados, lenticelas presentes. Profilos lanceolados, bem desenvolvidos, glabros. Folhas 3-folioladas, sésseis, gavinhas ausentes, discos adesivos ausentes, folíolos sésseis, lâmina foliolar 1,1-6,2 × 0,1-0,3 cm, concolor, cartácea, estreito-lanceolada, base atenuada, ápice agudo, margem inteira, revoluta, ambas as faces híspido-vilosas, indumento mais denso na margem e na nervura primária da face abaxial, glândulas pateliformes presentes em ambas as faces, domácias ausentes na face abaxial, 10-15 pares de nervuras secundárias, craspedódromas. Racemo terminal, ca. 5 cm compr.; cálice ca. 8 × 6 mm, verde, campanulado, 5-mucronado, externamente denso viloso, glândulas pateliformes no terço superior, internamente glabro; corola ca. 32 × 10 mm, amarela, lobos alvos, tubulosa, tubo reto, externamente denso glandulosa, internamente glabra, lobos 5-8 × 6-7 mm, inserção dos estames glanduloso-vilosa; estames inclusos, estaminódio menor que os estames; ovário tubuloso, estilete ca. 30 mm compr., estigma rômbico; disco nectarífero pulvinar. Frutos não vistos.

Anemopaegma arvense ocorre nos Estados de Rondônia, Tocantins, Bahia, Maranhão, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e no Distrito Federal (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é pouco frequente. Caracteriza-se pelos folíolos com nervuras secundárias craspedódromas e pelo cálice campanulado, 5-mucronado, com glândulas pateliformes no terço superior (figura 5 f). Segundo Scudeller (2004Scudeller, V.V. 2004. Bignoniaceae Juss. no Parque Nacional da Serra da Canastra - Minas Gerais, Brasil. Iheringia Série Botânica 59: 59-73 ), vegetativamente, Anemopaegma arvense pode ser reconhecida pelos folíolos estreitamente lanceolados.

Ilustrações em Lohmann & Pirani (1998Lohmann, L.G. & Pirani, J.R. 1998. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Bignoniaceae. Boletim de Botânica Universidade de São Paulo 17: 127-153.), figura 9 h-l, Scudeller (2004Scudeller, V.V. 2004. Bignoniaceae Juss. no Parque Nacional da Serra da Canastra - Minas Gerais, Brasil. Iheringia Série Botânica 59: 59-73 ), figuras 2 e 3, como Anemopaegma arvense var. arvense e 4, como Anemopaegma arvense var. petiolata e Machado & Romero (2014Machado, A.I.M.R. & Romero, R. 2014. Bignoniaceae das Serras do Município de Capitólio e Delfinópolis, Minas Gerais. Rodriguésia 65: 1003-1021.), figura 1 e.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 26-X-1994, A.A. Arantes et al. 245 (HUFU).

8. Cuspidaria pulchra (Cham.) L.G. Lohmann, Ann. Missouri Bot. Gard. 99(3): 428. 2014.

Figuras 3 e, 6 e-g

Trepadeira ou arbusto, ca. 3 m alt. Ramos cilíndricos, sólidos, inferiormente glabros, superiormente glanduloso-vilosos, estriados, lenticelas presentes. Profilos triangulares, pouco desenvolvidos, vilosos, glândulas pateliformes presentes. Folhas 3-folioladas, gavinhas ausentes, discos adesivos ausentes, pecíolos 2,5-4,6 cm compr., peciólulos 0,6-1,7 cm compr., lâmina foliolar 4,7-13,6 × 1-4,8 cm, concolor, cartácea, ovada, base atenuada, ápice agudo, margem inteira, face adaxial esparso glanduloso-vilosa, indumento mais denso na nervura primária, face abaxial glanduloso-vilosa, indumento mais denso nas nervuras primária e secundárias, domácias tipo bolso entre as nervuras primária e secundárias, 5-7 pares de nervuras secundárias, peninérveas. Tirso terminal, 2,8-9,3 cm compr.; cálice ca. 7 × 6 mm, róseo, campanulado, bilabiado, sépalas fundidas em dois grupos, externamente glanduloso-viloso, glândulas pateliformes ausentes, internamente glabro; corola ca. 28 × 6 mm, rósea, infundibuliforme, tubo curvado, externamente denso glanduloso-vilosa, internamente glabra, lobos 8-12 × 9-10 mm, inserção dos estames glanduloso-vilosa; estames inclusos, estaminódio menor que os estames; ovário tubuloso, estilete ca. 25 mm compr., estigma ovado; disco nectarífero aneliforme. Frutos não vistos.

Gênero nativo do Brasil com 18 espécies. Cuspidaria pulchra ocorre nos Estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Piauí, Goiás, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é pouco frequente. Caracteriza-se pelos ramos superiores e folíolos glanduloso-vilosos, além do estigma ovado (figuras 6 e-g). De acordo com Machado & Romero (2014Machado, A.I.M.R. & Romero, R. 2014. Bignoniaceae das Serras do Município de Capitólio e Delfinópolis, Minas Gerais. Rodriguésia 65: 1003-1021.), Cuspidaria pulchra é reconhecida pelos folíolos com domácias tipo bolso entre as nervuras primária e secundárias da face abaxial e pelo cálice bilabiado com sépalas fundidas em dois grupos.

Ilustrações em Lohmman & Pirani (1998), figura 7 a-h, Scudeller (2004Scudeller, V.V. 2004. Bignoniaceae Juss. no Parque Nacional da Serra da Canastra - Minas Gerais, Brasil. Iheringia Série Botânica 59: 59-73 ), figuras 7 e 8, como Arrabidaea pulchra (Cham.) Sandwith e em Machado & Romero (2014Machado, A.I.M.R. & Romero, R. 2014. Bignoniaceae das Serras do Município de Capitólio e Delfinópolis, Minas Gerais. Rodriguésia 65: 1003-1021.), figura 2 c.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 23-IV-2018, D.V. Duarte 47 (HUFU).

