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Open-access Brazilian Journal of Nephrology

Publicação de: Sociedade Brasileira de Nefrologia
Área: Ciências Da Saúde
Versão impressa ISSN: 0101-2800
Versão on-line ISSN: 2175-8239
Creative Common - by 4.0

Sumário

Brazilian Journal of Nephrology, Volume: 48, Número: 2, Publicado: 2026

Brazilian Journal of Nephrology, Volume: 48, Número: 2, Publicado: 2026

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Artigo Original
Avaliação das práticas para o diagnóstico e monitoramento da infecção por citomegalovírus em receptores de transplante renal no Brasil Hatem, Nayla Azanki Keitel, Elizete Santoro-Lopes, Guilherme Pierrotti, Ligia Camera Pasqualotto, Alessandro Comarú

Resumo em Português:

Resumo Introdução: O citomegalovírus (CMV) permanece um desafio significativo no transplante renal. Apesar das estratégias antivirais profiláticas e preemptivas, as práticas clínicas variam amplamente. Este estudo avaliou práticas de diagnóstico e monitoramento do CMV em centros brasileiros de transplante renal, concentrando-se no acesso a ferramentas diagnósticas, limites terapêuticos e barreiras logísticas. Métodos: Realizou-se pesquisa eletrônica nacional entre agosto-outubro de 2024, direcionada a todos os programas de transplante (PT) renal registrados na Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Resultados: Participaram 35 PT (taxa de resposta: 20,6%), representando 62% dos transplantes renais realizados no Brasil em 2023. Embora a maioria dos centros possuísse protocolos de manejo do CMV (94,3%), observou-se variabilidade significativa no início da terapia preemptiva (TPE). Entre pacientes de alto risco (D+/R−), 41,9% seguiram limites pré-definidos. Aplicaram-se valores de corte específicos em 71,0% dos pacientes R+ e em 45,2% do grupo baixo risco (D−/R−). PCR quantitativa foi o principal método diagnóstico (97,1%), com sangue total (60%) e plasma (34,3%) como tipos de amostra preferidos. Uma proporção significativa dos PT (60%) dependia de laboratórios terceirizados para diagnóstico de CMV, com 82,4% apresentando tempo de retorno dos resultados superior a três dias. Apenas 8,6% dos PT tinham acesso a testes moleculares para cepas de CMV resistentes. Conclusão: Esta pesquisa revela variabilidade substancial no diagnóstico e manejo do CMV entre centros brasileiros de transplante renal, com acesso limitado ao diagnóstico e atrasos decorrentes da dependência de laboratórios terceirizados. Ampliar a capacidade diagnóstica e padronizar diretrizes são essenciais para melhoria dos desfechos dos pacientes.

Resumo em Inglês:

Abstract Introduction: Cytomegalovirus (CMV) remains a significant challenge in kidney transplantation. Despite prophylactic and preemptive antiviral strategies, clinical practices vary widely. This study assessed CMV diagnostic and monitoring practices in Brazilian kidney transplant centers, focusing on access to diagnostic tools, therapeutic thresholds, and logistical barriers. Methods: A nationwide electronic survey was conducted between August and October 2024, targeting all kidney transplant programs (TP) registered with the Brazilian Society of Organ Transplantation (ABTO). Results: A total of 35 TP (20.6% response rate) participated, representing 62% of kidney transplants performed in Brazil in 2023. While most centers had CMV management protocols (94.3%), significant variability was observed in the initiation of preemptive therapy (PET). Among high-risk patients (D+/R−), 41.9% followed predefined thresholds. Specific cut-off values were applied in 71.0% of R+ patients and in 45.2% of the low-risk group (D−/R−). Quantitative PCR was the primary diagnostic method (97.1%), with whole blood (60%) and plasma (34.3%) as preferred sample types. A significant proportion of CMV TP (60%) relied on outsourced laboratories for CMV diagnostics, with 82.4% experiencing turnaround times exceeding three days for results. Only 8.6% TP had access to molecular testing for CMV-resistant strains. Conclusion: This survey reveals substantial variability in CMV diagnosis and management among Brazilian kidney transplant centers, with limited diagnostic access and delays due to reliance on outsourced laboratories. Expanding diagnostic capacity and standardizing guidelines are essential to improving patient outcomes.
Artigo Original
Mesma doença, desfechos diferentes: um estudo de coorte retrospectivo da IRA associada à COVID-19 no sistema público e privado de saúde do Brasil Faria, Natália Piazzi de Suassuna, José Hermógenes Rocco Sousa, Carlos Augusto Moreira de Freire, Sergio Miranda Gomes, Conrado Lysandro R.

