Resumo
O estudo da pesca artesanal no Brasil ganhou destaque a partr dos anos 1970, e desde então tem sido objeto de crescente interesse em diversas áreas acadêmicas. Este artgo visa fazer uma revisão da produção acadêmica nesse campo, utlizando análise bibliométrica das plataformas SciELO e Scopus, no período de 1992 a 2023, com o auxílio dos softwares VOSviewer e Iramuteq. Os resultados indicam um aumento gradual das publicações a partr de 2003, com uma tendência de crescimento geral na Scopus, enquanto na SciELO há uma queda ao final do período analisado. A principal área de conhecimento das pesquisas tem sido as ciências da vida, e seu idioma predominante é o inglês. Evidenciou-se ainda que muitos artgos disponibilizados na internet não foram encontrados nesses bancos de dados, dificultando a disseminação do conhecimento e a avaliação de seu impacto acadêmico. Além disso, apesar de reconhecer que são as interações entre os pescadores e seus ambientes que definem seu modo de vida, observou-se uma priorização de estudos sobre a atvidade de pesca e o habitat em detrimento do indivíduo, o pescador. Conclui-se, portanto, que existe uma lacuna ainda maior na pesquisa que aborda o contexto social, econômico e polítco dos pescadores artesanais brasileiros.
Palavras-chave
pesca artesanal; bibliometria; desenvolvimento sustentável; sustentabilidade
Abstract
The study of artsanal fishing in Brazil gained prominence from the 1970s onwards and has since been the subject of growing interest in various academic fields. This artcle aims to review the academic producton in this field, using bibliometric analysis of the SciELO and Scopus platorms from 1992 to 2023, with the assistance of the VOSviewer and Iramuteq software. The results indicate a gradual increase in publicatons from 2003 onwards, with a general growth trend in Scopus, while there is a decline in SciELO towards the end of the analyzed period. The primary field of research has been life sciences, with English being the predominant language. It was also evidenced that many artcles available on the internet were not found in these databases, complicatng the disseminaton of knowledge and the assessment of its academic impact. Additonally, despite recognizing that interactons between fishermen and their environments define their way of life, there has been a prioritzaton of studies on fishing actvity and habitat over the individual, the fisherman. It is concluded, therefore, that there is an even greater gap in research addressing the social, economic, and politcal context of Brazilian artsanal fishermen.
Keywords
artsanal fishing; bibliometrics; sustainable development; sustainability
Resumen
El estudio de la pesca artesanal en Brasil cobró relevancia a partr de la década de 1970 y desde entonces ha sido objeto de creciente interés en diversas áreas académicas. Este artculo tene como objetvo realizar una revisión de la producción académica en este campo, utlizando análisis bibliométrico de las plataformas SciELO y Scopus en el período de 1992 a 2023, con la ayuda de los softwares VOSviewer e Iramuteq. Los resultados indican un aumento gradual de las publicaciones a partr de 2003, con una tendencia de crecimiento general en Scopus, mientras que en SciELO hay una disminución hacia el final del período analizado. La principal área de conocimiento de las investgaciones ha sido las ciencias de la vida y su idioma predominante es el inglés. También se evidenció que muchos artculos disponibles en Internet no fueron encontrados en estas bases de datos, dificultando la difusión del conocimiento y la evaluación de su impacto académico. Además, a pesar de reconocer que son las interacciones entre los pescadores y sus entornos las que definen su modo de vida, se observó una priorización de estudios sobre la actvidad pesquera y el hábitat en detrimento del individuo, el pescador. Se concluye, por lo tanto, que existe una brecha aún mayor en la investgación que aborda el contexto social, económico y polítco de los pescadores artesanales brasileños.
Palabras clave
pesca artesanal; bibliometría; desarrollo sostenible; sostenibilidad
1 INTRODUÇÃO
A pesca artesanal desempenha papel essencial no fornecimento de alimentos, na geração de empregos e no desenvolvimento sustentável. Estma-se que, em termos globais, contribua com metade de todo pescado capturado e ocupe mais de 90% das pessoas que se dedicam à atvidade pesqueira. Esse contngente de pescadores concentra-se, quase que na totalidade, cerca de 97%, em países em desenvolvimento, enfrentando situações de pobreza em um contexto de restrições técnicas e insttucionais na gestão da pesca (Food and Agriculture Organizaton of the United Natons [FAO], 2020).