9. Cuspidaria sceptrum (Cham.) L.G. Lohmann, Ann. Missouri Bot. Gard. 99(3): 428. 2014.

Figuras 3 f, 6 h

Trepadeira, subarbusto ou arbusto, 0,015-0,018 m alt. Ramos cilíndricos, sólidos, glanduloso-vilosos, indumento mais denso nos ramos superiores, estriados, lenticelas presentes. Profilos triangulares, bem desenvolvidos, vilosos, glândulas pateliformes presentes. Folhas 3-folioladas, raro 2-folioladas com o folíolo terminal modificado em gavinha terminal simples, discos adesivos ausentes, pecíolos 0,8-5 cm compr., peciólulos 0,5-4 cm compr., lâmina foliolar 3,5-12,5 × 1,1-3,9 cm, concolor, cartácea, elíptica, base cuneada, ápice acuminado, margem inteira, face adaxial esparso glanduloso-vilosa, indumento mais denso na margem primária, face abaxial glanduloso-vilosa, indumento mais denso nas nervuras primaria e secundárias, domácias ausentes, 4-7 pares de nervuras secundárias, peninérveas. Inflorescência axilar a tirsóide terminal, 2-6 cm compr.; cálice ca. 13 × 8 mm, róseo, irregularmente partido, externamente glanduloso-viloso, glândulas pateliformes ausentes, internamente glabro; corola ca. 28 × 13 mm, rósea, infundibuliforme, tubo curvado, externamente glanduloso-vilosa, internamente glabra, lobos 6-10 × 10-14 mm, inserção dos estames glanduloso-vilosa; estames inclusos, estaminódio menor que os estames; ovário tubuloso, estilete ca. 30 mm compr., estigma rômbico; disco nectarífero aneliforme. Síliqua 11,6-31,2 × 1,2-1,3 cm, parda, elíptico-lanceolada, regular, denso glanduloso-vilosa. Semente 14-17 × 8-10 mm, alada.

Cuspidaria sceptrum ocorre nos Estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é muito frequente. Caracteriza-se pelas folhas 3-folioladas (figura 6 h), raro 2-folioladas e, neste caso, com folíolo terminal modificado em gavinha terminal simples. Ademais, o cálice apresenta-se irregularmente partido, externamente glanduloso-viloso e a corola com tubo curvado, apresenta-se externamente glanduloso-vilosa.

Ilustrações em Lohmann & Pirani (1998Lohmann, L.G. & Pirani, J.R. 1998. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Bignoniaceae. Boletim de Botânica Universidade de São Paulo 17: 127-153.), figura 7 i-q, como Arrabidaea sceptrum (Cham.) Sandwith.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 2-V-2005, L.B. Cândido et al. 9 (HUFU); 10-VI-2005, E.A. Silva et al. 1 (HUFU); 21-VI-2007, D.S. Sampaio s.n. (HUFU48836); 4-X-2007, D.S. Sampaio et al. S.n. (HUFU48930); 21-X-2010, E. Alves-Silva 3 (HUFU); 28-IV-2014, J.A. Lozasso s.n. (HUFU71547); 16-III-2017, P.K.B. Hemsing et al. 560 (HUFU); 11-IV-2018, D.V. Duarte 45 (HUFU).

10. Fridericia florida (DC.) L.G. Lohmann, Ann. Missouri Bot. Gard. 99(3): 438. 2014.

Figura 7 a-c

Figura 7
a-c. Fridericia florida (DC.) L.G. Lohmann. a. ramo glanduloso (seta). b. folhas. c. flor em vista lateral. d-e. Fridericia platyphylla (Cham.) L.G. Lohmann. d. ramos dentrítico-vilosos. e. folhas unifolioladas com domácias membranáceas (seta).
Figure 7
a-c. Fridericia florida (DC.) L.G. Lohmann. a. glandular branch (arrow). b. leaves. c. flower in lateral view. d-e. Fridericia platyphylla (Cham.) L.G. Lohmann. d. dentritic-villous branches. e. unifoliolate leaves with membrane domatia (arrow).

Arbusto, ca. 1,5 m alt. Ramos cilíndricos, sólidos, glandulosos, estriados, lenticelas presentes. Profilos inconspícuos. Folhas 2-folioladas, gavinhas ausentes, discos adesivos ausentes, pecíolos 1-5 cm compr., peciólulos 1-3 cm compr., lâmina foliolar 3,8-9,6 × 1,7-5,5 cm, concolor, cartácea, elíptica, base cuneada, ápice cuspidado, margem inteira, face adaxial glabra, face abaxial esparso vilosa apenas na nervura primária, domácias membranáceas nas axilas das nervuras secundárias com a primária, 5-8 pares de nervuras secundárias, peninérveas. Tirso terminal, 6-7 cm compr.; cálice ca. 3 × 2 mm, verde, campanulado, 5-denticulado, externamente denso tomentoso, glândulas pateliformes ausentes, internamente glabro; corola ca. 6 × 4 mm, branca, infundibuliforme, tubo reto, externamente denso tomentosa, internamente glabra, lobos 4-5 × 4-5 mm, inserção dos estames vilosa; estames inclusos, estaminódio menor que os estames; ovário tubuloso, estilete ca. 8 mm compr., estigma bipartido; disco nectarífero aneliforme. Síliqua 14-17,5 × 0,8-0,9 cm, verde escuro, elíptico-lanceolada, regular, glabra. Semente 8-13 × 5-6 mm, alada.

