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Em uma Universidade Pública... calouros... e trote

DEBATES

Em uma Universidade Pública... calouros...

... e trote

Luciana Lunardi

Pedagoga, professora do Departamento de Educação, Instituto de Biociências de Botucatu/Unesp.

Que tempos medonhos chegam,

depois de tão dura prova?

Quem vai saber, no futuro,

o que se aprova ou reprova?

De que alma é que vai ser feita

essa humanidade nova?

Cecília Meirelles

fragmentos* * Extraído de questionários aos calouros do campus da Unesp de Botucatu, maio/98. ...

Integração aluno-veterano-docente-universidade..

É apenas uma brincadeira e é assim que deve ser encarado, mas não deve passar dos limites.

Para alguns, é a forma que eles têm de se relacionar com os bichos, agora para outros é a forma que eles encontram para se acharem superiores.

Uma maneira de integração, a certo ponto desnecessária e por outro lado divertida, claro que tem que ser controlado.

Deve ser sempre um caminho para novas amizades, não um pretexto para humilhações e falta de respeito.

É uma forma de integração em que não há necessidade de violência ou humilhação.

É uma maneira de integração equivocada.

É um misto entre brincadeira e humilhação e que necessita ter os limites necessários.

Um ritual necessário para os calouros perceberem e sentirem que passam para um novo estágio ... uma festa comemorativa depois de passar do exaustivo vestibular.

Prática saudável e necessária, que serve para integrar e iniciar o calouro na faculdade. É válido, pois o calouro tem oportunidade de conhecer e conviver com seus "veteranos"; fazer novas amizades.

Uma atividade integradora que visa estabelecer amizade entre veteranos e bixos.

Uma maneira de os veteranos humilharem os bixos com a desculpa de integrá-los à faculdade.

Totalmente desnecessário e primitivo.

É um meio pelo qual os calouros se integram à faculdade, passando a se sentir parte dela.

Algo inútil e imbecil. Um poder que não deveria ser entregue a veteranos retardados que não sabem se relacionar de forma amistosa.

É uma brincadeira para integração, dentro dos limites de aceitação de quem vai levar o trote. Integração não é escrever o nome de um bixo em sua testa durante cinco segundos e passar para o próximo bixo: é parar por alguns instantes e, se for escrever no bixo, conversar com ele.

  • *
    Extraído de questionários aos calouros do campus da Unesp de Botucatu, maio/98.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      06 Jul 2009
    • Data do Fascículo
      Ago 1999
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