Open-access DESINFORMAÇÃO NA COMUNICAÇÃO: a Rede Nacional de Combate à Desinformação

Desinformación en la Comunicación: La Red Nacional de Combate a la Desinformación

RESUMO

Nas eleições brasileiras de 2018, 2020 e 2022, a desinformação atingiu novos patamares, destacando-se como um elemento central no debate público e acadêmico. Diante desses processos eleitorais, a Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD) produz e dissemina conhecimento sobre o mercado desinformacional no país e no mundo. Para tanto, o artigo analisa a atuação da rede e elenca estudos abordados no âmbito da desinformação e eleições. A pesquisa adota uma abordagem exploratória e bibliográfica a partir de um estado da arte, incluindo artigos científicos, teses, dissertações e publicações periódicas, apresentados na seção de Pesquisas e Publicações no site da organização. É concluído que ainda existe uma carência de produção bibliográfica sobre o tema da desinformação, sobretudo quando associada às eleições no banco de dados da RNCD.

Palavras-chave
desinformação; eleições; Rede Nacional de Combate à Desinformação

ABSTRACT

In the Brazilian elections of 2018, 2020 and 2022, disinformation reached new heights, standing out as a central element in the public and academic debate. In light of these electoral processes, the National Network to Combat Disinformation (RNCD) produces and disseminates knowledge about the disinformation market in the country and around the world. To this end, the article analyzes the network's performance and lists studies covered in the context of disinformation and elections. The research adopts an exploratory and bibliographical approach based on a state of the art, including scientific articles, theses, dissertations and periodical publications, presented in the Research and Publications section on the organization's website. It is concluded that there is still a lack of bibliographical production on the topic of disinformation, especially when associated with elections in the RNCD database.

Keywords
disinformation; elections; The National Network to Combat Disinformation

RESUMEN

En las elecciones brasileñas de 2018, 2020 y 2022, la desinformación alcanzó nuevos niveles, destacándose como un elemento central en el debate público y académico. Ante estos procesos electorales, la Red Nacional de Lucha contra la Desinformación (RNCD) produce y difunde conocimientos para contener los impactos nocivos del mercado de la desinformación. Para ello, el artículo analiza el desempeño de la red y enumera estudios cubiertos en el contexto de la desinformación y las elecciones. La investigación adopta un enfoque exploratorio y bibliográfico basado en un estado del arte, incluyendo artículos científicos, tesis, disertaciones y publicaciones periódicas, presentados en la sección Investigaciones y Publicaciones del sitio web de la organización. Se concluye que aún existe una falta de producción bibliográfica sobre el tema de la desinformación, especialmente cuando se asocia a elecciones en la base de datos del RNCD.

Palabras clave
desinformación; elecciones; La Red Nacional de Combate a la Desinformación

Introdução

A disseminação de informações falsas tornou-se uma ameaça crescente à integridade dos processos democráticos, especialmente durante as eleições. No Brasil, os pleitos de 2018, 2020 e 2022 registraram um aumento significativo de desinformação e teorias conspiratórias, amplamente propagadas em redes sociais digitais, afetando a confiança em instituições como o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em resposta, a Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD) tem produzido e disseminado conhecimento sobre desinformação em processos eleitorais no Brasil e no exterior, além de outras áreas temáticas.

Criada em 2019 como parte de uma pesquisa de pós-doutorado da coordenadora Ana Regina Rêgo, a RNCD conecta diversos projetos e organizações dedicados ao combate à desinformação. A rede integra coletivos, iniciativas universitárias, agências, redes de comunicação, projetos sociais, observatórios, plataformas de fact-checking e instituições científicas, entre outros.

Este artigo analisa a atuação da RNCD como banco de fontes de pesquisa sobre desinformação e fact-checking no Brasil. Especificamente, examina (1) os trabalhos acadêmicos relacionados à desinformação e eleições na seção Pesquisas e Publicações do site da RNCD e (2) as instituições e estados de origem dos autores que contribuíram para esse acervo. A metodologia emprega o estado da arte (Ferreira, 2002) e revisão bibliográfica (Gil, 2002), visando aprofundar o entendimento sobre a pesquisa da desinformação no Brasil e destacar a relevância da RNCD como fonte de referência. Atualmente, o banco de dados da rede reúne mais de 1.433 trabalhos científicos produzidos por membros, projetos e grupos de pesquisa.

