Com o objetivo de descrever as percepções comunitárias a respeito da prevenção da dengue, realizou-se um estudo qualitativo nas áreas afetadas de Lima. Foram utilizadas entrevistas sob o modelo de crenças em saúde. Os entrevistados mencionaram diversos fatores de saneamento e condutas que aumentariam sua exposição à doença. Também enumeraram aspectos laborais, familiares e econômicos que seriam afetados pelo adoecimento. Os entrevistados assumiram parte da responsabilidade na prevenção, mas destacaram a importância do trabalho dos promotores de saúde, líderes comunitários e meios de comunicação. Dentre as medidas preventivas enumeradas, foram citadas algumas que não tinham evidência de efetividade. Os principais obstáculos citados foram: quantidade insuficiente de profissionais de saúde, baixa participação comunitária, desorganização das atividades preventivas e descontinuidade das ações após a resolução dos surtos. A discussão dos resultados encontrados promove a oportunidade de refletir sobre o trabalho preventivo realizado para o combate à dengue.
Dengue; Percepção social; Ação intersetorial; Assentamentos humanos