Open-access Crónicas del grupo: herramienta para análisis colaborativo y mejora de la reflexión en la investigación-acción

icse Interface - Comunicação, Saúde, Educação Interface (Botucatu) 1807-5762 1414-3283 UNESP Se analizan las funciones que la “crónica del grupo” (narrativa de los acontecimientos – verbales/no verbales – de un grupo de personas discutiendo un tema común) puede asumir en proyectos de investigación-acción relacionados a la Educación Permanente en Salud. Se entiende la práctica profesional en sus aspectos complejos y tácitos, insertada en lo social, como propone la Comunidad Práctica/CoP. Se parte de los resultados de investigación-acción que utilizó la crónica del grupo como herramienta no dialéctica. Se utilizó el análisis temático en 31 trechos de las transcripciones de encuentros presenciales entre los participantes que contenían la palabra “crónica”, identificándose cinco funciones: facilitación de la comunicación, compromiso y construcción de la identidad, memoria del grupo y continuidad del aprendizaje, toma de conciencia de los aspectos implícitos y análisis colaborativo. Esa herramienta va al encuentro de proyectos educativos-investigativos que busquen la promoción de la reflexión para la mejora de prácticas en salud y construcción de conocimiento bajo esa perspectiva. O desafio da Educação Permanente em Saúde: contribuições de pesquisa-ação e das proposições da Comunidade de Prática Mudanças na assistência em saúde no Brasil vêm sendo alvo de políticas voltadas para humanização e trabalho em rede, demandando estratégias de formação continuada, como fomentado pela Política de Educação Permanente em Saúde/EPS brasileira. O desafio que se coloca é a transformação de práticas de formação em serviço/educação continuada encomendadas, verticalizadas, voltadas para profissionais de categoria única e centradas em processos de aprendizagem técnico-instrumental, para propostas participativas, dialógicas e que estejam voltadas para a realidade do trabalho das pessoas, na organização dos processos de trabalho, na assistência e na gestão em saúde1-5. Para a efetivação dessas mudanças, almeja-se que a EPS se concretize em processos coletivos e crítico-reflexivos sobre o processo de trabalho4-8, compreendendo a aprendizagem como dinâmica, processual, fruto do engajamento ativo no mundo em um processo de produção de sentidos9. Além disso, a EPS demanda valorizar tanto as experiências vividas pelos profissionais e os sentidos que foram construídos a partir delas – dado o caráter tácito sobre o qual a experiência é construída8,9 –, como a reflexão sobre a experiência, que impulsiona o profissional a se tornar consciente do que é tácito, avaliar ações e redefinir significados, podendo, assim, produzir novos conhecimentos10,11. A EPS busca enfrentar a cristalização de padrões implícitos de organização, trabalho e assistência, pois, “frequentemente, problemas aparentemente de natureza técnica podem expressar conflitos latentes nos modos de pensar e atuar dos profissionais”4 (p. 897). De modo a promover a transformação pela educação, o problema em questão precisa vir à tona, os sujeitos precisam se reconhecer na singularidade da situação e serem reconhecidos em suas necessidades e potencial criativo-transformador4. Esses pressupostos são também preconizados pela pesquisa-ação que, na interface entre os campos da educação e da saúde, vem sendo utilizada para produção de conhecimento e de tecnologia de cuidado, assim como de formação e desenvolvimento profissional12-17. Essa modalidade de investigação qualitativa assenta-se na produção colaborativa de saberes sobre uma temática de ordem prática, incluindo todos os envolvidos (pesquisadores/autores e participantes/atores) em modos recíprocos de relação, e colocando-se subserviente à prática, voltada para seu aprimoramento, ao construir ações intencionais visando transformações18-21. Alguns projetos de pesquisa-ação no campo da saúde têm se referenciado na Comunidade de Prática e Identidade (CoP)9 por apresentar uma estrutura teórico-metodológica que favorece a combinação dessas características22-28. A CoP implica a participação ativa de seus membros, construindo e moldando o conhecimento no diálogo consigo mesmo e com os demais, encorajando os participantes a: refletirem, pesquisarem, analisarem e avaliarem coletivamente suas próprias ações, valores e conhecimentos. Seu eixo condutor é a negociação de significados, ao compartilhar e produzir: repertórios, conhecimentos, modos de fazer, instrumentos, histórias. A CoP oferece uma estrutura que fomenta a continuidade da aprendizagem na interação entre a participação dos indivíduos e a reificação (o que é produzido pela participação) para organizar ações e interações, de modo a produzir novos sentidos e novas formas de participação, sempre com o foco na prática. A reificação dos processos de aprendizagem se dá em diferentes materiais (protocolos, cartazes, quaisquer elementos reais da mudança organizacional de um serviço), e cria marcos externos que favorecem a percepção e a consciência do que foi produzido, além de servirem como pontos de apoio para novas reflexões, em torno dos quais a negociação pode ser organizada9. Nessa direção, Toledo et al.20identificaram que pesquisas-ações metodologicamente estruturadas de modo a oferecer ferramentas reflexivas, nomeadas de dialéticas, e ferramentas não dialéticas, que apresentam análises e resultados para os participantes, proporcionam maior implicação de todos os envolvidos na pesquisa, reciprocidade nas relações entre pesquisadores e atores19,29 e participação no projeto: Ao serem discutidos com os participantes os resultados destes instrumentos, são fornecidas respostas às indagações, favorecendo, inclusive, a credibilidade para com a metodologia (diminuindo a resistência) e contribuindo para a compreensão dos envolvidos sobre a relevância da problemática em foco.20 (p. 639) O uso da crônica do grupo como elemento não dialético em pesquisa-ação Em nosso estudo30 também encontramos resultados similares aos de Jacobi, Giatti e Toledo20. Nossa pesquisa-ação estava interessada em compreender o desenvolvimento profissional de terapeutas ocupacionais em início de carreira, e contribuir para o aumento da reflexividade sobre a prática e melhoria do raciocínio clínico. As seis profissionais participantes cursavam o segundo ano de Residência em Terapia Ocupacional em Saúde Mental, e a pesquisa-ação foi ofertada como uma atividade de extensão. Nessa pesquisa-ação, os elementos dialéticos foram: a participação quinzenal em um grupo de reflexão presencial, com uma hora e meia de duração, ao longo de dez meses, e a escrita de diários reflexivos por cada uma das participantes, com feedback da pesquisadora, em comunicação por endereço eletrônico31. Os elementos não dialéticos que fizeram parte do desenho metodológico foram: a crônica do grupo, a devolutiva da análise preliminar dos primeiros seis encontros e a devolutiva da análise final dos dados. A crônica do grupo caracteriza-se por ser uma narrativa dos acontecimentos (verbais e não verbais) de um encontro de um grupo de pessoas voltado para a discussão de um tema comum, contendo a interpretação do que foi discutido pelo grupo e excertos exemplificadores dessas interpretações. Essa ferramenta insere-se teórica e metodologicamente na teoria dos grupos operativos de Pichón-Rivière32,33, que valoriza a comunicação como elemento-chave para a aprendizagem. No grupo operativo, além da presença do coordenador do grupo, que é responsável por facilitar a comunicação, também existe o observador, que não participa das discussões, mas se mantém presente fazendo anotações sobre a comunicação verbal e não verbal. O observador e o coordenador são responsáveis por elaborarem a crônica do grupo com base no relato descritivo feito pelo observador, considerando: o que aconteceu antes da reunião e na reunião em si, o tema principal e os conteúdos mais relevantes discutidos no grupo, temas não compreendidos e incômodos percebidos. No contexto da pesquisa, Lucchese e Barros34 sugerem que a crônica do grupo possa ser utilizada como um diário de campo e, mesmo, como uma etapa da análise de dados, por contar com a colaboração conjunta do coordenador e do observador. Em nossa pesquisa-ação, não contamos com a participação de um observador. Assim, os encontros presenciais foram gravados em áudio e transcritos, e, a partir dessa transcrição, a crônica era elaborada. Líamos cada trecho da transcrição, buscando identificar o assunto em pauta, tanto em termos temporais (uma coisa depois da outra) como causais (uma coisa por causa da outra), como pode ser visto no Quadro 1. Essa estratégia foi pensada, inicialmente, tanto para que alguma participante que tivesse faltado pudesse saber o que havia sido discutido, como para servir de base para outras discussões, como material reificado9. Depois