Este estudo foi desenvolvido com o objetivo de determinar o tamanho da maturidade sexual de machos e fêmeas de uma população natural de Dilocarcinus pagei Stimpson, 1861 de Mendonça, São Paulo, Brasil. Os caranguejos foram coletados mensalmente (julho de 2005 a junho de 2007) na Represa Barra Mansa, capturados manualmente, ou por meio de peneiras passadas junto à vegetação aquática. Os caranguejos foram separados por sexo, de acordo com a morfologia do abdome e pleópodos. As dimensões mensuradas foram: largura da carapaça (LC); comprimento da carapaça (CC); comprimento do própodo (CP) e largura do abdome (LA). Além disso, análise morfológica das gônadas foram realizadas e caracterizadas em relação ao estágio de desenvolvimento. A maturidade morfológica foi estimada com base no estudo do crescimento relativo, esta análise é baseada na equação alométrica y = ax b e a maturidade gonadal através da morfologia das gônadas, utilizando o método LC50 indicando o tamanho em que 50% dos indivíduos encontram-se com gônadas desenvolvidas para a reprodução. As relações biométricas que melhor indicaram os diferentes padrões de crescimento das fases jovem e adulta foram LCxCP para os machos e LCxAB para fêmeas (p<0,001). Baseado nessas relações, o valor estimado para a maturidade sexual morfológica em machos foi de 21,5 mm (LC) e de 19,7 mm de (LC) para fêmeas. Na determinação da maturidade sexual gonadal, o ajuste da curva logística (LC50) resultou em um tamanho de 38,2 mm para os machos e 39,4 mm para as fêmeas (LC). Com base nos dados obtidos para a maturidade sexual é possível estimar o tamanho mínimo de captura para D. pagei de 40mm (LC), possibilitando que pelo menos metade da população consiga se reproduzir, mantendo os jovens e parte dos adultos na população.
Alometria; maturidade gonadal; maturidade morfológica; reprodução
