Resumo
Introdução:
Dados sobre o impacto do índice de massa corporal (IMC) sobre mortalidade de pacientes em diálise peritoneal (DP), especialmente entre os idosos, são inconsistentes.
Objetivo:
Avaliar o impacto do IMC sobre a mortalidade de coorte de pacientes incidentes idosos em DP ao longo do tempo.
Métodos:
Estudo de coorte prospectivo multicêntrico (dezembro de 2004 a outubro de 2007), com 674 pacientes. Avaliados dados sociodemográficos, clínicos e pacientes acompanhados até morte, transferência para hemodiálise (HD), recuperação da função renal, perda de seguimento ou transplante. Pacientes foram divididos em incidentes em terapia renal substitutiva por PD (230) e transferidos da hemodiálise (444). A análise foi feita comparando estes dois grupos usando Qui-Quadrado ou Kruskal Wallis. Análise semelhante foi utilizada para comparar os pacientes em diálise peritoneal automatizada vs. diálise peritoneal ambulatorial contínua. Os dados foram comparados entre pacientes de acordo com o IMC por ANOVA, Kruskal Wallis ou Qui-Quadrado. Para análise de sobrevivência, método de Kaplan Meier foi utilizado e, para ajustar variáveis confundidoras, usada regressão de Cox. Um modelo conjunto para dados longitudinais tempo-dependente foi utilizado, avaliando o impacto de variações longitudinais sobre a sobrevida.
Resultados:
Pacientes desnutridos (76,79 ± 7,53 anos), eram mais velhos (p < 0,0001) e apresentaram maior mortalidade (44,6%, p = 0,001). Diabetes mellitus foi mais prevalente em obesos (68%, p < 0,0001); níveis mais elevados de pressão arterial (p = 0,002) também foram mais frequentes em obesos e com sobrepeso.
Conclusão:
A variação positiva do IMC ao longo do tempo provou ser um fator de proteção, com uma diminuição de cerca de 1% no risco de morte por unidade de elevação do IMC.
Palavras-chave:
índice de massa corporal; idoso; diálise peritoneal