RESUMO
Introdução:
Óbito fetal se define como morte do produto da concepção independente do tempo da gestação.
Objetivos:
O objetivo deste estudo foi investigar os fatores de risco maternos (obstétricos e placentários) e os achados de necropsia associados ao óbito fetal a partir de dados obtidos no Serviço de Verificação de Óbito (SVO) de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil.
Material e método:
Trata-se de um estudo observacional, com delineamento transversal, que utilizou dados secundários. Foram incluídos laudos com diagnóstico de óbito fetal e idade gestacional de 20 semanas ou mais, realizados entre 2010 e 2015.
Resultados:
No período avaliado, foram realizadas 210 autópsias. Destas, 15,2% (n = 32) apresentaram alterações de cordão; 22,4% (n = 47), de placenta; 49,5% (n = 104), doenças maternas relacionadas com a gestação; e 10% (n = 21), doenças maternas prévias. Entre as características fetais implicadas, observou-se que 6,7% (n = 14) apresentaram aspiração meconial e 5,2% (n = 11), malformações fetais. Neste estudo, 21,9% (n = 46) não tiveram sua causa mortis definida.
Discussão:
Os achados desta pesquisa mostram associação estatisticamente significativa (p < 0,05) entre aspiração meconial e gestação a termo, procedência hospitalar e peso adequado ao nascer. Tais informações estão em concordância com a literatura, que traz sinais de hipóxia intraútero, como a presença de mecônio, mais prevalentes em gestação a termo.
Conclusão:
Entre as causas de óbito fetal, a infecção ascendente foi a maisprevalente; as causas de morte materna relacionadas com a gestação foram as que mais se destacaram.
Unitermos:
natimorto; morte fetal; complicações na gravidez; doenças placentárias; sofrimento fetal; autópsia