No Brasil, o contexto é similar. Calcula-se que a pesca artesanal representa mais de 60% da captura nacional, abarcando diretamente mais de 1 milhão de pescadores e indiretamente mais de 3 milhões. Ainda que a pesca artesanal tenha essa expressividade no país e seja responsável pela sobrevivência de diversos grupos pesqueiros, há um consenso entre os atores da cadeia sobre a escassez de informações em relação à atvidade. Essa falta de elementos socioeconômicos apresenta-se como resultado da priorização histórica de polítcas públicas destnadas à pesca industrial, deixando desamparada a pesca artesanal e contribuindo para as circunstâncias de vulnerabilidade social ainda vivenciadas por esses pescadores. Mas também deve-se, em grande medida, à variedade de grupos distribuídos geograficamente por uma faixa extensa da costa brasileira (Matos; Wojciechowski; Gandini, 2020; Vasconcellos; Kalikoski, 2014; Vasconcellos; Diegues; Kalikoski, 2011).
Essa lacuna de dados, associada ao desafio de compatbilizar a sobrevivência do pescador na atvidade com o desenvolvimento sustentável, faz com que estudos que se dediquem a mapear e compreender o contexto da pesca artesanal sejam essenciais. Essas pesquisas podem subsidiar a elaboração de polítcas públicas sociais, econômicas e ambientais, que promovam o fortalecimento e a melhoria de vida dos pescadores artesanais, ao mesmo tempo que viabilizem a gestão dos recursos pesqueiros voltada à preservação do meio ambiente (Matos; Wojciechowski; Gandini, 2020; FAO, 2020; Vasconcellos; Diegues; Kalikoski, 2011; Vasconcellos; Kalikoski, 2014).
Os estudos sobre as comunidades pesqueiras brasileiras se tornaram mais volumosos a partr da década de 1970, coincidindo com o fomento governamental para a criação de empresas direcionadas à pesca industrial. Dessa nova dinâmica de atuação pública emergiram conflitos em relação à pesca artesanal, até então dominante, e as pesquisas sociológicas concentraram-se na compreensão dessas transformações ocasionadas pela modernização do setor. Contudo, não foram apenas as ciências humanas que se debruçaram em estudar a pesca artesanal. Distntas áreas do conhecimento, transversalmente permeadas por reflexões de gênero, polítcas públicas, aspectos geográficos e biológicos, têm consttuído um ramo multdisciplinar de análise sobre o tema (Vasconcellos; Diegues; Kalikoski, 2011; Diegues, 1999).
Levando em consideração essas diferentes perspectvas que debatem sobre a pesca artesanal, bem como sua importância socioeconômica e os desafios, o presente estudo tem o objetvo de elaborar um levantamento da produção acadêmica sobre a pesca artesanal do Brasil. O intuito é evidenciar característcas, apontar lacunas e compreender melhor as abordagens que têm sido desenvolvidas por meio da análise bibliométrica.
Para isso, o trabalho está dividido, além desta introdução, em mais quatro seções: a primeira contextualiza aspectos da pesca artesanal no país; a seção seguinte descreve a metodologia e os procedimentos adotados na análise bibliométrica; posteriormente, há a discussão dos resultados encontrados, destacando tendências na produção acadêmica e suas implicações; e, por fim, as considerações finais evidenciam reflexões gerais sobre os resultados, sugerindo estratégias de superação das lacunas encontradas e novos debates.
2 BREVE REFLEXÃO SOBRE A PESCA ARTESANAL NO BRASIL
Entre as várias comunidades pesqueiras artesanais no Brasil têm-se os jangadeiros na região Nordeste, os caiçaras no Sudeste, os barranqueiros na região do Rio São Francisco, os ribeirinhos na Amazônia e os pantaneiros no Centro-Oeste. Nesse contexto de heterogeneidade que envolve a pesca artesanal, alguns aspectos são apontados como similares. Geralmente, trata-se de uma atvidade que utliza tecnologias de capturas mais simples se comparadas com o setor industrial. Além disso, é responsável pela maior fonte de renda e realizada em unidades produtvas de caráter familiar, podendo ser destnada tanto para a subsistência como para fins comerciais (Silva, 2014; Vasconcellos; Kalikoski, 2014; Diegues, 1983).
O modo de vida na pesca artesanal, portanto, é resultante das relações estabelecidas entre os indivíduos e os seus distntos habitats. Essas interações estão associadas, por exemplo, aos hábitos alimentares, às técnicas produtvas, aos aspectos socioculturais e ao conhecimento local; logo, relaciona-se aos elementos que tornam aquele grupo singular nas diferentes regiões em que está localizado. Ser pescador artesanal envolve, desse modo, a imersão em um patrimônio cultural alicerçado no saber compartlhado, necessário para o desenvolvimento do trabalho e para a reprodução social dos seus modos de vida (Silva et al. 2017; Vasconcellos; Diegues; Kalikoski, 2011; Diegues, 1983).
