Resumo
A fração capitalista que corresponde ao agronegócio brasileiro constantemente se coloca numa posição de pretensa centralidade econômica, clamando, assim, por um papel relevante no desenvolvimento econômico nacional que justificaria seus achaques sobre o Estado. Mas o que se observa historicamente é a manutenção do Brasil como nação subalterna no plano internacional, levantando a questão de qual seria a responsabilidade do agronegócio nesse ciclo vicioso. Este artigo empírico tem por objetivo geral analisar as possíveis relações entre o peso e a participação do agro na fixação do lugar ocupado pelo Brasil na divisão mundial do trabalho (DMT) da economia-mundo capitalista. Parte-se das premissas da análise de sistema-mundo para tentar estabelecer critérios objetivos que permitam subsidiar de forma quantitativamente empírica o entendimento de que o Brasil seria uma economia semiperiférica estacionada pelo desproporcional peso de seu setor agroextrativista. Essa investigação se desenrola a partir de uma abordagem quali-quanti de orientação sócio-histórica: (I) análise das pautas de comércio exterior do país, por meio da exposição visual e discussão da estrutura da pauta de exportação; e (II) análise de cluster dos índices de complexidade econômica de um rol de países, para formação de grupos por aproximação de complexidade. Isto para identificar a posição do Brasil na divisão mundial do trabalho. Como resultado, infere-se que o peso desproporcional do setor agroextrativista na economia brasileira, evidenciado a partir da pauta exportadora, contribui para manutenção do país como nação em situação de semiperiferia, o que fica caracterizado pela análise de cluster realizada.
Palavras-chave:
divisão global do trabalho; sistema-mundo; semiperiferia; complexidade econômica
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Fonte: The Growth Lab at Harvard University. The Atlas of Economic Complexity. Disponível em:
Fonte: The Growth Lab at Harvard University. The Atlas of Economic Complexity. Disponível em:
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