Os resultados mostram uma lacuna significativa na produção bibliográfica sobre desinformação, especialmente no contexto eleitoral no banco de dados da RNCD. A complexidade desse fenômeno dificulta seu estudo, mapeamento e sistematização. Além disso, a disseminação de fake news nas redes sociais não apenas engana, mas também tem o potencial de incitar ações prejudiciais, físicas e virtuais, por parte de quem acredita nelas.

O estudo reconhece a RNCD como um ator importante no combate à desinformação, mas ressalta a necessidade de ampliar as pesquisas colaborativas e multidisciplinares. Ao explorar as dinâmicas da desinformação, busca-se contribuir para a construção de um ambiente informacional mais confiável e resiliente, fundamental para a integridade dos processos democráticos.

Procedimentos metodológicos na base de dados da RNCD

A presente pesquisa, de caráter exploratório, realiza um estado da arte conforme Ferreira (2002), visando mapear o conhecimento sobre desinformação e eleições no banco de dados da RNCD. Essa abordagem consiste em analisar criticamente os estudos mais recentes e relevantes, além de considerar contribuições significativas anteriores. Busca-se identificar lacunas, tendências emergentes e debates em andamento, contextualizando o tema e propondo novas direções para investigação.

A investigação inicia-se com a análise do banco de dados da RNCD, utilizando conceitos-chave como desinformação e eleições. São examinadas diversas fontes, incluindo artigos acadêmicos, teses, dissertações e trabalhos de conclusão de curso (TCCs). Essa revisão permite identificar pontos não explorados, consolidar tendências e situar a pesquisa no contexto mais amplo do combate à desinformação.

Com base em material já publicado, composto por artigos e publicações científicas (Gil, 2002), o estudo foca nos trabalhos listados na seção Pesquisas e Publicações do site da RNCD. Não são consideradas categorias como artigos jornalísticos, capítulos, dossiês, entrevistas, guias, livros, material didático, podcasts, resumos e relatórios. A pesquisa também mapeia as instituições e estados de origem dos autores que contribuíram para os estudos vinculados à RNCD.

O levantamento das pesquisas foi realizado em um período de três meses, permitindo a obtenção de dados relevantes para análise. Essa abordagem contribui para compreender as reflexões sobre os processos eleitorais no Brasil, destacando a relação entre desinformação e democracia.

Desinformação no cenário brasileiro

Nas eleições de 2022 no Brasil, o WhatsApp, Telegram e X/Twitter foram as principais plataformas de disseminação de narrativas desinformativas, segundo o NetLab da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O estudo revelou que o X/Twitter apresentou o maior crescimento na circulação dessas narrativas, com 57%, seguido pelo WhatsApp (36%) e Telegram (23%). Além disso, foi constatado que a repetição de desinformações nas plataformas aumenta a resistência dos usuários à correção e checagem.

De acordo com o Relatório de Notícias Digitais, a confiança nas notícias no Brasil caiu de 48% em 2022 para 43% em 2023, um declínio intensificado após a polarizada eleição de 2018. O relatório também mostrou que 64% dos brasileiros preferem receber notícias por redes sociais, como Instagram (35%) e TikTok (12%), enquanto aplicativos de mensagens, como WhatsApp (41%) e Telegram (9%), são amplamente utilizados para compartilhar informações.

Nesse contexto, Alencar (2020) e Martins e Teixeira (2020) destacam que a credibilidade e objetividade jornalísticas estão sendo crescentemente questionadas por políticos e autoridades. Freelon e Wells (2020) apontam que, antes de 2017, a desinformação era rara em estudos acadêmicos. Contudo, as eleições de 2016 nos Estados Unidos impulsionaram o interesse pelo tema em diversas disciplinas, como comunicação, ciência política e ciência da informação. Os autores também associam a expansão da desinformação digital ao declínio da confiança na imprensa e em outras instituições públicas nos últimos anos.

