EDITORAL
Os textos que compõem este número são originários de múltiplos campos, profissões, estudos e pesquisas, mas pode-se dizer que, de algum modo, todos apontam, desvelam e até denunciam nossas políticas do saber, nossos modos de saber e não saber, as disputas, assujeitamentos, conquistas, equívocos, tensões e aberturas para o novo.
Corpo, cuidado, poder são tema, matéria ou emergem nos trabalhos em suas dimensões discursivas, de reprodução e produção no imaginário social e nas práticas profissionais: normalização dos corpos e dos modos de viver, redução do adoecer a escolhas individuais, captura da adolescência num não lugar, hegemonia na promoção de uma "velhice saudável", estereotipia da feminilização dos serviços de Atenção Primária à Saúde, psiquiatrização da infância e exclusão da experiência de corpo-maternidade no cotidiano do aleitamento.
Os conceitos de bioética, biopoder, biopolítica e autonomia tomam a cena de reflexões sobre a atenção, educação e promoção em saúde, formação, gestão, avaliação, pesquisa e saúde publica, entre outros contextos. E o olhar sobre os processos de trabalho mostra sua relevância na busca de efetivação dos princípios e ações do Sistema Único de Saúde (SUS).
Do muito que ainda se pode destacar dos trabalhos para um convite à leitura atenta há o estudo que traz a coragem dos escritos de Qorpo Santo ou o da proposta de honestidade com a história.
Interface conta, agora, com uma equipe responsável pela seção de Criação e projeto gráfico-textual, que inicia seu trabalho com o jogo-diálogo do que fervilha nos textos ao pulso dos corpos captados nas imagens do fotógrafo João Caldas.
Mariângela Quarentei
Editora de Criação
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
27 Ago 2012 -
Data do Fascículo
Jun 2010