A própria atvidade da pesca pode ser entendida como um modo de vida, que abrange um conjunto de relações sociais e ambientais adquiridas pela experiência e que remetem a saberes específicos (“saber fazer”) sobre as águas, as espécies (migração, alimentação, sazonalidade e áreas de desova) e as técnicas de captura. Desse modo, transpassa intrinsecamente uma noção de identdade territorializada do pescador. O território compreendido como o espaço onde a pesca ocorre e se projeta como trabalho do pescador (Ramalho, 2022; Silva et al., 2017; Muniz, 2016; Diegues, 1983).
Diante dessa diversidade e abundância cultural da pesca artesanal, é importante ressaltar sua relevância socioeconômica na sobrevivência dos grupos pesqueiros, mas também sua contribuição para o processo de desenvolvimento sustentável. Trata-se, assim, da concepção de um desenvolvimento pautado na preservação do meio ambiente, bem como nas necessidades das populações em diversos âmbitos, como social, ecológico, ambiental, territorial, econômico e polítco (FAO, 2020; Matos; Wojciechowski; Gandini, 2020).
Para tanto, torna-se fundamental igualmente reconhecer os desafios enfrentados historicamente pelo pescador artesanal para permanecer na atvidade e sua segregação aos espaços cada vez mais vulneráveis e pobres da sociedade. Tais entraves estão relacionados, entre outros fatores, com um conjunto de fragilidades insttucionais e de polítcas públicas pouco efetvas implementadas na gestão do setor pesqueiro brasileiro. Nesse contexto, compreender a pesca artesanal e sua ligação com os ecossistemas torna-se estratégico não somente para a melhoria de vida dos pescadores como para a promoção do desenvolvimento sustentável (FAO, 2020; Celestno; Alencar; Villela, 2021; Torres; Giannella, 2020).
3 METODOLOGIA
No presente estudo, foi realizado um levantamento bibliométrico para identficar as publicações cientficas que versam sobre a pesca artesanal no Brasil. A análise bibliométrica é uma técnica que emprega métodos quanttatvos e estatstcos destnados à avaliação objetva da produção cientfica e disseminação de conhecimento (Araújo, 2006).
Os dados da pesquisa foram oriundos das plataformas Scopus2 e SciELO3, selecionadas por oferecerem acesso aos metadados das publicações. A escolha da Scopus se deve ao seu abrangente banco de dados internacionalmente reconhecido. A opção pela SciELO também se deve ao seu reconhecimento, mas também por agregar um conjunto amplo de periódicos brasileiros, além de estar associada à base bibliográfica Web of Science, proporcionando visibilidade às publicações (Cintra, 2018; Mugnaini; Digiampietri; Mena-Chalco, 2014). Além disso, foi utlizado o banco de dados Dimensions, disponibilizado pela SciELO, para complementar a contagem de citações dessa plataforma.
O levantamento foi realizado entre 1º de fevereiro e 1º de março de 2023 e abrangeu todo o período de produção identficado, no caso, entre os anos de 1992 e 2023. Na busca, foi utlizada uma combinação dos seguintes termos, conectados pelo operador booleano “or”: “pesca artesanal”, “pescador artesanal”, “pescadores artesanais”, “pescadoras artesanais”, “pesca de pequena escala”, “artsanal fishery”, “ artsanal fisheries”, “ artsanal fishing”, “ small-scale fisheries”, “ fishing community”. A busca englobou os ttulos, os resumos, as palavras-chave e os assuntos dos diferentes artgos.
Vale destacar que a pesquisa foi limitada a textos de periódicos que se destnaram a estudar a pesca artesanal no Brasil, mesmo que publicados em revistas internacionais, mas não se limitou a um período ou área de conhecimento. O objetvo foi ter informações gerais sobre os campos que a temátca tem sido discutda e a partr de quais perspectvas. Desse modo, na base Scopus foram encontrados 251 artgos, enquanto na SciELO foram encontrados 184. Portanto, os dois bancos de dados somaram 435 artgos, sendo excluídos 12 artgos repetdos. Desses 423 restantes, mais 19 artgos foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão estabelecidos na pesquisa. Assim, o escopo final do estudo envolveu 404 artgos, sendo 236 oriundos da plataforma Scopus e 168 da SciELO.
Os critérios utlizados para inclusão de artgos na pesquisa foram: estudos a respeito da pesca artesanal com enfoque no contexto brasileiro; artgos publicados em periódicos nas línguas inglesa, francesa, espanhola e portuguesa. Já os critérios de exclusão foram: artgos duplicados nas bases de dados e artgos que analisavam a pesca artesanal fora do Brasil, mesmo publicados em revistas brasileiras. A filtragem dos artgos foi realizada por meio do software Excel, que permitu sistematzar e analisar os metadados baixados das plataformas indexadoras. Vale destacar que o processo de seleção e análise dos estudos foi conduzido por meio da leitura e padronização de todas as informações de identficação dos estudos (autores, ttulo, resumo, área, palavras-chave, idioma e filiação), tendo como base as recomendações PRISMA (Preferred Reportng Items for Systematc Reviews and Meta-Analyses).
