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O fosso de políticas. A saúde mental global em um país semi-periférico (Portugal, 1998-2016).

Este artigo analisa o impacto do paradigma hegemônico da saúde mental global (SMG) em Portugal. Argumenta-se que a SMG em Portugal promoveu uma mudança de prioridades nas políticas de saúde, favorecendo a prevenção e o tratamento das desordens mentais comuns em detrimento do processo de desinstitucionalização. Difundindo-se nos media, este modelo tem efeitos negativos, ao contribuir para a medicalização do sofrimento social, o escalonamento de áreas de intervenção de acordo com critérios utilitaristas e o risco de uma maior invisibilidade dos usuários com diagnósticos psiquiátricos graves. Contudo, o enfoque da SMG no impacto do conjunto das políticas sociais sobre a saúde mental representa uma nova oportunidade para encarar politicamente o sofrimento social. Caracterizado como país semiperiférico, Portugal pode ser representativo de tendências observáveis em países similares.

Globalização; Saúde mental; Reformas psiquiátricas; Epidemiologia psiquiátrica; Direitos humanos


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