Discutem-se ações de comunicação em saúde nas campanhas de prevenção à leptospirose em Maceió. O método consistiu na análise multimodal de cinco cartazes, dois fôlders e um panfleto utilizados nessas campanhas entre 1996 e 2017 e da análise do conteúdo de duas entrevistas realizadas com usuários que foram acometidos pela doença. Resultados mostram que a finalidade original dos materiais altera seu efeito discursivo e que o enfoque visual predominante é o rato; as campanhas fazem uso de um modelo comunicacional unilateral, diretivo e de impacto potencialmente baixo, ratificando achados anteriores da literatura; falta correspondência entre as ações propostas e as condições de vida dos usuários; e a responsabilidade pela prevenção é atribuída majoritariamente à população em situação de vulnerabilidade, isentando-se o Estado de ações que fomentem o diálogo. As potenciais implicações psicossociais desse processo são discutidas.
Comunicação em saúde; Prevenção primária; Leptospirose