As recomendações PRISMA remetem a um checklist com itens a serem observados na realização de revisões sistemátcas e meta-análises, bem como a um fluxograma, que ajuda no processo de organização das informações nas fases de revisão da literatura. Embora tenham sido pensadas para estudos clínicos randomizados, trazem aspectos relevantes que têm sido empregados em diversos campos de estudos (Galvão; Pansani; Harrad, 2015). Nesse contexto, o fluxo de informação de seleção da pesquisa pode ser verificado a seguir (Figura 1).
Após essa primeira etapa de seleção dos artgos e a formação do banco de dados, recorreu-se aos softwares VOSviewer e Iramuteq. O VOSviewer (versão 1.6.19) foi manuseado para a elaboração de mapas visuais de coocorrência de palavras-chave, rede de autoria, citação dos trabalhos e cocitação de autores a partr da extração de dados das plataformas. Já o Iramuteq (versão 0.7 alpha 2) foi empregado com caráter qualitatvo, utlizando-se os resumos dos artgos que foram padronizados manualmente para a Classificação Hierárquica Descendente (CHD), que organiza e correlaciona as formas lexicais do texto em classes, considerando sua importância. Além disso, foram feitas análises de similitude para evidenciar os temas mais relevantes abordados, a partr da coocorrência entre as palavras (Camargo; Justo, 2016).
Para análises e interpretações adequadas dos resultados, foram aplicadas três leis bibliométricas clássicas: a) A Lei de Produtvidade de Autores de Lotka, que indica que a maior parte da produção cientfica é gerada por um pequeno número de autores; b) A Lei de Dispersão de Periódicos de Bradford, que sugere a existência de um grupo central de periódicos focados em um determinado tema, enquanto os demais são considerados extensões, tratando o tema de forma esporádica; e c) A Lei de Frequência de Palavras de Zipf, que argumenta que se uma palavra é usada repetdamente, ela indica o assunto principal do documento (Araújo, 2006).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 Evolução da produção no período analisado
Na pesquisa, foram selecionados 236 artgos da plataforma Scopus e 168 da SciELO, publicados entre 1992 e início de 2023 (Figura 2). Na Scopus, a primeira publicação ocorreu em 1992, enquanto na SciELO mais de uma década depois, em 2003. Nesse contexto, notou-se que as publicações na Scopus foram mais volumosas, e ainda que tenha havido uma variação do quanttatvo de publicações no decorrer dos anos em ambas as plataformas, percebeu-se tendências distntas entre elas.
Assim, resguardadas as variações, houve uma tendência geral de aumento nas publicações na Scopus; já na SciELO, uma queda. Tal cenário pode estar em consonância ao perfil das revistas que compõem cada um dos bancos de publicação, por exemplo, em relação aos distntos campos do conhecimento que se debruçam a estudar a pesca artesanal (Figura 2). Contudo, vale destacar que os picos de publicações ocorreram em períodos similares: na Scopus, em 2021, com 24 publicações; e na outra plataforma, em 2020, com 14.
4.2 Idioma original e países de afiliação das publicações
Em termos do idioma original dos estudos analisados (Tabela 1), verificou-se que 68,6% do total (n=277) foram escritos em inglês; 26,2% (n=106) em português; 4,7% (n=19) em inglês/português; 0,2% (n=1) em espanhol e; 0,2% (n=1) em francês. Diferenciando as distntas plataformas, constatou-se que na SciELO predominaram artgos em português (54%). Já na Scopus, a grande maioria foi em inglês (88%). Essa distribuição, provavelmente, relaciona-se às diretrizes dos periódicos, à área de publicação e ao interesse em uma maior difusão e citação das publicações, haja vista o reconhecimento internacional da língua inglesa no cenário acadêmico (Di Bitet; Ferreras, 2017).
No que diz respeito ao país de afiliação do primeiro autor das publicações, ou seja, da insttuição ao qual ele pertence, observou-se que os documentos indexados na SciELO foram oriundos do Brasil (Tabela 2). Quanto à plataforma Scopus, houve predominância brasileira (n=221), porém tveram publicações de autores afiliados às insttuições dos Estados Unidos (n=7), Canadá (n=5) e Austrália (n=5).
