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Rita Lobato

Rita Lobato nasceu em 7 de junho de 1866, no município de São Pedro do Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Filhade Francisco Lobato Lopes e Rita Carolina Velho Lopes, Rita Lobato foi a primeira mulher brasileira a cursar uma faculdade nacional e a obter o título de médica.

Graduou-se em 10 de dezembro de 1887, na Faculdade de Medicina da Bahia, a primeira faculdade de medicina do Brasil, defendendo uma tese intitulada Paralelo entre os Métodos Preconizados na Cesariana. Ousada e à frente de seu tempo, Rita Lobato sofreu inúmeras críticas ao escolher tal tema para sua monografia, considerada na época ofensiva por ter abordado assunto tão pudico e reservado.

A ousadia de Rita lhe valeu certamente um caminho árduo, mas através do qual ela impôs-se forte e vencedora. Foi não apenas a primeira médica diplomada no Brasil, como a primeira doutora brasileira, a segunda médica da América Latina e a primeira vereadora do Rio Grande do Sul.

Para conseguir obter seu diploma em medicina, lutou contra todas as restrições da época. Mas, graças à sua vontade férrea e determinação, formou-se em quatro anos, em um curso que levava seis anos. Sempre apoiada pelos pais, matriculou-se primeiramente na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde seu irmão mais moço cursava farmácia. Incomodada pela antipatia de alguns professores com relação ao seu irmão, Rita Lobato transferiu-se para Salvador, na Bahia. Exatamente por este simples motivo, Rita acabou cursando a faculdade em tempo recorde e se doutorando, após uma luta pertinaz, antes de suas outras duas colegas gaúchas, que estudavam medicina na faculdade do Rio de Janeiro.

Sua mãe, que falecera no parto de seu irmão caçula, quatro anos antes de sua formatura, não pôde acompanhar a grande vitória da filha. Mas seu pai, ainda vivo, viajou com os demais filhos para a Bahia a fim de apoiar e ajudar a filha em momento tão glorioso. A morte da mãe marcou especialmente a vida e a trajetória profissional de Rita, que no leito de morte de D. Rita Carolina Velho Lopes prometeu a ela que ninguém morreria de parto em suas mãos. É de D. Rita Carolina também a frase que sua filha sempre considerou um exemplo e uma motivação à sua escolha profissional. Disse D. Rita: “Minha filha, se fores médica algum dia, praticas sempre a caridade”. E assim Rita Lobato o fez.

Rita Lobato passou a assinar Rita Lobato Freitas após o casamento com Antônio Maria Amaro de Freitas, em 1889, dois anos depois de sua formatura. Ele foi seu namorado desde os tempos de escola, residente também em Pelotas, onde Rita vivia com a família. Antônio Maria formou-se em direito no Rio de Janeiro, e depois de formados os dois voltaram ao Rio Grande do Sul, onde se casaram e viveram. Tiveram somente uma filha, Ísis. Antônio Maria faleceu em 1926 e Rita Lobato, a primeira médica brasileira, em 1954, com quase 90 anos e tendo exercido a medicina até os 76 anos de idade.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    17 Jul 2004
  • Data do Fascículo
    2003
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