O presente artigo discute a descentralização do Tratamento Diretamente Observado (TDO) da tuberculose (TB) em um município da região metropolitana de Porto Alegre, RS. Após a implementação da estratégia, as taxas de abandono do tratamento diminuíram, mas o município não alcançou a meta preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Trata-se de uma pesquisa qualitativa que entrevistou profissionais da atenção primária e da vigilância em saúde. Os resultados apontaram que a descentralização apenas do procedimento pode significar somente o acréscimo de mais uma tarefa para a atenção primária e alimentar a compreensão de uma responsabilidade parcial, não coerente com esse nível de atenção. Como possibilidade para diminuir o abandono, sugere-se a descentralização completa do cuidado para atenção primária e a constituição de apoio matricial que envolva profissionais especializados e o núcleo de vigilância.
Tuberculose; Atenção primária em saúde; Vigilância em Saúde Pública; Atenção integral à saúde; Bioética