O artigo problematiza os achados, em um município do Sul do Brasil, de uma pesquisa sobre a produção de cuidado nas redes de atenção à saúde, no que se refere à potência do vínculo como conceito-ferramenta para a reorganização dos processos de trabalho de equipes de saúde. A estratégia metodológica foi a abordagem cartográfica, mediante o acompanhamento de experiências vividas com três usuários-guia, visando aproximar a perspectiva dos investigadores daquelas dos usuários. Problematizou-se o reconhecimento mútuo e a busca de relações simétricas, com deslocamento das posições de saberes como condição ética para a emergência do vínculo. Propõe-se a construção do vínculo como potente estratégia para transformação das práticas cotidianas de saúde, a partir de um projeto ético-estético-político centrado nas demandas e necessidades em saúde dos usuários, em sua singularidade, e mediante relações simétricas.
Palavras-chave: Relações interpessoais; Prática profissional; Assistência integral à saúde; Vínculo; Necessidades de saúde