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Diversidade local e influência da sazonalidade sobre taxocenoses de anfíbios e répteis na Reserva Extrativista Chico Mendes, Acre, Brasil

Local diversity and influence of seasonality on amphibians and reptiles assemblages in the Reserva Extrativista Chico Mendes, Acre, Brazil

RESUMO

Apesar da elevada riqueza de anfíbios e répteis conhecida para a porção Sul-Ocidental da Amazônia brasileira, o conhecimento sobre estes é pontual e poucos estudos avaliaram as variações temporais na ocorrência e abundância das espécies. Os objetivos deste estudo foram descrever as taxocenoses de anfíbios e répteis em uma localidade da Reserva Extrativista Chico Mendes, verificar quais variáveis climáticas influenciam as flutuações temporais na riqueza e abundância e identificar as principais espécies de anfíbios e répteis influenciadas por elas. A área de estudo está localizada na região do Seringal Etelvi, porção sudoeste da Reserva, município de Brasiléia, estado do Acre. A coleta de dados ocorreu entre outubro de 2011 e setembro de 2012, num total de 48 dias de amostragem, com os métodos de procura limitada por tempo e armadilhas de interceptação e queda. Foram registrados 978 espécimes de 31 espécies de anfíbios e 54 de répteis. Maior riqueza e abundância de anfíbios ocorreram durante o período chuvoso, sendo a abundância associada positivamente com a temperatura média. Apenas a abundância de répteis foi maior durante o período chuvoso. Porém, tanto riqueza quanto abundância mensais foram associadas positivamente com a temperatura média. Quatro anfíbios, Allobates gr. marchesianus, Hamptophryne boliviana (Parker, 1927), Hypsiboas geographicus (Spix, 1824) e Rhinella marina (Linnaeus, 1758), e dois répteis, Kentropyx pelviceps Cope, 1868 e Norops fuscoauratus (D’Orbigny, 1837), tiveram suas abundâncias mensais associadas positivamente com a temperatura média. O lagarto Dactyloa punctata (Daudin, 1802) teve a abundância mensal associada com a precipitação. Foi possível verificar o aumento da riqueza e abundância de anfíbios e répteis durante períodos em que a disponibilidade de recursos é favorável para muitas espécies. As espécies podem reagir de formas diferentes às variações climáticas, enquanto algumas são sensíveis às flutuações, outras parecem não responder facilmente ou não reduzir suas abundâncias em períodos potencialmente desfavoráveis.

PALAVRAS-CHAVE
Riqueza; abundância; Amazônia Sul-Ocidental; sazonalidade; variação temporal

ABSTRACT

Despite the high richness of amphibians and reptiles known for the southwestern portion of the Brazilian Amazon, the knowledge of these is punctual and few studies have evaluated the temporal variations in the occurrence and abundance of species. The goals of this study were to present the amphibians and reptiles assemblages in a locality of the Chico Mendes Extractive Reserve, verify which climate variables influence the temporal fluctuations in richness and abundance, and identify the main species of the amphibians and reptiles influenced by them. The study area is located in the Seringal Etelvi region, southwestern portion of the Reserve, municipality of Brasiléia, state of Acre. Data collection took place between October 2011 and September 2012, for 48 sampling days, using the methods of searches limited by time and pitfall traps. There were recorded 978 specimens of 31 amphibians and 54 reptiles. Higher richness and abundance of amphibians occurred during the rainy season, with the monthly abundance positively associated with the mean temperature. Only the abundance of reptiles was higher during the rainy period. However, both richness and abundance were positively associated with mean temperature. Four amphibians, Allobates gr. marchesianus, Hamptophryne boliviana (Parker, 1927), Hypsiboas geographicus (Spix, 1824) and Rhinella marina (Linnaeus, 1758), and two reptiles, Kentropyx pelviceps Cope, 1868 and Norops fuscoauratus (D’Orbigny, 1837), had their monthly abundances positively associated with the mean temperature. The lizard Dactyloa punctata (Daudin, 1802) had the monthly abundance associated with precipitation. It was possible to verify the increase of richness and abundance of amphibians and reptiles during periods when the availability of resources is favorable for many species. Species can react differently to climatic variations, whereas others are sensitive to fluctuations, others seem answer easily or not reduce their abundances in periods theoretically unfavorable.

KEYWORDS
Richness; abundance; Southwestern Amazonia; seasonality; temporal variation

A Região Neotropical abriga as mais biodiversas áreas do planeta, sobretudo a herpetofauna amazônica (Duellman, 1979Duellman, W. E. 1979. The South American Herpetofauna: it’s origin, evolution, and dispersal. Laurence, Museum of Natural History, University of Kansas. 485p.; Duellman, 1999Duellman, W. E. 1999. Distribution Patterns of Amphibians in South America. In: Duellman, W. E. ed. Patterns of Distribution of Amphibians. Baltimore and London, The Johns Hopkins University Press, p. 255-327.; Avila-Pires et al., 2007Avila-pires, T. C. S.; Hoogmoed, M. S. & Vitt, L. J. 2007. Herpetofauna da Amazônia. In: Nascimento, L. B. & Oliveira, M. E. eds. Herpetologia no Brasil II . Belo Horizonte, Sociedade Brasileira de Herpetologia , p.13-43.). Até o momento, não existem estudos que abordem a herpetofauna da Amazônia como um todo. A porção brasileira, apesar de não constituir uma unidade biogeográfica isolada dos demais países limítrofes, representa a maior parte em área (Avila-Pires et al., 2007Avila-pires, T. C. S.; Hoogmoed, M. S. & Vitt, L. J. 2007. Herpetofauna da Amazônia. In: Nascimento, L. B. & Oliveira, M. E. eds. Herpetologia no Brasil II . Belo Horizonte, Sociedade Brasileira de Herpetologia , p.13-43.) e, consequentemente, da diversidade de anfíbios e répteis (Urbina-Cardona, 2008Urbina-Cardona, J. N. 2008. Conservation of neotropical herpetofauna: research trends and challenges. Tropical Conservation Science 1(4):359-375.).

São conhecidas 331 espécies de anfíbios (Hoogmoed, 2017Hoogmoed, M. S. 2017. Censo da Biodiversidade da Amazônia. Anfíbios. Disponível em <Disponível em http://www.museu-goeldi.br/censo/ >. Acesso em 13.02.2017.
http://www.museu-goeldi.br/censo/...
) e 315 de répteis (Avila-Pires, 2013Avila-Pires, T. C. S. 2013. Censo da Biodiversidade da Amazônia. Quelônios e Jacarés. Disponível em <Disponível em http://www.museu-goeldi.br/censo/ >. Acesso em 30.03.2016.
http://www.museu-goeldi.br/censo/...
; Prudente, 2013Prudente, A. L.; Magalhães, F.; Menks, A. & Sarmento, J. F. M. 2013. Checklist of Lizards of the Juruti, state of Pará, Brazil. Check List 9(1):042-050.; Avila-Pires, 2016Avila-Pires, T. C. S. 2016. Censo da Biodiversidade da Amazônia. Lagartos. Disponível em <Disponível em http://www.museu-goeldi.br/censo/ >. Acesso em 30.03.2016.
http://www.museu-goeldi.br/censo/...
) para Amazônia brasileira. Esta riqueza é representativa em relação aos demais biomas brasileiros, com aproximadamente 31% dos anfíbios e 41% dos répteis formalmente conhecidos para o país (Costa & Bérnils, 2015Costa, H. C. & Bérnils, R. S. 2015. Répteis brasileiros: Lista de espécies 2015. Herpetologia Brasileira 4(3):75-93.; Segalla et al., 2016Segalla, M. V.; Caramaschi, U.; Cruz, C. A. F.; Grant, T.; Haddad, C. F. B.; Garcia, P. C. A.; Berneck, B. V. M. & Langone, J. A. 2016. Brazilian Amphibians: List of Species. Herpetologia Brasileira 5(2):34-46.). No entanto, é considerada subestimada frente ao crescente número de novas espécies descritas recentemente (Orrico et al., 2014Orrico, V. G. D.; Peloso, P. L. V.; Sturaro, M. J.; Silva-Filho, H. F.; Neckel-Oliveira, S.; Gordo, M.; Faivovich, J. & Haddad, C. F. B. 2014. A new bat-voiced species of Dendropsophus Fitzinger, 1843 (Anura, Hylidae) from the Amazon Basin, Brazil. Zootaxa 3881:341-361.; Peloso et al., 2014Peloso, P. L. V.; Sturaro, M. J.; Forlani, M. C.; Gaucher, P.; Motta, A. P. & Wheeler, W. C. 2014. Phylogeny, taxonomic revision, and character evolution of the genera Chiasmocleis and Syncope (Anura, Microhylidae) in Amazonia, with description of three new species. Bulletin of the American Museum of Natural History 386:1-112.; Colli et al., 2015Colli, G. R.; Hoogmoed, M.; Cannatella, D. C.; Cassimiro, J.; Gomes, J. O.; Ghellere, J. M.; Nunes, P. M. S.; Pellegrino, K. C. M.; Salerno, P.; Souza, S. M. & Rodrigues, M. T. 2015. Description and phylogenetic relationship of a new genus and two new species of lizards from Brazilian Amazonia, with nomenclatural comments on the taxonomy of Gymnophthalmidae (Reptilia: Squamata). Zootaxa 4000:401-427.; Feitosa et al., 2015Feitosa, D. T.; Silva Jr, N. J.; Pires, M. G.; Zaher, H. & Prudente, A. L. C. 2015. A new species of monadal coral snake of the genus Micrurus (Serpentes, Elapidae) from western Amazon. Zootaxa 3974(4):538-554.; Rojas et al., 2015Rojas, R. R.; Carvalho, V. T.; Ávila, R. W.; Farias, I. P.; Gordo, M. & Hrbek, T. 2015. Two new species of Amazophrynella (Amphibia: Anura: Bufonidae) from Loreto, Peru. Zootaxa 3946(1):79-103.) e com distribuições geográficas ampliadas para a porção brasileira do bioma (França et al., 2013aFrança, D. P. F.; Freitas, M. A.; Bernarde, P. S. & Peloso, P. L. V. 2013a. New record of the humming frog Chiasmocleis supercilialbus Morales and McDiarmid, 2009 (Amphibia: Microhylidae) in Brazil, the first outside its type locality. Check List 9(1):512-513.,bFrança, D. P. F.; Freitas, M. A.; Bernarde, P. S. & Uhgli, V. M. 2013b. Erythrolamprus oligolepis (Boulenger, 1905) (Serpentes: Dipsadidae): First record for the state of Acre, Brazil. Check List 9:668-669.; López-Rojas et al., 2013López-Rojas, J. J.; Ramalho, W. P.; Susçuarana, M. S. & Souza, M. B. 2013. Three new records of Pristimantis (Amphibia: Anura: Craugastoridae) for Brazil and a comment of the advertsement call of Pristimantis orcus. Check List 9(6):1548-1551.; Silva et al., 2016Silva, D. P.; Ramalho, W. P.; Matos, L. R. A.; Silva, T. L. & Machado, D. C. 2016. First record of Osteocephalus castaneicola Moravec, Aparicio, Guerrero-Reinhard, Calderón, Jungfer & Gvoždík, 2009 (Anura: Hylidae) for Acre, Brazil. Check List 12(1):1-3.). Além disso, o conhecimento sobre estes dois grupos na Amazônia ainda é pontual, devido à maioria dos estudos resultarem de amostragens rápidas, concentradas em poucas regiões próximas aos grandes centros de estudos e/ou de fácil acesso rodoviário ou hidroviário (Azevedo-Ramos & Galatti, 2002Azevedo-Ramos, C. & Galatti, U. 2002. Patterns of amphibian diversity in Brazilian Amazonia. Biological Conservation 103(2002):103-111. ; Lynch, 2005Lynch, J. D. 2005. Discovery of the richest frog fauna in the world - an exploration of the forests to the North of Leticia. Revista de la Academia Colombiana de Ciencias 29(113):581-588.; Avila-Pires et al., 2007Avila-pires, T. C. S.; Hoogmoed, M. S. & Vitt, L. J. 2007. Herpetofauna da Amazônia. In: Nascimento, L. B. & Oliveira, M. E. eds. Herpetologia no Brasil II . Belo Horizonte, Sociedade Brasileira de Herpetologia , p.13-43.).

