A maioria das investigações sobre a química da águas na Amazônia é focada nos rios Solimões, Amazonas e Negro e o conhecimento sobre a composição química dos pequenos tributários é restrita a dados pontuais. Esses pequenos rios que apresentam, na maior parte das vezes, apenas aportes de suas bacias de drenagem, são muito importantes para entender os mecanismos controladores da química dos grandes rios da região. Com esse objetivo foi determinada a composição química dos principais afluentes de águas pretas do rio Solimões na Amazônia Ocidental Brasileira durante o período de águas baixas. Os dados revelam que a química das águas pretas é altamente variável e fortemente influenciada pelo ambiente geológico local: a bacia do Badajós é quimicamente mais diluída; a bacia de Coari apresenta alto conteúdo de SiO2, enquanto os lagos menores têm maior pH, condutividade, Ca2+, Mg2+ e Sr, mas inferiores aos do rio Solimões. A composição química da água é compatível com a pouca erosão e com o ambiente altamente lixiviante da Amazônia onde os elementos mais solúveis são rapidamente removidos.