de elaborada, a crônica era enviada por correio eletrônico a todas as integrantes, as quais tinham o compromisso de a ler antes do próximo encontro do grupo. Quadro 1 Trecho da crônica do décimo quarto encontro da CoP30. “[...] O grupo validou as colocações da pesquisadora e da colaboradora e colocou a questão sob o ponto de vista do CRESCIMENTO PROFISSIONAL, do quanto a maturidade pode levar a uma maior tranquilidade no que se refere à ESPECIFICIDADE PROFISSIONAL, a partir das experiências vividas e refletidas. ‘[...] que é isso, não está longe do nosso pensamento isso que a gente está conversando hoje, faz total sentido o que você está falando, o que todo mundo está falando, então se faz sentido é porque tem algo dentro de mim que diz isso, mas por que é que quando eu estou na prática isso me pega de um jeito que parece que é um vírus, que você dá uma respirada você já se contaminou? – Mas não é terapia ocupacional, por que ela quer dar argila para ela? Ela é psicóloga, vai dar argila – [...] eu acho que talvez com a experiência [...] a gente se sente mais tranquilo em relação à nossa prática, [...] não sei se a gente está num momento de descobrir, e a gente está em vários espaços diferentes, e as pessoas cobram coisas diferentes a partir da compreensão que elas têm do que a gente pode fazer, e aí a gente fica muito perdida, [...] eu acho que é uma imaturidade profissional assim, pelo menos é como eu me sinto, porque faz total sentido [...]’ ‘[...] acho que essa diferença que você está trazendo que faz um sentido, [...] entre alguma coisa que é, é vivenciado, refletido, vivenciado de novo, refletido e vivenciado de novo, que é a construção da experiência e da maturidade profissional que permite que isso venha com mais tranquilidade, o que você está dizendo é que talvez por enquanto eu precise de uma cola de vez em quando para poder me lembrar disso, mas daqui um tempo isso vai vir naturalmente, com a experiência você vai estar, não, eu acredito.’ ‘[...] eu assim tenho acreditado cada vez mais que as pessoas que mais se incomodam com a sua prática é quem cresce.’ [...]” Assim, por se tratar de um processo contínuo (18 encontros em grupo), no qual a devolutiva oferecida pela crônica do grupo referente ao encontro passado era um elemento constante, observamos uma profícua relação estabelecida entre o elemento reificado não dialético (a crônica do grupo) e a participação nos encontros. Trabalhos que discutem o uso da narrativa no processo de pesquisa-ação de avaliação qualitativa destacam a capacidade da narrativa para dar voz à multiplicidade de sujeitos de maneira ampla e encadeada, coerente, de modo a se aproximar o melhor possível da realidade vivida, assim como do que foi produzido pelos participantes13,15,35,36. Além disso, indicam a pouca exploração da capacidade da narrativa como dispositivo de comunicação, no contexto da pesquisa-ação, como possibilidade de os sujeitos retornarem a narrações anteriores em um círculo de construção de sentidos10, justamente o que observamos em nossa pesquisa-ação, essa característica da crônica do grupo como potência comunicativa. Essa e outras características observadas, como a capacidade da ferramenta de promover a participação na pesquisa e favorecer o reconhecimento dos reais problemas a serem trabalhados na CoP27, levaram-nos a buscar sistematizar essa experiência e compreender quais aspectos circundaram a utilização da crônica do grupo como ferramenta formativa e investigativa no processo de pesquisa-ação. Metodologia De modo a compreender quais aspectos circundaram a utilização da crônica do grupo na pesquisa-ação desenvolvida, localizamos a palavra “crônica” em todas as transcrições das conversas dos encontros presenciais da CoP, com a ferramenta de localização de palavras em software editor de texto. A palavra foi encontrada 32 vezes. Ao analisar o contexto em que se inseriam, bem como seu significado, somente um aparecimento continha sentido diferente de “crônica do grupo” (crônica como gênero literário). Esses excertos (a palavra no contexto da conversa) foram submetidos à análise temática37, buscando-se desvelar seus núcleos de sentido, a constância e a importância de sua repetição para elucidar a que a ferramenta estava se prestando. Resultados Foram identificados cinco núcleos de sentido para as conversas das participantes da CoP nos encontros presenciais que continham a palavra “crônica”. A análise dos temas elucidou cinco funções que essa ferramenta exerceu ao longo do desenvolvimento da CoP, favorecendo a participação grupal, a aprendizagem colaborativa e a validação das interpretações da pesquisadora dos eventos ocorridos em encontros anteriores: 1 facilitar a comunicação; 2 favorecer engajamento e construção da identidade grupal; 3 garantir a memória do grupo e a continuidade da aprendizagem; 4 possibilitar a tomada de consciência dos aspectos implícitos; 5 possibilitar análise colaborativa pela avaliação da interpretação. 1 Facilitar a comunicação Parte das vezes em que a palavra “crônica” apareceu nas conversas da CoP teve a função de: dar início à conversa, nomear seu foco, chamar as demais participantes para a discussão, oferecer direcionamentos, diminuir a ansiedade diante do desconhecido – sobretudo, nos primeiros encontros do grupo, na medida em que apresentava a produção anterior do grupo. Essa função foi bastante utilizada pela coordenadora/pesquisadora, parecendo ter a intenção de facilitar a comunicação e propiciar que as pessoas se envolvessem na conversa e participassem. “[...] lendo a crônica, relendo a nossa história no grupo passado, […] uma das coisas que mais apareceu […] foi esse interjogo e eu [...] o quanto que isso [...] é sofrido por ambos os lados, [...]”. (pesquisadora, quarto encontro) “[...] eu fiz uma cópia para cada uma, […] queria saber se vocês topam essa proposta de resgatar um pouco... [...]”. (pesquisadora, quinto encontro) ”[...] eu fico lembrando da crônica, num momento que alguém fala assim: [...]”. (Mariana, segundo encontro) “Acho que só para retomar […] a crônica do último encontro, […] a gente começou a escolher temas que o grupo […] se interessa a discutir [...]”. (pesquisadora, sexto encontro) “Acho que eu vou chegar um pouco perdida e quando eu li fui me acalmando [...]”. (Mariana, segundo encontro) 2 Favorecer engajamento e construção da identidade grupal Nestes excertos, a palavra “crônica” esteve inserida na conversa das participantes da CoP quando elas se identificavam com o que havia sido dito, e, muitas vezes, percebendo-se nos excertos das falas. Esse movimento pareceu ir ao encontro da proposição da construção da identidade e do engajamento em participar do empreendimento9, ou, mesmo, nas proposições da pesquisa-ação18, favorecendo a implicação no trabalho colaborativo, como nos trechos a seguir: “Eu achei interessante a gente ver a nossa fala […] escrita: nossa, fui eu que falei! Você lê e daí depois você pensa: é, fui eu que falei isso [...]”. (Marisa, terceiro encontro) “[…] eram coisas que eu também sentia, mas algumas delas eu não coloquei no diário, então foi muito familiar para mim o que foi discutido”. (Mariana, terceiro encontro) “Eu fiquei pensando: nossa, incrível! Eu falei: meu, deus, queria estar lá e foi dando muito uma sensação gostosa, sabe! Nossa, eu não estou sozinha nas minhas angústias, nas minhas dúvidas! [...] foi incrível […] ver que todo mundo passa por essas angústias, por essas dúvidas. Foi emocionante também, as falas, como foi colocado, o que as pessoas traziam”. (Fernanda, 15º encontro) 3 Garantir a memória do grupo e a continuidade da aprendizagem Os trechos dessa categoria demonstram que a crônica do grupo foi utilizada como reificação da produção grupal, permitindo acesso à informação para quem faltou e resgate de temas já discutidos. Essa função propiciou que o processo de aprendizagem não sofresse paralisações, desencontros ou desentendimentos. “Eu que não estava aqui, acho que foi muito bom, gostei muito de poder ter esse acesso, [...]”. (Mariana, terceiro encontro) “Ter esse recurso, […] a memória do grupo”. (Marisa, terceiro encontro) “[…] poder ler essa sétima crônica, que vários temas já tinham aparecido antes, de outras maneiras, essa coisa da responsabilidade já tinha aparecido antes, num outro contexto, mas às vezes os temas voltam. Voltou de novo agora”. (pesquisadora, oitavo encontro) “Então acho que também foi confortável, é um cuidado, são falas, mas deste grupo, como é que a gente foi construindo, e aqui está uma coisa construída mesmo. Não só o que cada um foi falando na outra semana, no outro encontro”. (Cecília, terceiro encontro) 4 Possibilitar a tomada de consciência dos aspectos implícitos Dado o caráter tácito sobre o qual a experiência é construída, e sua importância para a prática profissional diária, os excertos constituintes desse tema revelam esse caráter implícito, e revisitar o que foi conversado no grupo tornou possível escolher novos caminhos, tornar-se mais consciente dos conflitos, avaliar ações e redefinir significados. Os momentos de maior impacto na CoP, no sentido de redirecionar o trabalho colaborativo e elaborar tensões, foram caracterizados pela tomada de consciência de aspectos até então desconhecidos27. “Nossa, eu não tinha ideia! […] Eu não tinha ideia que tinha falado de outras coisas, [...]”