Para a porção sul-ocidental da Amazônia brasileira, estudos locais com a diversidade da herpetofauna (Bernarde & Abe, 2006Bernarde, P. S. & Abe, A. S. 2006. A snake community at Espigão do Oeste, Rondônia, Southwestern Amazon, Brazil. South American Journal of Herpetology 1(2):102-113.; Bernarde, 2007Bernarde, P. S. 2007. Ambientes e temporada de vocalização da anurofauna no Município de Espigão do Oeste, Rondônia, Sudoeste da Amazônia - Brasil. Biota Neotropica 7(2):87-92.; França & Venâncio, 2010França, F. G. R. & Venâncio, N. M. 2010. Reptiles and amphibians of a poorly known region in southwest Amazonia. Biotemas 23(3):71-84.; Bernarde et al., 2011Bernarde, P. S.; Machado, R. A. & Turci, L. C. 2011. Herpetofauna da área do Igarapé Esperança na Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade, Acre - Brasil. Biota Neotropica 11(3):117-144.; Pantoja & Fraga, 2012Pantoja, D. L. & Fraga, R. 2012. Herpetofauna of the Reserva Extrativista do Rio Gregório. Check List 8(3):360-374.; Ramalho et al., 2016Ramalho, W. P.; Andrade, M. S.; Matos, L. R. A. & Vieira, L. J. S. 2016. Amphibians of varzea environments and floating meadows of the oxbow lakes. Biota Neotropica 16(1):e20150093.) têm revelado uma riqueza elevada em relação à porção oriental (Azevedo-Ramos & Galatti, 2002Azevedo-Ramos, C. & Galatti, U. 2002. Patterns of amphibian diversity in Brazilian Amazonia. Biological Conservation 103(2002):103-111. ; Avila-Pires et al., 2007Avila-pires, T. C. S.; Hoogmoed, M. S. & Vitt, L. J. 2007. Herpetofauna da Amazônia. In: Nascimento, L. B. & Oliveira, M. E. eds. Herpetologia no Brasil II . Belo Horizonte, Sociedade Brasileira de Herpetologia , p.13-43.; Avila-Pires et al., 2009Avila-Pires, T. C. S.; Vitt, L. J. & Sartorius, S. S. 2009. Squamata (Reptilia) from for sites in southern Amazonia, with a biogeographic analysis of amazonian lizards. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Ciências Naturais 4(2):99-118.). No entanto, assim como em demais localidades da Amazônia, poucos estudos avaliaram variações temporais na ocorrência e abundância das espécies (Bernarde & Abe, 2006Bernarde, P. S. & Abe, A. S. 2006. A snake community at Espigão do Oeste, Rondônia, Southwestern Amazon, Brazil. South American Journal of Herpetology 1(2):102-113.; Menin et al., 2008Menin, M.; Waldez, F. & Lima, A. P. 2008. Temporal variation in the abundance and number of species of frogs in 10000ha of forest in central Amazonia. South American Journal of Herpetology 3(1):68-81.; Bernarde & Kokubum, 2009Bernarde, P. S. & Kokubum, M. N. C. 2009. Seasonality, age structure and reproduction of Leptodactylus lineatus. Iheringia, Série Zoologia 99(4):368-372.).

