Open-access Glomerulopatia associada à esquistossomose mansônica

Resumo

A esquistossomose é uma doença parasitária, diretamente relacionada às condições de saneamento precário. No Brasil, 42 milhões de pessoas vivem em áreas endêmicas para essa doença, que ainda é considerada um grave problema de saúde pública. O rim é um dos órgãos tipicamente afetados pelo Schistosoma mansoni, com descrições de alterações tubulares, lesão renal aguda e doença glomerular. A incidência de doença glomerular é de 5 a 6% em pacientes com esquistossomose ativa, enquanto aumenta para até 15% na forma hepatoesplênica, sendo o padrão histológico mais descrito a glomerulonefrite membranoproliferativa. Embora a patogênese da doença glomerular associada à esquistossomose seja incerta, o envolvimento de imunocomplexos, especialmente na glomerulonefrite membranoproliferativa, formados contra um antígeno esquistossômico depositado nos glomérulos, é considerado. A incerteza da patogênese faz com que o tratamento seja um desafio, pois somente o uso de medicação antiparasitária não impede a progressão para doença renal crônica, levantando questionamentos sobre a necessidade do uso de medicações imunossupressoras. Assim, o objetivo desta revisão foi descrever as informações ditas clássicas sobre a doença glomerular associada à esquistossomose e explorar seus prováveis mecanismos patogênicos, a fim de promover discussões futuras sobre o desenvolvimento de melhores opções de tratamento.

Descritores:
Esquistossomose; Glomerulonefrite Membranoproliferativa; Imunossupressores; Biomarcadores; Antígenos

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