Esses números indicam que a pesca artesanal brasileira é uma temátca de interesse nacional. Inclusive, os artgos com afiliação de outros países contam com parceria de autores de insttuições nacionais ou brasileiros atuando internacionalmente.
4.3 Principais periódicos que tratam sobre a pesca artesanal
Entre os periódicos que tratam sobre a pesca artesanal, foram verificados aqueles que concentraram o maior número de publicações (Tabela 3). O que se observou foi que 10 dos 126 periódicos identficados foram responsáveis por 41,1% dos artgos publicados (n=166). Esse panorama demonstrou consonância com a Lei de Bradford, que preconiza a existência de um núcleo de periódicos que se dedica a tratar, de maneira mais contundente, sobre determinado tema, enquanto os outros os tratam de forma esporádica (Araújo, 2006).
Nesse sentdo, evidenciou-se que 8 dos dez periódicos que mais publicaram sobre a pesca artesanal brasileira são nacionais, enquanto 2 são do Reino Unido. Isso demonstrou, de um lado, que a temátca tem atraído, sobretudo, a atenção de pesquisadores nacionais, mas, por outro, indicou a relevância das pesquisas realizadas ao serem abarcadas por revistas internacionais renomadas, como a Ocean and Coastal Management e a Marine Policy. Em termos de plataformas, verificou-se uma similaridade na distribuição dos periódicos, em que 3 aparecem indexados só na Scopus, 2 apenas na SciELO e 5 nos dois bancos de dados. No entanto, a quantdade de artgos publicados, tendo em vista os principais periódicos, é maior na SciELO.
4.4 Análise da dispersão dos periódicos por área de conhecimento
Para compreender melhor as abordagens sobre a pesca artesanal brasileira, foi realizado um levantamento sobre a dispersão dos periódicos entre as grandes áreas do conhecimento. Haja vista a diferenciação de classificação adotada pelas plataformas, esse levantamento foi feito separadamente. Nesse sentdo, destaca-se que na Scopus predominaram as publicações nas áreas das ciências da vida (Tabela 4). Já na plataforma SciELO, sobressaíram-se aquelas das áreas de ciências biológicas e multdisciplinares (Tabela 5).
Vale ponderar que essa classificação em ciências da vida, adotada na Scopus, inclui as ciências biológicas, bem como as ciências agrárias, bioquímica, genétca e biologia molecular, microbiologia, entre outras. Logo, verifica-se uma similaridade nas áreas de conhecimento das publicações de ambos os bancos de dados, com ênfase nos organismos vivos, de forma geral.
4.5 Análise dos descritores/palavras-chave
As palavras-chaves desempenham um papel crucial na busca de artgos, resumindo seu conteúdo. A análise das redes de coocorrência desses termos reflete sua frequência de uso e ajuda a elucidar aspectos relevantes das abordagens sobre um assunto, conforme a Lei de Zipf (Lima et al., 2020; Araújo, 2006). Em relação aos 404 artgos analisados, 1.571 palavras-chave atribuídas pelos autores foram identficadas. Desse total, 27 ocorreram pelo menos 6 vezes e formaram o relacionamento de coocorrência da pesquisa, consttuindo 7 clusters (Figura 3).
Mapa rede de coocorrência de palavras-chave sobre pesca artesanal nos artigos das plataformas SciELO e Scopus (1992 - 2023)
Vale ponderar que o tamanho da palavra na representação gráfica reflete a sua frequência de utilização, e a proximidade evidencia uma congruência maior entre os termos. Nesse contexto, os clusters formados serão analisados considerando suas cores e as palavras-chaves. O primeiro, de corvermelha, compreendeu as palavras-chave "conhecimento ecológico", "ecologia humana", "etonoecologia", "etnoictiologia", "gestão da pesca" e "pescadores artesanais", reunindo pesquisas com enfoque ecológico, bem como nos impactos resultantes das interações entre os seres vivos e seu habitat. O segundo, de cor verde, abrangeu pesquisas que também analisaram essas relações estabelecidas, mas considerando os usos tradicionais e as questões de gênero. Assim, os termos que apareceram nesse grupo foram "etnobotânica", "gênero", "mata atlântica", "pesca" e "reserva extrativista".
O terceiro, de cor azul, apresentou como termos recorrentes "captura acidental", "conhecimento tradicional", "etnobiologia", "gerenciamento". Nesse sentido, correlacionaram a problemática da captura de animais não alvo nas pescarias com questões que permeiam o gerenciamento da pesca, o conhecimento tradicional e os modos de vida dos pescadores artesanais. O quarto, de cor amarela, agrupou as expressões "amazonas", "peixes" e "rede de emalhar", compreendendo estudos que se dedicaram a analisar as implicações sociais, econômicas e produtivas das restrições legais impostas ao uso desse apetrecho de pesca, especificamente, no contexto amazônico. O quinto, de cor roxa, abarcou os termos "estuário", "pesca artesanal" e "reprodução", problematizando o ambiente estuário, considerado de grande relevância ecológica na alimentação, proteção e reprodução de comunidades de peixes.