As condições ambientais afetam a história de vida dos organismos e desempenham um papel importante na estruturação e regulação das comunidades (Walther et al., 2002Walther, G.; Post, E.; Convey, P.; Menzel, A.; Parmesan, C.; Beebee, T. J. C.; Fromentin, J.; Hoegh-Guldberg, O & Bairlein, F. 2002. Ecological responses to recent climate change. Nature 416:389-395.). A influência de fatores climáticos é conhecida tanto para anfíbios (Oda et al., 2009Oda, F. H.; Bastos, R. P. & Lima, M. A. C. S. 2009. Taxocenose de anfíbios anuros no Cerrado do Alto Tocantins, Niquelândia, Estado de Goiás: diversidade, distribuição local e sazonalidade. Biota Neotropica 9(4):219-232.; São Pedro & Feio, 2010São-Pedro, V. A. & Feio, R. N. 2010. Distribuição espacial e sazonal de anuros em três ambientes na Serra do Ouro Branco. Biotemas 23(1):143-154.; Kopp et al., 2010Kopp, K.; Signorelli, L. & Bastos, R. P. 2010. Distribuição temporal e diversidade de modos reprodutivos de anfíbios anuros no Parque Nacional das Emas e entorno, estado de Goiás, Brasil. Iheringia, Série Zoologia 100(3):192-200.; Ferreira et al., 2012Ferreira, R. B.; Dantas, R. B. & Tonini, J. F. R. 2012. Distribuição espacial e sazonal de anfíbios em quatro poças na região serrana do Espírito Santo. Iheringia, Série Zoologia 102(2):163-169.; Venâncio et al., 2014Venâncio, N. M.; Lima, A. P.; Souza, M. B. & Magnusson, W. P. 2014. Between-year consistency of anuran assemblages in temporary ponds in a deforested area in Western Amazonia. Herpetological Journal 24:155-160.), quanto para répteis (Colli, 1991Colli, G. R. 1991. Reproductive ecology of Ameiva ameiva (Sauria: Teiidae) in the Cerrado of Central Brazil. Copeia 1991(4):1002-1012.; Vitt et al., 1995Vitt, L. J.; Zani, P. A.; Caldwell, J. P. & Carrillo, E. O. 1995. Ecology of the lizard Kentropyx pelviceps (Sauria, Teiidae) in low-land rain-forest of Ecuador. Canadian Journal of Zoology 73:691-703.; Daltry et al., 1998Daltry, J. C.; Ross, T.; Thorpe, R. S. & Wiister, W. 1998. Evidence that humidity influencess nake activity patterns: a field study of the Malayan pit viper Calloselasma rhodostoma. Ecography 21:25-34.; Nicholson et al., 2005Nicholson, N.; Soane, E.; Fenton-O’Creevy, M. & Willman, P. 2005. Personality and domain specific risk taking. Journal of Risk Reserch 8(2):157-176.; Vitt et al., 2008Vitt, L. J.; Magnusson, W. E.; Avila-Pires, T. C. S. & Lima, A. P. 2008. Guia de Lagartos da Reserva Adolpho Ducke, Amazônia Central. Manaus, Attema. 176p.; Huey et al., 2009Huey, R. B.; Deutsch, C. A.; Tewksbury, J. J.; Vitt; L. J.; Hertz, P. E.; Pérez, H. J. A. & Garland, T. 2009. Why tropical forest lizards are vulnerable to climate warming. Proceedings of the Royal Society B 276:1939-1948.; Carlson et al., 2014Carlson, B. E.; Williams, J. & Langshaw, J. 2014. Is synchronized ecdysis in wild ratsnakes (Pantherophis alleghaniensis) linked to humidity? Herpetology Notes 7:471-473.). De forma geral, ambos os grupos são sensíveis às grandes variações nas condições climáticas, sendo estas limitantes principalmente em relação às estratégias reprodutivas (Vitt et al., 1994Vitt, D. H.; Halsey, L. A. & Zoltai, S. C. 1994. The bog landforms of continental western Canada in relation to climate and permafrost patterns. Arctic and Alpine Research 26:1-13.; Duellman, 1999Duellman, W. E. 1999. Distribution Patterns of Amphibians in South America. In: Duellman, W. E. ed. Patterns of Distribution of Amphibians. Baltimore and London, The Johns Hopkins University Press, p. 255-327.; Hatano et al., 2002Hatano, F. H.; Rocha, C. F. D & Van Sluys, M. 2002. Environmental factor affecting calling activity of a tropical diurnal frog (Hylodes phyllodes: Leptodactylidae). Journal of Herpetology 36:314-318.; Bernarde & Abe, 2006Bernarde, P. S. & Abe, A. S. 2006. A snake community at Espigão do Oeste, Rondônia, Southwestern Amazon, Brazil. South American Journal of Herpetology 1(2):102-113.; Both et al., 2008Both, C.; Kaefer, I. L.; Santos, T. G. & Cechin, S. T. Z. 2008. An austral anuran assemblage in the Neotropics: seasonal occurrence correlated with photoperiod. Journal of Natural History 42(3-4):205-222.; Canavero et al., 2009Canavero, A.; Arim, M. & Brazeiro, A. 2009. Geographic variations of seasonality and coexistence in communities: The role of diversity and climate. Austral Ecology 34:741-750.) e de forrageio (Bernarde & Abe, 2006Bernarde, P. S. & Abe, A. S. 2006. A snake community at Espigão do Oeste, Rondônia, Southwestern Amazon, Brazil. South American Journal of Herpetology 1(2):102-113.; Huey et al., 2009Huey, R. B.; Deutsch, C. A.; Tewksbury, J. J.; Vitt; L. J.; Hertz, P. E.; Pérez, H. J. A. & Garland, T. 2009. Why tropical forest lizards are vulnerable to climate warming. Proceedings of the Royal Society B 276:1939-1948.; Hartmann et al., 2009Hartmann, P. A.; Hartmann, M. T. & Martins, M. 2009. Ecology of a snake assemblage in the Atlantic Forest of southeastern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia 49(27):343-360.), podendo variar entre regiões (Menin et al., 2008Menin, M.; Waldez, F. & Lima, A. P. 2008. Temporal variation in the abundance and number of species of frogs in 10000ha of forest in central Amazonia. South American Journal of Herpetology 3(1):68-81.; Heatwole & Sexton, 2012Heatwole, H. & Sexton, O. J. 2012. Herpetofaunal Comparitions Between Two Climatic Zones in Panama. American Midland Naturalist 75(1):45-60.; Rocha et al., 2014Rocha, M. C.; Hartmann, P. A.; Winck, G. R. & Cechin, S. Z. 2014. Seasonal, daily activity, and habitat use by three sympatric pit vipers (Serpentes, Viperidae) from southern Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências 86(2):695-705.), entre espécies (Venâncio et al., 2014Venâncio, N. M.; Lima, A. P.; Souza, M. B. & Magnusson, W. P. 2014. Between-year consistency of anuran assemblages in temporary ponds in a deforested area in Western Amazonia. Herpetological Journal 24:155-160.) e entre o sexo e fases ontogenéticas (Nicholson et al., 2005Nicholson, N.; Soane, E.; Fenton-O’Creevy, M. & Willman, P. 2005. Personality and domain specific risk taking. Journal of Risk Reserch 8(2):157-176.; Bernarde & Abe, 2006Bernarde, P. S. & Abe, A. S. 2006. A snake community at Espigão do Oeste, Rondônia, Southwestern Amazon, Brazil. South American Journal of Herpetology 1(2):102-113.; Menin et al., 2008Menin, M.; Waldez, F. & Lima, A. P. 2008. Temporal variation in the abundance and number of species of frogs in 10000ha of forest in central Amazonia. South American Journal of Herpetology 3(1):68-81.; Cole et al., 2014Cole, E. M.; Bustamante, M. R.; Almeida-Reinoso, D. & Funk, W. C. 2014. Spatial and temporal variation in population dynamics of Andean frogs: Effects of forest disturbance and evidence for declines. Global Ecology and Conservation 1:60-70.).

Considerando a necessidade de se inventariar localidades da Amazônia e a importância de identificar a influência das variáveis climáticas sobre a dinâmica das populações e comunidades, neste estudo apresentamos informações sobre comunidades de anfíbios e répteis da região do Seringal Etelvi, na Reserva Extrativista (RESEX) Chico Mendes, estado do Acre, Brasil, atentando aos objetivos de: a) caracterizar as taxocenoses de anfíbios e répteis quanto à riqueza e abundância; b) verificar as flutuações na riqueza e abundância entre os períodos sazonais de seca e chuva e quais variáveis climáticas influenciam estas flutuações; c) identificar as principais espécies de anfíbios e répteis influenciadas pelas flutuações climáticas ao longo do ano.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de estudo. O estudo foi realizado na região do Seringal Etelvi, inserido na porção sudoeste da RESEX Chico Mendes (10°44’28.06”S, 69°20’13.27”W / 10°41’51.37”S, 69°21’09.13”W, DATUM SAD69), município de Brasiléia, estado do Acre. Esta região da RESEX CHICO MENDES possui aproximadamente 200 hectares, com predominância de floresta ombrófila densa com palmeiras e cinco hectares de agrofloresta (Fig. 1). O clima é caracterizado como tropical quente e úmido (Am de Köppen), com duas estações, uma chuvosa e outra seca (Brasil, 1976Brasil. 1976. RADAMBRASIL: Folha SC.19 Rio Branco: geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação e uso potencial da terra. Rio de Janeiro, Ministério das Minas e Energia, Departamento Nacional da Produção Mineral 458p.; Ribeiro, 1977Ribeiro, A. G. 1977. O Clima do Estado do Acre. Boletim de Geografia 35:112-141.). A temperatura média anual é de 25,3°C, com maior média para o mês de outubro (26,33°C) e menor para o mês de julho (23,76°C). A umidade relativa média anual é de 85%, com maior porcentagem média para o mês de março (89,05%) e menor para o mês de agosto (75,13%). A precipitação média mensal é de 157 mm, com maior valor médio no mês de março (89,05mm) e menor para o mês de agosto (75,13%) (médias obtidas para o intervalo entre 2002 e 2011; INMET, 2016INMET. 2016. Instituto Nacional de Meteorologia. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MAPA. Disponível em <Disponível em http://www.inmet.gov.br/portal/ >. Acesso em 31.03.2016.
http://www.inmet.gov.br/portal/...
). Para este estudo, foram considerados como estação chuvosa os meses de novembro a abril, cujas médias mensais de precipitação são superiores à média anual. Os meses de maio a outubro apresentam médias de precipitação inferior à média anual, sendo considerados como período seco (Fig. 2).

Fig. 1
Localização geográfica do Seringal Etelvi, na Reserva Extrativista Chico Mendes, Acre, Brasil.

Fig. 2
Média da precipitação obtida através de dados históricos de dez para a região da Reserva Extrativista Chico Mendes, Acre, Brasil (barra horizontal: média anual histórica).

Coleta de dados. A amostragem foi realizada em uma área de aproximadamente 10 ha do Seringal Etelvi, no período entre outubro de 2011 e setembro de 2012. As campanhas de campo foram mensais com duração de quatro dias por mês, que resultou em um esforço de 48 dias de amostragem. Para a realização das amostragens, quatro trilhas de 400 m foram instaladas, sendo duas no interior da floresta e duas na agrofloresta, tendo como critério de seleção uma distância superior a 200 m das bordas.

As amostragens foram realizadas empregando os métodos de procura limitada por tempo e armadilhas de interceptação e queda (Campbell & Christman, 1982Campbell, H. W. & Christman, S. P. 1982. Field techniques for herpetofauna community analysis. In: Scott Jr., N. J. ed. Herpetological communities. Washington, U.S. Fish Wildlife Service, p. 193-200.; Cechin & Martins, 2000Cechin, S. Z. & Martins, M. 2000. Eficiência de armadilhas de queda (pitfall traps) em amostragens de anfíbios e répteis no Brasil. Revista Brasileira de Zoologia 17:729-740.). Foram percorridas trilhas de 300 a 400 m durante um período de quatro horas por noite e trilhas de 150 a 200 m durante duas horas pela manhã. O maior esforço empregado durante a noite deve-se à maior taxa de encontro, tanto de anfíbios quanto de répteis, ativos ou em repouso, durante este período (Bernarde, 2007Bernarde, P. S. 2007. Ambientes e temporada de vocalização da anurofauna no Município de Espigão do Oeste, Rondônia, Sudoeste da Amazônia - Brasil. Biota Neotropica 7(2):87-92.; Macedo et al., 2008Macedo, L. C.; Bernarde, P. S. & Abe, A. S. 2008. Lagartos (Squamata: Lacertilia) em áreas de floresta e de pastagem em Espigão do Oeste, Rondônia, sudoeste da Amazônia, Brasil. Biota Neotropica 8(1):133-139.). Foram instaladas dez sequências de armadilhas de interceptação e queda, sendo cinco no interior da floresta e cinco na agrofloresta. Foi adotada uma distância mínima de 50 m entre cada armadilha, sendo estas instaladas a uma distância superior a 200 m das bordas. Cada armadilha consistiu de quatro baldes plásticos de 100 l enterrados no solo, distantes 10 m entre si, interligados por uma cerca de lona plástica de 80 cm de altura e dispostos de forma radial (“Y”). Adicionalmente, foram considerados os espécimes coletados ou observados ocasionalmente durante as atividades de campo ou enquanto os pesquisadores se deslocavam de um local de coleta para outro.