A desinformação tem sido amplamente investigada antes, durante e após processos eleitorais. Um levantamento baseado na metodologia de Bonin (2011) mostra que, ao pesquisar o termo no Google Acadêmico, são encontrados 79.900 resultados, dos quais 6.110 focam no pleito de 2022. Já no Portal Periódicos Capes, foram identificados 1.221 resultados para "desinformação" e apenas 23 específicos sobre as eleições de 2022. Na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), há 509 resultados para o termo geral.

A análise histórica demonstra o crescimento do uso do termo "desinformação" em produções acadêmicas no Brasil, principalmente após as eleições de 2018. No Periódicos Capes, foram encontrados 25 resultados relacionados a 2018, 19 em 2020 e, no Google Acadêmico, 12.800 para 2018 e 10.900 para 2022. Oliveira, Araújo e Barbosa (2022) revisaram estudos sobre desinformação entre 2018 e 2021 em bases como Redalyc, SciELO e SPELL, ressaltando que o Brasil passou a discutir o tema sob uma nova perspectiva após as eleições de 2018.

Esses dados evidenciam o impacto crescente da desinformação nas eleições brasileiras, destacando sua relevância como tema de pesquisa acadêmica e a necessidade de estratégias eficazes para combatê-la.

Quadro 1
Pesquisas sobre desinformação (2018 a 2021)

Até abril de 2024, os autores encontraram 1.448 artigos sobre desinformação, sendo 1.147 relacionados ao termo fake news no Redalyc, 247 sobre desinformação, 29 no SciELO com o descritor fake news e 24 sobre desinformação. No SPELL, foram encontrados apenas 1 artigo com o descritor fake news e nenhum para desinformação. Após filtragem, o total de artigos recuperados foi de 53. Oliveira, Araújo e Barbosa (2022) afirmam que a discussão sobre desinformação é relativamente recente, destacando que, mesmo com o recorte temporal de 2018 a 2021, foram identificados poucos estudos anteriores com abordagem direta sobre o tema.

Maia e Maia (2020) realizaram um estado da arte sobre fake news em pesquisas no Brasil utilizando o Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Analisando os trabalhos acadêmicos defendidos entre 2014 e 2019 na área de Comunicação, encontraram apenas oito dissertações que mencionam o termo fake news. Essas dissertações investigaram informações falsas em programas humorísticos, cenários políticos e na saúde.

Embora o termo "fake news" seja amplamente utilizado, a pesquisadora Claire Wardle (2019) recomenda o uso do termo desinformação para explicar o fenômeno atual. Para ela, fake news é problemático e impreciso, pois nem todo conteúdo nas redes sociais digitais é falso; frequentemente, são informações verdadeiras, apresentadas descontextualizada, como rumores, memes, vídeos manipulados e fotos antigas compartilhadas de maneira distorcida.

Este artigo apresenta e analisa o banco de dados de pesquisas da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD), que reúne mais de 1.433 trabalhos científicos produzidos por membros, projetos e grupos de pesquisa reconhecidos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O banco de dados da RNCD é uma importante fonte para o entendimento da desinformação no Brasil, para proporcionar uma visão abrangente sobre o fenômeno.

RNCD: uma rede que combate à desinformação e a ignorância

As eleições de 2018, 2020 e 2022 no Brasil evidenciaram o crescimento de uma ideologia anticomunista e a proliferação das "fábricas de informações falsas", que colocaram em risco a democracia brasileira (Rêgo; Marialva, 2020). Nesses pleitos, as redes sociais digitais se tornaram um espaço para estratégias da extrema-direita, incluindo a criação, compartilhamento e circulação de trollagens, memes, boatos e verdades alternativas.

Milhares de grupos e canais nas redes sociais digitais reforçam as posições partidárias, criando e fortalecendo câmaras de eco, onde bots e algoritmos são usados para disseminar ruídos informacionais e ideais políticos hiperpartidários (Soares; Recuero; Zago, 2021). Esses agentes e grupos políticos contribuem para a construção da ignorância, estimulando ataques às instituições públicas. Rêgo e Marialva (2020) destacam que os antidemocratas, desconsiderando normas e leis, agem guiados por suas crenças e desejos de poder, prejudicando a nação e focando apenas em seus interesses pessoais.

