OBJETIVO: O estudo visou analisar o papel da baixa renda como fator de risco para o desenvolvimento de asma em crianças e adolescentes. MÉTODOS: Estudo de caso-controle com questionário. RESULTADOS: Foram estudados 687 participantes, de 5 a 15 anos de idade, usuários do Sistema Único de Saúde, em um hospital terciário, sendo 54,7% masculinos. Quase metade (49,1%) residia na zona metropolitana do Recife e o restante no interior. Moravam em casa de alvenaria 98,1%, com média de 5,7 cômodos e 4,8 moradores. Suas mães estudaram em média 6,8 anos. A mediana da renda mensal per capita foi de R$ 103,75. Baseando-se na renda mensal per capita inferior a 25 e 50% do salário mínimo, classificou-se a amostra em muito baixa renda, baixa renda e renda satisfatória, cujos percentuais foram, respectivamente: 39, 37,3 e 23,7. Não se observou associação entre baixa renda e desenvolvimento de asma. CONCLUSÕES: A baixa renda não exerce, em crianças e adolescentes usuários do Sistema Único de Saúde do nordeste do Brasil, efeito protetor no surgimento de asma, como poderia se supor, baseando-se na teoria da higiene. Todavia, estudos de coorte são necessários para confirmar estes achados.
Asma; Pobreza; Sistema único de saúde; Criança; Adolescente; Estudos de casos e controles