Discute-se a participação dos familiares no cuidado do sofrimento psíquico, por meio de observação participante e entrevistas. Foi possível constituir um corpo analítico de como as dimensões do cuidado e do sofrimento se constituem no âmbito familiar. Os dados foram tratados mediante a análise de conteúdo. Os familiares relatam falta de tempo e espaços em que possam se cuidar, gerando desconforto frente à presença do sofrimento psíquico em suas vidas. Uma rede territorial de cuidados é apontada como um apoio aos familiares, considerados importantes atores para o plano de cuidados. Eles apresentam demandas de falar sobre seus sofreres cotidianos, no entanto os serviços de saúde não apresentam estratégias para atraí-los a participar, o que dificulta avanços na desinstitucionalização. Momentos de escuta e de compreensão do sofrimento familiar são apresentados como formas de acolhimento e cuidado.
Saúde Mental; Família; Atenção psicossocial; Redes