. (Fernanda, quinto encontro) “Eu tive uma impressão que estava muito fora da proposta do grupo na outra semana e aí lendo, eu fiquei: tem muito a ver com o que é ser um terapeuta, no sentido iniciante do que a gente está questionando [...]”. (Isadora, quinto encontro) “Sempre quando eu vou ler: quanta coisa! Parece que a gente não tem a dimensão de tudo que a gente falou, de tudo que foi dito. Eu fico com essa sensação, e é bom olhar depois que a gente viveu, poder olhar e ver tudo que [...] aconteceu”. (Marisa, oitavo encontro) 5 Possibilitar análise colaborativa pela avaliação da interpretação Embora boa parte da validação das interpretações da pesquisadora seja visível nos excertos relativos às outras funções, alguns excertos, em menor quantidade no bojo de todos os encontros, estiveram diretamente relacionados à apreciação das participantes sobre a forma e os conteúdos da crônica, assim como da pesquisadora em convidar as participantes a essa apreciação. “E aí [...]? Eu tinha pedido para vocês darem uma olhada na crônica, e o que vocês acharam [...]?”. (pesquisadora, oitavo encontro) “[...] muito legal essa ideia de você compartilhar com a gente também o que você foi pensando […]’. (Mariana, terceiro encontro) “E eu achei também que foi interessante saber de que forma que você vai fazer esse relato. Eu achei interessante ter acesso também a essa coisa que você faz [...]”. (Tatiane, terceiro encontro) “É bem... Está bem legal assim”. (Tatiane, oitavo encontro) Discussão A primeira e a segunda categorias destacam a função da crônica para facilitar a comunicação do grupo, bem como a participação e a construção da identidade na CoP. A participação ativa, implicada, pode ser considerada o elemento motivador de uma pesquisa-ação17, indispensável para garantir a qualidade e efetividade do projeto, na medida em que todos os sujeitos envolvidos constroem um sentido de pertencimento21. Apontam-se9 relações entre participação e identidade, na medida em que a construção de uma identidade passa pela negociação de sentidos da experiência de ser membro em comunidades sociais. Assim, a prática sob o aspecto da identidade pode ser compreendida como um campo de negociação das formas de “ser uma pessoa” nesse contexto, em um processo de constituição mútua entre indivíduo e comunidade, considerando as tensões decorrentes do conflito inerente entre individual e coletivo. A crônica do grupo pareceu favorecer o “tornar-se membro” de uma CoP, na medida em que, ao explicitar o reconhecimento desse pertencimento, pelas falas imersas no texto, demarcava a participação de cada uma no todo construído. Assim, chamava as participantes para lidarem com a identidade que aquele grupo estava produzindo e a negociarem a sua identidade diante dessa nova comunidade. A construção da identidade é processual e temporal9. Assim, o que se objetiva em uma pesquisa-ação é que os participantes negociem significados e atinjam clareza do que valorizam como importante ou não para determinado tema e determinada prática, o que contribui para a identidade dessa comunidade e o que pode ser deixado na marginalidade. Desse modo, as funções da crônica de facilitar a comunicação, favorecer o engajamento e a construção da identidade em um processo indivíduo-comunidade parecem favorecer a identificação do problema a ser enfrentado/discutido/negociado e aumentar a percepção dos participantes sobre sua implicação na pesquisa-ação, de modo a estabelecer processos de negociação de identidade entre o que desejam e o que a comunidade almeja. Essas características propiciam o trabalho grupal sobre as tensões geradas em direção à construção de conhecimento, tendo em vista que essa modalidade de pesquisa é totalmente dependente da participação dos sujeitos18,29. A pesquisa-ação demanda um processo de transformação de atores em autores19,29. Em uma perspectiva do profissional reflexivo, trata-se de transformar profissionais em investigadores da própria prática, no contexto no qual ela ocorre10. Para a efetivação de mudanças nas práticas de cuidado, o processo de reflexão – considerado um pensamento atrelado à ação e que demanda uma ação diferente da rotineira – amplia a compreensão das relações com outras experiências e ideias, criando condições para a continuidade da aprendizagem38,39. O processo de reflexão tem o potencial de trazer à tona os aspectos implícitos da prática10. Assim, a crônica do grupo, ao se colocar como objeto reificado da participação dos sujeitos na CoP, agiu como um marco externo, favorecendo a consciência do que o grupo produziu e de aspectos tácitos não percebidos anteriormente, o que favoreceu novas reflexões, em torno dos quais a negociação pode ser organizada9. Gostaríamos de destacar que a crônica foi a ferramenta utilizada para fixar o discurso das participantes, sendo o discurso em si uma forma de reificação, porém tão efêmera que parece participação. Ao ser reificado em forma de narrativa, o discurso ganha independência do sujeito9, e a narrativa passa a mediar discurso e ação13. Assim, a crônica do grupo não trata apenas do passado, mas pode ser utilizada para mudar o foco, possibilitar novas maneiras de compreensão e de se estabelecer novas relações. Nesse contexto, o que é novo pode ser transformado em conhecimento, que é o contexto ideal para a aprendizagem e criação de conhecimento9. Em nosso estudo, a crônica do grupo foi utilizada não somente como elemento não dialético, na perspectiva de devolver as interpretações/resultados da equipe de pesquisa para os participantes em um único momento, mas se inseriu em um processo ampliado (dez meses, em encontros quinzenais), retomando o que foi produzido anteriormente como base para uma nova produção. Essa característica de continuidade da narrativa/crônica também demonstrou sua capacidade para fomentar a comunicação de modo fluente e poroso13, alimentando tanto o processo de aprendizagem como da pesquisa. Assim, ao validarem as interpretações da pesquisadora a respeito do discurso do encontro anterior, as participantes também propiciavam que a análise dos dados da pesquisa fosse contínua e sendo preliminarmente feita e validada (quinta categoria). A crônica do grupo favoreceu o processo de sistematização e de objetivação dos dados, na medida em que elucidava o tema em foco na discussão, garantindo o que foi nomeado de visibilidade construída14. Ao abrirem espaços para elementos até então desconhecidos, as crônicas trabalharam para tensionar discurso e ação, gerando elementos profícuos para a pesquisa-ação e dando visibilidade ao que é subjetivo e particular, difícil de ser acessado em metodologias de pesquisa mais pontuais, e que não dependa tanto da participação ativa dos sujeitos/atores. Considerações finais Neste artigo, procuramos elucidar aspectos relativos ao uso da ferramenta “crônica do grupo”, tanto para promoção da reflexão como para análise colaborativa em um processo de pesquisa-ação. Desse modo, foi possível desvelar que tal ferramenta pode contribuir para favorecer a comunicação em processos grupais, fomentar a participação dos sujeitos/atores na pesquisa-ação, e favorecer a negociação/construção de identidade no projeto. A interação entre a participação dos sujeitos e o resultado dessa participação, como a crônica do grupo, favoreceu a ampliação do conhecimento sobre o tema/problema em questão14, contribuindo para a produção de conhecimento e cuidado em saúde que, na maioria das vezes, abarca problemas de natureza complexa, de desafios transdisciplinares com vistas a intervenções bem-sucedidas12,17,20. A crônica do grupo também propiciou um processo de produção colaborativa de saberes, na medida em que se ofereceu como dispositivo de resgate da produção anterior (memória) e que, sobretudo, serviu como dispositivo independente do sujeito9, para que novas reflexões fossem elaboradas, em um processo contínuo. Os referenciais utilizados para a construção de nossa pesquisa30, como a Comunidade de Prática e Identidade9, a Epistemologia da Racionalidade Prática10,11 e os referenciais da pesquisa-ação18,29, foram os mesmos para a análise dos resultados desse estudo; e foi possível estabelecer relações positivas entre diferentes temas complementares: fomento de mudanças na prática, no nosso caso, do cuidado na saúde; aprendizagem profissional e aprendizagem colaborativa; a natureza da prática e a reflexão sobre ela como mecanismo de construção de conhecimento; a participação dos sujeitos/atores