As concentrações de black carbon (BC), assim como a contribuição relativa de BC para o total de carbono orgânico sedimentar, foram determinadas pela primeira vez na Baía de Guanabara. A quantificação de BC realizou-se por método térmico (CTO-375) e a de carbono orgânico por método de oxidação a seco. As concentrações de carbono orgânico apresentaram grande variabilidade entre as estações (0,82 a 10,3%), mas foi possível definir regiões distintas na Baía de acordo com parâmetros como granulometria do sedimento, localização e magnitude de fontes autóctonas e alóctonas de matéria orgânica e hidrodinamismo. As concentrações de BC foram inesperadamente baixas (0,03 a 0,31%, com média de 0,19 ± 0,07%, n = 25), levando-se em conta o largo espectro de fontes possíveis, tanto em terra como na água, para essas substâncias. No entanto, em algumas estações o BC estava presente em níveis que podem exercer influência sobre o destino de contaminantes prioritários, tais como HPA e dioxinas. Os resultados mostraram que a distribuição espacial das concentrações de BC na Baía de Guanabara é complexa e não pode ser completamente compreendida no estágio atual de conhecimento, sendo necessárias informações adicionais, tais como fontes de emissão de BC (p.ex., queima de biomassa e consumo de combustíveis) e processos de dispersão de partículas.