Segurado (2021) também discute como a ignorância social é gerada deliberadamente, com objetivos políticos e econômicos, para preservar o poder de certos grupos. Isso envolve a disseminação de informações falsas, a criação de dúvidas sobre fatos comprovados e a promoção do relativismo em relação à verdade. Combater esse processo exige o fortalecimento da educação crítica e o acesso a fontes confiáveis de informação.

A desinformação, especialmente como uma ferramenta de controle social, tem sido usada como estratégia política, particularmente pelo governo Bolsonaro. O ex-presidente, como principal propagador dessa abordagem, utiliza fake news, teorias da conspiração e discursos de ódio para atingir seus objetivos. Além disso, é importante considerar as ramificações do bolsonarismo, representadas por figuras como Sérgio Moro e Olavo de Carvalho, que também adotam essas táticas para influenciar a opinião pública. O bolsonarismo, inserido em um fenômeno global de ascensão da extrema-direita, tem sido responsável pela erosão dos princípios democráticos, atacando a liberdade de imprensa e os direitos humanos, enquanto mantém uma base sólida de apoio, apesar das críticas e alegações de corrupção e autoritarismo (Silva, 2023; Boito Jr., 2019; Reis, 2020).

Nesse contexto, a atuação da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD) se torna crucial. A rede busca identificar, combater e prevenir a disseminação de informações falsas, não apenas revelando narrativas errôneas, mas também promovendo a transparência, a precisão e a confiabilidade no discurso científico. A RNCD trabalha em uma ampla gama de frentes, desde a identificação de pesquisa tendenciosa até a propagação de informações científicas precisas através dos canais apropriados. Ao fomentar a colaboração entre pesquisadores, instituições acadêmicas e formuladores de políticas, a rede fortalece a luta contra a desinformação, com foco na construção de um ambiente informacional confiável.

RNCD: uma base de dados para pesquisadores

Partindo de um estado da arte (Ferreira, 2002) e tendo como palavras-chave: desinformação e eleições, o presente artigo elenca as produções acadêmicas exibidas no site da RNCD. O primeiro passo foi acessar a seção Pesquisas e Publicações, em seguida escolher uma categoria. A primeira foi referente a artigos, que apresentou 653 no total até a escrita às 23:08, do dia 17-02-2025. Ao pesquisar somente pelo termo desinformação, 154 resultados apareceram. Logo ao fazer a busca pelos dois termos (desinformação e eleições), 5 resultados foram apresentados, sendo exibidos no Quadro 2:

Quadro 2
Artigos que analisam o cenário da desinformação nas eleições

O primeiro artigo em destaque no Quadro 1 foi produzido pelos pesquisadores Leonardo Pereira Tavares, Gustavo de Souza Silva e Diego Lopes de Oliveira e publicado no Dossiê Comunicação e Ciência: narrativas, desinformação e checagem da Revista Animus em 2022. O estudo analisou a disseminação de desinformação relacionada à eleição presidencial do Brasil em 2022, por meio de um portal de fact-checking e na rede social X/Twitter. Desse modo, os autores categorizam postagens coletadas no mês de maio de 2022 com base em critérios de checagem de fatos, utilizando a linguagem de programação R por cinco semanas para classificar informações com base em quatro critérios de verificação.

O segundo artigo foi publicado pela pesquisadora Fabíola Mendonça de Vasconcelos, na Revista Observatório, no ano de 2020. O estudo analisou a cobertura dos meios de comunicação brasileiros nas eleições presidenciais a partir da redemocratização, começando com a de 1989 e finalizando com a de 2018, tendo como base teórica reflexões sobre desinformação, manipulação, fake news e democracia. A pesquisa mostrou que historicamente a mídia tenta interferir no resultado das eleições, recorrendo a estratégias de manipulação e deturpação dos fatos.

O terceiro artigo foi assinado pelo pesquisador Felipe Bonow Soares e publicado na Revista Medição no ano de 2020. O trabalho apresentou as principais estratégias argumentativas utilizadas por Jair Bolsonaro no seu X/Twitter, além de identificar como suas mensagens podem ter contribuído para campanhas de desinformação. Neste sentido, o artigo se baseou em um referencial teórico no âmbito da esfera pública, desinformação e mídias sociais. Os principais resultados apontados pelo autor foram: a identificação do uso da argumentação por meio do antimodelo associado à esquerda como argumento principal em suas mensagens, além do engajamento do político em campanhas de desinformação, tendo a imprensa como principal foco.

