RESUMO
INTRODUÇÃO:
A β-lapachona (β-LAP), um potente agente antitumoral, tem uso terapêutico limitado devido a sua baixa solubilidade e elevada toxicidade. Uma possível estratégia para contornar esses inconvenientes pode ser a utilização de adjuvantes como a quitosana (QS), um polissacarídeo catiônico com propriedades biológicas, como biocompatibilidade e biodegradabilidade.
OBJETIVO:
Avaliar a ação adjuvante da QS como citoprotetor associada à β-LAP por meio de estudos de toxicidade aguda, verificando as alterações histopatológicas em órgãos como fígado e rins.
MÉTODOS:
Um conjugado da β-LAP-QS foi preparado na proporção 1:1, administrado por via oral, com dose única da β-LAP de 80 mg/kg, em camundongos Swiss. Foram realizadas análises histomorfológicas e histomorfométricas dos rins e do fígado desses animais.
RESULTADOS:
Nos estudos histomorfológicos dos grupos testados, observamos que os hepatócitos dos animais tratados com a droga livre apresentaram alterações morfológicas, como vacuolização do citoplasma, extravasamento celular, núcleos atípicos e picnóticos. Nesse mesmo grupo, os rins apresentaram aspectos granulosos sugestivos de glomerulonefrite. Essas alterações não foram encontradas no grupo-controle e nos animais tratados com a β-LAP conjugada com QS. Não houve diferença estatística nas análises histomorfométricas dos túbulos distais e dos glomérulos renais entre os três grupos analisados, mesmo com alterações histomorfológicas evidentes. Após estudos histomorfométricos, foi observado que a área dos hepatócitos e seus núcleos celulares apresentaram diferença estatística significativa entre os animais tratados com a β-LAP livre e o conjugado β-LAP-QS.
CONCLUSÃO:
A diminuição da toxicidade da β-LAP, após ser conjugada, pode estar relacionada com a propriedade hepatoprotetora da QS.
Unitermos:
quitosana; toxicidade aguda; histologia; β-lapachona