O sexto, de cor rosa, trouxe os descritores “captura por unidade de esforço (CPUE)”, “conservação”, “sustentabilidade”, sugerindo estudos que se dedicaram à avaliação da sustentabilidade da explotação pesqueira. Por fim, o sétimo cluster, de cor alaranjada, compreendeu as palavras “cogestão”, “nordeste do brasil”, “áreas marinhas protegidas”, trazendo pesquisas focadas nas reservas extratvistas marinhas no nordeste brasileiro, tendo em vista o desenvolvimento de instrumentos de gestão compartlhada.
4.6 Rede de autores
O mapeamento da rede de coautoria possibilita a identficação de grupos de autores que trocam informações sobre o tema. Em termos de representação gráfica dessas relações, há um círculo (nó) com o nome do autor que pode ser analisado pelo seu tamanho, ao número de documentos em coautoria e pela cor, indicando o cluster em que ele está associado. Desse modo, delimita-se, os distntos conjuntos de autores que trabalharam em parceria. Já as linhas que ligam esses nós representam a força desses laços de coautoria (links) (Costa et al., 2020). Desse modo, observa-se que no mapa de redes de coautoria (Figura 4). gerado com base nos 404 artgos analisados, foram identficados 28 clusters.
Nessa análise foram considerados 81 autores (dos 1.050 identficados), que publicaram no mínimo 3 artgos no período (Figura 4). Percebeu-se, tendo em vista os resultados, que 6 grupos centrais apresentaram maior ligação entre si, enquanto os outros apareceram restritos a pequenos nichos de coautoria ou mesmo dispersos, indicando que não estabeleceram nenhuma parceria nas publicações. As autoras brasileiras Alpina Begossi (Begossi, A.), da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Camilah Antunes Zappes (Zappes, C.A.), atualmente da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), e Ana Paula Madeira Di Benedito (Di Benedito, A.P.M), da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), foram destaque, apresentando o maior número de contribuições em diferentes artgos publicados.
4.7 Citações e rede de cocitações
A mensuração das citações tem sido utlizada para avaliar o impacto e a repercussão dos trabalhos cientficos realizados, ao mesmo tempo que avalia a visibilidade dos pesquisadores e suas pesquisas. Nesse contexto, a Tabela 6 traz um resumo dos 10 artgos mais citados que versam sobre a pesca artesanal, considerando as duas plataformas analisadas. Entre eles, apenas o artgo “Etnobotânica na Reserva Extratvista Marinha de Arraial do Cabo, RJ, Brasil” foi encontrado na SciELO. O restante, somente na Scopus.
Dez artgos mais citados sobre a pesca artesanal nas plataformas SciELO e Scopus (1992 – 2023)
Analisando as publicações (Tabela 6), notou-se um pequeno grupo de trabalhos concentrados nas áreas das ciências da vida, que apresentaram grande número de menções, enquanto a maioria foi citada esporadicamente. Tal cenário apresentou-se em conformidade com a Lei de Lotka, a qual pondera que uma grande proporção da literatura cientfica é produzida por um restrito número de autores (Araújo, 2006).
Vale ainda destacar os desafios de acesso às citações e a provável subestmação dessas menções, as quais afetam a avaliação do impacto das publicações no meio acadêmico. Na plataforma Scopus, as métricas de citação podem ser baixadas com as informações de identficação dos artgos. O mesmo não ocorre na SciELO, em que precisam ser consultadas individualmente no SciELO Analytcs (beta), que registra poucas citações. A alternatva encontrada foi utlizar o banco de dados Dimensions, disponibilizado pela própria plataforma SciELO, que contabiliza um maior número de citações, ainda que também seja limitado e de consulta individualizada.
Mesmo que tenha sido possível verificar o número de citações dos artgos da SciELO, como mencionado, isso não pôde ser analisado no VOSviewer. Portanto, as análises de cocitação a seguir se referem apenas às publicações na Scopus. Assim, em termos de cocitação de autores, ou seja, dos pesquisadores mais citados nas publicações analisadas, dos 16.435 identficados, 129 foram mencionados mais de 20 vezes (Figura 5).