O quarto trabalho, produzido pelas pesquisadoras Tathiana Senne Chicarino e Desirèe Luíse Lopes Conceição e publicado nos anais do Encontro Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (ANPOCS) em 2020, analisa a atuação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que foi aberta para, entre outros atributos, investigar a circulação de notícias falsas nas eleições de 2018.

O quinto trabalho, assinado pelas pesquisadoras Elisa Bachega Casadei e Liliane de Lucena Ito e publicado na Revista Mídia e Cotidiano em 2024, analisa as estratégias discursivas que se referem ao atributo da credibilidade em peças de desinformação que circularam nas eleições brasileiras de 2022. O estudo direcionou sua atenção para peças de desinformação que se debruçam sobre alegações de fraude nas urnas eletrônicas, divulgadas tanto no Twitter (anteriormente X) quanto no Telegram (circulando em diversos ambientes digitais e redes), além de em entidades (supostamente) jornalísticas, como a Jovem Pan, ao longo do primeiro e segundo turno das eleições presidenciais. Nesse contexto, identificaram-se seis estratégias discursivas distintas, algumas das quais também empregadas no jornalismo, com o propósito de conferir credibilidade a conteúdos enganosos e fabricados.

É visto que os quatro artigos apresentam diferentes visões sobre a interseção entre comunicação, desinformação e democracia, fornecendo perspectivas valiosas para a compreensão das dinâmicas políticas e midiáticas no Brasil contemporâneo. Em conjunto, esses estudos ressaltam a complexidade da desinformação no cenário político brasileiro, enfatizando a importância de abordagens multidisciplinares e sistemáticas para entender e combater esse fenômeno. O aprofundamento dessa compreensão é fundamental para a preservação da integridade democrática e a construção de uma esfera pública mais informada e resistente à manipulação.

As metodologias utilizadas na análise da desinformação dos quatro artigos, tanto qualitativas quanto quantitativas, oferecem ferramentas valiosas para compreender a complexidade desse fenômeno. No entanto, elas também revelam limitações e abrem espaço para reflexões críticas sobre as lacunas e tendências desse campo de estudo.

Na esfera qualitativa, a Análise Crítica do Discurso (ACD), aplicada por Casadei e Ito (2024), emerge como uma metodologia potente para identificar as estratégias discursivas utilizadas na disseminação de desinformação. Essa abordagem permite explorar como conteúdos enganosos se apropriam de elementos que conferem credibilidade, manipulando narrativas para enganar o público e reforçar percepções distorcidas de verdade. Essa técnica é particularmente eficaz para revelar as sutilezas linguísticas e simbólicas que transformam informações falsas em mensagens persuasivas, especialmente em contextos como as eleições de 2022.

De forma complementar, a análise de discurso utilizada por Chicarino e Conceição (2020), oferece um olhar aprofundado sobre a construção de sentidos em contextos discursivos específicos, como os depoimentos analisados na CPMI das Fake News. Essa abordagem destaca não apenas os conteúdos das narrativas, mas também os elementos sócio-históricos e ideológicos que moldam o discurso. Assim, permite compreender como os sentidos são produzidos e disputados em arenas políticas, expondo as disputas de poder e os mecanismos de polarização que caracterizam a disseminação de desinformação.

Na dimensão quantitativa, o uso de big data e programação R, explorado por Tavares, Silva e Oliveira (2022), representa uma evolução metodológica significativa no rastreamento e categorização de desinformação. Ao analisar grandes volumes de dados em plataformas como o Twitter (atualmente, X), essa abordagem identifica padrões de disseminação e classifica conteúdos com base em critérios de fact-checking. A utilização de nuvens de palavras e métricas digitais complementa essa análise, permitindo mapear menções recorrentes e avaliar o impacto de narrativas desinformativas, destacando termos ou temas que ganham maior relevância em períodos eleitorais.