para construção de conhecimento sobre a prática e voltada para sua melhoria; e pesquisa-ação. Do ponto de vista da EPS, tanto esses referenciais como a ferramenta “crônica do grupo” parecem se ajustar aos objetivos de uma educação para o Sistema Único de Saúde a partir do tensionamento dos processos de trabalho, organização e gestão1-8. Além disso, levando-se em consideração que a participação dos sujeitos é o fator de garantia de qualidade de qualquer processo formativo, a crônica do grupo pode ser utilizada como uma estratégia a mais, que favoreça a construção da identidade de uma comunidade de prática que busca mudanças na Saúde. Entretanto, caso o processo de EPS não se insira em uma pesquisa-ação formal, tendo em vista o grande tempo demandado para a realização de transcrições e elaboração da crônica, outras estratégias podem ser pensadas, como a presença de um observador do grupo, ou, mesmo, de membros participantes que, em determinados encontros, assumam a tarefa de registro e construção da narrativa/crônica. Como pesquisadoras, gostaríamos de ressaltar que o exercício de elaboração da crônica do grupo favoreceu que estivéssemos, constantemente, imersas na pesquisa, identificando questões, levantando hipóteses, refletindo sobre quais possíveis ações se ajustariam melhor para determinada situação. Foi um processo de retroalimentação entre intervenção e pesquisa, de fomento da reflexividade na equipe de pesquisa, e de ampliação das questões relativas ao projeto, registradas no diário de campo. Em relação aos limites deste artigo, reconhecemos que nossa análise pautou-se em uma única experiência, e, assim, nosso objetivo limitou-se ao de elucidar alguns aspectos relativos ao uso desse tipo de ferramenta. Diante disso, destacamos a funcionalidade da crônica do grupo como uma ferramenta que vai ao encontro de projetos educacionais e investigativos que busquem a promoção da reflexão para melhoria de práticas de cuidado em saúde; e projetos de pesquisa-ação interessados em compreender aspectos da prática à luz de como os profissionais a compreendem, e construir conhecimento nesse contexto. Referências 1 1. Ministério da Saúde. Política de educação e desenvolvimento para o SUS: caminhos para a educação permanente em saúde. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2004. Ministério da Saúde Política de educação e desenvolvimento para o SUS: caminhos para a educação permanente em saúde Brasília (DF) Ministério da Saúde 2004 2 2. Portaria nº 198/GM, de 13 de fevereiro de 2004. Institui a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como estratégia do Sistema Único de Saúde para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para o setor e dá outras providências. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2004. Portaria nº 198/GM, de 13 de fevereiro de 2004. Institui a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como estratégia do Sistema Único de Saúde para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para o setor e dá outras providências Brasília (DF) Ministério da Saúde 2004 3 3. Portaria nº 1.996/GM, de 20 de agosto de 2007. Dispõe sobre as diretrizes para a implementação da política nacional de educação permanente em saúde e dá outras providências. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2007. Portaria nº 1.996/GM, de 20 de agosto de 2007. Dispõe sobre as diretrizes para a implementação da política nacional de educação permanente em saúde e dá outras providências Brasília (DF) Ministério da Saúde 2007 4 4. Batista KBC, Gonçalves OSJ. Formação dos profissionais de saúde para o SUS: significado e cuidado. Saude Soc. 2011; 20(4):884-9. Batista KBC Gonçalves OSJ Formação dos profissionais de saúde para o SUS: significado e cuidado Saude Soc 2011 20 4 884 889 5 5. Silva JAM, Peduzzi M. Educação no trabalho na atenção primária à saúde: interfaces entre a educação permanente em saúde e o agir comunicativo. Saude Soc. 2011; 20(4):1018-32. Silva JAM Peduzzi M Educação no trabalho na atenção primária à saúde: interfaces entre a educação permanente em saúde e o agir comunicativo Saude Soc 2011 20 4 1018 1032 6 6. Ceccim RB, Feuerwerker LCM. O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e controle social. Physis. 2004; 14(1):41-65. Ceccim RB Feuerwerker LCM O quadrilátero da formação para a área da saúde: ensino, gestão, atenção e controle social Physis 2004 14 1 41 65 7 7. Silva JAM, Ogata MN, Machado MLT. Capacitação dos trabalhadores de saúde na atenção básica: impactos e perspectivas. Rev Eletron Enferm. 2007; 9(2):389-401. Silva JAM Ogata MN Machado MLT Capacitação dos trabalhadores de saúde na atenção básica: impactos e perspectivas Rev Eletron Enferm 2007 9 2 389 401 8 8. Souza AMA, Galvão EA, Santos I, Roschke MA. Processo educativo nos serviços de saúde. In: Santana JP, Castro JL, organizadores. Capacitação e desenvolvimento de recursos humanos de saúde – CADRHU. Brasília (DF): Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 1999. p. 215-32. Souza AMA Galvão EA Santos I Roschke MA Processo educativo nos serviços de saúde Santana JP Castro JL organizadores Capacitação e desenvolvimento de recursos humanos de saúde – CADRHU Brasília (DF) Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte 1999 215 232 9 9. Wenger E. Communities of practice learning, meaning and identity. Cambridge: Cambridge University Press; 1998. Wenger E Communities of practice learning, meaning and identity Cambridge Cambridge University Press 1998 10 10. Schön D. The reflexive practitioner. New York: Basic Books; 1983. Schön D The reflexive practitioner New York Basic Books 1983 11 11. Schön D. Educando o profissional reflexivo. Porto Alegre: Artmed; 2000. Schön D Educando o profissional reflexivo Porto Alegre Artmed 2000 12 12. Berger S, Giffin K. Serviços de saúde e a violência na gravidez: perspectivas e práticas de profissionais e equipes de saúde em um hospital público no Rio de Janeiro. Interface (Botucatu). 2011; 15(37):391-405. Berger S Giffin K Serviços de saúde e a violência na gravidez: perspectivas e práticas de profissionais e equipes de saúde em um hospital público no Rio de Janeiro Interface (Botucatu) 2011 15 37 391 405 13 13. Furtado JP, Onocko-Campos RT. Participação, produção de conhecimento e pesquisa avaliativa: a inserção de diferentes atores em uma investigação em saúde. Cad Saude Publica. 2008; 24(11):2671-80. Furtado JP Onocko-Campos RT Participação, produção de conhecimento e pesquisa avaliativa: a inserção de diferentes atores em uma investigação em saúde Cad Saude Publica 2008 24 11 2671 2680 14 14. Queiroz A, Cardoso L, Heller L. O uso da pesquisa-ação para a avaliação e o aprimoramento de práticas integradas para a vigilância da qualidade da água para consumo humano: potencialidades e desafios. Eng Sanit Ambient. 2012; 17(3):277-86. Queiroz A Cardoso L Heller L O uso da pesquisa-ação para a avaliação e o aprimoramento de práticas integradas para a vigilância da qualidade da água para consumo humano: potencialidades e desafios Eng Sanit Ambient 2012 17 3 277 286 15 15. Smeke ELM, Oliveira NLS. Avaliação participante de práticas educativas em serviços de saúde. Cad CEDES. 2009; 29(79):347-60. Smeke ELM Oliveira NLS Avaliação participante de práticas educativas em serviços de saúde Cad CEDES 2009 29 79 347 360 16 16. Silvério M, Patrício Z. O processo qualitativo de pesquisa mediando a transformação da realidade: uma contribuição para o trabalho em equipe em educação em saúde. Cienc Saude Colet. 2007; 12(1):239-46. Silvério M Patrício Z O processo qualitativo de pesquisa mediando a transformação da realidade: uma contribuição para o trabalho em equipe em educação em saúde Cienc Saude Colet 2007 12 1 239 246 17 17. Pessoa VM, Rigotto RM, Arruda CAM, Machado MFAS, Machado MMT, Bezerra MGV. Pesquisa-ação: proposição metodológica para o planejamento das ações nos serviços de atenção primária no contexto da saúde ambiental e da saúde do trabalhador. Interface (Botucatu). 2013; 17(45):301-14. Pessoa VM Rigotto RM Arruda CAM Machado MFAS Machado MMT Bezerra MGV Pesquisa-ação: proposição metodológica para o planejamento das ações nos serviços de atenção primária no contexto da saúde ambiental e da saúde do trabalhador Interface (Botucatu) 2013 17 45 301 314 18 18. Desroche H. Pesquisa-ação: dos projetos de autores aos projetos de atores e vice-versa. In: Thiollent TM, organizador. Pesquisa-ação e Projeto Cooperativo na perspectiva de Henri Desroche. São Carlos: EDUFSCar; 2006. p. 33-68. Desroche H Pesquisa-ação: dos projetos de autores aos projetos de atores e vice-versa Thiollent TM organizador Pesquisa-ação e Projeto Cooperativo na perspectiva de Henri Desroche São Carlos EDUFSCar 2006 33 68 19 19. Pineau G. Emergência de um paradigma antropoformador de pesquisa-ação-formação transdisciplinar. Saude Soc. 2005; 14(2):102-10. Pineau G Emergência de um paradigma antropoformador de pesquisa-ação-formação transdisciplinar Saude Soc 2005 14 2 102 110 20 20. Toledo RF, Giatti LL, Jacobi PR. A pesquisa-ação em estudos interdisciplinares: análise de critérios que só a prática pode revelar. Interface (Botucatu). 