Gênero nativo do Brasil com 59 espécies. Fridericia florida ocorre nos Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Bahia, Maranhão, Piauí, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e no Distrito Federal (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é pouco frequente. Caracteriza-se pelas folhas 2-folioladas (figura 7 b) e flores pequenas com a corola medindo aproximadamente o dobro do comprimento do cálice (figura 7 c). Segundo Rodrigues (2012Rodrigues, M.C. 2012. Bignoniáceas de dezoito fragmentos florestais remanescentes no noroeste paulista, Brasil. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual Paulista, Botucatu.), vegetativamente, Fridericia florida pode ser reconhecida pela presença de glândulas nos ramos (figura 7 a).

Ilustrações em Gentry (1973Gentry, A.H. 1973. Flora of Panama, part IX. Family 172. Bignoniaceae. Annals of the Missouri Botanical Garden 60: 781-977. ), figura 4 a-c, como Arrabidaea florida DC.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 12-III-2018, D.V. Duarte 43 (HUFU).

11. Fridericia platyphylla (Cham.) L.G. Lohmann, Ann. Missouri Bot. Gard. 99(3): 442. 2014.

Figuras 3 g, 7 d-e

Erva, ca. 0,8 m alt.; arbusto, ca. 1,5 m alt. Ou árvore, ca. 3 m alt. Ramos cilíndricos, sólidos, denso dentrítico-vilosos, estriados, lenticelas presentes. Profilos inconspícuos. Folhas unifolioladas, gavinhas ausentes, discos adesivos ausentes, pecíolos 1,5-4 cm compr., peciólulos sésseis, lâmina foliolar 5,2-8 × 2,8-5,3 cm, concolor, coriácea, oval, base atenuada, ápice levemente retuso, margem inteira, face adaxial esparso vilosa, indumento mais denso nas nervuras primária e secundárias, face abaxial esparso vilosa apenas nas nervuras primária e secundárias, domácias membranáceas nas axilas das nervuras secundárias com a primária, 4 pares de nervuras secundárias, reticuladas. Tirso terminal, 7,5-9 cm compr.; cálice ca. 5 × 3 mm, verde, campanulado, 5-denticulado, externamente denso viloso, glândulas pateliformes no terço superior, internamente esparso viloso; corola ca. 28 × 16 mm, lilás, infundibuliforme, tubo reto, externamente denso vilosa, internamente vilosa, lobos 7-11 × 6-8 mm, inserção dos estames vilosa; estames inclusos, estaminódio menor que os estames; ovário tubuloso, estilete ca. 22 mm compr., estigma elíptico; disco nectarífero aneliforme. Síliqua 9-15,5 × 1-1,2 cm, verde, elíptico-lanceolada, regular, glabra. Semente 12-20 × 7-9 mm, ovoide.

Fridericia platyphylla ocorre nos Estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e no Distrito Federal (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é muito frequente. Caracteriza-se pelos ramos densamente dentrítico-vilosos (figura 7 d) e, de acordo com Scudeller (2004Scudeller, V.V. 2004. Bignoniaceae Juss. no Parque Nacional da Serra da Canastra - Minas Gerais, Brasil. Iheringia Série Botânica 59: 59-73 ), Fridericia platyphylla pode ser reconhecida pelas folhas unifolioladas com domácias membranáceas (figura 7 e).

Ilustrações em Lohmann & Pirani (1998Lohmann, L.G. & Pirani, J.R. 1998. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Bignoniaceae. Boletim de Botânica Universidade de São Paulo 17: 127-153.), figura 6 a-g e Scudeller (2004Scudeller, V.V. 2004. Bignoniaceae Juss. no Parque Nacional da Serra da Canastra - Minas Gerais, Brasil. Iheringia Série Botânica 59: 59-73 ), figura 6, como Arrabidaea brachypoda (DC.) Bureau.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 11-IX-2006, D.C.O. Nunes et al. S.n. (HUFU46596); 25-X-2008, D. Vieira et al. 5 (HUFU); 21-VIII-2009, D. S. Sampaio et al. S.n. (HUFU55490); 12-III-2018, D. V. Duarte et al. 42 (HUFU).

12. Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos, Loefgrenia 50: 2. 1970.

Figuras 3 h, 8 a-d

Árvore, 1,8-5 m alt. Ramos cilíndricos, sólidos, inferiormente esparso vilosos, superiormente denso dentrítico-tomentosos, quilhados, lenticelas presentes. Profilos triangulares, pouco desenvolvidos, glabros. Folhas digitadas, 3-5-folioladas, gavinhas ausentes, discos adesivos ausentes, pecíolos 1,8-4,8 cm compr., peciólulos 0,2-1,8 cm compr., lâmina foliolar 1,6-7,2 × 0,9-3,8 cm, discolor, coriácea, obovada, base atenuada, ápice retuso, margem inteira, face adaxial dentrítico-tomentosa, face abaxial denso dentrítico-tomentosa, domácias tipo bolso entre as nervuras primária e secundárias, 6-8 pares de nervuras secundárias, peninérveas. Botrióide terminal, 7-12 cm compr., globosa; cálice ca. 11 × 8 mm, marrom-esverdeado, tubuloso, 5-lobado, externamente dentrítico-tomentoso, glândulas pateliformes ausentes, internamente glanduloso; corola ca. 42 × 17 mm, amarela, infundibuliforme, tubo reto, externa e internamente esparso dentrítico-vilosa, lobos 10-12 × 8-16 mm, inserção dos estames glanduloso-vilosa; estames inclusos, estaminódio menor que os estames; ovário tubuloso, estilete ca. 33 mm compr., estigma rômbico; disco nectarífero aneliforme. Síliqua 9-10,8 × 1-1,6 cm, marrom-esverdeada, elíptico-lanceolada, regular, denso dentrítico-tomentosa. Semente 18-25 × 6-9 mm, alada.