Esses autores podem ser divididos em 5 distintos clusters, sendo Alpina Begossi (Begossi, A), que pertence ao grupo de cor verde, aquela que apareceu em destaque em relação a todos os outros. No grupo verde-palha, destacou-se Ana Paula Madeira Di Beneditto (Di Beneditto, A.P.M). No azul, Renato Azevedo Matias Silvano (Silvano, RAM), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). No vermelho, Daniel Pauly (Pauly, D.), da University of British Columbia (UBC). Por fim, no roxo, Victoria Judith Isaac (Isaac, V.J), da Universidade Federal do Pará (UFPA).
4.8 Classificação hierárquica descendente (CHD)
Com base nas análises de Classificação Hierárquica Descendente (CHD), foi gerado um dendrograma com o texto dos resumos dos artigos. Nele, é possível verificar a divisão do corpus textual em 5 classes, além das palavras mais frequentes em cada um dos segmentos de texto (Figura 6). O corpus textual, constituído de 404 resumos, foi separado em 2.412 segmentos de texto, com aproveitamento de 89,9%, percentual que viabilizou a análise, considerando a recomendação da literatura de um aproveitamento acima de 75% (Camargo; Justo, 2016).
Os resultados evidenciados na linha horizontal demonstraram uma clara divisão entre as classes 2 e 1, que estão mais próximas, das classes 4,3 e 5, que igualmente estão adjacentes (Figura 6). Essa posição de proximidade entre as classes indicou similaridade nos conteúdos analisados, como no caso oposto, demonstrou diversidade. As maiores classes são a 1 e 4, com 27,9% dos termos válidos, seguidas pelas classes 5 (18%), 3 (14,8%) e 2 (11,4%).
A partr das palavras indicadas em cada classe, foi possível elencar uma provável abordagem adotada. A classe 2 apresentou elementos a respeito de gêneros/espécies inerentes à atvidade pesqueira artesanal. O uso de termos que remetem ao nome cientfico como “farfantepenaeus”, “paulensis”, “brasiliensis”, “schmt” e “mugil” evidencia uma discussão atrelada aos aspectos biológicos. Além disso, explicitou a importância dos estudos direcionados especificamente ao camarão (rosa, branco e sete barbas) e tainha.
Quanto à classe 1, mostrou-se associada aos processos e às regulamentações que envolvem a captura de organismos aquátcos. Já a classe 4 apresentou aspectos referentes à gestão e ao manejo dos recursos pesqueiros, tendo como perspectva o conhecimento e o desenvolvimento sustentável. A classe 3 assentou-se, provavelmente, em análises e avaliação de impactos e, por fim, a classe 5 apresentou-se muito alinhada ao contexto metodológico das pesquisas realizadas nas classes 4 e 3, mas com pouca similaridade com os estudos feitos nas classes 2 e 1.
4.9 Análise de similitude
Embora já tenha sido feita uma apreciação das palavras-chaves no VOSviewer, também foram realizadas, com auxílio do software Iramuteq, análises de similitude dos resumos. O intuito foi compreender melhor o conteúdo dos artgos e quais tpos de perspectvas estão sendo adotadas nos estudos sobre a pesca artesanal.
Nessa conjuntura, nota-se na árvore de similitude que “pesca” e “pescador” são os termos que apresentam a maior frequência (Figura 7). Esse é um resultado bastante interessante porque evidencia, sobretudo, dois aspectos: o primeiro concerne a uma clara divisão de termos e prováveis focos de pesquisa centrados no pescador artesanal como sujeito social, bem como um conjunto de outras palavras relacionadas diretamente à sua atvidade, a pesca. O segundo se refere a uma maior quantdade de palavras que remetem à pesca em relação ao pescador.
À vista disso, embora considere-se que são essas distntas relações estabelecidas entre o pescador no exercício da pesca, em diferentes habitats, que envolvem a cerne do seu modo vida, a análise de similitude demonstrou que nas plataformas analisadas houve uma priorização de estudos focados na atvidade e habitat. Portanto, ao se perceber as palavras vinculadas à pesca, identficou-se com maior relevância “ artesanal” , “espécie”, “pesqueiro” e “estudo”, enquanto que ao “pescador” conectou-se a termos mais difusos, como “comunidade” e “conhecimento”.
Essa perspectiva socieconômica voltada ao pescador, subestimada pelos estudos, indica uma falta de visibilidade e de alcance desse tipo de abordagem nos periódicos mais difundidos, como verificado no decorrer das análises. Esse é um cenário que pode desestimular as pesquisas na área, dificultar o processo de reconhecimento governamental do setor e prejudicar ainda mais a elaboração de polítcas públicas voltadas às necessidades das comunidades pesqueiras. Afinal, ainda que imersos em um contexto de desafios e vulnerabilidades, os pescadores artesanais são agentes que facilitam a implementação de estratégias direcionadas ao desenvolvimento e gerenciamento mais sustentável dos recursos pesqueiros. Além disso, conforme corroborado por órgãos internacionais como a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) (2020), garantr a subsistência daqueles que dependem do mar, agora e para as futuras gerações, é primordial para a geração de renda, erradicação da pobreza e segurança alimentar.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetvo do estudo foi realizar um levantamento da produção cientfica nacional e internacional nas plataformas SciELO e Scopus, de modo a explicitar as distntas abordagens que permeiam as discussões sobre a pesca artesanal brasileira. Sua relevância assentou-se no fato de discutr uma temátca relevante, mas ainda pouco explorada, além de considerar dois grandes bancos de dados, simultaneamente, por uma perspectva bibliométrica que evidenciou não só aspectos quanttatvos das publicações, como qualitatvos.