Resumo em Português:

RESUMO Introdução: A injúria renal aguda (IRA) é uma complicação crítica da COVID-19, e diferenças nos desfechos entre sistemas público e privado de saúde permanecem pouco exploradas no Brasil. Este estudo compara a epidemiologia da IRA em pacientes com COVID-19 em dois hospitais brasileiros - público e privado. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo analisando 2.333 pacientes com COVID-19 confirmada por RT-PCR, na UTI (1.041 público; 1.292 privado; março/2020–abril/2022). IRA e recuperação seguiram critérios KDIGO e ADQI. Utilizou-se regressão logística multivariada e modelos de Cox para avaliar preditores de incidência e mortalidade por IRA. Para considerar risco competitivo de óbito intra-hospitalar, utilizou-se um modelo Fine-Gray para avaliar recuperação renal. Resultados: A incidência de IRA foi elevada nos dois contextos (privado, 80,4%; público, 78,8%). Apesar de características basais comparáveis, pacientes do hospital público apresentaram taxas de mortalidade significativamente superiores (46,7% vs. 31,3%; p < 0,001). Após ajuste para fatores de confusão, a admissão no hospital público permaneceu um preditor independente da incidência de IRA (OR 1,279; IC95%: 1,012–1,620) e mortalidade (HR 1,675; IC95%: 1,435–1,956). Embora taxas brutas de recuperação parecessem maiores nos hospitais públicos, a análise de risco competitivo revelou probabilidade de recuperação significativamente menor (SHR 0,650; IC95% 0,554–0,762). Discussão: Apesar da incidência semelhante de IRA, pacientes do hospital público apresentaram maior mortalidade e menor probabilidade de recuperação renal, provavelmente refletindo diferenças na disponibilidade de recursos. Esses achados ressaltam a necessidade de abordar a relação custo-efetividade e a equidade entre setores público e privado dos sistemas de saúde.

Resumo em Inglês:

Abstract Introduction: Acute kidney injury (AKI) is a critical complication of COVID-19, yet disparities in outcomes between public and private healthcare systems remain underexplored. Brazil’s two-tiered healthcare system offers a unique setting to evaluate how resource allocation impacts AKI outcomes. This study compares AKI epidemiology in COVID-19 patients treated in two Brazilian hospitals, one publicly governed and the other of privately governed. Methods: This retrospective cohort study analyzed 2,333 ICU patients with RT-PCR–confirmed COVID-19 (public 1,041; private 1,292, March 2020–April 2022). AKI was defined per KDIGO criteria and recovery was classified using ADQI guidelines. Multivariate logistic regression and Cox models were used to assess predictors of AKI incidence and mortality. To account for competing risk of in-hospital death, a Fine-Gray model was used to evaluate renal recovery. Results: AKI incidence was high in both settings (private, 80.4%; public, 78.8%). Despite comparable baseline characteristics, public hospital patients had significantly higher mortality rates (46.7% vs. 31.3%, p < 0.001). After adjusting for confounders, public hospital admission remained an independent predictor of AKI incidence (OR 1.279, 95% CI 1.012 – 1.620) and mortality (HR 1.675, 95% CI 1.435–1.956). While crude recovery rates appeared higher in public hospitals, competing risk analysis revealed significantly lower recovery probability (SHR 0.650, 95% CI 0.554–0.762). Discussion: Despite comparable AKI incidence, public hospital patients had higher mortality and lower renal recovery, likely reflecting resource disparities. These findings underscore the need to address cost-effectiveness and equity between the public and private sectors healthcare systems.
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