Gênero nativo do Brasil com 27 espécies. Handroanthus ochraceus ocorre nos Estados do Pará, Tocantins, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e no Distrito Federal (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é frequente. Caracteriza-se pelas folhas digitadas (figura 8 b) e, segundo Scudeller (2004Scudeller, V.V. 2004. Bignoniaceae Juss. no Parque Nacional da Serra da Canastra - Minas Gerais, Brasil. Iheringia Série Botânica 59: 59-73 ), Handroanthus ochraceus pode ser reconhecida pelos tricomas dendríticos nos ramos, na face abaxial dos folíolos (figura 8 c), no cálice e corola (figura 8 d), e pela inflorescência globosa (figura 8 a).

Ilustrações em Lohmann & Pirani (1998Lohmann, L.G. & Pirani, J.R. 1998. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Bignoniaceae. Boletim de Botânica Universidade de São Paulo 17: 127-153.), figura 2 h-n, Scudeller (2004Scudeller, V.V. 2004. Bignoniaceae Juss. no Parque Nacional da Serra da Canastra - Minas Gerais, Brasil. Iheringia Série Botânica 59: 59-73 ), figura 25, como Tabebuia ochracea (Cham.) Standl., Espírito Santo et al. (2013Espírito Santo, F.S., Silva-Castro, M.M. & Rapini, A. 2013. Flora da Bahia: Bignoniaceae 2 - Aliança Tabebuia. Sitientibus série Ciências Biológicas 13: 13-38 ), figuras 7 a-d, 8 e 25 h-i e Machado & Romero (2014Machado, A.I.M.R. & Romero, R. 2014. Bignoniaceae das Serras do Município de Capitólio e Delfinópolis, Minas Gerais. Rodriguésia 65: 1003-1021.), figura 2 f.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 3-VIII-1994, A.A. Arantes et al. S.n. (HUFU5920); 4-X-2007, D.S. Sampaio et al. S.n. (HUFU48927); 4-X-2007, D.S. Sampaio et al. S.n. (HUFU48928); 10-XI-2017, J.V. Alcantara s.n. (HUFU75608); 20-VIII-2018, D.V. Duarte 55 (HUFU).

13. Handroanthus serratifolius (Vahl) S.O. Grose, Syst. Bot. 32(3): 666. 2007.

Figuras 4 a, 8 e-f

Figura 8
a-d. Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos. a. inflorescência globosa. b. folhas. c. folíolos, faces adaxial (esquerda) e abaxial (direita). d. flor em vista lateral. e-f. Handroanthus serratifolius (Vahl) S.O. Grose. e. folíolo com margem ondulada. f. flor em vista lateral com glândulas pateliformes nos lobos da corola e cálice (setas).
Figure 8
a-d. Handroanthus ochraceus (Cham.) Mattos. a. globose inflorescence. b. leaves. c. leaflets, adaxial (left) and abaxial (right) surfaces. d. flower in lateral view. e-f. Handroanthus serratifolius (Vahl) S.O. Grose. e. leaflet with undulate margin. f. flower in lateral view with patelliform glands in the corolla lobes and calyx (arrows).

Árvore. Ramos cilíndricos, sólidos, inferiormente glabros, superiormente híspido-vilosos, quilhados, lenticelas presentes. Profilos inconspícuos. Folhas digitadas, 3-5-folioladas, gavinhas ausentes, discos adesivos ausentes, pecíolos 3,6-9,6 cm compr., peciólulos 0,6-5,2 cm compr., lâmina foliolar 3-8,2 × 1,3-4 cm, concolor, cartácea, elíptica, base arredondada, ápice acuminado, margem ondulada, face adaxial esparso vilosa apenas nas nervuras primária e secundárias, face abaxial vilosa, indumento mais denso nas nervuras primária e secundárias, domácias ausentes, 6-8 pares de nervuras secundárias, peninérveas. Umbela composta, 0,8-2 cm compr.; cálice ca. 7 × 5 mm, verde, campanulado, 5-lobado, externamente estrelado-tomentoso, glândulas pateliformes ausentes, internamente glanduloso-viloso; corola ca. 52 × 13 mm, amarela, infundibuliforme, tubo reto, externa e internamente glabra, glândulas pateliformes nos lobos, lobos 21-23 × 25-28 mm, inserção dos estames glanduloso-vilosa; estames inclusos, estaminódio menor que os estames; ovário tubuloso, estilete ca. 30 mm compr., estigma largamente ovado; disco nectarífero aneliforme. Síliqua 17,3-19 × 1-1,2 cm, marrom, elíptico-lanceolada, regular, dentrítico-vilosa. Sementes não vistas.

Handroanthus serratifolius ocorre nos Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e no Distrito Federal (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é pouco frequente. Caracteriza-se pelos folíolos com margem ondulada (figura 8 e), cálice 5-lobado, externamente estrelado-tomentoso e corola com glândulas pateliformes nos lobos (figura 8 f).

Ilustração em Espírito Santo et al. (2013Espírito Santo, F.S., Silva-Castro, M.M. & Rapini, A. 2013. Flora da Bahia: Bignoniaceae 2 - Aliança Tabebuia. Sitientibus série Ciências Biológicas 13: 13-38 ), figuras 11 h-k e 12.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), XI-2008, D.S. Sampaio et al. S.n. (HUFU52586); XI-2008, D.S. Sampaio et al s.n. (HUFU52590).