Os espécimes coletados foram fotografados e depois eutanasiados e fixados utilizando-se as técnicas usualmente recomendadas (e.g. Bernarde, 2012Bernarde, P. S. 2012. Anfíbios e Répteis. Introdução ao estudo da Herpetofauna Brasileira. Curitiba, Anolis Books. 318p.): anfíbios foram eutanasiados através da aplicação de pomada de lidocaína na região ventral e os répteis por overdose com éter. Todos os espécimes foram fixados com formol a 10% e preservados em álcool 70%. Os espécimes coletados (Apêndice 1 Apêndice 1. Espécimes depositados nas Coleções Herpetológicas da Universidade Federal do Acre - Campus Rio Branco (UFAC) e Campus Floresta (UFACF). AROMOBATIDAE: Allobates femoralis (UFAC 5844, 5853, 5880); Allobates gr. marchesianus (UFAC 5848, 5864, 5869); BUFONIDAE: Rhinella casteneotica (UFAC 5855, 5873, 5879, 5884, 5951, 5965, 5967, 6034; Rhinella margaritifera (UFAC 5911, 5913, 5954, 5955, 6028); Rhinella marina (UFAC 5807, 5808, 5871, 5872, 5875, 5877, 5908, 5921, 5923, 5924); DENDROBATIDAE: Ameerega trivittata (UFAC 5883, 5903, 6029); HYLIDAE: Dendropsophus leucophyllatus (UFAC 6007); Dendropsophus rhodopeplus (UFAC 5938, 5949, 6005); Hypsiboas geographicus (UFAC 5980, 5985, 5989, 5994, 5999, 6036); Osteocephalus leprieurii (UFAC 5963); Phyllomedusa camba (UFAC 5835, 5966); Sphaenorhynchus lacteus (UFAC 5975); Trachycephalus typhonius (UFAC 5876, 5881, 5970, 5988); Scarthyla goinorum (UFAC 6031); Scinax ruber (UFAC 5984, 5992); LEPTODACTYLIDAE: Edalorhina perezi (UFAC 5845, 6000, 6032); Engystomops freibergi (UFAC 5791, 5885, 5887, 5890, 5982, 6010, 6013); Adenomera hylaedactyla (UFAC 5788, 5789, 5790, 5792, 5793, 5794, 5795, 5796, 5797, 5798); Leptodactylus mystaceus (UFAC 5878, 5907); Leptodactylus petersii (UFAC 5893, 5899, 5900, 5901, 5947, 5952, 5956, 5968); MICROHYLIDAE: Chiasmocleis supercilialbus (UFAC 5974, 5986); Hamptophryne boliviana (UFAC 5837, 5838, 5840, 5841, 5843, 5846, 5849, 5852, 5854); CRAUGASTORIDAE: Oreobates quixensis (UFAC 5850, 5914, 5915, 5919, 5959, 5991, 6030); Pristimantis altamazonicus (UFAC 5966); Pristimantis diadematus (UFAC 5863, 5969); Pristimantis fenestratus (UFAC 5860, 5950); Pristimantis ockendeni (UFAC 5920, 5957, 5958); Pristimantis reichlei (UFAC 5882, 5917, 5960, 5961, 5964); ALLIGATORIDAE: Caiman crocodilus (UFAC 74); Paleosuchus trigonatus (UFAC 73); Paleosuchus palpebrosus (UFAC 75); SPHAERODACTYLIDAE: Gonatodes hasemanni (UFAC 17, 18, 26, 52, 53, 57, 60); Gonatodes humeralis (UFAC 23, 46, 54, 56, 68); Pseudogonatodes guianensis (UFAC 22); MABUYIDAE: Copeoglossum nigropunctatum (UFAC 39, 41, 43, 45); DACTYLOIDAE: Dactyloa punctata (UFAC 24, 42, 70); Norops fuscoauratus (UFAC 20, 37, 44, 51, 65, 67); TROPIDURIDAE: Plica umbra (UFAC 28, 49); Uracentrum flaviceps (UFACF 4001); GYMNOPHTHALMIDAE: Alopoglossus angulatus (UFAC 47, 63); Bachia peruana (UFAC 38); Ptycoglossus brevifrontalis (UFAC 32); Cercosaura argulus (UFAC 25); Cercosaura eigenmani (UFAC 29, 62; UFACF 4002); Cercosaura ocellata (UFAC 19, 31, 59, 64); TEIIDAE: Ameiva ameiva (UFAC 16, 27, 33, 35, 36, 40, 48, 50, 55, 58); Kentropix pelviceps (UFAC); AMPHISBAENIDAE: Amphisbaena amazonica (UFAC 71, 72); BOIDAE: Boa constrictor (UFAC 455, 457, 473); Corallus batesii (UFACF 4003); Epicrates cenchria (UFAC 462, 483); COLUBRIDAE: Chironius carinatus (UFAC 485, 489); Chironius exoletus (UFAC 469, 482); Drymarchon corais (UFAC 486); Oxybelis fulgidus (UFAC 468); DIPSADIDAE: Atractus albuquerquei (UFAC 467, 475, 481, 488); Erythrolamprus dorsocorallinus (UFAC 472, 484); Erythrolamprus oligolepis (UFAC 477); Helicops angulatus (UFAC 458, 459, 460, 474, 476, 478, 479, 480); Philodryas viridissima (UFACF 4004); Drepanoides anomalus (UFAC 466); Oxyrhopus melanogenis (UFAC 456, 462, 470); Pseudoboa coronata (UFAC 471); Xenodon severus (UFAC 463, 464, 487); ELAPIDAE: Micrurus annelatus annelatus (UFACF 4081); Micrurus lemniscatus (UFAC 465). ) foram depositados na Coleção Herpetológica da Universidade Federal do Acre (UFAC), Campus Floresta em Cruzeiro do Sul e Campus Rio Branco.

Análise de dados. As espécies foram classificadas quanto à abundância, considerando como dominantes as cinco mais abundantes e como raras as representadas por um ou dois indivíduos. As demais foram classificadas de abundância intermediária.

Para analisar se o esforço amostral foi suficiente para caracterizar as comunidades de anfíbios e répteis, foram construídas curvas de rarefação para cada grupo separadamente. Para verificar o quanto das comunidades de anfíbios e répteis ainda poderia ser registrada nas amostras, a riqueza rarefeita foi extrapolada utilizando o estimador Jackkife de primeira ordem (Colwell et al., 2012Colwell, R. K.; Chao, A.; Gotelli, N. J.; Lin, S. Y.; Mao, C. X.; Chazdon, R. L. & Longino, J. T. 2012. Models and estimators linking individual-based and sample-based rarefaction, extrapolation, and comparison of assemblage. Journal of Plant Ecology 5:3-21.), fazendo assim uma estimativa de riqueza considerando o número de espécies representadas por apenas um (singletons) ou dois (doubletons) indivíduos nas amostras. As curvas de rarefação e de riqueza estimada foram geradas a partir de 1000 aleatorizações através do programa Estimates 9.1.0 (Colwell, 2013Colwell, R. K. 2013. EstimateS: Statistical Estimation of Species Richness and Shared Species from Samples. Version 9.1.0. User’s guide and application. Storrs, Department of Ecology and Evolutionary Biology, University of Connecticut. Disponível em <Disponível em http://viceroy.eeb.uconn.edu/EstimateS/ >. Acesso em 31.03.2016.
http://viceroy.eeb.uconn.edu/EstimateS/...
).

A estatística descritiva [média ± desvio padrão (DP)] da riqueza e abundância de anfíbios e répteis nos períodos de chuva e seca foi apresentada, considerando os meses como unidades amostrais, e possíveis diferenças nestes atributos entre os períodos sazonais de seca e chuva testadas através do teste de qui-quadrado (x 2 ). Inicialmente, foram obtidas como variáveis climáticas os valores médios mensais de insolação total (horas), nebulosidade (décimos), número de dias com precipitação (quantidade), precipitação total (mm), temperatura máxima (°C), temperatura média (°C) e temperatura mínima (°C), obtidas a partir da estação automática mais próxima, localizada a aproximadamente 150 km, no município de Rio Branco (INMET, 2016INMET. 2016. Instituto Nacional de Meteorologia. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, MAPA. Disponível em <Disponível em http://www.inmet.gov.br/portal/ >. Acesso em 31.03.2016.
http://www.inmet.gov.br/portal/...
). O Fator de Inflação da Variância (VIF) foi utilizado para testar a existência de multicolinearidade entre as variáveis climáticas preditoras. Por fim, foram selecionadas três variáveis com menores valores de inflação (VIF < 10) para compor o conjunto de variáveis preditoras: precipitação total (VIF = 2,51), temperatura máxima (VIF = 2,64) e temperatura média (VIF = 1,38). Esta análise foi realizada com auxílio do pacote faraway (Faraway, 2016Faraway, J. 2016. Faraway: Functions and Databases for Books by Julian Faraway. Disponível em <Disponível em https://CRAN.R-project.org/package=faraway >. Acesso em 10.03.2017.
https://CRAN.R-project.org/package=faraw...
) no software R (R Core Team, 2016R Core Team. 2016. R: A language and environment for statistical computing, R Foundatiton for Statistical Computing, Vienna, Austria. Disponível em <Disponível em https://www.R-project.org/ >. Acesso em 10.03.2017.
https://www.R-project.org/...
).