Apesar dessas contribuições, algumas lacunas importantes permanecem. A integração entre abordagens qualitativas e quantitativas é um dos principais desafios enfrentados pelos pesquisadores. Enquanto as análises qualitativas oferecem profundidade interpretativa, as quantitativas proporcionam amplitude e escalabilidade. A combinação dessas perspectivas poderia levar a uma compreensão mais holística da desinformação, capturando tanto os detalhes discursivos quanto os padrões de disseminação em larga escala. Além disso, o entendimento das dinâmicas de circulação da desinformação em plataformas emergentes, como o Telegram, ainda é limitado. Essas redes, muitas vezes menos reguladas, apresentam desafios únicos, como o anonimato dos usuários e a disseminação rápida em grupos privados, dificultando o rastreamento de informações falsas.

Por outro lado, algumas tendências promissoras começam a se consolidar. A expansão do uso de ferramentas computacionais para rastreamento e categorização de desinformação aponta para avanços na identificação de conteúdos enganosos. Tecnologias baseadas em inteligência artificial, por exemplo, estão sendo desenvolvidas para analisar grandes volumes de dados em tempo real, detectando padrões que podem indicar atividades coordenadas de desinformação. Além disso, investigações sobre a usurpação de credibilidade jornalística por veículos propagadores de desinformação revelam um campo em expansão, com potencial para desconstruir as estratégias que utilizam a linguagem e a estética jornalística para legitimar informações falsas.

Em seguida, a pesquisa elenca dissertações que trabalham com os termos desinformação e eleições para interpretação. Para tanto, o estudo encontrou 16 dissertações cadastradas no site da RNCD, produzidas por membros e pesquisadores que compõem a entidade. Ao pesquisar somente pelo termo desinformação, 10 dissertações. Após a triagem pelas palavras-chave desinformação e eleições, a pesquisa encontrou quatro trabalhos: Desinformação nas eleições 2018: destrinchando as notícias falsas que favoreceram Jair Bolsonaro.

Produzida pela pesquisadora Rebeca Letieri, apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Mídia e Cotidiano da Universidade Federal Fluminense. O trabalho analisa o uso de fake news durante a campanha do presidente eleito, Jair Bolsonaro, por meio da investigação da construção da narrativa e do enquadramento dessas peças de mídia. Nesse sentido, o estudo analisou o enquadramento de 104 notícias, caracterizadas como falsas por agências de fact-checking, que foram prejudiciais ao segundo colocado nas pesquisas e nas urnas, Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT).

O estudo da influência das fake news nas eleições presidenciais brasileiras de 2018 apresenta-se como uma oportunidade rica para compreender os desafios da comunicação política em um ambiente digital profundamente transformado pelas redes sociais e pela disseminação de informações falsas. Esse contexto revela tanto os limites do jornalismo tradicional quanto a ascensão de novas dinâmicas comunicativas que transformam as relações sociais e políticas. A tese aponta a constatação de que redes sociais como o WhatsApp foram centrais na campanha vitoriosa de Jair Bolsonaro reforça a relevância de investigar a estrutura e a intencionalidade por trás do uso dessas ferramentas. Nesse sentido, Isabela Kalil, ao mapear perfis de eleitores bolsonaristas, forneceu uma análise detalhada dos públicos-alvo, permitindo cruzar temas recorrentes em fake news com estratégias narrativas específicas.

A escolha metodológica de análise de enquadramento permite explorar como os princípios organizacionais de eventos sociais são moldados para direcionar a percepção pública. Essa abordagem é complementada por uma análise interdisciplinar, que integra conceitos da Comunicação, Ciência Política e Sociologia. No entanto, apesar de sua robustez teórica, a pesquisa admite a dificuldade em mensurar quantitativamente o impacto direto das fake news no resultado eleitoral, destacando que a influência dessas peças é um processo complexo, envolvendo aspectos simbólicos e emocionais que transcendem a racionalidade.

Por outro lado, as reflexões sobre o papel do WhatsApp, especialmente no Brasil, mostram como plataformas inicialmente projetadas para interação pessoal se tornaram arenas de disputa narrativa. A proibição do disparo em massa de mensagens pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2019 foi um passo importante, mas ainda insuficiente para conter o uso estratégico dessas ferramentas em campanhas eleitorais futuras. A falta de regulação efetiva sobre as redes sociais e as limitações das investigações, mesmo após denúncias robustas, deixam claro que há uma lacuna significativa no enfrentamento desse problema.