14. Jacaranda decurrens Cham., Linnaea 7(4): 544. 1832.

Figura 9 a-d

Figura 9
a-d. Jacaranda decurrens Cham. a. ramos alados (seta) e folhas. b. folíolo. c. flor em vista lateral com sépalas separadas quase desde base (seta). d. cápsula ovoide. e. Jacaranda puberula Cham. Flor em vista lateral mostrando a margem vilosa dos lobos da corola (seta). f-g. Jacaranda rufa Silva Manso. f. ramos alados (seta) e folhas. g. folíolo de 2ª ordem. h-i. Jacaranda ulei Bureau & K. Schum. h. folíolo de 2ª ordem com nervuras broquidódromas (seta) na face abaxial. i. verticilos férteis e estaminódio (seta).
Figure 9
a-d. Jacaranda decurrens Cham. a. winged branches (arrow) and leaves. b. leaflet. c. flower in lateral view with sepals separated almost from the base (arrow). d. ovoid capsule. e. Jacaranda puberula Cham. Flower in lateral view showing the villous margin of the lobes of corolla (arrow). f-g. Jacaranda rufa Silva Manso. f. winged branches (arrow) and leaves. g. second-order leaflet. h-i. Jacaranda ulei Bureau & K. Schum. h. second-order leaflet with brochidodromous ribs (arrow) on the abaxial surface. i. fertile whorls and staminode (arrow).

Figura 10
a-b. Pyrostegia venusta Miers. a. gavinhas trífidas (seta). b. flor em vista lateral mostrando os estames excertos (seta). c-d. Tabebuia insignis (Miq.) Sandwith. c. folhas. d. flor em vista lateral. e-g. Zeyheria montana Mart. e. folíolo discolor. f. flor em vista lateral. g. cápsula ovoide, mucronada.
Figure 10
a-b. Pyrostegia venusta Miers. a. trifid tendrils (arrow). b. flower in lateral view showing the exerted stamens (arrow). c-d. Tabebuia insignis (Miq.) Sandwith. c. leaves. d. flower in lateral view. e-g. Zeyheria montana Mart. e. discolor leaflet. f. flower in lateral view. g. ovoid capsule, mucronate.

Erva, ca. 0,5 m alt.; subarbusto ou arbusto, ca. 2,5 m alt. Ramos cilíndricos, alados, sólidos, denso glanduloso-vilosos, estriados, lenticelas presentes. Profilos triangulares, pouco desenvolvidos, denso vilosos. Folhas 2-pinadas, gavinhas ausentes, discos adesivos ausentes, pecíolos 2-13,5 cm compr., alados, foliólulos sésseis, lâmina foliolar de 2ª ordem 0,6-1,7 × 0,3-0,4 cm, discolor, coriácea, lanceolada, base oblíqua, ápice acuminado, margem inteira, revoluta, face adaxial bulada, esparso vilosa, face abaxial glanduloso-vilosa apenas nas nervuras primária e secundárias, indumento mais denso na nervura primária, glândulas pateliformes presentes, domácias ausentes, 10 pares de nervuras secundárias, broquidódromas. Tirsóide axilar, 0,5-4 cm compr.; cálice ca. 5 × 3 mm, roxo, campanulado, 5-lobado, sépalas separadas quase desde a base, externamente viloso, glândulas pateliformes ausentes, internamente glabro; corola ca. 38 × 10 mm, roxa, infundibuliforme, tubo reto, externamente glanduloso-vilosa, internamente glabra, lobos 5-9 × 6-16 mm, margem vilosa, inserção dos estames glanduloso-vilosa; estames inclusos, estaminódio maior que os estames, glanduloso-viloso; ovário ovoide, estilete ca. 20 mm compr., estigma lanceolado; disco nectarífero aneliforme. Cápsula 7,5 × 6 cm compr., parda, ovoide, regular, glabra. Sementes não vistas.

Gênero nativo do Brasil com 36 espécies. Jacaranda decurrens ocorre nos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto e campo sujo da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é frequente. Caracteriza-se pelos ramos alados (figura 9 a), folíolos de 2ª ordem com face adaxial bulada (figura 9 b), cápsula ovoide (figura 9 d) e, segundo Machado & Romero (2014Machado, A.I.M.R. & Romero, R. 2014. Bignoniaceae das Serras do Município de Capitólio e Delfinópolis, Minas Gerais. Rodriguésia 65: 1003-1021.), Jacaranda decurrens pode ser reconhecida pelo cálice com sépalas separadas quase desde a base (figura 9 c).

Ilustração em Machado & Romero (2014Machado, A.I.M.R. & Romero, R. 2014. Bignoniaceae das Serras do Município de Capitólio e Delfinópolis, Minas Gerais. Rodriguésia 65: 1003-1021.), figura 3 d.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 8-XII-1995, E.O. Leenza et al. 220 (HUFU); 3-X-1997, G.M. Araújo s.n. (HUFU16705); 6-X-1997, R.B. Sinfer s.n. (HUFU16524); 11-IX-2006, H. Gonzaga et al. S.n. (HUFU46579); 13-IX-2006, A.B. Giroldo et al. 2 (HUFU); 15-IX-2006, C.I. Silva s.n. (HUFU50050); 6-X-2009, V. Carneiro et al. 11 (HUFU).

