NOTAS BREVES
Arte, muitos são os sentidos ...*
Antonio Pithon Cyrino
Professor do Departamento de Saúde Pública, Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista/Unesp. Diretor do Centro de Saúde Escola. <acyrino@fmb.unesp.br>
Palavras-chave: Arte; Comunicação; serviços de Saúde.
Key words: Art; Communication; Healthcare services.
Palabras-clave: Arte; Comunicación; servicios de salud
O que podemos contra todas as forças que ao nos atravessarem nos querem fracos, tristes, servos e tolos?
Criar!: a resposta alegre!
(Deleuze, 1992)
O Centro de Saúde Escola (CSE) da Faculdade de Medicina de Botucatu Unesp abriu em novembro de 2.000 sua Mostra Permanente de Arte.
Luz, cores, formas, poesia... agora ocupam o espaço institucional, enquanto fonte propulsora da ação criativa e do jogo lúdico daqueles que contemplam, admiram, pensam, experimentam.
A Mostra, enquanto exposição pública dos trabalhos, é parte de um projeto que tem como preocupação central a comunicação que o serviço estabelece com seus usuários e a sociedade. Buscou ampliar esta comunicação estreitando as interfaces entre Arte e Saúde.
O Projeto Mostra Permanente de Arte viabilizou-se com a contribuição e criatividade de quatro artistas plásticos de Botucatu1 que durante dois anos trabalharam em sua produção. Este projeto permitiu, ainda, que estes artistas realizassem oficinas de arte com dois grupos de usuários da Saúde Mental do CSE, o Ateliê Planeta Arte e o Grupo Reviver. Esta vivência certamente permitiu a esses grupos a expressão de outros dizeres, bem como tecer muitos fios na rede social que os integra e os fortalece como cidadãos.
Com a Mostra Permanente de Arte, o CSE reafirmou sua preocupação crescente em discutir e implementar novas práticas de comunicação, construindo novos espaços de cidadania e trazendo a Arte em seus múltiplos sentidos para mobilizar nos usuários a expressão e a alegria de ver e dizer. Pois, como observa Laymert Garcia dos Santos (1989, p.13):
Dizer é momento de produção de afirmação. Momento de expulsão, de esconjuro, de exorcismo das forças da morte que se apropriam da energia vital. Dizer é momento de luta feroz e surda, de sopro de vida. Dizer já é um início de vitória - mas não se diz o começa da luta, este é indizível.
Recebido para publicação em: 14/01/01.
Aprovado para publicação em: 24/01/01.
Trabalhos dos grupos Planeta Arte e Reviver, 2000, CSE, Botucatu.
Referências bibliográficas
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
09 Jun 2009 -
Data do Fascículo
Fev 2001