A autora objetiva discutir a participação da educação médica, ao assumir a ética como sua questão, na atual crise da medicina. Caracterizando a ética e a técnica como dimensões consubstanciais da prática médica, elege o julgamento clínico e o âmbito prático da ação como esferas mais apropriadas para exame. Evidencia a inseparabilidade daquelas dimensões, ao mostrar a presença do que chama "os contrários surpreendentes" no trabalho médico, entre eles, a arte e a ciência. Caracteriza então este trabalho, como situação de "conflito de deveres", examinando sua qualificação de "ato difícil". Discute o apelo à ética, próprio desta situação, inscrevendo-a na técnica e conclui que esta inscrição ampara a intervenção, da perspectiva humana e social. A tomada da decisão em bases contrárias burocratiza a técnica, alienando o médico da responsabilização social de seu ato. Por tudo isso, adverte que a educação médica deve considerar a inclusão da problemática ética de duas perspectivas aliadas: como disciplina e como exercício prático.
Medicina; educação médica; ética médica; julgamento; prática profissional