Resumo
O comprometimento renal em pacientes hospitalizados com infecção por SARS-CoV-2 está associado ao aumento da mortalidade hospitalar e pior evolução clínica, levantando preocupações em relação a pacientes com doença renal crônica (DRC). De uma perspectiva fisiopatológica, a COVID-19 é caracterizada por uma superprodução de citocinas inflamatórias (IL-6, TNF-alfa), causando inflamação sistêmica e hipercoagulabilidade, e síndrome de disfunção de múltiplos órgãos. Dados emergentes postulam que a DRC sob tratamento conservador ou terapia renal substitutiva (TRS) é um fator de risco importante para a gravidade da doença e maior mortalidade hospitalar entre pacientes com COVID-19. Em relação à terapia com bloqueadores RAAS durante a pandemia, havia uma suposição inicial de que a classe pudesse causar um aumento potencial na infectividade, e impacto deletério na gravidade da doença e mortalidade, mas que não foi confirmada na literatura médica. Além disso, o desafio de implementar o distanciamento social em pacientes que necessitam de diálise durante a pandemia incentivou sociedades nacionais e internacionais a publicar recomendações sobre a adoção de medidas de segurança para reduzir o risco de transmissão e otimizar o tratamento de diálise durante a pandemia COVID-19. Os dados atuais mostram que os receptores de transplante renal são mais vulneráveis a infecções mais graves. Assim, fizemos uma revisão abrangente dos desfechos clínicos e prognóstico de pacientes com DRC sob tratamento conservador e diálise, e receptores de transplante renal e infecção por COVID-19.
Descritores:
Insuficiência Renal Crônica; Diálise Renal; Diálise Peritoneal; Mortalidade; Morbidade