Resumo
Introdução:
Doença renal crônica (DRC) pode progredir para doença renal estágio terminal (DRET). Estudos clínicos mostram que esta progressão pode ser retardada.
Objetivo:
estimar custos para o sistema público de saúde (SUS) do Brasil durante o curso da DRC no estágio pré-diálise, comparado com os custos para o SUS do tratamento dialítico (TD).
Métodos:
Conduziu-se estudo de coorte retrospectivo para analisar variáveis clínicas e laboratoriais; o desfecho analisado foi a necessidade de TD. Para avaliar os custos, realizou-se pesquisa de microcustos de acordo com as Diretrizes Metodológicas para Avaliações Econômicas em Saúde e o Programa Nacional de Gestão de Custos, ambos recomendados pelo Ministério da Saúde Brasileiro para estudos econômicos.
Resultados:
Acompanhou-se um total de 5.689 pacientes entre 2011-2014; 537 preencheram os critérios de inclusão. Os custos médios aumentaram substancialmente à medida que a doença progrediu. O custo médio incorrido no estágio G1 em reais foi R$ 7.110,78 (US$ 1.832,06) e no estágio G5 foi R$ 26.814,08 (US$ 6.908,53), acumulado durante os quatro anos.
Conclusão:
Um programa de atendimento pré-dialítico pode reduzir em R$ 33.023,12 ± 1.676,80 (US$ 8.508,26 ± 432,02) o custo médio para cada ano de TD evitado. Isso é suficiente para cobrir a operação do programa, minimizando custos. Estes resultados sinalizam aos formuladores de políticas de saúde pública a possibilidade real de alcançar redução significativa de custos em médio prazo para o cuidado da DRC (4 anos), para um programa que desembolsou R$ 24 bilhões (US$ 6,8 bilhões) para TD no Brasil entre 2009-2018.
Descritores:
Insuficiência Renal Crônica; Prédiálise; Diálise; Custos e Análise de Custo; Sistema de Saúde