15. Jacaranda puberula Cham., Linnaea 7(4): 550. 1832.

Figuras 4 b, 9 e

Subarbusto, ca. 1 m alt.; arbusto, ca. 1,6 m alt. Ou arvoreta, ca. 1 m alt. Ramos cilíndricos, sólidos, esparso vilosos, estriados, lenticelas presentes. Profilos inconspícuos. Folhas 2-pinadas, gavinhas ausentes, discos adesivos ausentes, pecíolos 4-13,5 cm compr., foliólulos sésseis, quando presentes 0,3-0,5 cm compr., lâmina foliolar de 2ª ordem 1,6-3,3 × 0,4-1,3 cm, levemente discolor, cartácea, elíptica, base atenuada, ápice agudo, margem inteira, revoluta, ambas as faces glabras, domácias ausentes na face abaxial, 4-6 pares de nervuras secundárias, broquidódromas. Tirsóide axilar, 1,5-3 cm compr.; cálice ca. 6 × 4 mm, verde, róseo ou roxo, campanulado, externamente glanduloso, margem vilosa, glândulas pateliformes ausentes, internamente glabro; corola ca. 52 × 12 mm, lilás ou roxa, infundibuliforme, tubo curvado, externamente glandulosa, internamente glabra, lobos 10-13 × 8-12 mm, margem densamente vilosa, inserção dos estames glanduloso-vilosa; estames inclusos, estaminódio maior que os estames, glanduloso-viloso; ovário ovoide, estilete ca. 30 mm compr., estigma lanceolado; disco nectarífero aneliforme. Frutos não vistos.

Jacaranda puberula ocorre nos Estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é muito frequente. Caracteriza-se pelo cálice e corola externamente glandulosos com margem vilosa (figura 9 e).

Ilustração em Pereira & Mansano (2008Pereira, H.P & Mansano, V.F. 2008. Estudos taxonômicos da tribo Tecomeae (Bignoniaceae) no Parque Nacional do Itatiaia, Brasil. Rodriguésia 59: 265-289.), figura 5 a-j.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 9-IX-2011, A.F.A. Versiane et al. 43 (HUFU); 30-X-2017, I.P. Freitas et al. S.n. (HUFU75664); 30-X-2017, Y. Fornazier et al. S.n. (HUFU75694); 20-VIII-2018, D.V. Duarte 54 (HUFU).

16. Jacaranda rufa Silva Manso, Enum. Subst. Braz. 40. 1836.

Figuras 4 c, 9 f-g

Erva, 0,6-0,7 m alt. Ramos quadrangulares, alados, sólidos, denso vilosos, estriados, lenticelas presentes. Profilos triangulares, bem desenvolvidos, vilosos. Folhas 2-pinadas, gavinhas ausentes, discos adesivos ausentes, pecíolos 2-10,5 cm compr., foliólulos sésseis, lâmina foliolar de 2ª ordem 1-7 × 0,5-2,4 cm, discolor, elíptica, base atenuada, ápice acuminado, margem serreada, revoluta, face adaxial esparso vilosa, face abaxial esparso glandulosa, vilosa, indumento mais denso nas nervuras primária e secundárias, domácias ausentes, 5-10 pares de nervuras secundárias, reticuladas. Tirsóide axilar, 3-9 cm compr.; cálice ca. 12 × 5 mm, vináceo, campanulado, levemente 5-lobado, externamente viloso, glândulas pateliformes ausentes, internamente glabro; corola ca. 50 × 20 mm, lilás, tubulosa, tubo curvado, externamente glandulosa, internamente glabra, lobos 6-7 × 6-9 mm, margem vilosa, inserção dos estames glanduloso-vilosa; estames inclusos, estaminódio maior que os estames, glanduloso-viloso; ovário ovoide, estilete ca. 23 mm compr., estigma largamente ovado; disco nectarífero aneliforme. Frutos não vistos.

Jacaranda rufa ocorre nos Estados do Pará, Rondônia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é pouco frequente. Caracteriza-se pelos ramos quadrangulares e alados (figura 9 f) e, segundo Machado & Romero (2014Machado, A.I.M.R. & Romero, R. 2014. Bignoniaceae das Serras do Município de Capitólio e Delfinópolis, Minas Gerais. Rodriguésia 65: 1003-1021.), Jacaranda rufa pode ser reconhecida pelos folíolos de 2ª ordem de margem serreada (figura 9 g).

Ilustração em Machado & Romero (2014Machado, A.I.M.R. & Romero, R. 2014. Bignoniaceae das Serras do Município de Capitólio e Delfinópolis, Minas Gerais. Rodriguésia 65: 1003-1021.), figura 3 c .

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 21-I-1997, L. Sermento s.n. (HUFU26141); 13-II-2006, M.C. Alves et al. 2 (HUFU).

17. Jacaranda ulei Bureau & K. Schum., Fl. Bras. 8(2): 383. 1897Bureau, L.E. & Schumann, K.M. 1896-1897. Bignoniaceae. In: C.F.P. Martius, (ed.). Flora brasiliensis. Typographia Regia. Monachii, pp. 1-451..

Figuras 4 d, 9 h-i

Arbusto. Ramos cilíndricos, sólidos, denso glanduloso-vilosos, levemente estriados, lenticelas esparsas. Profilos elípticos, pouco desenvolvidos, vilosos. Folhas 2-pinadas, gavinhas ausentes, discos adesivos ausentes, pecíolos 3-8 cm compr., foliólulos sésseis, lâmina foliolar de 2ª ordem 0,5-1,7 × 0,3-0,4 cm, concolor, coriácea, lanceolada, base oblíqua, ápice agudo, margem inteira, revoluta, face adaxial bulada, glabra, face abaxial denso vilosa apenas nas nervuras primária e secundárias, domácias ausentes, 5-8 pares de nervuras secundárias, broquidódromas. Tirso axilar, 3-10 cm compr.; cálice ca. 8 × 3 mm, vináceo, tubuloso, 5-lobado, externamente viloso, glândulas pateliformes ausentes, internamente glabro; corola ca. 45 × 9 mm, rosa ou vinácea, tubulosa, tubo reto, externamente glanduloso-vilosa, indumento mais denso na margem dos lobos, internamente glabra, lobos 5-9 × 6-8 mm, inserção dos estames glanduloso-vilosa; estames inclusos, estaminódio maior que os estames, glanduloso-viloso; ovário ovoide, estilete ca. 22 mm compr., estigma lanceolado; disco nectarífero aneliforme. Frutos não vistos.