2014; 18(51):633-46. Toledo RF Giatti LL Jacobi PR A pesquisa-ação em estudos interdisciplinares: análise de critérios que só a prática pode revelar Interface (Botucatu) 2014 18 51 633 646 21 21. Tripp D. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educ Pesqui. 2005; 31(3):443-66. Tripp D Pesquisa-ação: uma introdução metodológica Educ Pesqui 2005 31 3 443 466 22 22. Barnett S, Jones SC, Benett S, Iverson D, Bonney A. General practice training and virtual communities of practice: a review of literature. BMC Fam Pract. 2012; 13(87):1-12. Barnett S Jones SC Benett S Iverson D Bonney A General practice training and virtual communities of practice: a review of literature BMC Fam Pract 2012 13 87 1 12 23 23. Bennett-Newby D, Kim Y-M. Organizational structure, community of practice and patient safety. J Inform Knowl Manag. 2012; 11(4):1-7. Bennett-Newby D Kim Y-M Organizational structure, community of practice and patient safety J Inform Knowl Manag 2012 11 4 1 7 24 24. Coleman A. A virtual community of practice framework to support doctors’ practices in national health insurance (NHI) in South Africa. Stud Ethno-Med. 2012; 6(3):155-60. Coleman A A virtual community of practice framework to support doctors’ practices in national health insurance (NHI) in South Africa Stud Ethno-Med 2012 6 3 155 160 25 25. Hardyman W, Bullock A, Brown A, Carter-Ingram S, Stacey M. Mobile technology supporting trainee doctors’s workplace learning and patient care: an evaluation. BMC Med Educ. 2012; 13(1):6. Hardyman W Bullock A Brown A Carter-Ingram S Stacey M Mobile technology supporting trainee doctors’s workplace learning and patient care: an evaluation BMC Med Educ 2012 13 1 6 26 26. Ho K. A collaborative quality improvement model and electronic community of practice to support sepsis management in emergency departments: investigating care harmonization for provincial knowledge translation. JMRI Res Protoc. 2012; 1(2):6. Ho K A collaborative quality improvement model and electronic community of practice to support sepsis management in emergency departments: investigating care harmonization for provincial knowledge translation JMRI Res Protoc 2012 1 2 6 27 27. Marcolino TQ, Reali AMMR. Rotas dissonantes e comunidade profissional: pistas para promover a aprendizagem colaborativa. In: Reali AMMR, organizadora. Desenvolvimento profissional da docência: teorias e práticas. São Carlos: EdUFSCar; 2012. p. 281-98. Marcolino TQ Reali AMMR Rotas dissonantes e comunidade profissional: pistas para promover a aprendizagem colaborativa Reali AMMR organizadora Desenvolvimento profissional da docência: teorias e práticas São Carlos EdUFSCar 2012 281 298 28 28. Reilly JR. Faculty development for e-learning: a multi-campus community of practice (COP) approach. J Asynchronous Learn Netw. 2012; 16(2):99. Reilly JR Faculty development for e-learning: a multi-campus community of practice (COP) approach J Asynchronous Learn Netw 2012 16 2 99 29 29. Thiollent M. Pesquisa-ação e Projeto Cooperativo na Perspectiva de Henri Desroche. São Carlos: EdUFSCar; 2006. Thiollent M Pesquisa-ação e Projeto Cooperativo na Perspectiva de Henri Desroche São Carlos EdUFSCar 2006 30 30. Marcolino TQ. A porta está aberta: aprendizagem colaborativa, prática iniciante, raciocínio clínico e terapia ocupacional [tese]. São Carlos (SP): Universidade Federal de São Carlos; 2009. Marcolino TQ A porta está aberta: aprendizagem colaborativa, prática iniciante, raciocínio clínico e terapia ocupacional tese São Carlos (SP) Universidade Federal de São Carlos 2009 31 31. Marcolino TQ, Reali AMMR. El trabajo del mentor: análisis de los feedbacks de diarios reflexivos a lo largo de un proceso de mentoría en grupo. Rev Iberoam Educ. 2010; 52(6):1-12. Marcolino TQ Reali AMMR El trabajo del mentor: análisis de los feedbacks de diarios reflexivos a lo largo de un proceso de mentoría en grupo Rev Iberoam Educ 2010 52 6 1 12 32 32. Baremblitt G. Grupos: teoria e técnica. 2a ed. Rio de Janeiro: Graal; 1986. Baremblitt G Grupos: teoria e técnica Rio de Janeiro Graal 1986 33 33. Pichón-Rivière E. O processo grupal. São Paulo: Martins Fontes; 2005. Pichón-Rivière E O processo grupal São Paulo Martins Fontes 2005 34 34. Lucchese R, Barros S. A utilização do grupo operativo como método de coleta de dados em pesquisa qualitativa. Rev Eletron Enferm. 2007; 9(3):796-805. Lucchese R Barros S A utilização do grupo operativo como método de coleta de dados em pesquisa qualitativa Rev Eletron Enferm 2007 9 3 796 805 35 35. Furtado JP, Onocko-Campos RT, Moreira MIB, Trapé TLA. Elaboração participativa de indicadores para a avaliação em saúde mental. Cad Saude Publica. 2013; 29(1):102-10. Furtado JP Onocko-Campos RT Moreira MIB Trapé TLA Elaboração participativa de indicadores para a avaliação em saúde mental Cad Saude Publica 2013 29 1 102 110 36 36. Onocko-Campos RT, Furtado JP. Entre a saúde mental e a saúde coletiva: um instrumental metodológico para avaliação da rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Sistema Único de Saúde. Cad Saude Publica. 2008; 22(5):1053-62. Onocko-Campos RT Furtado JP Entre a saúde mental e a saúde coletiva: um instrumental metodológico para avaliação da rede de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Sistema Único de Saúde Cad Saude Publica 2008 22 5 1053 1062 37 37. Minayo MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 12a ed. São Paulo: Hucitec; 2010. Minayo MCS O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde 12a São Paulo Hucitec 2010 38 38. Rodgers C. Defining reflection: another look at John Dewey and reflective thinking. Teach Coll Rec. 2002; 104(4):842-66. Rodgers C Defining reflection: another look at John Dewey and reflective thinking Teach Coll Rec 2002 104 4 842 866 39 39. Marcolino TQ, Mizukami MGN. Narrativas, processos reflexivos e prática profissional: apontamentos para pesquisa e formação. Interface (Botucatu). 2008; 12(26):541-7. Marcolino TQ Mizukami MGN Narrativas, processos reflexivos e prática profissional: apontamentos para pesquisa e formação Interface (Botucatu) 2008 12 26 541 547 Artigos Group chronicles: a tool for collaborative analysis and improvement of reflection on action research Marcolino Taís Quevedo (a) Reali Aline Maria de Medeiros Rodrigues (b) (a) São Carlos SP Brasil Departamento de Terapia Ocupacional, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Rodovia Washington Luís, km 235. São Carlos, SP, Brasil. taisquevedo@ufscar.br (b) São Carlos SP Brasil Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas, UFSCar. São Carlos, São SP, Brasil, darr@ufscar.br Collaborators The authors worked together in all the stages of the production of the manuscript. Translated by Katalin Weiss The functions that "group chronicles" (narrative of verbal and nonverbal events by a group of people discussing a common topic) might take on within action research projects relating to continuing healthcare education were analyzed. Professional practice was taken to encompass complex and tacit aspects within the social context, as proposed by the practice community. The starting point comprised action research results that used group chronicles as a non-dialectical tool. Thematic analysis was used on 31 excerpts of transcriptions of face-to-face meetings among the participants that contained the word "chronicle". Five functions were identified: facilitation of communication; engagement and identity construction; group memory and continuity of learning; raising of awareness of implicit aspects; and collaborative analysis. This tool addresses educational-investigative projects that seek to promote reflection in order to improve healthcare practices and construct knowledge from this perspective. Continuing education Qualitative research Health knowledge attitudes and practices Healthcare manpower The challenge of Permanent Education in Health: action-research contributions and Community of Practice propositions Changes in health care in Brazil are objects of politics aiming at humanization and networking, demanding strategies of continuous formation, as fomented by the Politics of Permanent Education in Brazilian Health/PEH. The challenge is the transformation of learning practices in continuous service/education ordered and imposed, verticalized, for professionals of only one category, and centered in processes of technical-instrumental learning for participative proposals, dialogical and that face the reality of people's work, in organization of work processes, care and administration in health1-5. For the effectiveness of these changes it is hoped that PEH crystallizes in collective and critical-reflexive in the work4-8 