Resumo
É objetivo deste texto mostrar que a aprendizagem do oral e da escrita assenta em bases cognitivas, sem subestimar aspetos de ordem social e neurológica. Justifica-se assim que seja lido na ótica da psicolinguística genética, que dá especial realce ao desenvolvimento cognitivo que sustenta a linguagem oral e escrita. A configuração dada ao texto procura evidenciar as condições necessárias a uma entrada na escrita com o sucesso desejado, que vão do domínio das noções de número e de classe e respetivas relações de equivalência e de inclusão, à capacidade de descentração cognitiva que acompanha a abstração indispensável à simbolização que está na origem da iniciação ao código fonográfico. Consta este texto de duas partes: a primeira mais voltada para noções teóricas sem as quais seria difícil entender a perspetiva adotada e a segunda mais prática, documentada por uma bateria de testes que visa avaliar a criança à entrada na escola, tendo em vista os aspetos elencados.
Palavras-chave:
Família; Pré-escola; Leitura e Escrita; Abstração; Simbolização