Resumo
Introdução:
Citomegalovírus (CMV) é um dos agentes infecciosos mais comuns em pacientes com transplante de órgãos sólidos, com morbidade e mortalidade significativas.
Objetivo:
Este estudo visou estabelecer um limite para o início do tratamento preemptivo. Além disso, comparou o desempenho da antigenemia com os resultados da qPCR in house.
Desenho do estudo:
Este foi um estudo de coorte prospectivo realizado em 2017 em um centro único de transplante renal no Brasil. A validação clínica foi realizada comparando resultados de qPCR in house, com o padrão de atendimento na época (Antigenemia para CMV Pp65). A análise da curva ROC foi realizada para determinar o limite ideal para o início da terapia preemptiva baseado nos resultados do teste qPCR in house.
Resultados:
232 amostras de 30 pacientes foram testadas com antigenemia e qPCR, das quais 163 (70,26%) foram concordantes (Coeficiente Kappa: 0,435, p<0,001; Correlação Spearman: 0,663). PCR permitiu diagnósticos precoces. O número médio de dias para o primeiro resultado positivo foi 50 (intervalo, 24-105) para antigenemia e 42 (intervalo, 24-74) para qPCR (p<0,001). A análise da curva ROC revelou que em um limite de 3.430 UI/mL (Log 3,54), qPCR teve sensibilidade de 97,06% e especificidade de 74,24% (AUC 0,92617 ± 0,0185, p<0,001), na previsão de 10 células/10(5) leucócitos por antigenemia e na decisão do médico de tratar.
Conclusões:
Antigenemia para CMV Pp65 e qPCR para CMV mostraram uma concordância aceitável e uma correlação moderada neste estudo. qPCR in house revelou-se um método preciso para determinar DNAemia do CMV em pacientes transplantados renais, obtendo resultados positivos semanas antes da antigenemia.
Descritores:
Citomegalovírus; PCR; Tratamento Farmacológico; diagnóstico