Jacaranda ulei ocorre nos Estados da Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e no Distrito Federal (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é pouco frequente. Caracteriza-se pelas folhas 2-pinadas, folíolos de 2ª ordem com nervuras secundárias broquidódromas (figura 9 h), cálice tubuloso, 5-lobado, e, segundo Gentry (1992Gentry, A.H. 1992. Bignoniaceae Part II: Tribe Tecomeae. Flora Neotropica 25: 1- 358.), Jacaranda ulei pode ser reconhecida pelos folíolos de 2ª ordem bulados.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 16-X-2007, A.O.R. Santos et al. 8 (HUFU).

Material adicional examinado: BRASIL. Goiás: Cocalzinho de Goiás, Estrada para as Fazendas Dois Irmãos e Maria dos Anjos, 15-XI-2014, D.B. da Silva et al. 29 (HUFU).

18. Pyrostegia venusta Miers, Proc. Roy. Hort. Soc. London 3: 188. 1863.

Figuras 4 e, 10 a-b

Trepadeira. Ramos cilíndricos, sólidos, esparso híspido-vilosos, estriados longitudinalmente, lenticelas ausentes. Profilos triangulares, vilosos, glândulas pateliformes presentes. Folhas 2-3-folioladas, gavinhas trífidas, discos adesivos ausentes, pecíolos 2,5-3,5 cm compr., peciólulos 0,5-1 cm compr., lâmina foliolar 2,5-4,5 × 1,3-2,6 cm, concolor, cartácea, oval, base arredondada, ápice acuminado, margem inteira, face adaxial esparso vilosa apenas nas nervuras secundárias, indumento mais denso na nervura primária, face abaxial vilosa, glândulas pateliformes presentes em ambas as faces, domácias ausentes, 4-6 pares de nervuras secundárias, peninérveas. Racemo terminal, 4,5-9 cm compr.; cálice ca. 4 × 3 mm, verde, campanulado, 5-denticulado, externa e internamente esparso glanduloso-viloso, ápice das sépalas viloso, glândulas pateliformes ausentes na parte externa; corola ca. 45 × 4 mm, alaranjada, estreitamente tubulosa, cilíndrica, tubo reto, externa e internamente glabra, exceto na margem dos lobos, lobos 10-12 × 3-5 mm, margem vilosa, inserção dos estames vilosa; estames excertos, estaminódio menor que os estames; ovário tubuloso, estilete ca. 60 mm compr., estigma rômbico; disco nectarífero aneliforme. Síliqua 12-15 × 0,8-1 cm, verde escuro, elíptico-lanceolada, regular, glabra. Sementes não vistas.

Gênero nativo do Brasil com apenas duas espécies. Pyrostegia venusta ocorre nos Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e no Distrito Federal (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é pouco frequente. Caracteriza-se pelo hábito trepador e pelas flores vistosas e abundantes. Segundo Machado & Romero (2014Machado, A.I.M.R. & Romero, R. 2014. Bignoniaceae das Serras do Município de Capitólio e Delfinópolis, Minas Gerais. Rodriguésia 65: 1003-1021.), Pyrostegia venusta também pode ser reconhecida pelos estames excertos e corola alaranjada, estreitamente tubulosa, cilíndrica (figura 10 b). De acordo com Scudeller (2004Scudeller, V.V. 2004. Bignoniaceae Juss. no Parque Nacional da Serra da Canastra - Minas Gerais, Brasil. Iheringia Série Botânica 59: 59-73 ), vegetativamente, os ramos com estrias longitudinais e a presença de gavinhas trífidas também são característicos da espécie (figura 10 a).

Ilustrações em Lohmann & Pirani (1998Lohmann, L.G. & Pirani, J.R. 1998. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Bignoniaceae. Boletim de Botânica Universidade de São Paulo 17: 127-153.), figura 10 a-e, Scudeller (2004Scudeller, V.V. 2004. Bignoniaceae Juss. no Parque Nacional da Serra da Canastra - Minas Gerais, Brasil. Iheringia Série Botânica 59: 59-73 ), figuras 20 e 21, Santos et al. (2013Santos, L.L, Santos, L.L., Alves, A.S.A., Oliveira, L.S.D. & Sales, M.F. 2013. Bignoniaceae Juss. no Parque Nacional Vale do Catimbau, Pernambuco. Rodriguésia 64: 479-494.), figura 5 a-e e Machado & Romero (2014Machado, A.I.M.R. & Romero, R. 2014. Bignoniaceae das Serras do Município de Capitólio e Delfinópolis, Minas Gerais. Rodriguésia 65: 1003-1021.), figura 3 f.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 4-VIII-2009, J.R. Souza s.n. (HUFU55493).

19. Tabebuia insignis (Miq.) Sandwith, Recueil Trav. Bot. Néerl. 34: 224. 1937.

Figura 10 c-d

Arbusto ou árvore, 2,5-3 m alt. Ramos cilíndricos, sólidos, glandulosos, esparso vilosos, quilhados, lenticelas presentes. Profilos inconspícuos. Folhas digitadas, 5-folioladas, gavinhas ausentes, discos adesivos ausentes, pecíolos 1-5,5 cm compr., peciólulos 0,3-2 cm compr., lâmina foliolar 0,9-8 × 0,1-1,2 cm, concolor, coriácea, elíptica, base obtusa, ápice mucronado, margem inteira, face adaxial esparso glandulosa, face abaxial glabra, domácias ausentes, 5-6 pares de nervuras secundárias, peninérveas. Botrióide, 2,5-5,5 cm compr.; cálice ca. 20 × 7 mm, verde, campanulado, irregularmente partido, externa e internamente esparso-glanduloso, glândulas pateliformes ausentes na parte externa; corola ca. 40 × 10 mm, branca, infundibuliforme, tubo reto, externa e internamente glabra, exceto na margem dos lobos, lobos 15-21 × 18-25 mm, margem vilosa, inserção dos estames vilosa; estames inclusos, estaminódio menor que os estames; ovário tubuloso, estilete ca. 30 mm compr., estigma rômbico; disco nectarífero aneliforme. Síliqua 10-11 × 1,5-2 cm, marrom, elíptico-lanceolada, regular, glabra. Sementes não vistas.