Pressupondo que análises da variação populacional de espécies raras ou com poucos indivíduos não são capazes de expressar os efeitos temporais e que populações maiores são mais estáveis e permitem avaliações mais consistentes da influência de variáveis, as espécies mais abundantes foram utilizadas para representar a resposta das comunidades às variáveis climáticas. O efeito das variáveis climáticas preditoras sobre a riqueza total, abundância total e abundância das espécies selecionadas foi testado através de análises de regressão linear múltipla (forward stepwise), realizadas com nível de significância de 0,05, utilizando o software Statistica 7.0 (Statsoft, 2004Statsoft. 2004. STATISTICA (Data Analysis Software System), versão 7.0. Disponível em < Disponível em http://www.statsoft.com/ >. Acesso em 12.12.2015.
http://www.statsoft.com/...
).

RESULTADOS

Foram obtidos 978 registros de 85 espécies de anfíbios e répteis. Deste total, 680 foram de anfíbios, pertencentes a 31 espécies e sete famílias, todas da Anura. A família de anfíbios com maior riqueza foi Hylidae (10 espécies), seguida de Craugastoridae (seis espécies), Leptodactylidae (sete espécies), Bufonidae (três espécies), Aromobatidae (duas espécies), Microhylidae (duas espécies) e Dendrobatidae (uma espécie). As curvas de acumulação de espécies apresentaram tendência de estabilização, havendo sobreposição dos intervalos de confiança das curvas de riqueza observada e estimada (Fig. 3).

Fig. 3
Curvas de acumulação de espécies observadas e estimadas de anfíbios na região do Seringal Etelvi, Reserva Extrativista Chico Mendes, Acre, Brasil (barras verticais: intervalos de confiança de 95%).

As espécies de anfíbios mais abundantes durante o estudo foram Adenomera hylaedactyla (Cope, 1868) (152 registros), Rhinella marina (Linnaeus, 1758) (135 registros), Ameerega trivittata (Spix, 1824) (59), Hypsiboas geographicus (Spix, 1824) (57) e Hamptophryne boliviana (Parker, 1927) (53 registros). Quinze espécies permaneceram em uma posição intermediária quanto à abundância e 11 foram consideradas raras (Tab. I).

Tab. I
Riqueza e abundância das espécies de anfíbios registradas entre outubro de 2011 e setembro de 2012 na região do Seringal Etelvi, Reserva Extrativista Chico Mendes, Acre, Brasil.

Foram obtidos 298 registros de répteis, pertencentes a 54 espécies, de três ordens e 16 famílias. Squamata foi representado por 28 espécies de Serpentes, 19 de Sauria e uma de Amphisbaenia. Dentre as serpentes, a família com maior riqueza foi Dipsadidae (12 espécies), seguida de Colubridae (10 espécies), Boidae (quatro espécies) e Elapidae (duas espécies). Gymnophthalmidae foi a família de lagartos mais especiosa (seis espécies), seguida de Teiidae (quatro), Sphaerodactylidae (três), Dactyloidae e Tropiduridae (ambas com duas espécies), Phyllodactylidae e Mabuyidae (ambas com uma espécie). Apesar da sobreposição dos intervalos de confiança entre as curvas de acumulação de espécies observadas e estimadas, ambas permaneceram em evidente ascendência (Fig. 4).

Fig. 4
Curvas de acumulação de espécies observadas e estimadas de répteis na região do Seringal Etelvi, Reserva Extrativista Chico Mendes, Acre, Brasil (barras verticais: intervalos de confiança de 95%).

A maioria das espécies de répteis foi considerada rara por aparecer nas amostras com um (27 espécies) ou dois indivíduos (11 espécies). As espécies de répteis mais abundantes foram os lagartos Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) (67 registros), Kentropyx pelviceps Cope, 1868 (38 registros), Dactyloa punctata (Daudin, 1802) (34), Norops fuscoauratus (D’Orbigny, 1837) (26) e Gonatodes humeralis (Guichenot, 1855) (25 registros). Outras dez espécies foram consideradas como intermediárias quanto à abundância (Tab. II).

Tab. II
Riqueza e abundância das espécies de répteis registradas entre outubro de 2011 e setembro de 2012 na região do Seringal Etelvi, Reserva Extrativista Chico Mendes, Acre, Brasil.

Houve diferença na riqueza (x² = 52,45; p < 0,01; gl = 5) e na abundância ( = 1221,67; p < 0,01; gl = 5) de anfíbios entre os períodos sazonais, com maiores valores nos meses chuvosos (riqueza média = 12,83 ± 5,26 DP; abundância média = 68,18 ± 45,20 DP) em relação aos meses secos (riqueza média = 10,00 ± 5,69 DP; abundância média = 45,16 ± 60,12 DP) (Tab. I). Oito espécies de anfíbios com maior abundância foram selecionadas para testar a influência das variáveis climáticas: Adenomera hylaedactyla, Allobates femoralis (Boulenger, 1884 “1883”), Allobates gr. marchesianus, Ameerega trivittata, Engystomops freibergi (Donoso-Barros, 1969), Hamptophryne boliviana, Hypsiboas geographicus e Rhinella marina. A variável climática temperatura média foi incluída nos modelos de regressão com explicação significativa pela estratégia de seleção progressiva. Os modelos que incluíram temperatura média explicaram 34% da variação na abundância total de anfíbios, 35% da abundância de Allobates gr. marchesianus, 36% de Hamptophryne boliviana, 55% de Hypsiboas geographicus e 46% de Rhinella marina. As demais variáveis selecionadas não apresentaram valores de beta significativos (Tab. III).

Tab. III
Coeficiente de Correlação Linear entre as variáveis climáticas e riqueza total, abundância total e abundância das espécies de anfíbios dominantes na região do Seringal Etelvi, Reserva Extrativista Chico Mendes, Acre, Brasil. Valores sublinhados: correlação significativa (p < 0,05).

A abundância de répteis foi maior (x² = 109,73; p < 0,01; gl = 5) durante o período chuvoso (média = 31,00 ± 15,15 DP) em relação ao período seco (média = 20,50 ± 11,65 DP) (Tab. II). A riqueza não diferiu entre os períodos sazonais (x² = 10,02; p = 0,07; gl = 5). Seis espécies de répteis com maior abundância foram selecionadas para testar a influência das variáveis climáticas: Ameiva ameiva, Dactyloa punctata, Gonatodes hasemani Griffin, 1917, Gonatodes humeralis, Kentropyx pelviceps e Norops fuscoauratus. As variáveis de temperatura média e precipitação total foram incluídas nos modelos de regressão com explicação significativa pela estratégia de seleção progressiva. Os modelos que incluíram a variável exploratória de temperatura média explicaram 33% da riqueza de répteis, 41% da abundância total, 48% da abundância de Kentropyx pelviceps e 58% de Norops fuscoauratus. A variável de precipitação total explicou 26% da variação na abundância de Dactyloa punctata. As demais variáveis selecionadas não apresentaram valores de beta significativos (Tab. IV).

Tab. IV
Coeficiente de Correlação Linear entre as variáveis climáticas e riqueza total, abundância total e abundância das espécies de répteis dominantes na região do Seringal Etelvi, Reserva Extrativista Chico Mendes, Acre, Brasil. Valores sublinhados: correlação significativa (p < 0,05).