processes, understanding the learning as dynamics, procedural, resulting of the active engagement in the world, in a process of construction of meaning 9. Besides, PEH demands to value the experiences so much lived by the professionals and the senses that were built on that - given the tacit character on which the experience is constructed8,9 - as the reflection about the experience, that impels the professional to be conscious of what is tacit, to evaluate actions and redefine meanings, being able, like this, to produce new knowledge10,11. PEH aims to face the crystallization of implicit patterns of organization, work and attendance, because "frequently, problems seemingly of technical nature can express latent conflicts in the manners of thinking and acting of the profissionais"4, p.897. Therefore to promote the transformation by the education, the problem in subject needs to emerge, the people need to recognize themselves in the singularity of the situation and be recognized in their needs and creative-transforming potential4. These presuppositions are also extolled by the action-research that, in the interface among the fields of education and health, has been used for knowledge production and technology of care, as well as of formation and profissional development12-17. This modality of qualitative investigation is based on the collaborative production of know-how about a theme of practical order, including all involved (researchers/authors and participants/actors) in reciprocal manners of relationship and accepting the practice, aiming at improvement, when building intentional actions seeking transformations18-21. Some action-research projects in the field of health are referred to in the Community of Practice and Identity (CoP)9 for presenting a theoretical-methodological structure that favors the combination of these characteristics22-28. CoP implicates in the active participation of their members, building and molding the knowledge in the dialogue with themselves and with the others, encouraging the participants to reflect, investigate, analyze and collectively evaluate their own actions, values and knowledge. The conductive axis is the negotiation of meanings, when sharing and producing repertoires, knowledge, ways of making, instruments, histories. CoP offers a structure that foments the continuity of the learning in the interaction between the individuals' participation and the reification (what is produced by the participation) to organize actions and interactions to produce new senses and new participation forms, always with the focus on practice. The reification of the learning processes occurs in different materials (protocols, posters, any real elements of the organizational change of a service) and it creates external markers favoring the perception and the conscience of what was produced, besides they serve as support points for new reflections, around which the negotiation can be organized9. In this way, Toledo, Giatti and Jacobi20, identified that action-researchs metodologically structured to offer reflexive tools, nominated dialectics, and non-dialectics, that provide analyses and results for the participants, provide greater implication of all involved in the research, reciprocity in the relationships among researchers and actors19,29 and participation in the project: When discussing with the participants the results of these instruments, answers are supplied to the inquiries, favoring, inclusive, the credibility of the methodology (reducing the resistance and contributing to the understanding of the involved about the relevance of the problem in focus"20, p. 639 The use of the group chronicle as non-dialectic element in action-research In our study30 we also found results similar to Jacobi, Giatti and Toledo20. Our action-research was interested to understand the occupational therapists' professional development in early career and to contribute to the increase of the reflexivity regarding practice and improvement of the clinical reasoning. The 6 participating professionals in second year of Residence in Occupational Therapy in Mental Health and the action-research was offered as an extension activity. In this action-research, the dialectic elements were the fortnightly participation in loco in a group reflection with an hour and a half of duration, along 10 months; and the writing of reflexive diaries by each one of the participants, with the researcher's feedback, in communication by e-mail31. The non-dialectic elements that were part of the methodological design were the group chronicle; the devolutive of preliminary analysis of first six encounters and the devolution of the final data analysis. The group chronicle is characterized by a narrative of events (verbal and non-verbal) of an encounter, of a group of people aiming at the discussion of a common theme, containing the interpretation of what was discussed by the group and excerpts as examples of these interpretations. This tool interferes theoretically and methodologically in the theory of operative groups of Pichón-Rivière32,33, that values the communication as key-element for learning. In the operative group, besides the group coordinator's presence, who is responsible for facilitating the communication, there is also the observer who, does not participate in the discussions, but is present making notes about the verbal and non-verbal communication. The observer and the coordinator are responsible for elaborating the group chronicle based on the descriptive report made by the observer, considering what happened before the meeting and in the meeting itself, the main theme and the most relevant contents discussed in the group, themes not understood and discomforts noticed. In the context of the research, Lucchese and Barros34 suggest that the group chronicle can be used as a field diary, and even as a stage of the analysis of data, due to the coordinator's and the observer’s joint collaboration. In our action-research there was no participation of an observer. Like this, the encounters were recorded in audio and transcribed, and starting from that transcription the chronicle was elaborated. We read each passage of the transcription, to identify the subject on the agenda, so much in temporary terms (a thing after the other) as causal (a thing because of the other), as it can be seen in the Table 1. This strategy was thought of, initially, so that if a participant was absent, would still know what had been discussed, as to serve as base for other discussions, as reified material9. Elaborated, the chronicle was sent by electronic mail to all the members, who had the commitment to read it before the next encounter of the group. Table 01 – Excerpt of the chronicle of the fourteenth meeting of CoP28. "[...] The group validated the researcher and collaborator´s statement, and placed the subject under the point of view of PROFESSIONAL GROWTH, as to how much the maturity can lead to a greater peacefulness in what refers to PROFESSIONAL SPECIFICITY, starting from experiences lived and reflected. "'[...] what is this, not far from our thought what are we talking about today, makes total sense what you are saying, what everybody is saying, then it makes sense because there is something within myself that says this so, but why is it that when I am in practice this catches me in a way that seems like a virus, you breathe in once, you are already contaminated – but it is not occupational therapy , why she wants to give clay to her? She is a psychologist,she will give clay to her - [...] I think that maybe with experience [...] we feel more tranquil in relation to our practice, [...] I don't know if we are in one moment of discovering, and we are in several different places and the people demand different things starting from the understanding they have regarding what we can do, and there we are very lost, [...] I think it is a professional immaturity like this, at least this is how I feel, because makes total sense, [...] '" '"[...] I think that this difference that you are bringing that makes sense, [...] among some thing that exists, is experienced, reflected, experienced again, reflected again and experienced and reflected once again, is the construction of experience and of the professional maturity that allows it to come forward with more peacefulness, what you are saying that maybe for the time being I need a reminder every so often nd that after a while this will come naturally, with the experience you are going to have, no, I believe.' " "[...] Like this, I believe more and more that people who are more inconvenienced by its practice are the ones who grow.' [...]” Considering the continuous process (18 encounters in group), in which the feed-back offered by the group chronicle of the previous encounter was a constant element, we observed a useful relationship established among the