Crucialmente, a tese destaca a relação entre o populismo autoritário e a desinformação, refletindo sobre como líderes políticos usam narrativas de crise para justificar medidas extremas e mobilizar apoio. O autoritarismo moderno se nutre da crise do jornalismo e da fragmentação informacional, criando um ambiente em que a verdade se torna relativa e maleável. Essa dinâmica é reforçada pela "guerra de narrativas", um conceito pós-moderno amplamente explorado no discurso político brasileiro, especialmente pela direita.

Nesse cenário, a análise crítica da metodologia utilizada destaca tanto avanços quanto desafios. O uso combinado de abordagens qualitativas e quantitativas é elogiável por sua capacidade de capturar nuances e padrões, mas a pesquisa aponta para a necessidade de maior integração com métodos da Ciência de Dados para mapear padrões de disseminação e analisar redes complexas de desinformação.

Em uma etapa subsequente, procedeu-se à catalogação dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs), revelando a identificação apenas um registro, focalizando a temática da desinformação e eleições: Desinformação nas eleições presidenciais brasileiras de 2022: os critérios de checagem de notícias publicadas no Twitter durante o período pré-campanha, de Leonardo Pereira Tavares. Em relação às teses, ao realizar uma triagem mediante as palavras-chave desinformação e eleições, não se verificou a presença de resultados pertinentes.

Qual é a inferência a ser extraída dos resultados em relação à integridade e abrangência do banco de dados da RNCD?

A análise do banco de dados da RNCD revela uma carência significativa de pesquisas específicas que investigam a interseção entre os termos desinformação e eleições. A pesquisa dedicada à combinação de ambos os termos produziu apenas 07 registros, destacando uma disparidade significativa em comparação com o número mais expressivo de 154 registros obtidos ao pesquisar exclusivamente a palavra-chave desinformação e abrangendo diferentes formatos, como artigos, TCCs, dissertações e teses.

Esses dados indicam que, dentro do contexto da RNCD, o escopo de estudos que abordam diretamente a influência da desinformação nos processos eleitorais é limitado. É preciso ressaltar que o presente estudo analisou pesquisas apenas nos formatos de artigos, TCCs, dissertações e teses. É fundamental salientar que os bancos de dados, como o da RNCD, frequentemente dependem das contribuições da comunidade acadêmica para enriquecer seus registros.

A identificação da escassez de pesquisas específicas sobre a interseção entre desinformação e eleições pode também sugerir que a comunidade acadêmica pode beneficiar esses repositórios através do envio e inclusão de estudos que abordem essa temática. Dessa forma, encorajar e facilitar a submissão de pesquisas e estudos sobre desinformação nas eleições para o banco de dados da RNCD pode ser uma estratégia eficaz para preencher a lacuna identificada.

A colaboração entre pesquisadores, instituições acadêmicas e o próprio banco de dados é essencial para criar um recurso robusto que reflita de maneira abrangente a pesquisa acadêmica atual nesse campo em evolução. Além disso, a participação ativa da comunidade acadêmica na contribuição para o banco de dados da RNCD não apenas enriquecerá a base de conhecimento existente, mas também promoverá um ambiente colaborativo de compartilhamento e disseminação de pesquisas relevantes.

A possibilidade de submeter pesquisas diretamente ao banco de dados oferece uma oportunidade valiosa para pesquisadores compartilharem suas descobertas e contribuírem para o desenvolvimento contínuo do conhecimento na área de desinformação e eleições. Esse processo colaborativo fortalece a utilidade e a abrangência do banco de dados, tornando-o um recurso mais completo e representativo das diversas perspectivas e abordagens da comunidade acadêmica.

Além do papel essencial da comunidade acadêmica na contribuição para o banco de dados da RNCD, é crucial promover conscientização sobre a importância dessa colaboração. Instituições acadêmicas, organizações de pesquisa e pesquisadores individuais podem ser incentivados a compartilhar não apenas seus estudos mais recentes, mas também aqueles que possam ter sido conduzidos anteriormente e que ainda não foram incorporados ao banco de dados. Esse esforço conjunto não apenas preenche as lacunas identificadas na pesquisa sobre os termos desinformação e eleições, mas também cria um ecossistema de conhecimento dinâmico e acessível.