DISCUSSÃO

A herpetofauna do Seringal Etelvi, na RESEX Chico Mendes, representa aproximadamente 9,23% das espécies de anfíbios e 17,14% de répteis amazônicos (Avila-Pires, 1995Avila-Pires, T. C. S. 1995. Lizards of Brazilian Amazonian (Reptilia: Squamata). Zoologische Verhandelingen 299:1-706., 2013Avila-Pires, T. C. S. 2013. Censo da Biodiversidade da Amazônia. Quelônios e Jacarés. Disponível em <Disponível em http://www.museu-goeldi.br/censo/ >. Acesso em 30.03.2016.
http://www.museu-goeldi.br/censo/...
; Avila-Pires et al., 2007Avila-pires, T. C. S.; Hoogmoed, M. S. & Vitt, L. J. 2007. Herpetofauna da Amazônia. In: Nascimento, L. B. & Oliveira, M. E. eds. Herpetologia no Brasil II . Belo Horizonte, Sociedade Brasileira de Herpetologia , p.13-43.; Neckel-Oliveira et al., 2013Neckel-Oliveira, S.; Galatti, U.; Faveri, S. B.; Albareli, L. P. & Nascimento, H. E. M. 2013. Ecological correlates in Brazilian Amazonian anurans: implications for conservation. Amphibia-Reptilia 34(2013):217-232.; Prudente, 2013Prudente, A. L.; Magalhães, F.; Menks, A. & Sarmento, J. F. M. 2013. Checklist of Lizards of the Juruti, state of Pará, Brazil. Check List 9(1):042-050.; Avila-Pires, 2016Avila-Pires, T. C. S. 2016. Censo da Biodiversidade da Amazônia. Lagartos. Disponível em <Disponível em http://www.museu-goeldi.br/censo/ >. Acesso em 30.03.2016.
http://www.museu-goeldi.br/censo/...
; Hoogmoed, 2017Hoogmoed, M. S. 2017. Censo da Biodiversidade da Amazônia. Anfíbios. Disponível em <Disponível em http://www.museu-goeldi.br/censo/ >. Acesso em 13.02.2017.
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). Apesar da amostragem de anfíbios ter sido considerada eficiente, a riqueza geral da herpetofauna foi baixa quando comparada com outras localidades da Amazônia (Bernarde, 2007Bernarde, P. S. 2007. Ambientes e temporada de vocalização da anurofauna no Município de Espigão do Oeste, Rondônia, Sudoeste da Amazônia - Brasil. Biota Neotropica 7(2):87-92.; Macedo et al., 2008Macedo, L. C.; Bernarde, P. S. & Abe, A. S. 2008. Lagartos (Squamata: Lacertilia) em áreas de floresta e de pastagem em Espigão do Oeste, Rondônia, sudoeste da Amazônia, Brasil. Biota Neotropica 8(1):133-139.; Avila-Pires et al., 2009Avila-Pires, T. C. S.; Vitt, L. J. & Sartorius, S. S. 2009. Squamata (Reptilia) from for sites in southern Amazonia, with a biogeographic analysis of amazonian lizards. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Ciências Naturais 4(2):99-118.; Bernarde et al., 2011Bernarde, P. S.; Machado, R. A. & Turci, L. C. 2011. Herpetofauna da área do Igarapé Esperança na Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade, Acre - Brasil. Biota Neotropica 11(3):117-144.; Ramalho et al., 2016Ramalho, W. P.; Andrade, M. S.; Matos, L. R. A. & Vieira, L. J. S. 2016. Amphibians of varzea environments and floating meadows of the oxbow lakes. Biota Neotropica 16(1):e20150093.). Considerando a elevada riqueza esperada para localidades da Amazônia Sul-Ocidental e a não estabilização das curvas de acumulação de espécies, principalmente de répteis, a herpetofauna da RESEX Chico Mendes ainda continua subamostrada e mais estudos em outras localidades da reserva precisam ser realizados para determinar qual a real riqueza e composição de anfíbios e répteis. Sugerimos que estudos futuros abordem dois aspectos: o aumento da área de amostragem frente à área total da RESEX; e a aplicação de diversos métodos específicos para a amostragem de anfíbios e répteis de diferentes nichos ecológicos, conforme discutido por Lynch (2005Lynch, J. D. 2005. Discovery of the richest frog fauna in the world - an exploration of the forests to the North of Leticia. Revista de la Academia Colombiana de Ciencias 29(113):581-588.).

Outro fator que pode ter contribuído para a baixa riqueza de espécies é a presença de sistemas agroflorestais na região amostrada, onde a exploração, mesmo de forma sustentável, pode estar interferindo na dinâmica das comunidades de anfíbios e répteis. Como é esperada uma redução da diversidade em ambientes que sofrem modificação no ecossistema florestal (Bernarde & Macedo, 2008Macedo, L. C.; Bernarde, P. S. & Abe, A. S. 2008. Lagartos (Squamata: Lacertilia) em áreas de floresta e de pastagem em Espigão do Oeste, Rondônia, sudoeste da Amazônia, Brasil. Biota Neotropica 8(1):133-139.; Bitar et al., 2015Bitar, Y. O. C.; Juen, L.; Pinheiro, L. C. & Santos-Costa, M. C. 2015. Anuran beta diversity in a moisaic anthropogenic landscape in transitional Amazon. Journal of Herpetology 49:75-82.), os dados obtidos na RESEX Chico Mendes estão sendo utilizados para verificar a existência de alterações nas dinâmicas das comunidades de anfíbios e répteis em sistemas agroflorestais.

As espécies de anfíbios mais abundantes estiveram associadas, basicamente, a ambientes ripários e nas proximidades de represas artificiais da agrofloresta. Todas possuem ampla distribuição no bioma Amazônia, são facilmente encontradas em diversos tipos de hábitats primários e secundários e tendem a ser abundantes nos locais onde ocorrem (Souza et al., 2008Souza, V. M.; Souza, M. B. & Morato, E. F. 2008. Efeitos da sucessão florestal sobre a anurofauna (Amphibia: Anura) da Reserva Catuaba e seu entorno, Acre, Amazônia Sul-Ocidental. Revista Brasileira de Zoologia 25:49-57.; Bernarde et al., 2011Bernarde, P. S.; Machado, R. A. & Turci, L. C. 2011. Herpetofauna da área do Igarapé Esperança na Reserva Extrativista Riozinho da Liberdade, Acre - Brasil. Biota Neotropica 11(3):117-144.; Miranda et al., 2014Miranda, D. B.; Venâncio, N. M. & Albuquerque, S. 2014. Rapid survey of the herpetofauna in an area of forest management in eastern Acre, Brazil. Check List 10(4):893-899.; Ramalho et al., 2016Ramalho, W. P.; Andrade, M. S.; Matos, L. R. A. & Vieira, L. J. S. 2016. Amphibians of varzea environments and floating meadows of the oxbow lakes. Biota Neotropica 16(1):e20150093.). Os répteis considerados abundantes neste estudo são representantes da subordem Sauria e mostraram-se associados a bordas de mata e clareiras na vegetação formadas por eventos naturais ou pelo corte seletivo da madeira. Todos possuem ampla distribuição e são frequentemente registrados em diversos ambientes primários e secundários da Amazônia (Vitt et al., 2008Vitt, L. J.; Magnusson, W. E.; Avila-Pires, T. C. S. & Lima, A. P. 2008. Guia de Lagartos da Reserva Adolpho Ducke, Amazônia Central. Manaus, Attema. 176p.; Pantoja & Fraga, 2012Pantoja, D. L. & Fraga, R. 2012. Herpetofauna of the Reserva Extrativista do Rio Gregório. Check List 8(3):360-374.; Bernarde et al., 2013Bernarde, P. S.; Albuquerque, S.; Miranda, D. B. & Turci, L. C. B. 2013. Herpetofauna da floresta do baixo rio Moa em Cruzeiro do Sul, Acre - Brasil. Biota Neotropica 13(1):220-244.; Prudente et al., 2013Prudente, A. L. 2013. Censo da Biodiversidade da Amazônia. Serpentes. Disponível em <Disponível em http://www.museu-goeldi.br/censo/ >. Acesso em 30.03.2016.
http://www.museu-goeldi.br/censo/...
; Waldez et al., 2013Waldez, F.; Menin, M. & Vogt, R. C. 2013. Diversidade de anfíbios e répteis Squamata na região do baixo rio Purus, Amazônia Central, Brasil. Biota Neotropica 13:300-316.; Oliveira et al., 2014Oliveira, D. P.; Souza, S. M.; Frazão, L.; Almeida, A. P. & Hrbek, T. 2014. Lizards from central Jatapú River, Amazonas, Brazil. Check List 10(1):46-53.).

Riqueza e abundância de anfíbios foram maiores durante o período chuvoso, um padrão frequentemente encontrado em outros ecossistemas brasileiros (e.g.Oda et al., 2009Oda, F. H.; Bastos, R. P. & Lima, M. A. C. S. 2009. Taxocenose de anfíbios anuros no Cerrado do Alto Tocantins, Niquelândia, Estado de Goiás: diversidade, distribuição local e sazonalidade. Biota Neotropica 9(4):219-232.; São-Pedro & Feio, 2010São-Pedro, V. A. & Feio, R. N. 2010. Distribuição espacial e sazonal de anuros em três ambientes na Serra do Ouro Branco. Biotemas 23(1):143-154.; Kopp et al., 2010Kopp, K.; Signorelli, L. & Bastos, R. P. 2010. Distribuição temporal e diversidade de modos reprodutivos de anfíbios anuros no Parque Nacional das Emas e entorno, estado de Goiás, Brasil. Iheringia, Série Zoologia 100(3):192-200.; Ferreira et al., 2012Ferreira, R. B.; Dantas, R. B. & Tonini, J. F. R. 2012. Distribuição espacial e sazonal de anfíbios em quatro poças na região serrana do Espírito Santo. Iheringia, Série Zoologia 102(2):163-169.; Venâncio et al., 2014Venâncio, N. M.; Lima, A. P.; Souza, M. B. & Magnusson, W. P. 2014. Between-year consistency of anuran assemblages in temporary ponds in a deforested area in Western Amazonia. Herpetological Journal 24:155-160.). Esta relação se deve à dependência dos anfíbios aos ambientes úmidos tanto para manutenção das condições fisiológicas quanto para reprodução (Hatano et al., 2002Hatano, F. H.; Rocha, C. F. D & Van Sluys, M. 2002. Environmental factor affecting calling activity of a tropical diurnal frog (Hylodes phyllodes: Leptodactylidae). Journal of Herpetology 36:314-318.; Both et al., 2008Both, C.; Kaefer, I. L.; Santos, T. G. & Cechin, S. T. Z. 2008. An austral anuran assemblage in the Neotropics: seasonal occurrence correlated with photoperiod. Journal of Natural History 42(3-4):205-222.; Canavero & Arim, 2009Canavero, A.; Arim, M. & Brazeiro, A. 2009. Geographic variations of seasonality and coexistence in communities: The role of diversity and climate. Austral Ecology 34:741-750.; Cole et al., 2014Cole, E. M.; Bustamante, M. R.; Almeida-Reinoso, D. & Funk, W. C. 2014. Spatial and temporal variation in population dynamics of Andean frogs: Effects of forest disturbance and evidence for declines. Global Ecology and Conservation 1:60-70.). A maioria das espécies de anfíbios que possuem reprodução explosiva ou restrita a poucos meses do ano sincronizam suas atividades com o período chuvoso (Venâncio et al., 2014Venâncio, N. M.; Lima, A. P.; Souza, M. B. & Magnusson, W. P. 2014. Between-year consistency of anuran assemblages in temporary ponds in a deforested area in Western Amazonia. Herpetological Journal 24:155-160.), permitindo assim uma maior taxa de sobrevivência e aptidão (Visser et al., 2009Visser, M. E.; Holleman, L. I. M. & Caro, S. P. 2009. Temperature hás a causal effect on avian timing of reproduction. Proceedings of the Royal Society Biological Science 276:2323-2331.). Algumas espécies também podem ser encontradas em maiores abundâncias durante períodos menos chuvosos, outras possuem reprodução prolongada e podem ser encontradas ao longo de todo o ano, principalmente em locais onde o clima não tem sazonalidade marcante (Menin et al., 2008Menin, M.; Waldez, F. & Lima, A. P. 2008. Temporal variation in the abundance and number of species of frogs in 10000ha of forest in central Amazonia. South American Journal of Herpetology 3(1):68-81.).