non-dialectic reified element (group chronicle) and the participation in the encounters. Works that discuss the use of the narrative in the process of action-research of qualitative evaluation, detach the capacity of the narrative to give voice to the multiplicity of subject an ample way, linked, coherent, in approaching the best possible way the reality experience , as well as, what was produced by the participantes13, 15, 35, 36. Besides, they indicate little exploration of capacity of narrative as communication device, in the context of the action-research, as possibility of the subjects to return to previous narrations in a circle of construction11 of meanings, just what observed in our action-research, this characteristic of the group chronicle as communicative potency. This and other characteristics observed, as capacity of the tool to promote the participation in the research and to support the recognition of the real problems to be worked in CoP27, they led us to systematize this experience and to understand which aspects surrounded the use of the group chronicle as formative and investigative tool in the action-research process. Methodology To understand which aspects surrounded the use of the group chronicle developed of action-research, we located the "chronicle" word in all of the transcriptions of conversations in CoP encounters with the tool of localization of words in software text editor. The word was found 32 times. When analyzing the context in which they were inserted, as well as their meaning, only one contained sense different from " group chronicle " (chronicle as literary style). Those excerpts (the word in the context of the conversation) were submitted to thematic analysis 37, looking to reveal their nucleus of sense, the constancy and the importance of repetition to reveal to what purpose the tool was rendering. Results Five nucleus of sense in the conversation of the CoP participants' were identified during the encounters. They contained the word "chronicle". The analysis of the themes pointed out five functions that this tool performed during the development of CoP, favoring group participation ,collaborative learning and validation of the researcher's interpretations that occured in previous encounters: 1. to facilitate communication; 2. to support commitment and construction of group identity; 3. to guarantee memory of the group and continuity of the learning; 4. To allow awareness of implicit aspects; 5. To allow collaborative analysis by evaluation of interpretation. 1. To facilitate the communication Sometimes when the word "chronicle" appeared in the conversations of CoP, it had the function of beginning the conversation, to name its focus, to call the other participants to the discussion, to offer guidelines, to reduce the anxiety of facing the unknown - mainly in the first encounters of the group, as previous production was presented. This function was used quite a lot by the coordinator/researcher, aiming to facilitate the communication and to propitiate conversation so that people would become involved and participate. "[...] reading the chronicle, reading again our history in the last group, […] one of the things that most appeared […] it was that interaction and me [...] How much this [...] it is suffered by both sides, [...] " (researcher, fourth encounter) "[...] I made a copy for each one, […]I would like to know if you agree this proposal of recovering a little... [...] " (researcher, fifth encounter) "[...] I am remembering the chronicle, when somebody speaks like this: [...] " (Mariana, second encounter) I "think only to retake […] the chronicle of the last encounter, […] we began to choose themes that the group […] is interested to discuss [...] " (researcher, sixth encounter) I "think I would feel a little bit lost... and when I read it I felt myself calming down [...] " (Mariana, second encounter) 2. To support commitment and construction of the group identity In these excerpts, the word "chronicle" was inserted in the CoP participants conversation when they identified with what had been said, and, a lot of times, being aware of themselves in the excerpts of the speeches. This movement seemed to go towards the proposition of construction of identity and engagement in participating in the enterprise 8, or even, in the propositions of the action-research16, favoring the implication in the collaborative work, as in the following passages: "I found interesting to see our speech […] writing: Wow, did I say that! You read and later you think: Yes, I said that [...] " (Marisa, third encounter) " […] they were things that I also felt, but some of them I didn't put in the diary, therefore it was very familiar for me what was discussed." (Mariana, third encounter) "I was thinking: Wow, incredible! I said: Heavens, wanted to be there and a pleasant sensation come over, you know! I am not alone in my anguishes, in my doubts! [...] it was incredible […] to see that everybody experiences these anguishes, for these doubts. It was also touching, the speeches, how they were presented, what the people brought." (Fernanda, fifteenth encounter) 3. To guarantee the memory of the group and the continuity of the learning The passages of this category demonstrate that chronicle of the group was used as reification of the group production, allowing access to the information for who was absent, and recovery of themes already discussed. That function propitiated that the learning process would not suffer paralyzation, interruption, disagreement or misunderstanding. "I was not here, I think it was very good, I liked a lot to have had this access, [...] " (Mariana, third encounter) “To have this resource, […], the memory of the group." (Marisa, third encounter) " […] be able to read the seventh chronicle, that several themes already had appeared, in another manner, this responsibility already had appeared before, in another context, but sometimes the themes return. They returned again now." (researcher, eighth encounter) "Then I think it was also comfortable, it is a care, they are speeches, but of this group, as how we were building, and here is a thing constructed, not only what each one was speaking in the other week, in the other encounter." (Cecília, third encounter) 4. To allow awareness of implicit aspects Given the tacit character on which the experience is built and its importance for the daily professional practice, the constituent excerpts of that theme reveal this implicit character, and to review what was talked in the group permitted to choose new ways, to be more conscious of conflicts, to evaluate actions and redefine significance. The moments of greater impact in CoP, in the sense to redirect the collaborative work and to elaborate tensions, they were characterized by the awareness of aspects until then unknown27. “Wow, I had no idea! […] I had no idea that had spoken about other things, [...] " (Fernanda, fifth encounter) "I was under the impression that I was way out of the proposal from the group in the other week and there reading, I was: its has a lot to do with the fact of being a therapist, in the initial sense of what we are questioning [...] " (Isadora, fifth encounter) "Always when I read: how many thing! Seems that we don't have the dimension of everything that we said, of everything that was said. I have this sensation, and it is good to look back on what we experienced, to look and to see everything that [...] happened." (Marisa, eighth encounter) 5. To permit colaborative analysis through the evaluation of the interpretation Although great part of validation of the researcher's interpretations is visible in the excerpts relative to other functions, some excerpts, in smaller amount within the ambience of all the encounters, were directly related to the participants' appreciation regarding the form and the contents of the chronicle, as well as of the researcher in inviting the participants to this appreciation. Hi there [...]? I have asked you to take a look at the chronicle, and what did you think [...]