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Indexação, internacionalização e profissionalização

EDITORIAL

Indexação, internacionalização e profissionalização

Uma nação que almeja ter uma ciência de qualidade e competitiva em nível internacional não pode prescindir de boas revistas científicas. Graças aos esforços da comunidade científica, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e, sobretudo, da visibilidade internacional que vem ganhando a base Scientific Eletronic Library Online (SciELO), os pesquisadores brasileiros podem hoje orgulhar-se de suas revistas científicas. Não é por outra razão que, em 2009, 103 periódicos brasileiros estão indexados na base de dados Thomson Reuters-ISI.

Um dos objetos de desejo dos cientistas brasileiros sempre foi a indexação de suas revistas ao ISI. Alcançada essa meta, a próxima é aumentar o prestígio internacional das revistas científicas brasileiras. O que pode parecer difícil só depende dos pesquisadores brasileiros. Para isso basta que cada um submeta trabalhos científicos de alta qualidade para publicação nos periódicos de suas respectivas áreas.

Quem, há alguns anos atrás, poderia imaginar que artigos publicados no Journal of the Brazilian Chemical Society (JBCS) fossem ter mais de 100 citações e que a revista atingisse o Fator de Impacto1 de 1,5? Hoje, essa é uma realidade e é graças a esses indicadores que, em 2009, prevê-se a submissão ao JBCS de mais de 800 manuscritos, a maioria do exterior.2 Por isso, seus editores resolveram publicar, neste ano, dez fascículos da revista, ao invés dos oito tradicionais.3

Aumentar a periodicidade do JBCS não é uma tarefa simples para os editores e para aqueles que trabalham no "office"; exigirá da comunidade química mais agilidade nos pareceres e a submissão de manuscritos de altíssima qualidade. Por outro lado, essa mesma comunidade poderá cobrar da Direção e do Conselho Consultivo da Sociedade Brasileira de Química a profissionalização de suas publicações científicas, porque a SBQ é a única sociedade científica brasileira que publica três revistas impressas: JBCS, Química Nova e Química Nova na Escola (QNESC), além de um portal eletrônico: a Química Nova Interativa (QNint).4,5

Atualmente, fala-se muito, no Congresso Nacional, da distribuição de royalties do pré-sal. Se os congressistas quiserem garantir a entrada do Brasil para o seleto rol das nações desenvolvidas, terão que lutar para que parte considerável desses recursos sejam destinados à Ciência e Tecnologia e para que o CNPq tenha mais recursos para financiar a profissionalização das revistas científicas brasileiras.

Indexação, internacionalização e profissionalização é uma tríade indissociável. Profissionalizar o Journal of the Brazilian Chemical Society e as outras publicações da SBQ é a meta de sua Diretoria, de seu Conselho Consultivo e dos editores de suas revistas.

Angelo C. Pinto (UFRJ)

Editor JBCS

Referências

  • 1. Pinto, A. C.; de Andrade, J. B.; Quim. Nova 1999, 22, 448.
  • 2. Pinto, A. C.; Cunha, A. S.; Quim. Nova 2008, 31, 2221.
  • 3. Torresi, S. I. C.; Pardini, V. L.; Dias, L. C.; Pinto, A. C.; de Andrade, J. B.; Magalhães, M. E. A.; de Almeida Gil, P. E.; Quim. Nova 2007, 30, 1491.
  • 4. de Andrade, J. B.; J. Braz. Chem. Soc 2009, 20(4), v.
  • 5
    http://qnint.sbq.org.br/qni/, acessed in September, 2009.
    » link

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Nov 2009
  • Data do Fascículo
    2009
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