O presente texto tem por objetivo apresentar um diálogo entre dois militantes da Reforma Psiquiátrica Brasileira que conversam sobre a imersão no cotidiano de hospitais psiquiátricos, mas a partir de vivências localizadas em diferentes tempos e em diferentes hospitais: Vera Cruz, em 2012, na cidade de Sorocaba; e Juquery, na década de 1980, em São Paulo. Bruno está em 2012, vivenciando um processo de intervenção em uma realidade manicomial que Silvio esperava já ter sido superada. Respeitadas as diferenças de lugares e das experiências por eles vividas, concluem que o modelo de tratamento proposto pelo hospital psiquiátrico apaga a fronteira do tempo e torna semelhantes as realidades que mortificam sujeitos e naturalizam práticas de segregação.
Hospitais psiquiátricos; Reforma Psiquiátrica Brasileira; Loucura; Desinstitucionalização