Quando o efeito mensal das variáveis climáticas foi avaliado, a resposta da comunidade de anfíbios através da abundância total, assim como das espécies individualmente, parece refletir um conjunto de condições dominado pela temperatura. A resposta dos anuros às variações na temperatura tem sido verificada em estudos tanto em ecossistemas temperados (Saenz et al., 2006Saenz, D.; Fitzgerald, L. A.; Baum, K. A. & Conner, R. N. 2006. Abiotic correlates of anuran calling phenology: the importance of rain, temperature, and season. Herpetological Monographs 20:64-82.; McCaffery & Maxell, 2010McCaffery, R. M. & Maxell, B. A. 2010. Decreased winter severity increases viability of a montane frog population. Proceedings of the National Academy of Sciences 107:8644-8649.) quanto tropicais (Oda et al., 2009Oda, F. H.; Bastos, R. P. & Lima, M. A. C. S. 2009. Taxocenose de anfíbios anuros no Cerrado do Alto Tocantins, Niquelândia, Estado de Goiás: diversidade, distribuição local e sazonalidade. Biota Neotropica 9(4):219-232.; Kaefer et al., 2012Kaefer, I. L.; Montanarin, A.; Costa, R. S. & Lima, A. P. 2012. Temporal patterns of reproductive activity and site attachment of the brilliant-thighed frog Allobates femoralis from Central Amazonia. Journal of Herpetology 46(4):549-554.; Cole et al., 2014Cole, E. M.; Bustamante, M. R.; Almeida-Reinoso, D. & Funk, W. C. 2014. Spatial and temporal variation in population dynamics of Andean frogs: Effects of forest disturbance and evidence for declines. Global Ecology and Conservation 1:60-70.; Gambale et al., 2014Gambale, P. G.; Woitovicz-Cardoso, M.; Vieira, R. R.; Batista, V. G.; Ramos, J. & Bastos, R. P. 2014. Composição e riqueza de anfíbios anuros em remanescentes de Cerrado do Brasil Central. Iheringia, Série Zoologia 104(1):50-58.), enfatizando a dependência dos anfíbios à temperatura para regulação dos processos fisiológicos e ciclos ecológicos (Corn, 2005Corn, P. S. 2005. Climate change and Amphibians. Animal Biodiversity and Conservation 28:59-67.; Wells, 2007Wells, K. D. 2007. The ecology and behavior of amphibians. Chicago, The University of Chicago Press. 1400p.), assim como na determinação da distribuição altitudinal, latitudinal e espacial das espécies (Corn, 2005Corn, P. S. 2005. Climate change and Amphibians. Animal Biodiversity and Conservation 28:59-67.).

As espécies de anuros que responderam positivamente às variações na temperatura média (Allobates gr. marchesianus, Hamptophryne boliviana, Hypsiboas geographicus e Rhinella marina) possuem o período reprodutivo concentrado na estação chuvosa (Duellman, 1995Duellman, W. E. 1995. Temporal fluctuations in abundances of anuran amphibians in a seasonal Amazonian Rainforest. Journal of Herpetology 29(1):13-21.; Menin et al., 2008Menin, M.; Waldez, F. & Lima, A. P. 2008. Temporal variation in the abundance and number of species of frogs in 10000ha of forest in central Amazonia. South American Journal of Herpetology 3(1):68-81.; Venâncio et al., 2014Venâncio, N. M.; Lima, A. P.; Souza, M. B. & Magnusson, W. P. 2014. Between-year consistency of anuran assemblages in temporary ponds in a deforested area in Western Amazonia. Herpetological Journal 24:155-160.). As demais espécies selecionadas também mostraram uma tendência de resposta positiva às variações na temperatura. Isso ocorre porque na região estudada as baixas temperaturas, apesar de discretas, estão combinadas com o final da estação chuvosa (ver Fig. 2), quando a redução da precipitação indica o término da estação reprodutiva e, consequentemente, a redução das atividades da maioria dos anuros (Eterovick & Sazima, 2000Eterovick, P. C. & Sazima, I. 2000. Structure of an anuran community in a montane meadow in southeastern Brazil: effects of seasonality, habitat, and predation. Amphibia-Reptilia 21(4):439-461.). Estes resultados contradizem as discussões de Miranda et al. (2014Miranda, D. B.; Venâncio, N. M. & Albuquerque, S. 2014. Rapid survey of the herpetofauna in an area of forest management in eastern Acre, Brazil. Check List 10(4):893-899.), que não encontraram influência da temperatura sobre as comunidade de anfíbios em florestas do baixo Rio Moa, e indicam que as reduções na temperatura em florestas tropicais, mesmo não sendo abruptas, influenciam a atividade das espécies.

As espécies de répteis foram mais ativas durante os meses mais quentes e chuvosos, incluindo ocorrências exclusivas de lagartos, serpentes e crocodilianos. Basicamente mostraram tendências de aumento na abundância durante meses mais quentes, porém, reduziram suas abundâncias em meses com picos de temperatura elevados. O aumento na abundância durante meses com maiores temperaturas médias foi significativo tanto para a espécie heliotérmica Kentropyx pelviceps (Vitt et al., 1995Vitt, L. J.; Zani, P. A.; Caldwell, J. P. & Carrillo, E. O. 1995. Ecology of the lizard Kentropyx pelviceps (Sauria, Teiidae) in low-land rain-forest of Ecuador. Canadian Journal of Zoology 73:691-703.) quanto para a não heliotérmica Norops fuscoauratus (Vitt et al., 2008Vitt, L. J.; Magnusson, W. E.; Avila-Pires, T. C. S. & Lima, A. P. 2008. Guia de Lagartos da Reserva Adolpho Ducke, Amazônia Central. Manaus, Attema. 176p.), enquanto Dactyloa punctata ocorreu com maiores abundância em meses chuvosos. Apesar das diferentes estratégias de termorregulação, K. pelviceps e Norops fuscoauratus também mostraram tendência de associação positiva com meses de maior precipitação, porém quentes (ver Fig. 2). Estes resultados corroboram o fato de muitas espécies de répteis serem mais ativas em meses quentes e úmidos, quando há uma disponibilidade maior de nichos térmicos permitindo que atinjam temperaturas compatíveis com suas atividades (Nicholson et al., 2005Nicholson, N.; Soane, E.; Fenton-O’Creevy, M. & Willman, P. 2005. Personality and domain specific risk taking. Journal of Risk Reserch 8(2):157-176.; Andrade & Abe, 2007Andrade, D. V. & Abe, A. S. 2007. Fisiologia de répteis. In: Nascimento, L. B. & Oliveira, M. E. eds. Herpetologia no Brasil II. Belo Horizonte, Sociedade Brasileira de Herpetologia, p. 171-182.; Rocha et al., 2014Rocha, M. C.; Hartmann, P. A.; Winck, G. R. & Cechin, S. Z. 2014. Seasonal, daily activity, and habitat use by three sympatric pit vipers (Serpentes, Viperidae) from southern Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências 86(2):695-705.). A dependência de ambientes úmidos e a vulnerabilidade a baixas umidades são situações conhecidas para diversas espécies de répteis (Colli, 1991Colli, G. R. 1991. Reproductive ecology of Ameiva ameiva (Sauria: Teiidae) in the Cerrado of Central Brazil. Copeia 1991(4):1002-1012.; Daltry et al., 1998Daltry, J. C.; Ross, T.; Thorpe, R. S. & Wiister, W. 1998. Evidence that humidity influencess nake activity patterns: a field study of the Malayan pit viper Calloselasma rhodostoma. Ecography 21:25-34.; Nicholson et al., 2005Nicholson, N.; Soane, E.; Fenton-O’Creevy, M. & Willman, P. 2005. Personality and domain specific risk taking. Journal of Risk Reserch 8(2):157-176.; Huey et al., 2009Huey, R. B.; Deutsch, C. A.; Tewksbury, J. J.; Vitt; L. J.; Hertz, P. E.; Pérez, H. J. A. & Garland, T. 2009. Why tropical forest lizards are vulnerable to climate warming. Proceedings of the Royal Society B 276:1939-1948.; Carlson et al., 2014Carlson, B. E.; Williams, J. & Langshaw, J. 2014. Is synchronized ecdysis in wild ratsnakes (Pantherophis alleghaniensis) linked to humidity? Herpetology Notes 7:471-473.). Em lagartos e serpentes, por exemplo, a umidade pode afetar os níveis hormonais (Summers & Norman, 1988Summers, C. H. & Norman, M. F. 1988. Chronic low humidity stress in the lizards Anolis carolinensis: changes in diurnal corticosterone rhythms. Journal of Experimental Biology 247:271-278.), o período reprodutivo (Colli, 1991Colli, G. R. 1991. Reproductive ecology of Ameiva ameiva (Sauria: Teiidae) in the Cerrado of Central Brazil. Copeia 1991(4):1002-1012.; Bernarde & Abe, 2006Bernarde, P. S. & Abe, A. S. 2006. A snake community at Espigão do Oeste, Rondônia, Southwestern Amazon, Brazil. South American Journal of Herpetology 1(2):102-113.), as taxas de perda de água por evaporação através da pele (Daltry et al., 1998Daltry, J. C.; Ross, T.; Thorpe, R. S. & Wiister, W. 1998. Evidence that humidity influencess nake activity patterns: a field study of the Malayan pit viper Calloselasma rhodostoma. Ecography 21:25-34.; Nicholson et al., 2005Nicholson, N.; Soane, E.; Fenton-O’Creevy, M. & Willman, P. 2005. Personality and domain specific risk taking. Journal of Risk Reserch 8(2):157-176.) e o comportamento durante períodos de troca de pele (Carlson et al., 2014Carlson, B. E.; Williams, J. & Langshaw, J. 2014. Is synchronized ecdysis in wild ratsnakes (Pantherophis alleghaniensis) linked to humidity? Herpetology Notes 7:471-473.). No caso das serpentes, muitas espécies também aumentam suas atividades durante períodos chuvosos devido à maior disponibilidade de presas, como os anfíbios anuros (Oliveira & Martins, 2001Oliveira, M. E. & Martins, M. 2001. When and where to find a pitviper: activity patterns and habitat use of the lancehead, Bothrops atrox, in central Amazonia, Brazil. Herpetological Natural History 8(2):101-110.; Bernarde & Abe, 2006Bernarde, P. S. & Abe, A. S. 2006. A snake community at Espigão do Oeste, Rondônia, Southwestern Amazon, Brazil. South American Journal of Herpetology 1(2):102-113.; Hartmann et al., 2009Hartmann, P. A.; Hartmann, M. T. & Martins, M. 2009. Ecology of a snake assemblage in the Atlantic Forest of southeastern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia 49(27):343-360.; Rocha et al., 2014Rocha, M. C.; Hartmann, P. A.; Winck, G. R. & Cechin, S. Z. 2014. Seasonal, daily activity, and habitat use by three sympatric pit vipers (Serpentes, Viperidae) from southern Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências 86(2):695-705.).