Entretanto, algumas limitações do estudo decorrem dessa utilização de bancos de dados distntos. De maneira geral, a plataforma Scopus disponibiliza uma quantdade maior de informações, mais organizadas e no formato compatvel com os softwares bibliométricos, como o VOSViewer. Todavia, os dados fornecidos pela SciELO apresentam uma restrição de informações que inviabilizam análises sugeridas pelo método PRISMA, inclusive de citação e cocitação.
Vale ainda ponderar que vários artgos que versam sobre a pesca artesanal, e aparecem ao serem pesquisados isoladamente na internet, não foram encontrados nos bancos de dados analisados. Isso demonstra a necessidade de uma maior organização dos periódicos na disponibilização dos dados de suas pesquisas. O uso de plataformas indexadoras como a SciELO e Scopus, além de facilitar a consulta sobre os diversos campos de conhecimento, viabiliza o acesso e a comparação de resultados das pesquisas cientficas, além de facilitar a mensuração do impacto desses estudos no meio acadêmico.
No que diz respeito aos resultados encontrados, verificou-se dois enfoques principais abarcando o pescador e o habitat, mas com maior quantdade de publicações e visibilidade no ambiente. Dentre as distntas reflexões evidenciadas, uma que se destaca se refere à lacuna, ou, no mínimo, à falta de relevância, dos estudos que abordam o contexto socioeconômico e ambiental dos pescadores pelo viés das polítcas públicas. Afinal, muitos dos desafios enfrentados para a permanência na atvidade, bem como para sua sustentabilidade, perpassam pela necessidade de insttucionalização de ações e regulamentações viabilizadas por meio de polítcas públicas. Nesse panorama, considerando o contexto histórico de vulnerabilidade das comunidades pesqueiras e paradoxalmente sua relevância no processo de desenvolvimento sustentável, estudos que analisem essa transversalidade nos distntos contextos são essenciais.
Por fim, espera-se que essa pesquisa sirva como base e desperte o interesse no desenvolvimento de outros estudos, inclusive bibliométricos, a respeito da temátca da pesca artesanal. Nesse sentdo, recomenda-se, para pesquisas futuras, estudos mais aprofundados em questões-chaves nos distntos campos de conhecimento e realizadas em outras bases de dados que podem ter maior utlização pelas diferentes áreas. Nas pesquisas direcionadas às comunidades pesqueiras, sugere-se reflexões com foco nas estratégias de acesso e ampliação de polítcas públicas voltadas a sustentabilidade socioeconômica e ambiental, considerando o arcabouço insttucional fragilizado do segmento. Ademais, enfoques que valorizem o conhecimento tradicional são pertnentes, além do mapeamento e gerenciamento de impactos das mudanças climátcas que influenciem a permanência na atvidade.
Já aquelas pesquisas orientadas especificamente à pesca e à sustentabilidade dos recursos pesqueiros, recomenda-se análises que envolvam a integração do segmento artesanal com estratégias mais amplas relacionadas ao desenvolvimento sustentável e às polítcas públicas. Outra abordagem interessante se refere aos estudos sobre proposições de modelos integrados de informação e gestão pesqueira que recorram às análises quanttatvas, mas incluam metodologias partcipatvas que atendam às necessidades locais, ao mesmo tempo que se adequem aos desafios impostos em escala global.
AGRADECIMENTOS
O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
30 Jun 2025 -
Data do Fascículo
Jan-Dec 2025
Histórico
-
Recebido
12 Mar 2024 -
Revisado
16 Dez 2024 -
Aceito
20 Dez 2024








Fonte: Elaboração própria com base em
Fonte: SciELO (2023) e Scopus (2023). Elaboração própria.
Fonte: VOSviewer (2023). Elaboração própria.
Fonte: VOS viewer (2023). Elaboração própria.
Fonte: VOSviewer (2023). Elaboração própria.
Fonte: Iramuteq (2023). Elaboração própria.
Fonte: Iramuteq (2023). Elaboração própria.