? " (researcher, eighth group) "[...] very nice idea of you to share with us also what you were thinking, […] ' (Mariana, third encounter) "And I also found it was interesting to know how you will prepare this report. I found interesting to also have access to what you do [...] " (Tatiane, third encounter) Well... it is very good like this." (Tatiane, eighth group) Discussion The first and second categories highligth the function of the chronicle to facilitate the communication of the group, as well as the participation and the construction of the identity in CoP. The active participation, implicated, can be considered the motivating element of action-research17, indispensable to guarantee the quality and effectiveness of the project, as all the involved subjects build a sense of belonging 21. Relationships9 are shown between participation and identity, as construction of an identity goes by the negotiation of senses of the experience of being member in social communities. Like this, the practice under the aspect of the identity can be understood as a field of negotiation in the ways of being "a person" in this context, in a process of mutual constitution between individual and community, considering the resulting tensions of the inherent conflict between individual and collective. The chronicle of the group seemed to favor "becoming member" of a CoP, that when stating the recognition of that belonging, for the speeches submerged in the text, define the participation of each one within the whole construction. Like this, the participants were called on to deal with the identity that the group was producing and to negotiate their identity before this new community. The construction of the identity is procedural and temporal9. Like this, what is aimed at in a action-research is that the participants negotiate meanings and reach clarity of what they value as important or not, for certain theme and certain practice, what contributes to this community's identity and what can be left aside. This way, the functions of the chronicle facilitating communication, to favor engagement and construction of identity in a individual-community process seems to favor the identification of the problem to be faced/ discussed/negotiated and to increase the participants' perception about her implication in action-research to establish processes of identity negotiation between what they want and the one that the community longs for. These characteristics propitiate group work on tensions generated regarding knowledge construction, considering that research modality is totally dependent on the participation of the subjects18, 29. The action-research demands a process of actors' transformation in to authors19, 30. In a perspective of the “thinking” professional, it is about transforming professionals into investigators of their own practice, in the context in which it occurs10. For effectiveness of changes in care practices, the reflection process - considered a thought linked to the action and that it demands a different action from the routine, enlarging the understanding of the relationships with other experiences and ideas and creating conditions for the continuity of the learning38, 39. The reflection process has the potential of bringing to the surface the implicit aspects of the practice10. Like this, the group chronicle, placed as reified object of participation of the subjects in CoP, acted as an external mark favoring the conscience of what the group produced and of tacit aspects not noticed previously, which favored new reflections, around which the negotiation can be organized9. We would like to highlight that the chronicle was the tool used to sediment the participants' speech, the speech itself a form of reification, however so ephemeral that it seems participation. When reified in narrative form, the speech becomes independent of the person9 and the narrative starts to mediate speech and action13. Like this, the group chronicle doesn't just deal with the past, but it can be used to change the focus, to allow new ways of understanding and establishing new relationships. In this context, what is new can be transformed in knowledge, which is the ideal context for learning and creation of knowledge9. In our study, the group chronicle was used not only as non-dialectic element, in the perspective of giving back the interpretations/results of the research team to the participants in a single moment, but, inserted in an enlarged process (ten months, in fortnightly encounters) retaking what was produced previously as base for a new production. This characteristic of continuity of the narrative/chronicle also demonstrated its capacity to foment the communication in a fluent and porous13 way, supplying as much the learning process as the research. Like this, when validating the researcher's interpretations regarding the speech of the previous encounter, the participants also propitiated that the analysis of research data would be continuous and preliminarily made and validated (fifth category). The group chronicle favored the systematization process and objectivation of data, while elucidated theme focus in discussion, guaranteeing what was named constructed visibility14. When opening spaces for elements until then unknown, the chronicles tensioned speech and action, generating useful elements for the action-research, and giving visibility to what is subjective and particular, difficult to access in eventual research methodologies, and that do not depend so much on active participation of subjects/actors. Final considerations In this article, we aimed to elucidate aspects relative to the use of "group chronicle", tool so much for promotion of reflection, as for collaborative analysis in a action-research process. This way, it was possible to reveal that such tool can contribute to favor the communication in group processes, to foment the participation of subjects/actors in action-research and to favor identity negotiation/construction in the project. The interaction between participation of subjects and result of this participation, as group chronicle, favored the enlargement of knowledge on the theme/problem in discussion14, contributing to the knowledge production and care in health that, most of the time, includes problems of complex nature, of transdisciplinary challenges towards successful interventions12, 17, 20. The group chronicle also propitiated a process of collaborative production of knowledge, when offered as device of recovery of previous production (memory) and that, mainly, it served as independent device of the subject9, so that new reflections would be elaborated, in a continuous process. The references used for construction of our research 28, as the Community of Practice and Identity9, Practical Rationality10,11 Epistemology and the referential of the action-research18, 29, were same ones for the analysis of results of this study and it was possible to establish positive relationships between different complementary themes: fomentation of changes in practice, in our case, in healthcare; professional and collaborative learning; the nature of practice and reflection on it as mechanism of knowledge construction; the participation of subjects/actors for knowledge construction regarding the practice and aiming at its improvement; and action-research. From the point of view of PEH ( Permanent Education in Health), these references, as well as " group chronicle" tool, seem to adjusts to the objectives of an education for Unique System of Health starting from the tensioning of the work processes, organization and management1-8. Besides, taking into consideration that participation of subjects is the factor of warranty of quality of any formative process, the group chronicle can be used as an extra strategy, that favors construction of a practice community's identity that searches for changes in the Health. However, if the process of PEH does not insert in a formal action-research, considering the long time required for the accomplishment of transcriptions and elaboration of the chronicle, other strategies can be thought of, as the group observer's presence, or even of participant members that, in certain encounters, assume the task of registration and construction of the narrative/chronicle. As researchers, we would like to emphasize that the exercise of elaboration of the group chronicle permitted with that we were, constantly, immersed in the research, identifying subjects, questioning, contemplating on which possible actions would adjust better for certain situation. It was a feedback process between intervention and research, fomentation of reflexivity in the research team, and enlargement of range of subjects relative to the project, registered in the field diary. In relation to the limits of this article, we recognize that our analysis was based on a single experience and, like this, our objective was limited to elucidating some aspects relative to the use of this tool. Therefore, we highlighed the functionality of the group chronicle as a tool that envisages educational and investigative projects that aim for promotion of reflection on improvement of care practices in health, and action-research projects interested in understanding aspects of the practice from the point of view of how professionals understand it and to build knowledge in this context.
location_on
UNESP Distrito de Rubião Jr, s/nº, 18618-000 Campus da UNESP- Botucatu - SP - Brasil, Caixa Postal 592, Tel.: (55 14) 3880-1927 - Botucatu - SP - Brazil
E-mail: intface@fmb.unesp.br
rss_feed Stay informed of issues for this journal through your RSS reader
Accessibility / Report Error