A diversidade da herpetofauna registrada para a região do Seringal Etelvi, na Resex Chico Mendes, é baixa quando comparada a outras localidades da região Sul-Ocidental da Amazônia e pode ser considerada subestimada frente à sua grande extensão. No entanto, foi possível verificar as respostas tanto dos anfíbios quanto dos répteis às variações climáticas típicas da Amazônia, principalmente o aumento da riqueza e abundância durante períodos mais quentes e úmidos, quando a disponibilidade de recursos é favorável para as espécies. A utilização das espécies dominantes como representantes das comunidades mostrou que elas podem responder de formas diferentes às variações climáticas. Enquanto algumas se mostraram sensíveis às flutuações, outras parecem não responder facilmente ou não reduzir suas abundâncias em períodos considerados desfavoráveis.

Agradecimentos

À família dos senhores Dimas e Maria Ferreira pela hospedagem e suporte logístico durante as excursões de campo; aos amigos Nonato e Lindomar (in memoriam), Diego, Franco e Edimar pelo auxílio na abertura de trilhas e durante a coleta de dados. À Coordenação de Apoio de Pessoal de Ensino Superior (CAPES) pela bolsa de mestrado concedida a DPFF. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela bolsa concedida a WPR. À equipe gestora da RESEX Chico Mendes por ceder veículos, motoristas e combustível para a execução do projeto. Pesquisa desenvolvida sob a licença de número 25261-1 fornecida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

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Apêndice 1. Espécimes depositados nas Coleções Herpetológicas da Universidade Federal do Acre - Campus Rio Branco (UFAC) e Campus Floresta (UFACF).

AROMOBATIDAE: Allobates femoralis (UFAC 5844, 5853, 5880); Allobates gr. marchesianus (UFAC 5848, 5864, 5869); BUFONIDAE: Rhinella casteneotica (UFAC 5855, 5873, 5879, 5884, 5951, 5965, 5967, 6034; Rhinella margaritifera (UFAC 5911, 5913, 5954, 5955, 6028); Rhinella marina (UFAC 5807, 5808, 5871, 5872, 5875, 5877, 5908, 5921, 5923, 5924); DENDROBATIDAE: Ameerega trivittata (UFAC 5883, 5903, 6029); HYLIDAE: Dendropsophus leucophyllatus (UFAC 6007); Dendropsophus rhodopeplus (UFAC 5938, 5949, 6005); Hypsiboas geographicus (UFAC 5980, 5985, 5989, 5994, 5999, 6036); Osteocephalus leprieurii (UFAC 5963); Phyllomedusa camba (UFAC 5835, 5966); Sphaenorhynchus lacteus (UFAC 5975); Trachycephalus typhonius (UFAC 5876, 5881, 5970, 5988); Scarthyla goinorum (UFAC 6031); Scinax ruber (UFAC 5984, 5992); LEPTODACTYLIDAE: Edalorhina perezi (UFAC 5845, 6000, 6032); Engystomops freibergi (UFAC 5791, 5885, 5887, 5890, 5982, 6010, 6013); Adenomera hylaedactyla (UFAC 5788, 5789, 5790, 5792, 5793, 5794, 5795, 5796, 5797, 5798); Leptodactylus mystaceus (UFAC 5878, 5907); Leptodactylus petersii (UFAC 5893, 5899, 5900, 5901, 5947, 5952, 5956, 5968); MICROHYLIDAE: Chiasmocleis supercilialbus (UFAC 5974, 5986); Hamptophryne boliviana (UFAC 5837, 5838, 5840, 5841, 5843, 5846, 5849, 5852, 5854); CRAUGASTORIDAE: Oreobates quixensis (UFAC 5850, 5914, 5915, 5919, 5959, 5991, 6030); Pristimantis altamazonicus (UFAC 5966); Pristimantis diadematus (UFAC 5863, 5969); Pristimantis fenestratus (UFAC 5860, 5950); Pristimantis ockendeni (UFAC 5920, 5957, 5958); Pristimantis reichlei (UFAC 5882, 5917, 5960, 5961, 5964); ALLIGATORIDAE: Caiman crocodilus (UFAC 74); Paleosuchus trigonatus (UFAC 73); Paleosuchus palpebrosus (UFAC 75); SPHAERODACTYLIDAE: Gonatodes hasemanni (UFAC 17, 18, 26, 52, 53, 57, 60); Gonatodes humeralis (UFAC 23, 46, 54, 56, 68); Pseudogonatodes guianensis (UFAC 22); MABUYIDAE: Copeoglossum nigropunctatum (UFAC 39, 41, 43, 45); DACTYLOIDAE: Dactyloa punctata (UFAC 24, 42, 70); Norops fuscoauratus (UFAC 20, 37, 44, 51, 65, 67); TROPIDURIDAE: Plica umbra (UFAC 28, 49); Uracentrum flaviceps (UFACF 4001); GYMNOPHTHALMIDAE: Alopoglossus angulatus (UFAC 47, 63); Bachia peruana (UFAC 38); Ptycoglossus brevifrontalis (UFAC 32); Cercosaura argulus (UFAC 25); Cercosaura eigenmani (UFAC 29, 62; UFACF 4002); Cercosaura ocellata (UFAC 19, 31, 59, 64); TEIIDAE: Ameiva ameiva (UFAC 16, 27, 33, 35, 36, 40, 48, 50, 55, 58); Kentropix pelviceps (UFAC); AMPHISBAENIDAE: Amphisbaena amazonica (UFAC 71, 72); BOIDAE: Boa constrictor (UFAC 455, 457, 473); Corallus batesii (UFACF 4003); Epicrates cenchria (UFAC 462, 483); COLUBRIDAE: Chironius carinatus (UFAC 485, 489); Chironius exoletus (UFAC 469, 482); Drymarchon corais (UFAC 486); Oxybelis fulgidus (UFAC 468); DIPSADIDAE: Atractus albuquerquei (UFAC 467, 475, 481, 488); Erythrolamprus dorsocorallinus (UFAC 472, 484); Erythrolamprus oligolepis (UFAC 477); Helicops angulatus (UFAC 458, 459, 460, 474, 476, 478, 479, 480); Philodryas viridissima (UFACF 4004); Drepanoides anomalus (UFAC 466); Oxyrhopus melanogenis (UFAC 456, 462, 470); Pseudoboa coronata (UFAC 471); Xenodon severus (UFAC 463, 464, 487); ELAPIDAE: Micrurus annelatus annelatus (UFACF 4081); Micrurus lemniscatus (UFAC 465).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2017

Histórico

  • Recebido
    02 Abr 2016
  • Aceito
    28 Mar 2017
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