A continuidade desse processo de contribuição e atualização é crucial para manter a vitalidade do banco de dados da RNCD. Ao destacar a importância dessa colaboração ativa, podemos construir um recurso cada vez mais robusto e representativo, refletindo de maneira abrangente a pesquisa em constante evolução sobre desinformação e seu impacto nas eleições.

Considerações finais

A partir não apenas dos resultados alcançados neste artigo (que demonstraram ainda uma carência de produção bibliográfica sobre o tema da desinformação, sobretudo quando associada às eleições), é preciso que estejamos atentos à complexidade desse fenômeno, o que o torna ainda mais difícil de ser abordado, mapeado, estudado e sistematizado. Com a propagabilidade de fake news, sobretudo nas redes sociais digitais, a desinformação se mostrou um fenômeno social perigoso, não só pelas informações mentirosas, mas principalmente pelo seu potencial de estimular ações danosas, física ou virtualmente, perpetradas pelos indivíduos que nelas acreditam.

É verdade que as agências de checagem são iniciativas importantes no combate a essa problemática, mas precisam ser pensadas outras políticas, especialmente públicas, como de letramento midiático e mudanças substanciais da legislação. Até porque o problema não é apenas a quantidade de fake news que se propaga, mas a crença nela e o descrédito do jornalismo. Se fossem muitas, mas desacreditadas, não teriam praticamente efeito e consequências danosas para a democracia (Martins; Teixeira, 2023).

Porém, não se pode negar que “a disseminação de informações falsas travestidas de notícia afeta a percepção do público em relação à credibilidade jornalística” (Santos; Maurer, 2020, p. 2), logo, a desinformação é problema que contribui e, ao mesmo tempo, se favorece desse descrédito. A instituição jornalística perde força ao delegar às agências uma apuração de algo que já publicaram, ficando, muitas vezes, à mercê do que as fontes dizem, sejam essas informações verdadeiras ou não, o que tem sido cada vez mais usado ao longo dos anos com interesses políticos desfavoráveis à democracia, em especial pelos grupos extremistas.

Nesse contexto, as questões políticas de esquerda e direita passaram a ser de vida e morte e chamou atenção dos impactos da desinformação: muito mais catastróficos do que alguns esperavam e acreditavam. James Clybur, um político afro-americano da Carolina do Sul (EUA), destacou um aspecto fundamental para podermos compreender a dimensão do nosso problema: "Nossos candidatos gastam tempo tentando fazer com que as pessoas saibam o quanto são inteligentes, em vez de tentar se aproximar delas".

Acreditamos que o estado da arte apresentado neste artigo seja apenas uma singela contribuição para conseguirmos pensar mais e de maneira mais aprofundada sobre a problemática da desinformação, que passa longe de ser algo pontual ou sanado com iniciativas simplórias, ou isoladas entre si.

  • A REVISTA INTERCOM incentiva o compartilhamento de dados mas, por observância a ditames éticos, não demanda a divulgação de qualquer meio de identificação de sujeitos de pesquisa, preservando a privacidade dos sujeitos de pesquisa. A prática de open data é viabilizar a reproducibilidade de resultados, e assegurar a irrestrita transparência dos resultados da pesquisa publicada, sem que seja demandada a identidade de sujeitos de pesquisa.
  • Detalhes Editoriais
    Sistema duplo cego
  • Editoração e marcação XML:
    IR Publicações
  • Finaciamento:
    CNPq
  • Artigo submetido à verificação de similaridade
  • Como citar:
    ALENCAR, M. T.; JESUS-SILVA, T. F; TEIXEIRA, J. F. Desinformação na comunicação: a Rede Nacional de Combate à Desinformação. São Paulo: INTERCOM - Revista Brasileira de Ciências da Comunicação, v. 48, e2025111. https://doi.org/10.1590/1809-58442025111pt.

Disponibilidade dos Dados

Os autores afirmam que todos os dados utilizados na pesquisa foram disponibilizados no corpo do artigo.

Referências

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Out 2025
  • Data do Fascículo
    2025

Histórico

  • Recebido
    02 Dez 2025
  • Aceito
    09 Maio 2025
  • Publicado
    30 Jul 2025
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