Gênero nativo do Brasil com 12 espécies. Tabebuia insignis ocorre nos Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em campo úmido e nas veredas da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é pouco frequente. Caracteriza-se pelas folhas digitadas (figura 10 c) e pela corola duas vezes maior que o comprimento do cálice e margem dos lobos vilosa (figura 10 d).

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 13-VIII-1993, A.A. Arantes et al. 27 (HUFU); 15-VIII-1997, C.P. Lomônaco et al. 1 (HUFU); 25-VII-2002, G.C. Oliveira 933 (HUFU).

20. Zeyheria montana Mart., Nov. Gen. Sp. 2(1): 66. 1826.

Figuras 4 f, 10 e-g

Subarbusto ou arbusto, 1-3 m alt. Ramos cilíndricos, sólidos, estrelado-tomentosos, estriados, lenticelas ausentes. Profilos triangulares, bastante desenvolvidos, estrelado-tomentosos. Folhas digitadas, 5-folioladas, gavinhas ausentes, discos adesivos ausentes, pecíolos 3-6 cm compr., peciólulos 0,5-1,5 cm compr., lâmina foliolar 9-17 × 2-5,5 cm, discolor, coriácea, elíptica, base obtusa, ápice agudo, margem inteira, face adaxial esparso estrelada, indumento mais denso na nervura primária, glândulas esparsas, face abaxial estrelado-tomentosa, domácias ausentes, 13-15 pares de nervuras secundárias, peninérveas. Tirso terminal, 10-15 cm compr.; cálice ca. 15 × 10 mm, creme, tubuloso, 3-lobado, cobrindo mais da metade da corola, externa e internamente estrelado-tomentoso, glândulas pateliformes ausentes na parte externa; corola ca. 25 × 12 mm, creme, tubulosa, tubo reto, externamente estrelado-tomentosa, internamente glabra, lobos 5-7 × 3-4 mm, inserção dos estames vilosa; estames inclusos, estaminódio menor que os estames; ovário ovoide, estilete ca. 25 mm compr., estigma rômbico; disco nectarífero inconspícuo. Cápsula 3-5 × 4-5 cm, parda, ovoide, mucronada, denso vilosa. Semente 10-12 × 10-12 mm, ovoide, alada, denso vilosa.

Gênero nativo do Brasil com apenas duas espécies. Zeyheria montana ocorre nos Estados do Pará, Tocantins, Bahia, Maranhão, Piauí, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal (Lohmann 2015Lohmann, L.G. 2015. Bignoniaceae. Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB112305 (acesso em 07-VII-2018).
http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/f...
).

Encontrada em cerrado sensu stricto e campo sujo da Reserva do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, onde é pouco frequente. Caracteriza-se pelos ramos estrelado-tomentosos e, segundo Scudeller & Carvalho-Okano (1998Scudeller, V.V. & Carvalho-Okano, R.M. 1998. Bignoniae (Bignoniaceae) no Parque Estadual do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil. Iheringia Série Botânica 51: 79-133. ), Zeyheria montana pode ser reconhecida pelos folíolos discolores (figura 10 e), pelo cálice 3-lobado que cobre mais da metade da corola (figura 10 f) e a cápsula ovoide mucronada (figura 10 g).

Ilustrações em Lohmann & Pirani (1998Lohmann, L.G. & Pirani, J.R. 1998. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Bignoniaceae. Boletim de Botânica Universidade de São Paulo 17: 127-153.), figura 1 c-f, Scudeller (2004Scudeller, V.V. 2004. Bignoniaceae Juss. no Parque Nacional da Serra da Canastra - Minas Gerais, Brasil. Iheringia Série Botânica 59: 59-73 ), figura 26 e Machado & Romero (2014Machado, A.I.M.R. & Romero, R. 2014. Bignoniaceae das Serras do Município de Capitólio e Delfinópolis, Minas Gerais. Rodriguésia 65: 1003-1021.), figura 3 h.

Material examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, RPPN do Clube Caça e Pesca Itororó de Uberlândia (CCPIU), 21-III-2011, A.F.A. Versiane et al. 5 (HUFU); 13-IV-2016, P.P.D.A. Pereira 10 (HUFU); 15-IV-2016, P.P.D.A. Pereira 11 (HUFU).

Material adicional examinado: BRASIL. Minas Gerais: Uberlândia, Sítio do Capim Branco, 17-VII-1984, R.C. Vieira 257 (HUFU).

  • 1
    Parte do Trabalho de Conclusão de Curso do primeiro Autor

Agradecimentos

Os autores agradecem ao Instituto de Biologia e ao Herbarium Uberlandense (HUFU), da Universidade Federal de Uberlândia, pela infra-estrutura; à direção do Clube Caça e Pesca Itororó Uberlândia, por permitir as coletas em sua Reserva; ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela concessão da bolsa de Iniciação Científica ao primeiro autor; ao Kassio Vinicio Chaves Moreira e ao Maurício Mercadante, pela disponibilização de imagens.

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    02 Out 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    28 Nov 2019
  • Aceito
    11 Mar 2020
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